23.6.14

Non Gou & Andromeda Promethium

Non Gou, Majokko Meg-chan | La Andromeda Promethium, 1000 Nen Joou
Há algum tempo que não fazia aqui um post sobre cosplay, mas desde então tenho ido a alguns eventos e dois fatos novos. Continuo a seguir a política de 1 fato por ano, pois a carteira não permite mais.

O ano passado no Verão fiz a 2ª versão do fato de Non Gou (Nádia), de Majokko Meg-chan (Bia, a Pequena Feiticeira), cuja 1º versão foi o meu maior falhanço em termos de cosplay. As razões foram muitas, mas resumindo a época em que o fiz, anos 90, foi errada: perucas, ainda por cima azuis, nem imaginá-las e eu tive a ideia macarrónica de fazê-la novamente em lã (a de Black Lady resultou pois tinha os totós e eu fiz uma touca) e devo ter parecido uma Non de trapos. Também houve outros precalços, que aliás até desta vez tive dificuldade em ultrapassar alguns, um deles a pintura facial branca, que para mim é um sacrifício. Como insisto em estar o mais confortável possível, o fato da Non, pelas razões menos óbvias, acaba por ser um dos meus fatos mais desconfortáveis.

Por outro lado, o meu mais recente fato, Andromeda Promethium, de 1000 Nen Joou, de Leiji Matsumoto, é um dos meus fatos mais confortáveis, também pelas razões menos óbvias. Apesar da peruca de 1,5m e 660g de peso, como fui aprendendo a prender bem as perucas (= maior conforto), consegui fazer a coroa bastante leve e que permanecesse segura um dia inteiro na minha cabeça, como o vestido é comprido e de malha, pude usar os sapatos que me apeteceu (no caso as minhas sandalechas, estilo Birkenstock, todo-o-terreno) e chegar ao fim do dia com um cansaço mínimo.

Sim, fazer cosplay não é confortável, basicamente passam-se muitas horas em pé, nem sempre com os sapatos mais confortáveis ou com roupa constrangedora ou pouco adequada à temperatura local. Já para não falar nas perucas, que às vezes podemos estar um dia inteiro com uma peruca de 1,5m e não nos sentir muito incomodados, ou outras vezes passarmos umas horas com uma peruca curtinha e só sentir comichão e calor na cabeça... Mas a diversão de enfiar uma fatiota fora do vulgar, que saiu das nossas mãos e olhar-mo-nos de relance numa vitrine ou espelho e reconhecermos a personagem é do mais recompensador que há!

Aos eventos, vamos por partes.

Asian Culture Party
Em Julho do ano passado fui a este evento convidada como jurada de dois concursos de skits de cosplay, um individual e outro de grupo, e também porque foi num local que tinha curiosidade em ver, num pavilhão na Cidade Universitária. No primeiro dia levei o cosplay de Tsukikage-sensei, que como o tempo estava chocho provou ser uma boa opção (mas fui de ténis - a vantagem dos vestidos compridos), mas no segundo não levei o da Non, que estava praticamente pronto, fui à civil, pois a peruca chegou, Lei de Murphy, na segunda-feira seguinte. Típico.
O evento tinha boas condições mas foi chocho. A entrada não era cara, mas desiludiu um pouco quem ia lá atrás do título, pois basicamente foi um evento de anime (Japão) modesto com Gangnam Style (Coreia) aos berros nos altifalantes. A organização era esforçada e simpática, mas talvez tenha sido demasiado ambiciosa.
Soube há pouco que este ano é mesmo perto de minha casa, mas no mesmo dia do AniFest... que já foi anunciado há meses. Sem comentários.

AniFest
Em Setembro foi a primeira edição do AniFest em que fui mais uma vez jurada do concurso de cosplay ECG. Estreei o cosplay de Non, mas a temperatura ainda estava demasiado alta para tanta roupa e a cara branca. Resultado: apesar de ter adorado toda a experiência, partilhado a mesa do júri com a Asheria, excelente cosplayer portuguesa, e a Shappi, uma cosplayer incrível da Polónia, que para além de talentosa é amorosa, acabei por passar grande parte do dia fechada nos camarins com o ar condicionado no fresquinho e não ter usufruído de grande parte do evento.
Mas no dia seguinte fui à civil e aproveitei vários workshops, um genérico sobre cosplay da Ana Isabela e um muito esclarecedor sobre armaduras da Shappi.
O ambiente no evento, cheio de actividades e com a adicional de convidados estrangeiros, era muito bom e animado e achei tudo bastante bem organizado. Este ano há mais e mal posso esperar!

Winter Cosplay Ball
Em Dezembro finalmente foi organizado um "baile" de cosplay, coisa que desejava há algum tempo. A APC, Associação Portuguesa de Cosplay, junto com um "salão de jogos", a X-treme games, organizou o que era mais uma festa com traje obrigatório cosplay ou formal. Levei o meu fato de Yuuko, pois como é bastante natalício e por ser de veludo, achei adequado para uma festa assim.
O espaço, apesar de pequeno e lhe faltar qualquer tipo de charme digno da palavra "baile", é mais estilo garagem, foi perfeitamente adequado ao tipo de festa que resultou e foi uma excelente oportunidade para conviver com outros cosplayers sem mais elementos que pudessem distrair. Fora a escolha musical, para mim pouco interessante, a festa foi um sucesso, conheci imensa gente simpática nova, convivi com mais gente simpática que já conhecia e diverti-me muito. Este evento ainda teve a vantagem de ser suficientemente perto da minha casa para ir a pé. Espero que haja nova edição este ano.

Cosplay Photoshoot #11
Novamente em sábado de Carnaval fui ao Parque das Nações ao Photoshoot. Levei o cosplay de Non, já com alguns alívios, graças a muita pesquisa e algumas ££, e soube lindamente tentar encarnar uma personagem que tem poses e não precisa estar com um ar demasiado sério ou zangado.
O que faz a diferença neste evento todos os anos, para além de um fato diferente, são os cosplayers com quem calha acabarmos por conviver. Mais uma vez conheci gente nova, na maior parte das vezes são as personagens ou alguma característica dos fatos que servem para quebrar o gelo. Nesse aspecto o cosplay gera um convívio fácil, calculo eu, até para a pessoa mais tímida.
Este ano repetiu-se a after-party, desta vez uma espécie de reprise mais descontraída do baile de Inverno na X-treme Games. Foi bom, mas uma bela canseira!

Festa do Japão
Acho que não mencionei antes, há quatro anos que se organiza em Lisboa, no jardim das Sakuras em Belém a Festa do Japão. No primeiro ano não fui, nem sei porquê, mas a partir do segundo ano, e porque percebi que havia algum destaque ao cosplay, fui sempre até agora. Estreei lá o fato dos corações da Hokuto Sumeragi (Tokyo Babylon), o ano passado fui de Tsukikage-sensei e este ano estreei a Andromeda.
A Festa do Japão é mais multicultural, tem vários espectáculos em palco, dança, música, artes marciais, cosplay, e ainda bancas, cuja minha preferida é a dos livros em 2ª mão. Já lá achei uns tesourinhos! Também há bancas de comida, o meu tirar a barriga de misérias anual de takoyaki.
Este ano foi especial por reencontrar um velho amigo destas andanças do anime, o Tetsuo Ogata, do Club Otaku. Também foi especial por o test-drive da minha coroa, que tanto trabalho deu, ter sido um sucesso, até quando me abaixava ela não saiu do lugar. Só não experimentei fazer headbanging ou andar aos pulos, mas convenhamos... seria off-character!

Podem ver as fotos que fui tirando nesses eventos nas minhas galerias do Google (Asian Culture Party, AniFest, Cosplay Photoshoot #11, Festa do Japão 2014).


Cidade Universitária, ETIC, X-treme Games, Parque das Nações, Belém

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