Japão, 1986, 124min
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O CASTELO DO CÉU LAPUTA
Sinopse: Sheeta cai misteriosamente do céu literalmente para os braços de Pazu, que vive e trabalha numa pequena cidade nas montanhas. Este encontro leva ambos a uma série de aventuras provocadas pela perseguição de piratas do ar e do exército a Sheeta, que acabam numa busca pela identidade dela e pelo misterioso castelo no céu, Laputa.
Crítica: Mais um filme onde Hayao Miyazaki expressa a sua profunda paixão por máquinas voadoras, desta vez a quase totalidade do filme se passa com os pés muito pouco assentes na terra. É um filme com uma permissa simples, todas as personagens buscam no castelo Laputa um sonho, uma utopia. Sheeta busca a sua identidade, Pazu concretizar o sonho do pai e aprender com a tecnologia, os piratas tesouros e o exército, na personagem de Muska, o poder. A dada altura todos encontram o que buscam, mas nem todos são bem sucedidos e simplesmente os maus são castigados e os bons recompensados, mas não sem algum sacrifício ou a destruição do próprio sonho.
Com um enredo mais político mas ao mesmo tempo mais simples que Nausicaä, Laputa é um filme um tanto desequilibrado, balançando entre peripécias que se arrastam e climaxes imponentes. Mas se algumas partes se prolongam, tudo é compensado com a chegada ao fantástico castelo no céu. Toda a paisagem é lindíssima, a concepção arquitectónica do castelo de uma decadência romântica e é aí que o filme verdadeiramente começa a cativar com a resolução, pouco a pouco, de todos os mistérios.
Também é na fase do castelo que verdadeiramente vemos a mensagem ecológica de Miyazaki em acção, num castelo de uma civilização tecnológicamente avançada mas que, à semelhança de Macchu Picchu (onde muita da paisagem se inspira) ou das cidades dos Maias, foi misteriosamente abandonado. Como tal a natureza tomou conta do lugar indiscriminadamente até tornando o único robô que resta em actividade numa espécie de delicado protector da natureza, ao contrário do seu aspecto beligerante. Neste robô encontro uma outra referência a um importantíssimo filme de animação francês, “Le Roi et L’Oiseau”, de 1980, onde um robô semelhante, delicadamente abre a gaiola de um minúsculo passarinho.
Se prestarmos atenção, a grande maioria dos filmes de Miyazaki são conduzidos por uma protagonista forte (Nausicaä, Kiki, Chihiro, etc.). Neste filme temos uma personagem masculina em pé de igualdade, Pazu. Em muitos aspectos acho-o muito semelhante a Conan (da famosa série de TV “Mirai Shounen Conan” – “Conan, o rapaz do futuro”), na determinação, no engenho e em vários aspectos físicos, a começar pela fisionomia e a terminar nalguma agilidade fora do comum.
Na direcção artística vemos aqui uma confirmação do rumo já anteriormente traçado de paisagens idílicas onde a natureza domina, onde o céu é muito azul e o verde muito verde. A característica mais marcante e invulgar sendo que as poucas paisagens terrestres são extremamente acidentadas, paisagens agrestes onde difícilmente o homem e a sua tecnologia destroem sem critério (mais uma referência a Macchu Picchu). O culminar da beleza desta paisagem é o castelo que lembra certas representações, da pintura do periodo romântico europeu, de um certo Olimpo utópico.
A animação é, como sempre, intocável, abusando, no bom sentido, de cenas aéreas em céus nublados. A banda-sonora é, como sempre, de Joe Hisaishi mas ainda bastante discreta e sem um tema marcante. É um filme espectacular em termos visuais e detalhe, com talvez alguma ressalva para a narrativa ligeiramente desequilibrada.
Classificação: 7/10
13.10.06
CINE-ASIA: Tenkuu no Shiro Laputa
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2 comentários:
tas convidada a participar no primeiro forum de anime de portugal e se quiseres iscreverste
To ancioso pra ver esse anime,assim como O Castelo animado,recém lançado aqui no Brasil...abraço!
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