31.7.08

Lady Georgie em DVD no Japão!


Por mais que a net seja mais rápida e as minhas revistas Newtype me cheguem sempre com algum atraso, não há dúvida que a grande referência ainda continua a ser a Newtype! Falo nisso porque só ao folhear a revista de Julho (que por acaso até recebi cedo ^_^) é que me apercebi que os japoneses da Tokyo Movie Shinsha (agora TMS) resolveram editar Lady Georgie em DVD, pela Bandai Visual, no passado mês de Junho.

Como a autora dos desenhos da manga, Igarashi Yumiko, teve um grande desentendimento com a autora da história de Candy Candy, Kyoko Mizuki, que até levou ambas a tribunal e ao embargo de Candy Candy por parte da Toei e da Kodansha. Como consequência, Isawa Mann, o autor da história de Lady Georgie, também teve problemas legais em relação aos direitos de Georgie!, e por isso sempre tive sérias dúvidas em relação à futura edição do anime em DVD ou reedição da manga.

Felizmente que parece que tanto Mann como a TMS não foram tão rígidos como a Toei e a Kodansha e resolveram, se bem que de uma forma bastante discreta (só com um pequeno anúncio), editar o anime numa só BOX e até, para padrões japoneses, a um preço bastante módico: 39.900¥ pelos 45 episódios, enquanto que o preço normal, por menos episódios, costuma rondar os 30.000¥.

Deixo aqui o link para a página da Bandai Visual, da TMS da edição, em inglês, e para a amazon.co.jp. Não sei porquê, mas o site em japonês de anime da TMS está em baixo.

Bandai Visual - レディジョージィ DVD-BOX
TMS ENTERTAINMENT Co, Ltd - Georgie
Amazon.co.jp: レディジョージィ DVD-BOX

27.7.08

Dead Girls

Dead Girls é o OAV que foi feito no seguimento da série Red Garden.

A história passa-se 170 anos no futuro, numa Nova Iorque futurista e tecnológica, quase como nos filmes utópicos dos anos 30. As raparigas mudaram bastante, Kate está mais fria e manipuladora, Rose tornou-se menos palerma, mais segura e autoconfiante e pertence à "Grace" do colégio actual, Claire está mais suave e um pouco atrevida, ficando as grandes mudanças para Rachel que deixou de ser fashion victim e está muito grunge no modo de vestir. Rachel é também menos psicótica e mais descontraída, fazendo por vezes lembrar a Claire de Red Garden. Elas agora são uma espécie de justiceiras, auto-intituladas de Dead Girls.

O OAV é engraçado, não tão interessante e envolvente como a série, até diria que leve demais. A única coisa forçada é a reintrodução de quase todas as personagens (já mortas) da série: Luke é apenas um arruceiro que as raparigas castigam, Lula é uma vizinha coscuvilheira, os dois polícias continuam no encalço das raparigas, o dono da hamburgeria ainda é o mesmo e a loja parece não ter mudado um grão de pó, Paula continua a líder da Grace e depois Hervé e Lise. Hervé agora chama-se Edgar e Lisa, Louise, e são, digamos que, os antagonistas das Dead Girls, mas este antagonismo é apenas um pretexto para nos levar de novo a Roosevelt Island, agora por vezes chamada de Red garden, e relembrar alguns pormenores da história, enfiando uns mechas pelo meio.

Em suma, o OAV continua bonito e bem feito, se bem que, estranhamente para um OAV, não tão bem feito como a série, mas fica muito aquém na história, é apenas uma esreitadela ao dia-a-dia das raparigas no futuro, sem grande novidade.

デッドガールズ

26.7.08

Ainda Red Garden

Googlei a Roosevelt Island e andei a ver o mapa e fotografias aqui. É engraçado quando um anime se passa num sítio real e depois comparar com o que realmente lá existe. O edifício do colégio onde as raparigas andam é onde actualmente estão as ruínas do Smallpox Hospital (Hospital da Varicela), na ponta sul da ilha, a seguir ao South Point Park (Parque da Ponta Sul). Assim até dá para imaginar que a história de Red Garden realmente aconteceu!

Infelizmente não conheço Nova Iorque, portanto não posso localizar mais cenários do anime, mas apenas imaginar onde poderão ser, partindo do puzzle de imagens de séries e filmes que tenho na minha cabeça.

Deixo aqui alguns links da Wikipedia:
Roosevelt Island
Roosevelt Island Tramway

E um pouco da sua história:
Timeline of Roosevelt Island History

25.7.08

Ando a ver: Naruto

Acabei por perder os primeiros episódios porque me esqueci completamente. Mas entretanto o horário na SIC-Radical durante a semana até é simpático para mim, e esta semana já deu para perceber que tipo de anime é Naruto. Enquanto me der gozo ver (e não começarem a repetir episódios ou interromperem a série - são 220) vou vendo.

Há uma coisa de que gostei logo em Naruto, das canções dos genéricos. A do genérico inicial, "R★O★C★K★S", faz lembrar um Billy Idol mais suave e engraçado, não desgosto e acho que encaixa num clássico shounen como este. A do genérico final, "Wind", é linda! Faz com que veja os episódios até ao fim!

Mas existe uma razão para não me interessar muito por anime shounen e essa razão transpira por todos os poros de Naruto. É verdade, perdi os primeiros episódios, coisa aliás que detesto que aconteça pois mesmo em séries longas é logo no primeiro que a motivação do protagonista é exposta. Mesmo tendo perdido essa parte importante da história, nos shounens muitas vezes leva que tempos para que as personagens atinjam alguma densidade psicológica. OK, já sabemos que Naruto é trapalhão, infantil mas determinado, e que tem excelentes capacidades latentes que, claro, ainda não se revelaram e hão de se revelar. Também já sabemos que Sasuke é frio, mais inteligente e concentrado que Naruto e que Sakura é um bocado palerminha mas não se deixa abater com as aventuras. Mas estas caracterizações são demasiado simplistas e básicas e, ao fim de uma semana, já os três protagonistas me deveriam ter cativado mais.

Depois Naruto é um anime onde através de sucessivos confrontos o trio vai aprender e evoluir. Até agora achei piada ao universo de Naruto sem haver algo que me chame a atenção, as lutas são engraçadas, mas por enquanto tudo é novidade e por isso bom.

Há uma coisa que me anda a fazer confusão, a palavra doppelgänger como tradução de Kage Bunshin. Doppelgänger é uma palavra alemã, aceite como um estrangeirismo em português, muito utilizada na língua inglesa, que quer dizer duplo ou sósia em português. Havendo em português palavras equivalentes perfeitamente razoáveis de serem utilizadas, porquê um palavrão destes em alemão?? Kage Bunshin, por sua vez quer dizer literalmente divisão da sombra, portanto porque não duplo ou clone da sombra??? Aliás as traduções das técnicas em geral parecem-me confusas em português, o que vale é que há tantos fãs de Naruto que já as sabem de cor e portanto não lhes vai estragar o visionamento da série. É bom que os miúdos de 14 anos que vêm a série aprendam coisas novas, mas talvez devessem começar pelo português.

Por enquanto estou a gostar, é um anime que entretém sem fazer grande mossa, mas uma série tão longa sem algo que me cative verdadeiramente, não sei se vou ter paciência para acompanhar. E se a SIC-Radical se armar em grande, como o AXN recentemente fez com InuYasha, e resolver fazer alterações na programação, será meio caminho andado para eu deixar de ver, se entretanto não me envolver na história.

NARUTO-ナルト-

SIC-Radical
2ª-6ª: 08h30, 19h30-20h30
dom: 08h00-09h30

24.7.08

Rebuid of Evangelion: 1.01 You Are (Not) Alone

Vi a série de Eva quando deu na SIC da primeira vez e, desde aí, apenas tenho visto pedaços de episódios, mais ou menos aleatórios. Quando a Gainax lançou o Renewal of Evangelion vi videos promocionais com as melhorias do restauro graças às novas tecnologias digitais, mas tenho vindo a adiar ver de novo a série. Posto isto, a sequência lógica seria este conjunto de filmes comemorativos dos 10 anos de Evangelion, encetado com Rebuid of Evangelion 1.01.

O Rebuild of Evangelion consiste, mais que outra coisa, numa remontagem, limpeza e retoques da série de televisão. Sozinho o filme é uma obra consistente e independente, não obrigando o visionamento da série, mas por comparação há claras diferenças, algumas boas e algumas más.

A primeira de todas foi a limpeza técnica, tal como no Renewal, dos fotogramas, das cels, dos saltos na mudança de planos, pequenos defeitos originados pelo meio em que a série foi produzida, a película. A diferença é que em Rebuild deram à imagem um acabamento semelhante à actual pintura digital (por oposição à tradicional pintura manual das cels) mas que a escureceu bastante, resultando numa imagem muito contrastada e com cores por vezes saturadas. Não sei se foi da cópia que vi, mas mesmo que a minha cópia esteja escura, essa diferença está lá. Tornar Evangelion mais escuro pode ser uma reafirmação da densidade dos acontecimentos e da narrativa, mas acaba por se tornar redundante. Pessoalmente prefiro Eva com aquelas paisagens solarengas, cheias de luz e cores mais vivas e claras que esta versão. O contraste é mais eficaz a reforçar o lado complicado e denso da narrativa e lhe dar ao mesmo tempo um ar insólito.

Logicamente, transpor uma série (seja ela qual for) para filme, obriga a uma remontagem valente, mas a remontagem deste filme, mais virada para a acção e para os combates é mais básica e menos interessante. Uma das cenas que ficou prejudicada com isso foi o primeiro combate de Shinji, no Eva01, com o 4º Angel. Na série, utilizando uma montagem não-linear, percebemos que Shinji conseguiu derrotar o Angel mas não vemos o que aconteceu. Só mais tarde, quando Shinji acorda é que a batalha nos é mostrada por imagens. Este tipo de montagem, por oposição à montagem sequêncial da mesma batalha, provoca um choque emocional no espectador, jogando com a curiosidade e reforçando a confusão e desespero de Shinji. Por outro lado, a sequência da batalha de Shinji e Rei com o 6º Angel é ampliada e intensificada com a adição dos efeitos digitais, transformando-a numa excelente batalha e no clímax deste filme.

Olhando genericamente, prefiro uma montagem arrojada e não-linear como a que nos brindou a série ao longo dos 26 episódios. É diferente, está muito bem feita e é prova do génio dos seus criadores. O filme concentrou-se mais na acção e na interacção militar e tecnológica e menos no lado psicológico e emocional. É pena, pois uma das grandes qualidades da série de Eva foi exactamente essa abordagem psicanalítica e teológica à história, que lhe angariou imensos fãs, que se identificaram com os dilemas das personagens. Por se focar menos nas personagens, o lado de comédia que aligeirava a série também fica um tanto diluído e às vezes forçado.

Gostei do filme e vi-o com paixão, mas não o acho tão brilhante como a série. O tentarem incluir tudo, até mesmo o Pen2, quebrou um bocado o ritmo e a empatia que a série provocava.

E depois há a falta das canções. Não ouvir "Zankokuna Tenshi no Thesis" já foi estranho, mas logo o filme sugou-me para dentro dele e não senti tanto a falta da canção. Mas no fim não haver "Fly Me to the Moon" foi mais estranho ainda! Juro que estava à espera de começar a ouvir "fry me to za mun..." quando a voz, familiar, de Utada Hikaru começa a cantar uma canção J-Pop, a condizer com o tipo de anime que Evangelion é, mas desinteressante, depois de inúmeras versões de "Fly Me to the Moon", uma delas cantada por Utada Hikaru, foi decepcionante. E pessoalmente já gostava muito dessa canção muito antes de Eva. Assim como prefiro o logo da NERV como era antes. Com a outra imagem (que não percebo bem o que é) por trás fica uma trapalhada visual e não se percebe bem.

Gostei da boca de Misato no fim, depois do resumo do próximo filme, a prometer "saa... kono tsugi mo, service, service o!" (pois... e a seguir também, há fan service, fan service!).

Gostando menos ou não, Eva é Eva, e soube muito bem ver este filme e, claro, deu-me mais vontade ainda de rever a série!

Terminei de ver: Red Garden


Red Garden é definitivamente uma excelente série anime que passou discretamente despercebida. A sua produção é da melhor qualidade, cenários lindíssimos, 3D integrados de forma invisível, character design original e bonito, animação de muitíssimo boa qualidade e uma história muito boa e bem estruturada. De facto não há um único dos 22 episódios onde não aconteça algo de importante ou as raparigas não sofram algum tipo de evolução.

Apesar de ser um anime num contexto fantástico e de terror, existe uma grande procupação com as personagens, tendo todas elas uma caracterização meticulosamente detalhada, o que lhes dá espaço para mudanças de temperamento, amadurecimento, em suma, evolução. É interessante que todas as raparigas mudam: Rose torna-se menos infantil e mariquinhas, Claire menos agressiva e intolerante, Rachel menos fútil e insensível e Kate passa a ser menos passiva e conformada.

O final da série, ao contrário do que vem sucedendo demasiadas vezes com muitos anime recentes, não desilude e corresponde num crescimento emocional. Todas as explicações sobrenaturais para a situação e aventuras das 4+1 raparigas são plausíveis se bem que talvez um pouquinho insuficientes, mas algo tinha de ser deixado em aberto, não? Faltou saber exactamente como as maldições surgiram, mas são acontecimentos que ficaram esquecidos no passado. Pelo menos não ficam pontas soltas e a batalha final é suficientemente dura e bem coreografada para dar um bom clímax.

Gostando bastante das 3 canções dos genéricos (OP: "Jolly Jolly", ED1: "Rock the LM.C" e ED2: "OH MY JULIET."), a súbita aparição das raparigas a cantar canções melancólicas nos primeiros episódios é esquisita e artificial. É certo que faz alguma ligação entre os sentimentos de dúvida e confusão que as assaltam, mas faz pouco sentido num anime com uma caracterização geral para o realista. E as melodias, que como melodias de fundo até passam, como canções são demasiado melosas, não se integrando no ambiente funky e moderno nova-iorquino do resto do anime.

Aliás é de certa forma refrescante o cenário nova-iorquino, retratado de forma tão meticulosa, por oposição à grande maioria das séries que se passam num contexto mais nipónico ou às vezes europeu ou mediterrânico. É fácil conjugarmos este anime com as inúmeras séries e filmes americanos passados no mesmo contexto.

Ainda há uma pequena série de OAVs, Dead Girls, relacionada com este anime, espero conseguir vê-la também.

RED GARDEN

22.7.08

Ando a ver: Glass no Kamen (2005)

Já ando a ver esta série há bastante tempo, mas como os episódios (que são 50 ao todo) levam muuuuuito tempo a estar dispiníveis, tem sido um processo lento que de certeza não seria se acontecesse o contrário. Exactamente por causa disso há cerca de 6 meses que não via um episódio e, ao ver um hoje, tive aquela sensação: "Epa, já andava com saudades disto!"

Se eu devorei a primeira série (de 1984), esta série (de 2005) é igualmente devorável mas com diferenças. A qualidade da animação, character design, cenários, etc. melhorou com uma utilização inteligente das novas tecnologias. Maya está praticamente igual, mas Ayumi e algumas outras personagens foram devidamente actualizadas. Perde-se aquele sabor vintage, mas ganha-se em empatia, pois a história é mais forte que qualquer acessório.

Ao começar a ver este anime a primeira coisa que me marcou muito foram as canções dos genéricos e a banda-sonora. As canções, não sendo particularmente interessantes como músicas, são muito intensas e algo épicas, mas ao mesmo tempo sóbrias. Muitas vezes quando não aprecio ou acho cansativas as canções dos genéricos, salto-as, mas neste caso nunca o faço. A banda-sonora propriamente dita consiste principalmente de música electrónica ou de sintetizador, mas com melodias ambientais e mais clássicas. Isto dá-lhes uma força e ao mesmo tempo algum artificialismo que, por alguma razão estranha, encaixam lindamente nesta série e adicionam-lhe mais intensidade emocional.

E depois vem a história... que, claro, é a mesma da série anterior, mas talvez com alguma continuação (só quando chegar lá é que saberei), uma vez que a série de 1984 não abrangia de forma alguma a longuíssima e interminada manga de que ambas são adaptadas. A diferença na nova série é que, como tem mais episódios, as histórias individuais desenvolvem-se a um ritmo mais lento, mas também mais pormenorizado. Essa diferença na narrativa faz com que qualquer das personagens seja mais detalhada e se torne mais envolvente ainda.

Despojada quase na totalidade do estilo de drama exagerado à anos 80 da outra série, as duras penas de Maya continuam igualmente intensas, mas mais empáticas com o espectador. O maior realismo embutido nesta série faz com que aquela primeira estranheza, que se sente ao ver um dorama, com interpretações e realização muito exageradas dos anos 80, estejam ausentes e que se viva a história com maior verosimilhança, o que neste caso dá à série uma maior qualidade. É um bocado como quando uma canção é boa, independentemente das versões que dela são feitas, a melodia principal está sempre lá e até ganha com os diversos pontos de vista.

テレビ東京・あにてれ ガラスの仮面

19.7.08

Terminei de re-ver: Aishite Night



Parti do princípio que a história deste anime se passava em Osaka ou na região de Kansai, pois logo no primeiro episódio aparece o restaurante Mambou, de Okonomiyaki, comida típica dessa região, Go compra Takoyaki, outro prato típico da região, para o jantar com Hachizou e Shigemaru, o pai de Yakko, tem uma pronúncia e vocabulário de Kansai (Kansai-ben). Mas ao longo da série vamos tendo comprovativos de que afinal a história se passa em Tóquio ou na zona de Kantou. A primeira coisa que me levou a desconfiar foi na primeira ausência de Go por causa de um concerto em Osaka. Yakko leva Hachizou à estação, para se despedirem, e eles partem de Shinkansen (comboio-bala). Se vivessem na zona de Kansai não se justificava irem de Shinkansen. Mais tarde vê-se uma silhueta da Tokyo Tower à noite, mas como não era muito clara podia tratar-se de outra torre semelhante (e há muitas no Japão), mas quando Go vai por uma semana para perto do Fuji-san (Monte Fuji) e Hachizou olha para o Fuji-san no horizonte com saudades, não tive dúvidas. Com isto ficou claro que se a acção não se passa em Tóquio, passa-se nos arredores, pois o Fuji-san não está suficientemente perto para se ver ao longe na região de Kansai e ainda temos nos últimos episódios claramente a fachada de tijolo da Tokyo Eki (estação central de comboios de Tóquio).

Já me tinha pronunciado de que não aprecio lá muito as canções dos BeeHive, uma das razões é porque são demasiado anos 80! Aliás quase tudo neste anime é pronunciadamente anos 80. Como costumo dizer, infelizmente só o pior dos anos 80 é que voltou, rever este anime dá-me a mesma sensação. As canções são mesmo o estilo de música que não ouvia naquela época nem que me pagassem, e as roupas, os penteados e algumas situações são mesmo datados. Não que não tenha a sua piada, é um anime kitsch e datado, com isso vale o que vale e não deixa de ser viciante e bom de se ver. Até me parece que se não fosse tão datado perdia a graça. Pesquisando um bocadinho na net, vim a saber que o renomado Joe Hisaishi colaborou na composição das canções!! Aliás não é o único famoso neste anime, para além da mangaka, Kaoru Tada, também Shingo Araki colaborou no character design (assim se explica muito porque gosto deste anime).

Continuando nas canções, acho que este é o anime que vi com maior razão de engrish ou palavras em inglês misturadas com japonês, a começar pelo título: Aishite Night. Existem algumas dúvidas se não será Aishite Knight, mas eu não tenho nenhuma:
Logo nos primeiros episódios, Go veste um colete que diz nas costas Love Night, como aishite quer dizer amor ou amar, faz todo o sentido. Mas não é só o título, qualquer das canções dos BeeHive tem uma mistura de inglês com japonês, "Freeway, Freeway, rokuju ga iru..." [Freeway, Freeway, estão cá sessenta...], "Baby, onna no me o mirou..." [Baby, vejo os olhos da mulher], "I love you, machi o..." [I love you, pela cidade...] ou "Tatoeba twilight" [Talvez twilight]. Soa esquisito em português? Em japonês também!

Ver Aishite Night de novo não teve grandes diferenças das outras vezes (há mais de 10 anos), fora o facto de antes ter visto a série em italiano e agora em japonês. Apenas uma coisa mudou, não me senti tão envergonhada por estar a gostar de um anime assim, foi só da primeira vez ;) .

Agora olho para este anime como uma espécie de antepassado de NANA, aliás, se for analisar as origens de ambos, a inspiração das autoras é semelhante. Tanto Kaoru Tada como Ai Yazawa gostam de música e resolveram transpô-la para as suas manga. A grande diferença é que Ai Yazawa tem um melhor fashion sense que Kaoru Tada (mas já chega de martelar nos anos 80). Ambos os anime são histórias dramáticas e românticas, que se poderiam desenrolar na nossa vizinhança, pontuadas por actuações dos grupos rock/pop de cada um. Como formato é engraçado e interessante, torna o anime menos telenovela e mais animado. Se houvesse mais exemplos, talvez a variedade e qualidade da música fossem maiores.

愛してナイト



18.7.08

Naruto

E lá estreou Naruto na SIC-Radical. Confesso que não tenho muita curiosidade, mas também não tenho preconceito. Só não me interesso muito, porque não é o género de anime que costumo gostar. No fim-de-semana vou tentar ver o compacto (espero que façam um) e assim direi de minha justiça...

9.7.08

Ando a ver: Red Garden

Tenho reparado numa coisa curiosa neste anime: todas as pessoas "diferentes", como as 4 protagonistas, têm o cabelo em dégradé (de claro para escuro) sem sombras ou reflexos, enquanto que as pessoas "normais" têm o cabelo desenhado num estilo mais clássico, em cor lisa com a sombra recortada.

Haverá verdadeiramente alguma intenção nisto?

RED GARDEN

8.7.08

Comecei a re-ver: Aishite Night

(o anime viciante!)

Após algo longas buscas consegui achar este anime (em raw), pois por mais que não seja o estilo de anime (ou ficção) que eu costume ver ou goste, este é aquela excepção à regra por ser tão viciante. Lembro-me, de quando começou a dar há uns anos na RTP2, ficar ao mesmo tempo enojada e fascinada, tanto que, das duas vezes que deu, vi a série de fio a pavio!

Aishite Night (ou A minha amiga Licia) é viciante porque é muito bem enquadrado numa realidade plausível, neste caso a zona de Kansai (Osaka) no Japão, e porque as emoções e peripécias se desenrolam a um ritmo bem orquestrado de tal forma que a curiosidade nos leva a querer ver mais e mais... É um anime romântico mas com boas cenas e personagens de comédia, que se equilibram um ao outro. Tem um quê de piroso (principalmente nas músicas) mas tratando-se de um dorama, se não for romântico e um pouco piroso, não é um dorama a sério.

Há qualquer coisa de desconcertante em Go (Mirko), Satomi e a sua banda. A música é um rock muito foleiro, mas também os meus gostos musicais estão a léguas do J-pop comum, e o visual da banda é um bocado andrógino. Mas suponho que esta é uma versão até bastante realista de uma banda rock popular japonesa na zona de Kansai, tradicionalmente mais discreta que Tóquio. A androginia e as cores de cabelo exóticas fazem parte.

Outro aspecto que me fez gostar muito desta série (e acredito que agora mais ainda) é a contextualização numa cultura popular e dia-a-dia nipónica. O restaurante do pai de Yakko (Licia) é um restaurante tradicional de Okonomiyaki (prato típico da zona de Kansai), o apartamento de Go e Hashizo (Andrea) é o mais provável que um rapaz de cerca de 18-19 anos sozinho poderia alugar, um 6 tatami com kitchenette num pequeno e modesto prédio de apartamentos. Toda a restante cidade, as paisagens, os estabelecimentos comerciais, a escola de Yakko, o estúdio de gravação e ensaios, o assédio das fãs, são muito típicos do Japão moderno. Durante a série vemos Yakko a ir às compras, o pai dela a preparar as okonomiyaki, Yakko e a amiga a conviverem nos locais típicos de duas jovens raparigas: o depaato (loja de departamentos), cafés, etc. É daqueles anime que, se não apelar a mais nada, apela pelo excelente retrato social.

Já me estou a preparar para ver isto num ápice. Hoje ainda só vi o primeiro episódio mas tenho a certeza de que se tiver oportunidade, daqui a uns dias já ando a ver aos dois e três episódios por dia! Como o dia de hoje ainda vai no início, nada me garante que não veja mais um ;).

愛してナイト

6.7.08

Ando a ver: Lupin III - Part II

Hoje começou a dar no AXN a 2ª série de Lupin III que, naturalmente tem algumas alterações: o casaco de Lupin passou a ser vermelho assim como a camisa azul-escura e a gravata rosa pálido. Gostava mais do anterior visual (casaco verde, camisa preta, gravata amarela) mas não são esses pormenores que me fazem deixar de gostar da série.

O engraçado desta 2ª série é que começou em Lisboa, num paquete. Não se vê rigorosamente nada de marcante de Lisboa, até poderia ser noutra cidade qualquer, mas gostei do pormenor. O próximo episódio continua em ambiente luso-brasileiro, vão estar no Rio de Janeiro ^_^.

Como não vi estas séries como deve ser quando deram anteriormente, já deu para perceber que esta é mais internacional, à lá James Bond. A 1ª parecia sempre que se passava num contexto japonês.

Lupin the 3rd Network

AXN
sab. dom. 14:30, 7:10 (repetição)

2.7.08

Terminei de ver: Le Chevalier D'Eon

A época é próxima (cerca de 10 anos as separam), o cenário é o mesmo, há personagens em comum e há gente travestida, mas apenas isso liga Le Chevailer D'Eon a Versailles no Bara.

"The pen is mightier than the sword" [A pena (caneta) é mais forte que a espada] é uma frase que me vem bastante à cabeça ao ver este anime. Mas se por vezes a força está do lado da caneta, outras está do lado da espada. Isto porque neste anime se arranja, através de uma conspiração extremamente rebuscada, uma explicação sobrenatural, até mística, para a Revolução Francesa. O poder é mantido através de salmos, recitados por poetas. O salmo mais ambicionado, que uns querem proteger e outros destruir, é o salmo do Rei, Rei esse, Luís XV de França. À maneira de Alexandre Dumas, por trás de personagens e acontecimentos reais, existe muito mais que as aparências ou o que a história registou.

No final, satisfatoriamente reslvido, alguns acontecimentos atropelam-se e Mme. Pompadour e a Rainha Marie morrem no mesmo episódio (e aparentemente no mesmo dia), enquanto que, no próprio genérico final da série, 4 anos separam as suas mortes. A própria doença de Luís XV vem, historicamente, bastante mais tarde que na série, mas são pequenos pormenores que não estragam o visionamento dos episódios finais. Não esperava um final feliz, afinal avizinha-se a Revolução Francesa e os protagonistas são nobres, mas não sei porquê não enguli bem o final que destinaram a D'Eon. Não sei até que ponto é baseado em factos reais (se o for, perdoo o anticlímax) mas se não for, é muito conformista.

No meio desta intriga já complicada, ainda existe toda a intriga política histórica, ela também bastante complicada. Sendo esta combinação muito interessante, complica bastante a assimilação deste anime, e é essa uma das razões que me levou tanto tempo a vê-lo. Só consigui ver um ou dois episódios de cada vez e com a cabeça bem descansada.

シュヴァリエ|WOWOW ONLINE
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...