25.1.15

Acabei de ver: Princess Tutu

 
Princess Tutu tinha ficado pendurada há tempos, pois o que me acontece com frequência quando começo a ver uma série é por algum motivo ter de interromper e quando volto a ter disponibilidade para continuar a vontade mudou e acabo por começar a ver outra série que também me despertou o interesse. Mas recentemente andava (e ando) com uma vontade de shoujos à antiga, de onde regressou o pensamento a Princess Tutu.

Como se passou bastante tempo, basicamente o que me recordava era o ambiente e arte da série, para além das maravilhosas músicas do genérico. Portanto recomecei do início e fiz bem. Princess Tutu definitivamente é uma série para ver de serguida, de preferência de uma assentada.

À primeira vista Princess Tutu, com um título assim, a ideia de um shoujo, um mahou shoujo, aliado a ballet, parece uma coisa muito pink, delicodoce e enjoativa por acréscimo. Mas, tal como os ballets, contos, óperas e outras peças de música clássica, principalmente do séc. XIX, onde se inspira, Princess Tutu é sombria, melancólica e por vezes trágica. O ambiente é inspirado num cenário germânico, de contos de fadas, de uma pequena cidade que aparentemente gira em redor da escola de artes, onde Ahiru e os outros protagonistas estudam ballet. Com torreões e águas-furtadas, moinhos e noras, canais e riachos, arquitectura em pedra, estuque e madeira, ruas empedradas e pequenas pontes, temos a sensação de uma pequena cidade aprazível, algo antiquada, com uma atmosfera um pouco desconcertante. Mas como temos seres humanos a socializar pacificamente com animais antropomórficos, logo descartamos essa ideia para o "suspension of disbelief" e não pensamos mais nisso.

Nesta série a banda sonora tem um papel fundamental, pois é a inspiração directa para a própria narrativa, que, sendo completamente original, bem construída e empolgante, bebe da grande maioria das peças em que se baseia, tais como: O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Scheherazade, Romeu e Julieta... Mais ballets pontuam a banda-sonora e a narrativa, mas gostei bastante dos acordes d'O Crepúsculo dos Deuses, de Richard Wagner, nas cenas de tensão ou quando algo corria mal. Wagner é o meu compositor preferido. Utilizando elementos narrativos destas e de outras peças musicais, os argumentistas de Princess Tutu souberam criar uma história inteligente e muito bonita. Mesmo o "final feliz" não é exactamente o que se está à espera e a dois episódios do fim, dificilmente se sabe como tudo vai acabar, apesar de haver uma esperança.

Princess Tutu é uma pérola no anime mahou shoujo actual, com identidade própria, que foi buscar inspiração a outras praias sem precisar de ser mais do mesmo. A quem goste de shoujo à antiga e ainda não viu: veja!

プリンセスチュチュ
ADV: Princess Tutu


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