29.7.06

CINE-ASIA: Kagen no Tsuki (Last Quarter)

Apesar de ser um filme live action, como é uma adaptação de uma manga de Ai Yazawa, para mim faz sentido publicar aqui o texto.



Japão, 2004, 112min

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Sinopse: Mizuki zanga-se com o namorado na festa do próprio aniversário e vagueia pelas ruas. Atraída por uma melodia melancólica, acaba chegando a uma estranha mansão, com um ar assombrado, e entra. Lá dentro conhece um misterioso músico, chamado Adam. Saturada da família que não a compreende, Mizuki muda-se para a mansão sem avisar ninguém. Uma noite de quarto minguante, quase lua nova, ao atravessar uma passadeira de peões com sinal vermelho para encontrar Adam do outro lado, é chamada pelo namorado, Tomoki, e Mizuki vê-se subitamente à porta da mansão, mais assustadora e abandonada que antes.


Crítica: Baseado na manga homónima de Ai Yazawa, que se celebrizou pela adaptação também ao cinema de outra sua manga, Nana, este filme é uma história de fantasmas sem ser um filme de terror.

Apesar de adaptado, o argumento foi claramente reescrito para servir os seus bastante conhecidos actores em particular Hyde, também autor do tema principal. No geral a ambiência é mais negra e gótica que no original, sendo uma das maiores mudanças a cor de vestido de Eve, de um branco com um estilo anos 60 para um preto bastante gótico. Mas como apenas folheei a manga, não a li, vou deixar as comparações por aqui.

Como curiosidade, os papeis principais do filme são interpretados por actores bem conhecidos do público japonês e um pouco do público ocidental. Chiaki Kuriyama (Mizuki/Eve) era a rapariguinha, Gogo Yubari de Kill Bill vol.1 e uma das alunas de Battle Royale, Hiroki Narimiya (Tomoki) é bastante conhecido no Japão e também entrou em Nana, como Nobu, Hyde (Adam) é o famosíssimo vocalista e compositor da banda L’Arc~En~Ciel, do tema principal de Final Fantasy: The Spirits Within e ainda, num papel secundário, como Doujima, temos o veterano Ken Ogata, actor japonês bastante conhecido no ocidente, principalmente em filmes ocidentais como Mishima ou The Pillow Book.

É interessante ver como o desenrolar do enigma que rodeia Mizuki/Eve/Sayaka é pontuado pela descoberta gradual do principal tema musical. De início apenas ouvimos alguns acordes do refrão, ora na guitarra de Adam, ora ao piano por Mizuki para culminar na interpretação completa do tema por Eve ao piano, num clímax muito bem construído. Este é talvez um dos aspectos mais interessantes e envolventes do filme, pois a canção é, sem dúvida, um dos elementos mais importantes e de ligação do filme.

Este filme está dividido em duas partes distintas, que seguem ritmos diferentes. A primeira, mais naturalista, funciona como um prólogo e segue o pequeno drama emocional de Mizuki, da sua relação com o pai e a família e a traição do namorado. A segunda parte, mais onírica, é o desvendar, por parte dos miúdos, Hotaru, Miura, e Tomoki do mistério que rodeia Eve/Sayaka e que prendeu Mizuki num limbo. A diferença entre as duas narrativas deveria ter sido feita de forma mais clara. A cena do acidente, é intensa, mas de início o filme parece que não arranca. Talvez se os dois mundos fossem mais contrastantes (por exemplo um diurno e outro nocturno) ou a primeira parte mais curta ainda, a sensação de desvio fosse mais eficaz. Assim dá-nos a sensação de estar a ver um pedaço de uma história que fica interrompido para continuar noutra cuja única ligação é Mizuki.

Por outro lado, o crescendo em que se desenrola a segunda parte, que culmina com a resolução da história, sempre acompanhada pela banda-sonora e pelo tema principal, é muito interessante e empolgante. Por vezes há exemplos de uma boa montagem e a narrativa está bem estruturada.

Há algo na suposta iluminação nocturna da mansão de enervante. O filme tem, em geral, uma fotografia bastante bem conseguida, apesar de muito escura e nocturna, mas os contrastes entre azuis e laranjas na mansão fazem sempre lembrar iluminação feita em (má) televisão, para simular noite. Pode ser que o efeito pretendido seja uma certa ambiência sobrenatural, o trabalho de design de produção (cenários, decoração) está bastante bem conseguido nas diversas variantes da mansão, mas o efeito final acaba sendo artificial. Com isso, os poucos efeitos especiais também acabam por ter um ar bastante televisivo, lembrando alguns tokusatsu (séries televisivas com super-heróis) mais recentes.

O filme revela um bom esforço para contar esta história sobrenatural e romântica, mas é desequilibrado nalguns aspectos, variando entre o aborrecimento provocado pelo desenrolar lento de algumas sequências e o emocionante crescendo final. No todo é um filme que se vê com algum prazer, a história é bastante interessante e insólita, mas os defeitos são demasiado evidentes.

CLASSIFICAÇÃO: 6/10

22.7.06

CINE-ASIA: Bishoujo Senshi Sailormoon SuperS

Sailor 9 senshi shûketsu! Black Dream Hole no kiseki


Japão, 1995, 60min

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Sinopse: Usagi, Chibi-usa e as amigas fazem biscoitos em casa de Makoto. Chibiusa oferece os dela a um rapaz gentil que conhece na rua, Peruru, e Usagi oferece os dela ao namorado, Mamoru. Em casa de Mamoru os dois ouvem na rádio a notícia de que andam a desaparecer misteriosamente, durante a noite, as crianças de várias cidades. Nessa mesma noite uma estranha melodia encanta as crianças de Tóquio e, juntamente com elas, Chibiusa.
Usagi e as amigas seguem-na e descobrem que as crianças estão a ser raptadas para um navio extraterrestre, sob o comando de Vadiane que quer usar a energia dos sonhos das crianças para criar o “black dream hole” que sugará a energia da Terra e do Universo. Super Sailormoon e Super Sailor Chibimoon unem as forças e, com a ajuda de Peruru e das outras 7 guerreiras, destroem os planos de Vadiane e devolvem as crianças à Terra.

Crítica: Baseado livremente no conto “O flautista de Hamelin” e outros contos tradicionais europeus, Sailormoon SuperS tem uma narrativa simples e concisa que dá espaço tanto a mostrar as personalidades das protagonistas da série de Sailormoon como para demonstrar os seus poderes. Apesar de não ser particularmente interessante a história, pode-se dizer que os argumentistas aprenderam com os filmes anteriores a dosear os “elementos obrigatórios” com os elementos novos.O equilíbrio entre a relação de Usagi, Chibiusa e Mamoru, as cinco amigas Usagi, Ami, Rei, Makoto e Minako, as outer senshi Haruka/Uranus, Michiru/Neptune e Setsuna/Pluto e as respectivas transformações e ataques com uma narrativa nova, com novos vilões e co-adjuvantes. Neste filme também são introduzidos alguns dos novos elementos da série de televisão Sailormoon SuperS, tais como a fase pré-adolescente romântica de Chibiusa e um ambiente algo delicodoce.

Mesmo tendo um maior equilíbrio que os filmes anteriores a história nova falha em ser pouco forte e motivada. É demasiado açúcarada e de um romantismo algo pueril, mas não tão emocionate, sofrida ou negra como seria de desejar. Infelizmente esta fase da série de televisão foi reescrita para um público mais novo que o que seguia a série e a manga desde o início (já se tinham passado cerca de três anos, desde então) o que desapontou um pouco. Na manga a história foi ficando progressivamente mais intensa, soturna e madura e o anime não seguiu esse crescimento, tal como este filme, surgido da série de TV.

Técnicamente é um filme sem mácula mas também sem impressionar. O character designer é o mesmo que entrou para a quarta série, que elevou considerávelmente os acabamentos e paleta de cores para um nível de qualidade correspondente à popularidade da série. Os técnicos cumprem as suas funções de um modo profissional e competente mas não vemos nenhum rasgo de criatividade ou originalidade em relação ao que fora feito anteriormente. A pequeníssima excepção é a arquitectura do início do filme, claramente mais europeia, quem sabe se alemã, inspirada no conto original, pois essa acção não se passa obrigatóriamente no Japão.

A banda-sonora é discreta e condizente com a acção, integrando muito o som das flautas com um toque de música clássica, sistema aliás já utilizado no filme anterior a partir da permissa das bailarinas. Este é um filme que se vê, mas com a caução para quem não goste de filmes muito cor-de-rosa, o que lhe vale é que não é muito longo, não se corre o risco de um enjoo demasiado forte.

Classificação: 5/10

8.7.06

CINE-ASIA: Bishoujo Senshi Sailormoon S


Japão, 1994, 60min

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Sinopse: Luna, a gata falante de Usagi, sente-se mal num passeio ao centro da cidade e decide regressar a casa. Pelo caminho é salva por Kakeru, um astrónomo, que cuida dela com carinho no seu loft/observatório. Kakeru anda em atrito com a namorada, Himeko, pois ela encara a investigação espacial com pragmatismo científico ao contrário dele que, romanticamente, acredita na existência de Kaguya-hime, a princesa do conto de fadas. Luna repara que, para além de deprimido, Kakeru apresenta sintomas estranhos e quer ajudá-lo...

Crítica: O investimento feito no filme anterior provou-se lucrativo e, menos de um ano depois, foi feito novo filme, desta vez a partir da terceira série de Sailormoon, Sailormoon S.

Quando falo em investimento foi mesmo de investimento que se tratou para este filme. A história, baseada livremente na lenda japonesa “O cortador de bambú” ou “Princesa Kaguya”, foi escrita pela autora da manga, Naoko Takeuchi, e publicada em livro. O artwork novo foi concebido por ela e o character design, as cores, os cenários e tudo mais, receberam os seus próprios “power-ups”. Todo o guarda-roupa é novo, há um maior cuidado com sombras, reflexos, acabamentos e as cores são mais vivas e brilhantes. A narrativa científica espacial derivou grandemente de uma visita de Naoko Takeuchi ao “NASA Space Center” e, como foi sendo seu hábito, ao longo de toda a manga de Sailormoon, juntou várias temáticas, de diferentes origens, pelo denominador comum, a Lua.

Apesar de mais original, a história resulta um pouco confusa e mal desenvolvida. O tema da astronomia é abordado pela rama e a sua ligação à lenda da Princesa Kaguya demasiado frágil. Acredito que Naoko Takeuchi tenha querido transmitir que só ciência não enriquece a alma das pessoas, mas desta forma os dois modos de pensar não se uniram. Vale pelo dilema emocional de Luna, que habitualmente é a personagem pragmática e sensata que dá as explicações mais elaboradas acerca do universo Sailormoon. Esta pequena narrativa, acaba por, através da excelente animação e do maravilhoso desempenho da actriz de voz, se destacar e reforçar a verdadeira permissa da série, da amizade e amor que tudo resolvem.

As extraterrestres invasoras, não passam disso, apesar de muito bem animadas. A sua ligação, através do meteorito, à linha narrativa dos astrónomos é muito fraca e a sua motivação, adicionar a Terra a uma colecção de planetas gelados, demasiado pouco convincente. Só os poderes impressionam, pois as guerreiras não dão cabo delas à primeira. As batalhas resultam menos emocionantes e empenhadas que no filme anterior. Mesmo a muito desejada por muitos fans integração das Outer Senshi (guerreiras do sistema solar exterior) sabe bem, mas soa a falso.

Ocupando mais tempo de filme que a história de Luna, as cenas com as guerreiras parecem enfiadas à força no filme, para mostrar um catálogo de transformações, ataques e power-ups. Até Chibiusa tem direito a transformação (em Sailormoon S ela já é guerreira, mas nunca se vê a sua transformação). Mais uma vez a única transformação que faz sentido é a de Luna, que nem é a mais elaborada, apesar de bonita.

Tecnicamente o filme é muito bom, mas a realização é simplesmente académica e o argumento demasiado frágil e “colado com cuspo”, podendo o filme ser reduzido a 1/3 e enfiado no meio da série como um episódio especial. É pena!

Classificação: 6/10

2.7.06

Ando a ver: Tokyo Mew Mew

Como me enervam solenemente remontagens das séries anime, sejam elas americanas, francesas ou outras, que normalmente implicam censura - sempre questionável -, e os genéricos da versão americana de Tokyo Mew Mew são um bocado básicos, deixo aqui as versões originais.


Tokyo Mew Mew - My Sweetheart (OP)


Tokyo Mew Mew - Koi wa a la mode (ED)

Tokyo Mew Mew - Pierrot
TV Aichi - Tokyo Mew Mew
4Kids TV - Mew Mew Power
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