22.5.07

Comecei a ver: Lady Georgie

É mais uma maratona de Lady Georgie que outra coisa... ou seja, sou viciada nesta série. Mesmo já a tendo visto, INTEIRA, das duas vezes que passou na RTP, quando finalmente a encontrei (infelizmente não encontrei o original, mas a versão italiana), não consigo parar de ver...

Lady Georgie, da mesma desenhadora de Candy Candy, Yumiko Igarashi, e de Izawa Man (história) é uma das séries anime do meu top 10, mesmo não sendo a primeira da lista (Candy Candy). Comparando com a sua irmã mais velha, esta série tem uma produção muitíssimo mais cuidada e com outro tipo de investimento. Mas tanto a manga como a sua produção é posterior. Já apanha o início dos áureos anos 80 do anime e bebe do sucesso das outras séries shoujo semelhantes. A história é também mais madura e cruel que a de Candy Candy, mas na manga a diferença ainda é mais clara.

Apesar de a protagonista (Georgie) não me cativar do mesmo modo que Candy (que é mais maria-rapaz e menos subserviente) há, definitivamente, qualquer coisa de especial neste tipo de histórias e de anime que me vicia para todo o sempre. Claro que a qualidade gráfica da série é um factor que pesa imenso na minha preferência, mas também o tema do amadurecimento das relações amorosas apimentadas com dois quase-incestos, muito próximos do folhetim, cenas de ciúmes doentios, que aliados à diferenciação rígida de classes dos ingleses, intriga política e crime não transformam esta série numa xaropada de levar ao vómito, como seria de prever.

Estou a gostar imenso de rever esta série, exactamente porque arrisca mais em termos narrativos (gráficos também, pois há algumas cenas de nudez parcial, masculina e feminina), tanto que fiz uma pequena pausa no re-visionamento de Candy (que ando a ver com muita calma). O facto de saber o final da história na manga, que é mais intenso mas que apresenta uma resolução mais coerente que a do anime, ajuda a imaginar o que me intrigou imenso nos visionamentos anteriores.

Esta é uma série muito marcante, que é uma pena também ter sido arrastada para os intermináveis processos de direitos de autor que a desenhadora provocou.

6.5.07

CLAMP Gakuen Tantei Dan

Por esta altura o Canal-Panda está a ser tomado por anime. Um espectador distraído pode ver 3-4 séries seguidas sem dar por isso. E claro que isso é bom, mesmo com as limitações de um canal que tem um público bastante específico.

Hoje estreou CLAMP Gakuen Tantei Dan, ou seja O Clube de Detectives do Colégio CLAMP. Depois de Card Captor Sakura já cá faltava um anime das CLAMP, até porque todos eles foram bastante populares no Japão e são conhecidos no Ocidente, mas com uma grande falta de estreias em Portugal.

Este sempre foi um anime, e manga, das CLAMP pelo qual nunca me interessei muito, sei que temos 3 protagonistas, Nokoru, Akira e Suou, 3 rapazes de cerca de 11 anos, com um mundo de parafrenália e meios à disposição que decidem salvar donzelas em apuros. A intriga é algo fútil e pouco empenhada, mas promete bons momentos de diversão, num anime que une acção e aventura para pré-adolescentes e adolescentes com um humor muito japonês, muito próximo do disparate atrevido.

Esta deve ter sido uma das primeiras séries das CLAMP a unir alguns universos de outras histórias delas pelo meio do Colégio CLAMP. Colégio este que aparece em manga e anime anteriores, todos eles dentro do género fantástico, mas com públicos-alvo diferentes:
Magic Knight Rayearth, manga e anime que surgiram na cauda do sucesso que foi Sailormoon dentro do género mahou shoujo, encomenda da editora Kodansha, mas muito claramente CLAMP;
X, uma manga e anime bastante mais sérios a raiar o terror, a história mais antiga destas 3 e já um clássico no panorama da manga shoujo. Aliás, na aparição do Colégio CLAMP em X também aparecem os 3 rapazes desta série, já adultos e directores do mesmo.

O nome da série também é muito significativo de uma maior afirmação comercial das 4 autoras, o grupo CLAMP, e foi a segunda série das mesmas a ser produzida comercialmente para TV (a primeira foi Rayearth). Até então já algumas das inúmeras manga das CLAMP tinham sido produzidas para anime, mas nada mais que OAV's (RG Veda, Tokyo Babylon, Miyuki-chan), pequenos filmes especiais (CLAMP in Wonderland) ou o filme para cinema de X, numa adaptação algo polémica, pois a história ainda nem sequer tinha chegado a meio na manga. Portanto CLAMP Gakuen marca uma maior transição comercial para as CLAMP, até então autoras mais underground, com um público fiel mas limitado (Rayearth teve um sucesso modesto). Este foi o seu grande primeiro sucesso comercial, seguido depois de um maior ainda, Card Captor Sakura, que lhes possibilitou uma gigantesca proliferação e uma afirmação bem sólida no mercado.

Esta também foi a primeira série das CLAMP a ter um grande investimento a nível de merchandising, que, até então se tinha limitado a art books, anime comics e cartas de colecção e shitajiki (placas em plástico estampadas para colocar debaixo das folhas dos cadernos e evitar que a tinta repasse). Uma vez esbarrei, no Japão, com um livro de culinária de Akira e lembro-me de haver jogos, todo o tipo de bonecos (PVC, UFO Catcher, etc.), posters, todo o tipo de artigos de papelaria, artigos para a casa, etc.

Se a conseguir acompanhar, assim o espero, pois sempre foi o tipo de séries que, se um dia desse na TV gostaria de ver, logo me pronunciarei mais sobre o seu conteúdo e menos sobre o seu contexto de criação.

Canal-Panda
2ª-6ª: ?
sáb., dom.: 08:30, 14:00, 22:00

CLAMP学園探偵団
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