Há alguns anos, um amigo meu andava à procura deste filme, sem o encontrar e, entusiasmada pela estética "vampire pink" do cartaz, fui à caça. Mas nos sítios habituais da candonga, não encontrava rigorosamente nada, menos ainda com legendas em inglês (o meu amigo não fala japonês). Até que, num último recurso, fui ver ao YouTube. Encontrei duas versões do filme, uma em japonês (e tailandês), com qualidade decente, e outra, com legendas em inglês, de que eu afinal precisava, pois não percebo patavina de tailandês, mas com uma musiqueta de fundo, baixinho, calculo para se esquivarem à censura youtubica, que às vezes chateia, outras nem por isso. Deixo os dois links no fim do post.
O filme é uma historieta romântica de uma vampira, Kiira, que se apaixona por um mortal, Tetsu. Já se percebeu o conflito... Depois de conhecer o seu mortal, Kiira sofre uma desgraça na família, que faz com que vá viver com a tia jeitosa, na prosaica Yokohama, e ajudar na padaria da família, vampira, Ban Panya (um trocadilho à japonesa, o nome da família é Ban e "panya" significa padaria, tudo junto dá, foneticamente, "vampire"). Ela vive feliz a sua vidinha de pasteleira, mas volta a cruzar-se com o seu amor, ao mesmo tempo que a tragédia do passado também a alcança. Naturalmente, como o bom shoujo romântico que é, termina tudo na paz dos anjos.
O filme usa alguns dos cânones clássicos da mitologia dos vampiros, o morder, a sede de sangue, o viver para sempre e não envelhecer, detestar alho e prata e pouco mais. Ignora outros, como andar à luz do dia, crucifixos, não me lembro se se vêem ao espelho ou não, e mais umas quantas. Depois introduz o amor romântico, as tradições de família e vampíricas, a música pop, as amizades, tudo envolvido pelo tema da pastelaria kawaii.
O filme é morno, estava à espera de ser mais kitsch e de me divertir com isso, mas mesmo assim é engraçado. Adorei os trocadilhos com os nomes: Ban Kiira = VanKiller; Ban Panya = VanPire; etc. e do amor dela ser músico aspirante. A história de Kiira é clássica, mas contada sem muito dramatismo, apesar da tentativa na narração inicial, com grafismos góticos e da iluminação e décor gótico da mansão da sua família. Mas a coisa não deixa de ser morna o que torna tudo levezinho demais. Gostava de ver ou melhor dramatismo, ou uma encenação num tom de comédia camp ou kitsch.
E depois há aquele estilo interpretativo dos actores japoneses, cheios de maneirismos do kabuki, que para os japoneses é capaz de passar despercebido, mas que a nós, ocidentais, causa sempre estranheza. Mas, nas poucas cenas mais dramáticas do filme, eles mudam de registo e revelam-se actores decentes, capazes de interpretações dramáticas e com emoção e empatia.
Fora a sequência inicial, na mansão "gótica" dos Ban e um ou outro efeito ao longo do filme, há muito pouco de fantástico, menos ainda de terror, para um filme com "Vampire" no título. Mesmo assim, já não via um dorama há bastante tempo, soube bem, mas também soube a pouco.
Koi Suru Vampire Vampire in Love 2015 Engsub (a tal versão com a musiqueta)
恋する•バンパイア Vampire in Love 2015 (o original)
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