29.12.12

Comecei a ver: Mawaru Penguindrum

Oh sim, Kunihiko Ikuhara volta a atacar! Mawaru Penguindrum é uma série intrigante, aliás como tudo onde Kunihiko mete o dedo: Sailormoon, Shoujo Kakumei Utena. Descobri Kunihiko Ikuhara graças a Utena (apesar de já ter visto Sailormoon naquela altura), que descobri nas páginas da revista Newtype, muito por causa do character design invulgar. Desde então Ikuhara tem andado muuuito sossegado, apenas revelando um estranho fetiche por pinguins no seu blog. Naturalmente quando percebi que Mawaru Penguindrum foi criado por ele e que envolvia pinguins, a série foi imediatamente acrescentada à lista.

Penguindrum nasce da estranhíssima combinação de pinguins com o ataque com gás sarin, na linha Marunouchi do metro de Tóquio, pela seita Aum Shinrikyo, a 20 de Março de 1995. Como é que daí sai uma série anime shoujo, sobrenatural e com algum drama do quotidiano, só mesmo Ikuhara para dar uma eventual explicação. Mas a mencionada linha de metro e a data 20 de Março de 1995 têm um papel fundamental na história e isso percebe-se rapidamente. Mais não sei e não digo.

Os protagonistas são uma família de três irmãos adolescentes, Himari, Shouma e Kanba Takakura, órfãos e a viver sozinhos. Himari está gravemente doente e os irmãos mais velhos fazem tudo para permanecer juntos e cuidar da irmã. A nossa história começa com uma ida dos irmãos ao aquário onde compram um gorro em forma de pinguim real a Himari. A partir daí, sem querer fazer spoilers, a vida deles entra numa espiral surrealista de acontecimentos sobrenaturais, que os leva a conhecer a sociopata Ringo Oginome. Sociopata, pois Ringo não regula definitivamente bem da carola, vive em função de um plano louco elaborado num diário da sua irmã morta, Momoko, que envolve também Keiju Tabuki, o professor dos irmãos Takakura.

Ainda só vi 6 episódios e ainda há muito para esclarecer nesta fase, mas, se esta série não for como a maioria das séries mais recentes que tenho visto, não o parece e ainda tem o selo de garantia de Kunihiko Ikuhara, de prometer mas não cumprir, acho que vou gostar, muito. Gosto das personagens, até mesmo de Himari, a mais sonsinha, gosto do character design e dos gráficos, gosto dos genéricos algo depurados, gosto da música, gosto da história intrigante e algo surrealista. Também gosto muito de os figurantes serem representados como figurinhas da sinalética das casas de banho e afins. Já em xxxHOLiC tinha gostado de serem apenas silhuetas, faz com que as personagens se destaquem e reforça a ideia que estão lá só para encher.


Seizon Senryaku ROCK OVER JAPAN - Triple H
*O clip começa aos 32 segundos e é de um episódio mais adiantado. Para não haver spoilers, sugiro começar nessa altura e parar quando o clip termina. Não consegui encontrar o clip sozinho. 

Tenho de falar na banda-sonora. Para variar adoro ambas as canções do genérico (até ao episódio 6) e a transformação de Himari é um verdadeiro videoclip, levando o conceito das transformações de mahou shoujos a outro nível. Videoclip esse, nada mau, com uma canção engraçada e que apetece ver sempre. Já tinha havido uma tentativa semelhante em Utena, com a sua "escalada" à arena dos duelos, mas na época notavam-se em demasia as costuras da junção de CGI com animação tradicional e o videoclip tornava-se algo limitado. A música em Utena apesar de boa era demasiado pesada e ao fim de alguns episódios tornou-se cansativa. O uso de CGI e animação 3D em Penguindrum é uma mais-valia que foi muito bem aproveitada, pois faz-nos querer saber a importância de cada elemento que o integra. Voltando à banda-sonora, não sei se é o mesmo compositor de Utena, mas reconheço a mesma percussão em cenas de tensão e alguma semelhança no geral. Como Kunihiko Ikuhara parece ser a versão moderna do génio produtor/ditador para o anime, não me admira nada que até tenha o dedinho dele nisso.

Há mais um factor que intriga, na série há muitas cenas passadas no metro, onde aparecem sempre duas personagens, Double H, em sinalética ou pequenas animações informativas com roupa semelhante à de Himari quando se transforma e ao primeiro genérico final. Estou a roer-me de curiosidade para saber a ligação com o resto da história!

輪るピングドラム

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