16.12.17

Shoujo Tsubaki - Eiga

Não demorou muito, cá estou eu de volta com Shoujo Tsubaki, o filme de 2016.

Este filme, apesar de menos próximo no tempo da manga que o filme anime de 92, leva-se menos a sério e só lhe falta uma coisa que o outro filme tinha de melhor, uma banda-sonora à altura.

Ainda sem ter lido a manga, fica para outros carnavais, este parece-me mais próximo naquele tom surrealista e psicadélico de que senti falta no anime. É tudo plasticamente artificial, a caracterização física das personagens, com cores berrantes e padrões estilizados, os cenários, claramente de estúdio e artificiais, e até o modo como as personagens se comportam durante o filme.

Para uma história tão rocambolesca, basicamente a mesma que conta o outro filme, mas com um final mais adiantado e fechado, não forçosamente previsível, agrada-me mais esta opção estética artificial, mais evocativa da manga, que definitivamente reforça o surrealismo onírico da história e nos desperta muito mais a atenção. Talvez por ser mais gráfico, a violência e as cenas chocantes ficam suavizadas, com a adição do fait-divers obrigatório por lei no Japão, de remover as partes pudendas, que me despoleta sempre uma garglhada, independentemente da circunstância ou do filme. Desta vez foram desfocadas.

A atenção aos detalhes em toda a caracterização física é enorme e demonstra que este filme não foi feito de ânimo leve e é bem mais interessante e divertido que os filmes japoneses do disparate, de produtoras como a Sushi Typhoon. Sim, encaixa na estética da moda, aposto que se voltar a ver os vídeos do Halloween em Tóquio vejo algumas Midoris, mas no geral é tudo muito bem conseguido e o resultado é consistente, interessante e de boa digestão. Aliás, o guarda-roupa é delicioso, não é só o vestido amarelo às bolinhas vermelhas de Midori.

Gostei do desempenho dos actores, os maneirismos japoneses que costumam enervar-me um bocado, aqui encaixam lindamente, afinal é deste universo do kabuki que eles vêm, o mesmo que terá inspirado a manga. A actriz principal, Lisa Nakamura, que interpreta Midori, faz muito beicinho, mas não é infantil, a personagem é uma ingénua, que por via das circunstâncias acaba por ser caprichosa e cruel. E eis que mais adiante no filme surge o Mamoru, de Pretty Guardian Sailormoon! Gostei muito mais dele aqui, mas o papel é pequeno. Não reconheci mais nenhum actor, excepto uma participação especial de Misha Janette, uma modelo e stylist americana que vive no Japão e está dentro desta estética monster kawaii, bastante popular lá para os lados de Harajuku. Mas também ando muito desactualizada dos doramas para reconhecer muita gente.

Como disse acima, o que falha aqui, e que resultou no anime, é a banda-sonora. O que existe não é mau, o único tema que se destaca é a clássica musiquinha de circo, mas este nem é um típico circo ocidental, está mais próximo de um freakshow, com monstros nipónicos, mas é muito pouco. Fazia falta uma banda-sonora psicadélica anos 60, cheia de órgãos e guitarras, por vezes o filme é muito seco, uma musiquinha faria o filme deslizar melhor.

Só tenho pena de não ter passado este ano no MOTELx, esta bizzaria tinha encaixado lindamente no festival.

Bom, falta a manga, agora ando a ler Sugar Sugar Rune, é por causa do lançamento da Neo Blythe Chocola este mês - admito - mas depois vou procurar Shoujo Tsubaki. Um fatinho de cosplay para as minhas Blythes já está na lista :'D tenho de me por a fazer camélias em origami!

映画 少女椿 公式サイト

10.12.17

Shoujo Tsubaki

Descobri recentemente Shoujo Tsubaki, bom, não tão recentemente, pois já tinha visto imagens e, apesar de me ter chamado a atenção, tinha descartado como "demasiado antigo para encontrar facilmente", através do meu vício no YouTube: os vídeos de maquilhagem. Nos vídeos de Halloween da vlogger e modelo Rin Rin Doll, surge esta pérola [vídeo abaixo] que mesmo no conjunto dos vídeos dela se destaca.

Foi isso que me fez descobrir que se trata originalmente de uma manga por Suehiro Maruo, de 1984. O video da Rin Rin inspirou-se no filme live-action do ano passado (2016) e foi na busca do mesmo que descobri o filme anime de 1992, do qual blogo aqui.


Trata-se de uma história dentro de um surrealismo fantástico, baseado na mitologia popular japonesa e dos kaidans, sem moral da história e sem um final feliz e fechado. Tudo isto são aspectos que me levaram a gostar da ficção japonesa, há tantos, tantos anos. Infelizmente desde a mudança de século, as narrativas tem vindo a americanizar-se e raramente aparecem coisas deste género. Este filme também não é claramente para crianças, apesar da protagonista, Midori, ter 12 anos.

Este é talvez o fime mais politicamente incorrecto que vi nos últimos anos desta era politicamente correcta, onde a pobre Midori fica orfã, é abusada, violada, arrancada da escola e de uma vida normal e é salva, ou não, por um anão hipnotizador. Eu sei, spoilers, mas nem tanto, saber estas coisas, que de certa forma acabam por construir o carácter de Midori, não muda o modo como vemos o filme, fora talvez algum choque inicial, mas que pode ser também um aviso à navegação.

O filme tenta manter a estética retro, algures entre os anos 30 e 60 da manga original, mas não sem uma certa estilização típica dos anos 90, que lhe retira o psicadelismo. A narrativa desenvolve-se rapidamente, por curtos capítulos, devidamente intercalados por intertítulos, reforçando o lado retro. O que também reforça e muito o lado retro é a banda-sonora psicadélica anos 60-70. A animação é detalhada mas não é maravilhosa, cumpre o básico, mas cá está, podia ser mais psicadélica, ficava genial neste contexto. Sinto falta do amarelo às bolinhas vermelhas que está na manga e também no live-action.

Bom, este foi o primeiro visionamento desta busca, espero encontrar o filme, pelo qual estou super curiosa, em breve e vou ver se encontro a manga também.

Filme: 映画 少女椿 公式サイト


18.9.17

Card Captor Sakura - Clear Card Hen - Prologue - Sakura to Futatsu no Kuma

Ou seja: Card Captor Sakura - Arco das Cartas Transparentes- Prólogo - Sakura e os Dois Ursos. Ufa! uma pessoa até fica cansada de escrever um título tão comprido!

Ai que saudades de Card Captor Sakura! Ai que saudades de ver anime! Este episódio especial é a adaptação directa de uma das histórias da manga, mas ainda de Card Captor Sakura, onde Sakura é levada a compreender os seus sentimentos.

Ainda não toquei em nada da nova manga Clear Card Hen, apenas vi as capas dos tankoubons que são lindas como sempre e mantéem a estética da manga original. Ver este pequeno episódio lembrou-me o quão esganiçadas são as vozes japonesas (as portuguesas eram piores) e do quão fofa é a Sakura, a um ponto que não me faz urticária, pois é trapalhona q.b. para equilibrar. A história é simples, o episódio é simples, é um bom meio para nos levar de volta a este universo e mesmo assim adicionar algo à narrativa. Agora a ver vamos.

Como sempre como tudo das CLAMP, Madhouse, Morio Asaka, o episódio está impecavelmente bem feito, só não gostei muito da "limpeza" do traço para mais fininho, delicado, acho que o traço mais definido anterior, adicionava carácter aos desenhos e aproximava-se um pouco da estética das CLAMP, que não têm medo de usar o preto, mesmo que Sakura não seja um dos melhores exemplos disso.

Agora é ler a nova manga e esperar pela nova série. Tenho alguma curiosidade em saber como a história avança e até que ponto os dados de Tsubasa e xxxHOLiC se irão cruzar com esta nova Card Captor Sakura, por mais que isso me enerve, principalmente no qe toca a Tsubasa.

NHK アニメワールド|カードキャプターさくら クリアカード編

YouTube

14.8.17

Terminei de ver: Saint Seiya Ω


Queria ter feito um post a meio, quando o genérico e, de certa forma, a série mudam, mas infelizmente não tive tempo.

O que falta em Saint Seiya Ω?
Várias coisas, a começar pelo Ikki/Fénix! Shiryu, Shun, Hyoga e até mesmo Seiya, que parecia apenas ser mencionado durante toda a série, voltam por breves momentos, mas nada de Ikki! Bom, a Marin também não volta, mas o meu cavaleiro preferido é o Ikki e a amazona a Shaina, e temos bastante Shaina.
Continuando o paralelismo com a série original, já que a narrativa se desenvolve de forma semelhante, outra coisa que senti bastante falta foi a empatia com as personagens. A empatia está lá, mas faltam todos aqueles episódios, dedicados em bloco por personagem, onde cada cavaleiro ultrapassa obstáculos aparentemente inultrapassáveis para um Cavaleiro de Bronze, o que os torna excepcionais tanto no poder e resistência, como na preserverança. Esses episódios também desenvolvem as personagens, acrescentam-lhes uma densidade que faz falta em Ω. Aqui eles parece que já chegam prontos. Mesmo o encontrarem o 7º Sentido não tem o mesmo impacto.
Outra coisa que me fez confusão é que no grupo original eram todos órfãos, mesmo que tivessem irmãos, o que acrescentava uma aura de mistério ao factor que os tornava cavaleiros. Nesta as origens são mais diversificadas e existem laços familiares de várias naturezas, o que lhes corta um bocado a motivação altruísta de defender Atena.

Sensivelmente a meio, a música do genérico muda para um rock um pouco mais actual, mas ainda com um sonoridade anos 80. Infelizmente não é suficientemente marcante para ficar na memória. O genérico também muda para uma montagem de imagens da série, intercaladas por algumas feitas de propósito. Nada de especial e igual a tantos outros. Nada de épico nos genéricos.

Apesar disto tudo, a história continua empolgante e o desenvolvimento fez-me querer ver os episódios de uma assentada. Gostei do vilão com remorsos, Eden é definitivamente o Ikki desta história, chegando para salvar a pátria, neste caso a Terra, quando todos os outros estão em baixo. Agora uma questão que já me colocava desde a primeira série e que provavelmente nunca será respondida: se Atena é uma Deusa, se existe uma hierarquia de poder,

Deuses
Semideuses
Cavaleiros de Ouro
Cavaleiros de Prata
Cavaleiros de Bronze
comuns mortais

como é que ela precisa sempre de ser salva pelos cavaleiros supostamente menos poderosos de todos? Como é que os Cavaleiros de Prata e de Ouro são sempre tão corrompíveis? Eu sei que são estes problemas que tornam a série interessante, mas gostava que a Atena tivesse um papel um bocado mais activo, ao menos na original ainda organizava os campeonatos. Safou-nos a Yuna, que teve o seu lado maniqueísta da menina do grupo bastante diluído (apesar das mangas de balão... ugh!). Só mesmo a Shaina é uma personagem feminina forte e independente.

Gostei muito de regressar ao universo dos Cavaleiros de Atena, mesmo sentindo algumas falhas inexplicáveis e não sendo a mesma coisa que o impacto brutal de Saint Seiya. Acredito que seja mais uma série para os fãs que para quem não o é. Mesmo assim é uma boa série.

聖闘士星矢Ω-セイントセイヤオメガ- 公式サイト 東映アニメーション


 BIGGS

23.6.17

Ashita no Nadja

Mal posso crer que nunca escrevi um post dedicado a Ashita no Nadja!! Adorei de tal forma a primeira vez que vi a série que só uma eventual falta de disponibilidade o justifica. Durante uma actual maratona de costura uma das séries que tenho andado a engolir às colheradas é Ashita no Nadja.

Esta é uma série relativamente recente mas que se encaixa lindamente nas séries vintage dos anos 70 e 80, que contam a saga de uma menina órfã para encontrar as suas origens. Mas não é de todo mais do mesmo e é uma das melhores dentro do género.

Primeiro, Ashita no Nadja é uma série com bons valores de produção, resultando num character design polido e bonitinho, com uma dose q.b. de detalhes, cenários bem trabalhados e geograficamente correctos, boa animação com pouca palha e alguma animação 3D nas cenas da transformação da caravana em palco e nos itens de Nadja. Mas o melhor desta série é uma realização aprimorada e a ousadia em focar temas mais sérios ou em ter episódios mais melancólicos intercalando a alegria vigente. A banda-sonora é também inovadora, incluindo para além das canções, trechos de música clássica e longos silêncios que acentuam o dramatismo. Para além da saga de Nadja, esta série também inclui a dança e a música como complementos e é uma espécie de guia turístico romântico da Europa do início do séc. XX. Naturalmente existem as típicas incongruências japonesas neste tipo de série, como uma personagem japonesa, Kenosuke, que surge mais ou menos do nada, o facto de todos se entenderem, apesar de passarem por países com línguas diferentes, uns mini-leões que aparentemente crescem ao ritmo humano e objectos mecânicos pouco plausíveis. Gostava de saber onde cabem o palco e 8 pessoas/camas naquela caravana...

O meu episódio favorito é o episódio 26, uma espécie de perseguição muito reveladora para Nadja, passada no deslumbrante Alhambra, em Espanha. Mas ao rever a série apercebo-me que não é apenas o episódio do Alhambra que é marcante, todos os episódios passados em Espanha fogem ao clichè do salero e da alegria solar e mostram um lado mais melancólico ao crepúsculo, menos evidente naquela Espanha para turistas, mas sem dúvida romântico e realista, na dualidade de sol e sombra que existe na cultura de nuestros hermanos. Não há dúvida que o realizador destes episódios é fã de Espanha! A luz e a escolha de cenários nestes episódios é sublime e mesmo o modo como a narrativa é contada deixam-nos uma sensação de algo mais que uma simples série de anime shoujo a passar no Canal Panda.

Tenho andado muito ocupada e tenho uma série de posts atrasados. Nem devia estar aqui a escrever isto agora, mas não podia deixar passar o ímpeto de colmatar o facto de nunca ter escrito aqui acerca de uma das séries que mais me marcou nos últimos anos.

明日のナージャ

 Canal Panda

20.6.17

Comecei a ver: Saint Seiya Omega

Continuo a tentar organizar-me para voltar a um ritmo regular a ver anime, mas antes das séries da lista, as inacabadas ou filmes que vi e ainda não comentei por aqui, quando caiu-me no colo Saint Seiya Omega, que está a dar no Biggs. Está dobrado em português, é certo, mas até agora não tenho nada a apontar à dobragem. Tecnicamente está com boa qualidade de som, a tradução parece-me mais cuidada que o habitual, até traduziram o "cloth" por "manto", e as alarvidades da Novaga já são passado.

Saltei Lost Canvas, Hades e tudo o que está entre a série original e esta, tenciono vê-las na mesma, apesar de várias recomendações para não o fazer, mas Saint Seiya faz parte do meu panteão de séries "sagradas", e quero consumir tudo que lhe seja relacionado.

Ainda vi poucos episódios mas já estou a adorar! Omega é uma boa homenagem ao Saint Seiya original, uma espécie de continuação alternativa, que reconhece, menciona e inclui quase todas as personagens principais do original. Seiya é presença constante na herança que coube a Kouga, Saori aparece no início e é, como no arco dos Cavaleiros de Ouro, o pivô de tudo. Shaina treinou Kouga, Ryu é filho de Shiryu (e Shunrei, calculo eu) e o Cavaleiro da Hydra é colega da geração mais nova. A história, apesar de muito semelhante em vários aspectos com Saint Seiya, modernizou-se. Agora começa num ambiente de colégio, com direito a uniforme escolar e tudo, eles já não carregam os caixotes das armaduras, usam umas gemas muito "mahou shoujo", já chegam todos à história ligados à respectiva armadura e o grande prémio é uma entrevista com Atena em vez do Papa. Há mais elementos novos e importantes para a história, mas são spoilers e nem eu mesma ainda sei muito bem no que aquilo vai dar. Também há diferenças, os elementos da natureza agora têm um papel relevante, é uma coisa mais de jogo, a hierarquia está mais diluída e os elementos da "nossa" equipa não são todos herdeiros directos dos cinco originais. Para começar, temos uma menina, Yuna, que se rebelou e não usa máscara e que é cavaleira da Águia, mas nada de menções a Marin e a armadura é a mais diferente da original, aliás é de bronze, não prata. Soma é cavaleiro do Leão (Menor), mas não é Cavaleiro de Ouro ou Prata e assim por diante. Muito ainda está por saber.

Para além dos paralelismos óbvios, temos uma nova versão, menos anos 80, mas mesmo assim a ideia está lá, de "Pegasus Fantasy" e um character design que poderia ser de Shingo Araki, mas em que todos foram esticadinhos e rejuvenesceram um bocado, apesar de ou serem da mesma idade ou até mais velhos que o grupo original. Sim, nunca percebi muito bem como a Saori tinha 13 anos e os outros tinham uma média de 15 anos de idade. Sim, o Ikki, aquele homenzarrão, só tinha 16!! As armaduras foram estilizadas e tornaram-se numa segunda pele, o que não facilitou em nada o trabalho já complicado aos cosplayers de Saint Seiya.

Porque estou a gostar tanto? Anda a lembrar-me da maneira certa de Saint Seiya. De quando via às 11h da manhã de domingo (salvo erro) na RTP1, menos os baldes de sangue, por enquanto. A história é simples e avança bem, as personagens são fortes e carismáticas e mesmo sem grandes cliffhangers, deixa o desejo de ver mais!

聖闘士星矢Ω-セイントセイヤオメガ- 公式サイト 東映アニメーション

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