23.12.07

Ando a ver: InuYasha

De todas as séries correntemente a passar no Animax do AXN, InuYasha é a que estou a seguir com maior entusiasmo.

A esse entusiasmo deve-se a InuYasha ser uma série à antiga: com uma narrativa com um objectivo muito claro, recuperar a esfera dos espíritos, dois protagonistas, uma humana e um semi-demónio, cuja a acção vai se desenrolando em episódios semi-independentes com novos antagonistas a cada um e por vezes novos aliados na busca.

Dentro desta fórmula bem experimentada e muito simples, temos imenso espaço para conhecer os nossos protagonistas, ver a sua relação pessoal se desenvolver, intercalado de cenas de acção q.b., momentos de humor, dramatismo e algum romantismo. Depois temos ingredientes que agradam a rapazes e raparigas, os protagonistas são um quase-rapaz e uma rapariga, há magia, há armas, temos cenas de época e actuais, e acção e romantismo em equilíbrio.

Por alguma razão que Rumiko Takahashi tem a importância que tem na história mais recente do anime e manga, não há dúvida que sabe criar um enredo, sabe os ingredientes obrigatórios e conjugá-los de modo a obter um 'bolo' saboroso e de fácil digestão. InuYasha entusiasma a cada episódio, mantém-nos na espectativa suficiente para aguentarmos uma semana até ver o próximo episódio (no nosso caso a cada dois) e, mesmo não sendo, a meu ver, a sua obra mais brilhante, ainda mantém um nível equilibrado de popularidade e seriedade, sem ferir susceptibilidades ou provocar em demasia.

A imagem acima é invernosa para tentar dar algum espírito natalício a este blog, enfim, foi o de mais próximo que se arranjou.


犬夜叉 Avex
犬夜叉 YTV

16.12.07

Magic Knight Rayearth

E porque é não há meio de me habituar a pelo menos verificar a programação do Canal Panda a cada fim do mês??? Já me tinha apercebido há que tempos que é comum começarem a emissão de uma série de anime a cada dia 1 e mesmo assim esqueço-me!

Pois, a razão do protesto é que a estreia deste mês foi uma série que sempre quis ver, cuja manga já li há que tempos e que só tinha tido oportunidade de ver alguns episódios... Magic Knight Rayearth.

Magic Knight Rayearth foi o primeiro projecto mainstream das CLAMP, com o objectivo inicial da criação de uma manga e um anime, produzido pela Tokyo Movie Shinsha, em resposta ao sucesso de Sailormoon, da concorrente Toei. O resultado foi uma qualidade acima da média, mas um sucesso algo limitado, que só seria atingido em grande, mais tarde com Card Captor Sakura.

Em Rayearth as CLAMP partem das mesmas motivações estéticas e narrativas de Sailormoon, com uma clara inspiração nas séries de sentai, cores básicas, transformações, mechas, poderes mágicos, romance e, claro, adolescentes colegiais. A grande diferença está no local onde se passa a acção, no universo paralelo de Cefiro, onde as personagens têm nomes de modelos japoneses de automóveis (Primera, Lantis, etc.) e onde as nossas três protagonistas, detentoras de um poder mais bélico que em Sailormoon, lutam pelo equilíbrio de ambos os universos, através dos seus poderes mágicos com que foram marcadas pelo destino.

O destino é um tema recorrente em toda a obra das CLAMP, portanto não é de estranhar a sua introdução nesta série. As três raparigas têm personalidades tão distintas como as cores dos seus uniformes, sendo Hikaru (vermelho) a mais desastrada, fogosa e de enorme coração, praticante de kendo (esgrima japonesa), Umi (azul) a mais elegante, fria e pragmática, praticante de esgrima, e Fuu (verde) a mais intelectual, tímida e caseira, praticante de kyudo (tiro ao arco). A sua evolução na história acaba por ser um caminho de auto-descoberta, culminando na difícil decisão de ficar em Cefiro e viver um mundo de fantasias ou regressar ao mundo real. Apesar do seu sucesso moderado, acabou por ser produzida uma segunda parte, onde as raparigas regressam a um Cefiro transformado, um pouco mais maduras, e onde encontram o amor o que as conduz a novas tomadas de decisão difícieis.

Com o tempo Magic Knight Rayearth acabou por se transformar num clássico, é uma das séries, dentro do género magic shoujo, a ver, que ajudou a elevar os padrões de qualidade e os orçamentos para este tipo de público. Graças a Rayearth outras séries (tais como St. Tail, Fushigi Yuugi, Card Captor Sakura e muitas outras) puderam crescer e evoluir, reavivando género magic shoujo.

ADENDA: Porquê, mas porquêêê!!!! Porque é que raio tenho de apanhar com dobragens em inglês???? Se tenho de apanhar com um anime dobrado, ao menos que seja em português. E se temos de ler legendas, ao menos que a dobragem seja a original em japonês. E, já agora, que Magic Knight Rayearth mantenha as canções originais e não uma versão-qualquer-pop-em-inglês... Ah sim, e que os nomes estejam correctos: é Ceres e não Selene. Infelizmente tenho a certeza de haver mais americanizações onde não eram necessárias... pelo menos parece que não há cortes nesta versão exibida pelo Canal Panda. São estas as razões que levam uma pessoa a acabar por fazer download das séries da net... Se ao menos o anime fosse tratado com o respeito que merece...

魔法騎士レイアース
Magic Knight Rayearth TMS

Acabei de ver: Romeo x Juliet

Após uma pausa, finalmente terminei de ver este anime. De certo modo passei a ver o conjunto com um olhar refrescado, menos influenciado pelas estratégias narrativas que nos colam ao écran e à expectativa de continuar a história.

Achei a segunda metade deste anime mais fraca e um pouco mais mal feita do ponto de vista técnico. A fraca qualidade técnica dos episódios 14 e 15 teve uma grande influência nisso. O facto de nalguns destes episódios do meio a história se arrastar um pouco também não ajudou.

Mas, a curiosidade de saber como se iria resolver a conclusão da história e se afinal Romeo e Juliet morreriam, foram motivo suficiente para ultrapassar um meio um pouco perro. A segunda metade desta série leva uma reviravolta grande, onde a grande motivação de Juliet passa a ser o seu "dever" de proteger e salvar os habitantes de Neo Verona, em detrimento do seu grande amor, Romeo. De facto a grande motivação da série também passa a ser essa, com a excepção de Romeo que, apesar de preocupado com a população, luta até ao fim pela sua Juliet.

Mesmo sendo bem escrita esta conclusão, com cenas de acção e românticas muitíssimo bem feitas que não ficam nada aquém do início da série, tenho bastante pena do desvio da motivação da peça original, pois Romeo e Juliet deixam de ser os 'star crossed lovers' de Shakespeare, a grande força da história deixa de ser o seu amor, para passar a ser salvar aquele 'mundo que ambos partilharam'. Mesmo ficando essa falha presente, há duas ou três cenas, lá para o fim, entre Romeo e Juliet que nos preenchem e fazem com que a série mantenha os padrões de qualidade a que nos habituou. A minha favorita é a cena do duelo entre Romeo e Juliet, ambos com armaduras muito semelhantes, claramente não são inimigos, apenas se trata de uma luta entre o dever e o amor onde só um dos dois pode vencer. A seguinte despedida dos dois é lindíssima e fica para sempre marcada como uma das melhores cenas entre os dois, em toda a série.

Como conclusão, esta é uma série marcante, extremamente bem executada, que vale, definitivamente, a pena ver.


ロミオ×ジュリエット

9.12.07

Nippon Koma 07: dia 6

A primeira sensação que tive ao ver os filmes de Kurosaka Keita é de que são muito pessoais. Há qualquer coisa nos filmes muito experimentais que tende a torná-los demasiado desequilibrados e densos. Os de Kurosaka Keita mostram-nos técnicas de animação com fotografias e manipulação de imagem real muito interessantes e complexas, com imagens fortes e marcantes, mas são demasiado longos e imprevisíveis. Foi interessante ver os filmes por ordem cronológica de produção, felizmente ao contrário da ordem proposta no programa, pois nota-se uma interessante evolução em todos os aspectos formais, sendo para mim o último, Idade da Caixa, o mais interessante.

Tekkonkinkreet é surpreendente! Ao ver o trailer há cerca de um mês interessei-me, mas nunca pensei que fosse tão bom. É um filme com uma produção excelente, muitíssimo equilibrada, onde cenários exuberantes e muito detalhados, um character design invulgar e muito expressivo convivem equilibradamente com uma excelente e ágil realização, uma história poderosa, dois protagonistas, e outras personagens fortes e cativantes onde nada é gratuito. Este é um filme de pormenores, para rever, onde a cada visionamento se encontram aspectos diferentes, pequenas piscadelas de olho que adicionam corpo à história.
Só achei um pouco forçada a introdução do arqui-vilão, Hebi, a meio da história, com o propósito simplista de conquistar o bairro Takara (que, a propósito, quer dizer tesouro). Numa história destas só há espaço para um vilão e a força que ele poderia ter dilui-se desta forma. Felizmente que a história de Kuro e Shiro acaba por se sobrepor a todo o resto e essa falha deixa de ter importância.
Apesar de o realizador, Michael Arias, ser americano, não deixa de ser um filme muito japonês o que é curioso. Por vezes pensava nisso ao ver o filme mas nunca teve importância na sua apreciação.

Tekkonkinkreet
映画「鉄コン筋クリート」

Em resumo a edição deste ano deu um salto qualitativo apesar de a programação ter sido um pouco mais fraca, menos arrojada. O esforço de trazer a Srª. Hirano Kyoko foi extremamente positivo e as falhas técnicas não foram, nem por sombras tão graves como anteriormente. Já estão incluídos no programa os nomes dos realizadores, não houve trocas nas dobragens para inglês e, apesar de as traduções ainda dependerem essencialmente das cópias de origem e não estarem em português, as falhas de comunicação foram menores. Acabei por finalmente conhecer um dos programadores da mostra o que deu para perceber alguns dos porquês do Nippon Koma. A Srª. Hirano foi sempre disponível, estava sempre com atenção a quem vinha e porquê às sessões e abordava as pessoas para tentar compreender as motivações e talvez o que move os portugueses a interessar-se pelo Japão e, mais concretamente pelo cinema japonês.

8.12.07

Nippon Koma 07: dia 5

Hoje sim, pude ir à sessão da tarde!

New Hal & Bons teria sido excelente se se visse um episódio de cada vez (com pelo menos 12 horas pelo meio). Trata-se de uma pequena série de filmes em 3D, produzida para uma revista, a Grasshoppa!. Hal e Bons são dois cães que passam a vida, tranquilamente a beber cervejas no sofá. A série começa quando essa tranquilidade é interrompida pela chegada de Mochi-kun, um verdadeiro mochi (ver glossário), bastante histérico e que se diz entrevistador. É engraçado o contraste dos cães cool com o mochi histérico, passei a sessão toda a pensar que, no fim, os cães comiam o mochi de tanta saturação, mas isso foi um anti-clímax, não acontece. Os diálogos são muito bons, mas à velocidade Excel Saga, demasiado rápidos para as legendas acompanharem. O grande problema foi projectarem tudo junto, facto que satura o espectador e torna os filmes, que vivem muito de repetições de acções, a dada altura aborrecidos.

Rapsódia Rokkasho, o documentário da noite, tem um formato clássico abordando um tema muito forte. Recentemente tenho vindo a ver uma percentagem grande de documentários e quando vejo estes dois factores juntos, para que se torne num bom filme, sinto que é necessário dar espaço às pessoas, ao factor humano, para dar alma e textura aos filmes. Este filme tenta isso na analogia entre a senhora das túlipas e a luta desigual e inglória contra a implantação da central de extracção de plutónio, mas fica-se por aí, dispersa-se nas várias personagens sem se concentrar verdadeiramente numa. Mais uma vez é um documentário demasiado longo para o tipo de material que tem, e sem altos e baixos emocionais suficientes para que deixe de ser um bocado aborrecido. Mas é, no mínimo assustadoramente instrutivo acerca dos perigos do plutónio... kowai...

New Hal & Bons
The Rokkashomura Rapsody

7.12.07

Nippon Koma 07: dia 4

Finalmente o dia da falha técnica! Afinal já começa a ser tradição! Mas vamos por partes (como diz o homem do talho).

Mais uma vez não consegui ver o filme da tarde, Mary de Yokohama. Ainda por cima, pela sinopse, o documentário que mais queria ver... é a lei de Murphy em acção...

A sessão de cinco episódios da série Ghost In the Shell: STAND ALONE COMPLEX, que já deu na SIC-Radical e que vi com um olho aberto e outro fechado, pois aos sábados de manhã... só com a ajuda do meu fiel gravador de VHS.
Esta sessão foi grátis, mas mesmo assim a sala não encheu. Ou é impressão minha ou este ano o Nippon Koma anda menos populado. Mas também deu para perceber que a grande maioria das pessoas já tinham visto pelo menos parte desta série ou então um dos filmes. Ah, sim, a falha técnica... as legendas, que não eram as mais cuidadas, entravam bastante dessíncronas ao início da projecção e eu a pensar que este ano a falha era só esta, senão que (tcha-tcha-tcha-tchannn!) uma legenda fica engasgada, a imagem fica toda riscada e... sem legendas! Pára-se a projecção, rewind, recomeça, chega à mesma cena... volta a acontecer (o raio do pi****** não saiu!!), mas à segunda foi de vez e lá continuámos, felizes e contentes a ver o episódio...

Definitivamente Ghost In the Shell em versão animada só mesmo a série de TV. Os filmes são lindíssimos, isso é inquestionável, o primeiro foi marcante, isso também é inquestionável, é um bom filme? Sim. O segundo é só bonito... A série manteve o que sempre senti falta nos filmes: um character design mais próximo dos lindíssimos e tecnicamente rebuscados desenhos de Masamune Shirow e o seu humor extremamente sarcástico, mas mesmo assim muito japonês e por vezes denso. De resto a banda sonora continua a ser Yoko Kanno no seu melhor (ela não piora?) e nada bate os 'Tachikoma na hibi'...

Ghost In the Shell [STAND ALONE COMPLEX]
攻殻機動隊 STAND ALONE COMPLEX
攻殻機動隊 STAND ALONE COMPLEX The Laughing Man
STAND ALONE COMPLEX

6.12.07

Nippon Koma 07: dia 3

Com mesmo muita pena minha, mais uma vez foi-me impossível ver a sessão da tarde. Hoje fiquei particularmente triste pois tratava-se da sessão Loop de Tóquio, onde foram apresentadas diversas curtas de animação de várias épocas, uma espécie de resenha da história da animação japonesa. Duplamente pena pois a sessão das curtas de animação tem vindo, ao longo das várias edições do Nippon Koma, a ser sempre a minha favorita...

Por outro lado os variados documentários que tenho vindo a assistir nesta mostra têm sido um excelente modo de conhecer a sociedade japonesa no seu melhor e no seu pior. Campaign enquadra-se como uma luva nessa aprendizagem. É um filme onde se vê claramente a dualidade da sociedade japonesa, onde um enérgico político iniciante é obrigado a seguir protocolos extremamente rígidos, se calça luvas (brancas) ou não, se faz a vénia adequadamente, o que deve dizer, o tempo que demora a montar pormenores como o estandarte da campanha, o modo de distribuir folhetos, com quem e como deve ou não falar, etc... Por outro lado vemos as comadres que apoiam a campanha a fazer intriga dos vizinhos do bairro e a apontarem os defeitos do novo candidato, que ainda por cima não é da terra, ou então a fúria da mulher de Yamauchi (o candidato) por ser menosprezada por causa de conceitos retrógados e chauvinistas, que vão contra as convicções políticas do partido e do próprio marido.

No decorrer do filme passamos de ocidentais a rirmo-nos do ridículo de certas situações pouco naturais e demasiado japonesas para passarmos a simpatizar com a simplicidade, honestidade e ingenuidade de Yamauchi, pouco comuns a um político, seja qual for a sua nação. Como extra temos a aparição do ex-primeiro ministro Koizumi, o único em mangas de camisa (arregaçadas) o que contrapõe a formalidade imposta pelos seus co-partidários de hierarquia inferior. Aliás essa diferença no traje também se nota nos candidatos dos outros diferentes partidos, sendo o único que partilha essa formalidade, o grande opositor do Partido Democrata Liberal, o Partido Democrático.

Campaign

4.12.07

Nippon Koma 07: dia 2

Infelizmente por razões de trabalho não pude assistir à sessão da tarde, portanto, não dá para comentar.

Negadon é um divertido filme em 3D, comemorativo de um aniversário dos kaiju eiga, ou seja filmes de monstros, género popularizado pelos filmes da Gojira (Godzilla). O 3D hiperrealista é excelente excepto quando chega às figuras humanas, onde se espalha ao comprido, parecendo as personagens feitas de borracha (será que é uma homenagem aos fatos de monstro em borracha originais?). Mas a realização e a montagem resolvem bastante bem esse problema não fazendo muitos planos de pessoas, filmando quase toda a acção em planos bastante fechados ou distantes, que, para além de facilitar tecnicamente, dá uma sensação claustrofóbica muito interessante que valoriza muito o filme.

5cm por segundo é um bonito filme, muito romântico, em três partes, sobre a história de amor entre dois adolescentes que, devido a uma separação, a deixam por resolver. O character design e os cenários lembram e muito as produções da Gainax, em particular Kare-Kano e Eva. Este filme retrata com fidelidade o excesso de timidez e a dificuldade dos japoneses em demonstrar emoções, especialmente as amorosas. Como tudo nos é mostrado de forma bastante poética, e com a típica analogia entre as pétalas de cerejeira e a neve, o filme comove e não enjoa.
Ao ver o filme em sala cheguei à triste conclusão que o ser humano hoje-em-dia se sente constrangido com o romantismo e ri, como se não houvesse outra reacção possível. É pena, talvez esta experiência explique muita coisa...

Negadon-The Monster From Mars
秒速5センチメートル

Culturgest

Nippon Koma 07: dia 1

Este ano o Nippon Koma brindou-nos com um pouquíssimo anunciado extra, uma conferência por Hirano Kyoko, sobre as duas temáticas principais desta mostra, a animação e o documentário japoneses. Achei a conferência agradável, se bem que um pouco maçuda pois a conferencista apenas leu um texto e o seu engrish não ajudava à compreensão clara do mesmo. Mesmo assim a Sra. Hirano abordou de uma forma um tanto mais aprofundada o tema da animação, do que na recente conferência a que assisti na Faculdade de Letras de Lisboa. Achei o facto de ela se disponibilizar para falar com o público do Nippon Koma durante a sua duração, bem simpático e espero poder partilhar algum diálogo com ela.

Achei o já famoso Paprika de Kon Satoshi um filme excelente. Como se pode perceber pelo conteúdo deste blog não é o tipo de filmes mais apelativo para mim, mas aproveito as ocasiões como esta para vê-los em grande ecrã, e este ano sinto que valeu a pena. Paprika é tecnicamente e visualmente exuberante sem descurar de uma fantástica narrativa que nos faz pensar bastante após o seu visionamento. É um filme bastante equilibrado sem cair em clichés ou maniqueísmos limitadores, trata o público com respeito e como adultos que pensam e raciocinam. Para além disso aborda de forma subtil e engraçada temas por vezes politicamente incorrectos como a homossexualidade, a discriminação, a degradação, sem-abrigo, corrupção, etc. Justificam-se plenamente os prémios e os comentários positivos que tinha lido/ouvido até agora.

Acerca do documentário de Minamata, é o primeiro de uma série de documentários sobre o mesmo tema, realizados pelo mesmo realizador ao longo de vários anos. Esta série de documentários faz parte da história do documentário japonês, pertencendo a um género de documentários de confronto político com uma estrutura linear. Serve basicamente pelo seu conteúdo e como documento histórico. Foca-se demasiadamente sobre o tema mas mesmo assim não caindo no miserabiliosmo ou comiseração, o que acho positivo. Dentro do género, preferi o filme sobre a construção do aeroporto de Narita, que passou o ano passado, onde dos protestos a atenção passava com facilidade para as pessoas, as suas vidas, a sua riqueza pessoal.

Nippon Koma 2007
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