Finalmente encontrei o filme 1000 Nen Joou e pude vê-lo. Encontrar anime mais antigo pode por vezes ser uma busca complicada, mas com paciência e perseverança chega-se lá! Como fã acérrima de Leiji Matsumoto, na minha longa lista de anime a ver estão todas as suas obras. Até agora não tem desapontado.
1000 Nen Joou é um filme que reconta a história de Andromeda Promethium, a dita Rainha dos 1000 Anos, originalmente uma série com 42 episódios, que estreou após Galaxy Express 999. Andromeda Promethium, ou Yukino Yayoi, o seu nome na Terra, reina em segredo a Terra durante 1000 anos, milénio esse que chega ao fim e a rainha será substituída por uma nova. Mas os planos mudam e La Metal, o planeta de Promethium, aproxima-se perigosamente da Terra.
Leiji Matsumoto varia pouco a caracterização das personagens, Promethium, na realidade a mãe de Maetel e Esmeraldas, de Galaxy Express 999 e Captain Harlock, faz as vezes de Maetel e Hajime, o rapazinho órfão, as vezes de Tetsuro. Talvez isso seja por 1000 Nen Joou ter sido produzida na sequência do sucesso de Galaxy Express 999, mas para mim não importa, o que interessa é o resto. A série aparentemente não teve o sucesso desejado, ficando com menos 10 episódios que o planeado, mas o filme, se não o teve foi por ignorância, pois é um deslumbre do princípio ao fim!
A animação é de primeira, nota-se um cuidado geral maior que o costume na época, a banda-sonora magnífica e completamente adequada à história e ambiência geral e a narrativa uma história de ficção-ciêntífica sólida e empolgante. Ao contrário de Galaxy Express, aqui não se explora um mistério, Hajime fica cedo a saber quem é a sua professora Yayoi e o que importa é salvar a Terra, os humanos e, se for possível, La Metal e os "metalianos". A narrativa está suficientemente bem construída para quem conhece perceber os laços que a unem a outras séries de Matsumoto, mas sem deixar quem não conhece atrapalhado com conceitos mal explicados. O filme funciona sozinho, por si só, sem depender das histórias paralelas e as duas horas de duração passam espantosamente num ápice. É raro um filme de anime durar mais que uma hora e meia, e em 1000 Nen Joou não há um momento inútil ou enfiado à força. Todas as sequências são importantes e o ritmo é acelerado.
Gostei mesmo muito de ver este filme, surpreendeu-me pois é bem melhor do que estava à espera. Promethium tem maior densidade que esperava, Hajime, um pouco como Tetsuro, serve de elo de ligação e elemento explicativo, há um cientista limitado na sua humanidade, mas brilhante e que ajuda a encontrar a solução, naves espaciais espectaculares, conflito de interesses, um love interest, até dois e uma vilã sinistra como convém. Tenho de ver a série e comparar, pois gostava de saber até que ponto as diferenças entre ambos se aproximam das diferenças entre GE 999, a série e os filmes.
Ver filmes como este dá-me cada vez mais vontade de ver anime vintage e cada vez menos ver o mais recente. A maioria do que tenho visto de recente, salvo algumas excepções, ainda bem que as há, tem sido desapontante. Muitas das séries modernas são um desperdício de excelentes recursos técnicos que se vendem a conceitos fáceis ou comerciais que mais não fazem senão vender merchandising. As histórias prometem muito e não cumprem, parecem vazias de conteúdo... será que os fãs estão cada vez menos exigentes?
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