23.12.05

メーリ・クリスマス

... ou seja: Feliz Natal!

Quem leia o meu outro blog já há de ter percebido que não ligo quase nada ao Natal, mas nos anime e manga costuma haver ilustrações tão boas de Natal e porque me apaixonei por esta, apesar de já ser do ano passado (se não me engano), deixo então aqui a Rei a a Asuka de Evangelion para dar as boas festas.

http://www.gainax.co.jp [JP]

Ando a re-ver: Shoujo Kakumei Utena

Felizmente tive a sorte de poder ver a série Shoujo Kakumei Utena relativamente pouco tempo depois de ela sair no Japão, numa altura em que até tirar mp3 da net era quase proíbitivo. Infelizmente no pacote de K7s VHS faltava um episódio, o 12.

Agora que tenho a série, e com melhor qualidade, em formato digital, tenho andado a revê-la aos pouquinhos e finalmente vi o episódio 12 que é bastante importante na série. É um episódio em que vemos uma Utena atípica, em vez de na sua habitual boa disposição energética de maria-rapaz, vêmo-la deprimida e sorumbática, de uniforme feminino, isto tudo porque perdeu um duelo com Touga porque ele se aproveitou da sua ingenuidade.

Utena é uma heroína, já de si, atípica para um anime. Para além de ser uma maria-rapaz a 100% (costumam sê-lo numa percentagem menor), de se vestir com uniforme de rapaz mas mesmo assim gostar de rapazes, é independente, determinada e inconformista. Mas do mesmo modo que é inconformista e rebelde também é idealista e ingénua. É engraçado que num anime de cores saturadas também as personagens o são de certo modo e Utena reflecte muito bem um desejo que se manifesta bastante nos anime, o de ser diferente e individualista, contrário às regras básicas da sociedade japonesa. Talvez por isso os heróis de anime tenham os cabelos de quase todas as cores menos o preto e tenham personalidades tão fortes e fora do comum (são muitas vezes preguiçosos ou têm um mau desempenho na escola) e raramente são os overachievers que a sociedade pede. Através do contraste de ver a Utena vestida como todas as raparigas do colégio e com atitudes tão passivas é que nos apercebemos da sua diferença e do que a faz a heroína da série. Definitivamente este é um episódio chave para a compreensão da protagonista e, para além disso, fica-lhe muito bem o uniforme feminino!

http://www.jrt.co.jp/yos/ikuniweb/toppage.htm [JP]

22.12.05

Terminei de ver: Glass no Kamen

Como eu esperava, o facto de a história não terminar com a série, soube a pouco. Aliás algo de surpreendente nestes anime mais antigos é que me agarram ao écran e fazem com que veja as séries quase de seguida, em todos os intervalos que consiga arranjar. Parece quando se lê um daqueles livros empolgantes que não se conseguem largar a não ser quando chegam ao fim e mesmo assim ainda queremos mais!

A desgraçada da Maya realmente sofre bastante, mas menos às mãos dos outros e mais em prol do sonho de ser actriz. Ao contrário das expectativas Ayumi, apesar de ser uma rival de peso, não é desonesta e não faz nada propositado para atrapalhar Maya a não ser esforçar-se mais ainda no seu próprio sonho. Como ainda não terminou a história ficou por ver qual das duas é que, no fim das contas, vai fazer de "Kurenai no Tenyou", a mítica peça sómente representada por Chigusa Tsukikage nos seus tempos áureos.

Maya, apesar dos sentimentos contraditórios acaba por se aperceber que Masumi é a mesma pessoa que "o homem das rosas púrpura", deixando-nos à espera do que possa vir a acontecer entre os dois nesta relação de amor-ódio. Quanto a Yuu, ele lá se esforça por dar a entender à distraída Maya, concentrada apenas em ser actriz, de que gosta dela. Apesar de alguns precalços ela acaba por perceber e respeitar o que ele sente e ele, ao perceber a dura concorrência que é a dedicação dela à carreira, resolve dar luta e ir para Nova Iorque estudar teatro como deve ser.

Enfim, está visto que vou ter de ver a série de 2005 a ver se pelo menos a restante história, entretanto publicada na manga, está lá.

19.12.05

Howl no Ugoku Shiro

Eu sou da geração que ficou a conhecer melhor o anime através de Conan, o Rapaz do Futuro, lógicamente sou fã de Hayao Miyazaki. Mas foi longo o intervalo entre o ver o Conan e a restante obra dele que, felizmente, comecei pelo melhor: Tonari no Totoro.

Então finalmente vi O Castelo andante, levei este tempo todo por diversas razões de força maior mas também porque, desde que Miyazaki ficou na moda a minha paciência começou a escassear. Isto não quer dizer que não continue a gostar dos seus filmes, muito pelo contrário, quero é vê-los no meu tempo, ao meu ritmo.

O que achei mais curioso neste filme foi a história que, se analisarmos os outros filmes de Miyazaki, faz um pequenino desvio. Feitiçarias, cenários e adereços à parte esta história é a história de um tipo solteiro, que perdeu a capacidade de conviver com as pessoas em sociedade que o que precisa é de uma mulher pragmática para tomar conta dele. É claro que Miyazaki nos enche esta simples história das típicas características do seu universo: o character design, a música mediterrânica de Jo Hisaishi, as máquinas voadoras, as paisagens de cortar a respiração, o céu muito azul, etc... mas, à parte de, para variar, a personagem feminina continuar a ser muito forte, esta é principalmente uma simples história de amor e tudo o resto está la para enfeitar. Ah, sim! O Calcifer é kawaii!!!

Por um lado é bom quando realizadores ou autores de filmes mais especiais ou diferentes aproveitam com inteligência as facilidades que o sucesso lhes traz, e sem dúvida que Miyazaki o faz muito bem, sem perder a inocência e o charme. Mas ele já fez melhor, pois acho que este filme vale quase só pela história (que nao é dele) e menos pelo equilíbrio de todas as partes que constituem um filme. O Castelo andante é um bom filme e se não tivéssemos termo de comparação com outros filmes de Miyazaki diria até que é um excelente filme, mas ele já fez muito melhor e, assim o espero, voltará a fazer pois a sofisticação e as facilidades que a tecnologia e a fama lhe trazem só ajudam.

http://www.howl-movie.com/ [JP]
http://disney.go.com/disneypictures/castle/ [EN]

18.12.05

Glass no Kamen

Glass no Kamen (Máscara de vidro) é daquelas manga e anime shoujo que desde sempre me despertou a atenção por duas razões: primeiro porque é, juntamente com Versailles no Bara, um dos clássicos e porque tem bom aspecto. Com o tempo vim a perceber que também é uma das manga de maior longevidade no japão, pelo que percebi, encontra-se actualmente num hiato e tem 42 volumes publicados num espaço de mais de 10 anos!

Tudo isto e porque encontrei a série na net fez com que começasse a vê-la. A série é totalmente anos 80 com um genérico muito Fame/Flashdance-Made in Japan e uma canção a condizer. O guarda-roupa e parte da direcção artística também são bastante datados mas vêem-se bem e não chocam tanto como o genérico. A história já é mais neutra sendo um drama daqueles com convicção, em que a protagonista, Maya Kitajima, uma miúda de 14 anos, de uma família pobre é amadrinhada por uma ex-vedeta do teatro desfigurada e decadente, Chigusa Tsukikage, para aprender a ser actriz.

Apesar de ainda ter visto muito pouco já deu para perceber que a palavra teatro e ser actor/actriz, nesta história tem um sentido mais lato, em japonês diz-se o-shibai que quer dizer literalmente 'actuar em palco', e é mesmo isso que Maya e as outras personagens fazem, não sómente teatro. É interessante perceber como o anime mudou tanto, as histórias dos shoujo dos anos 70 e 80 eram muito mais intensas e emocionantes do que o são hoje. Tal como Maya as protagonistas eram um exemplo de preseverança e de auto-sacrifício seja por elas ou pelos que amam, abdicando de sonhos e coisas importantes da vida pelo que realmente consideram importante ou justo no momento.

Típicamente numa história destas, além da severa professora, Maya tem dois love-interests, o 'gajo bom' mais velho e independente Masumi Hayami e o jovem puro e apaixonado Sakurakouji Yuu. Ela também tem uma rival, Ayumi Himekawa, que é em tudo, menos no talento, o oposto de Maya começando pelo apelido. Kitajima é comum, quer dizer "ilha do norte" e Himekawa é elegante, quer dizer "princesa do rio". Maya é morena, pequenina, magrinha, pobre e tem um ar comum, simples, enquanto que Ayumi é bonita, loira, tem o cabelo aos canudos, exuberante, rica e muito elegante. Apesar de a rivalidade entre as duas mal ter começado parece que Maya vai SOFRER, mas... também acho que lá para o fim as duas vão ser concorrentes leais, quem sabe até amigas.

A manga ainda não tem fim, como eu disse encontra-se num hiato. Pelo que sei, a série de 1984 que estou a ver, também não tem final e o mais provável é vir a deixar-me com aquela sensação de que fata algo quando a acabar de ver. Como dizem os americanos: closure. Nos anos 90 foi feita uma série de OVAs, seguida de um dorama (=drama, palavra usada em japonês para a novelização de histórias para televisão, as nossas telenovelas) e, este ano (2005) começou a dar uma nova série em que talvez haja uma conclusão. Se gostar da antiga vou ver também a nova.

http://www.dreamsaddict.com/GarasuNoKamen/Intro.html [EN]
http://myhome.naver.com/fischer/Miuchi/GMEnglish.htm [EN]

17.12.05

Terminei de ver: Versailles no Bara

Finalmente a emocionante história de Oscar François chegou ao fim e com ela a monarquia francesa. Um pouco como na revista Première vou comentar...

O melhor: A intrincada história que não fica muito atrás de Alexandre Dumas na ligação entre a ficção e os factos reais. O excelente character design por Shingo Araki (não me canso de o elogiar) e a lindíssima direcção artística.

O pior: A banda sonora demasiado "anime anos 80" que está muito ligada a este anime, mas que é demasiado datada. A animação por vezes um pouco rudimentar e as pequenas incorrecções históricas, principalmente no guarda-roupa.

Oscar François é uma personagem impressionante na sua força e convicções, uma mulher como poucas. Admirávelmente humana. Este anime merece a designação de clássico, é daqueles que, independentemente do gosto de cada um, qualquer fã sério de anime deveria ver. Está no meu TOP10!!

Noir

Foi com satisfação que confirmei hoje que está a dar um dos anime que mais satisfação me deu nos últimos anos na SIC-Radical, Noir.

Mireille e Kirika são duas muito eficientes assassinas a soldo ligadas por um destino ancestral. Ao juntarem-se assumem o lendário nome assassino de "Noir". Mireille é mais velha, vivida tem sentido de humor e é algo maternal. Por vezes, nos primeiros episódios, ela faz-me lembrar a personagem de Jean Reno no filme Leon de Luc Besson, principalmente na sua relação com a planta num vaso. Kirika é uma adolescente japonesa, órfã, introvertida e fria o que a torna mais arrepiante cada vez que mata alguém.

A acção passa-se maioritáriamente na Europa, na actualidade, apesar de um certo ambiente de época, por vezes anos 20/30, por vezes anos 50. A maioria dos episódios passa-se em França e parte na Córsega o que faz com que os cenários solarengos contrastem com a acção, bastante soturna, na luz brilhante do sul da Europa. Todas as cenas de acção, principalmente os tiroteios são brilhantes, muitíssimo bem realizadas deixando-nos colados ao écran. A história leva-nos de um policial em tons de filme negro (film noir, suponho que foi intencional) através de um puzzle de misteriosas pistas acerca da relação destas duas mulheres até a um destino gótico medieval de sacrifício.

Gosto imenso das cenas da vida quotidiana de Mireille a começar pelo apartamento dela, a mini-scooter e vê-la a trazer uma baguette ao fim do dia para casa. Os cenários na Córsega deixaram-me cheia de vontade de visitar a ilha, com as suas villas e vinhas sem fim.

Uma das coisas que mais me marcou quando vi este anime foi a banda sonora, muitíssimo tétrica de canções com vozes femininas, coros medievais em latim e letras sinistras. É arrepiante e muito boa. Como já disse acerca de Paradise Kiss, é raro gostar muito de uma banda sonora de um anime, portanto quando gosto é porque é bastante marcante e provávelmente invulgar.

Finalmente não posso deixar de dizer que a voz de Mireille é interpretada por uma das minhas seiyuu (actriz/actor de voz) preferidas, Mitsuishi Kotono, que fez anteriormente Usagi de Sailormoon, Misato de Evangelion, Excel de Excel Saga e muitas outras vozes pois ela é excelente e bastante popular no Japão.

http://www.jvcmusic.co.jp/m-serve/tv/noir/index.html [JP]

3.12.05

Nippon Koma: dia 6

Apesar de ser sábado, a sessão de hoje foi um bocado desinteressante. Pelo menos os dois documentários de hoje à tarde, Danchizake (Sake caseiro) e Good Morning Yokohama (Bom dia Yokohama), não foram desapontantes, se bem que também não foram brilhantes.

O que havia de interessante no primeiro era o modo como o pai do realizador é um pária na sociedade japonesa, mostrando a audiências ocidentais, muitas vezes ignorantes do verdadeiro Japão, que lá nem tudo é pink e que nem toda a gente vive bem, só porque é um dos países mais ricos do mundo. O modo artesanal com que o senhor faz o sake é, no mínimo, curioso, principalmente porque o realizador intercala as actividades do pai com o testemunho da mãe (os dois são ainda casados mas vivem separados). O final é a partilha do dito sake entre pai e filho. Eles aparentemente gostam e, pela cor, a zurrapa tem um ar forte!

O segundo filme mostra-nos quase literalmente o dia-a-dia na gigantesca estação de comboios de Yokohama, igual a tantas outras no Japão. É a confirmação de certos hábitos e maneirismos que só os japoneses têm. É um filme pertinente, como serão todos os outros com o mesmo tema, não fosse o Japão um país de comboios, já Ozu o afirmava repetidamente nos seus filmes.

http://www.midnighteye.com/reviews/homasake.shtml

Os 4 filmes da noite, a série Fade into White, tem o defeito que quase todos os filmes experimentais com pouca narrativa têm: até podem ser muito bem feitos, e estes eram sublimes no uso muito feliz do 3D a preto e branco muitíssimo saturado, mas costumam ser um bocado chatinhos. Apesar de esta ter sido uma das sessões mais curtas de todo o ciclo, estava farta de estar ali e no fim vi muitas (demasiadas) caras sonolentas.

http://www.alles.or.jp/~goshima/

Em resumo: comparando com os anos anteriores, esta edição do Nippon Koma foi, de certo modo desapontante.
Em 8 documentários/filmes experimentais só um foi marcante, Peep "TV" Show, que, felizmente não desapontou mas sim surpreendeu, e dois se viam sem problema, Danchizake e Good Morning Yokohama.
De todas as sessões de animação valeram a pena as duas de Paranoia Agent, que apesar de anime comercial era bem interessante no lado surrealista das narrativas japonesas, Memories porque, preconceitos à parte, é um excelente conjunto de filmes, a sessão de dia 1 dos filmes da OneDotZero, que continua a ter uma excelente escolha de filmes em 3D, videoclips e publicidade, e do filme Kakurenbo, por tudo, talvez tenha sido o anime de que gostei mais no festival, e ainda a sessão dos filmes de Kawamoto Kihachiro que apesar de terem, em média, 30 anos ainda espantam com a sua beleza e qualidade e, acima de tudo, mostram um lado tradicional do Japão ainda considerado muito belo contando histórias muito interessantes.

Não sei se terá sido uma boa aposta dobrar o nº de sessões em relação aos anos anteriores. Antes, em vez de 12 sessões eram 6 sessões que repetiam alternadamente (uma vez às 18h30 e outra às 21h30) pelos 6 dias. Acho que aqui o ditado "poucos, mas bons" se aplica, não fica bem ser ganacioso. Peca também o festival este ano pelas falhas técnicas que foram demasiadas, entre dobragens em inglês e falta de legendagem em muitos dos filmes que passaram, não foi só a sessão de Kihachiro. Outra falha é a falta de informação e a má tradução dos textos do programa. Era bom que para a próxima, para além da tradução dos títulos lá estivessem os títulos originais e outra informação como, por exemplo, a distribuidora ou produtora ou ainda o título do videoclip e não o nome da banda/músico. Se se quer procurar mais informação sobre os filmes que vimos, na maioria das vezes é difícil assim. Esperemos que para o ano melhore um bocadinho. Lá estarei de novo.

2.12.05

Nippon Koma: dia 5

A sessão da tarde foi mais uma sessão de curtas de animação mas mais experimentais ou de autor e menos marcantes que as de ontem à noite. Não me lembro bem de todos, portanto vou saltar alguns.

Shimomomo (Pêssegos congelados) é um filme bonitinho que nos mostra uma rapariga a tirar uma lata de sumo de pêssego, único item no seu frigorífico, que está colada no congelador.
Yume no nokori (Remanescente do sonho) é um mais um filme em 3D que aborda o dia-a-dia de um estudante de escola secundária com as suas frustrações, etc., etc...
Jii-san no tsubo (A jarra do velhote) é um filme, do ponto de vista de uma máquina fotográfica do velhote que faz várias tentativas, com mudanças de zoom, foco, etc. de fotografar uma jarra em cima de uma mesinha.
Tools (Ferramentas) é um filme muito sinistro em 3D (pelo que percebi pelas legendas em japonês - o filme era falado numa lingua inventada), em que um sapo tenta extorquir dinheiro de um outro animal através de violência.
Polygonhand_oooo.jpg filma umas mãos com efeitos 3D.
Gravitation (Gravitação) é um bonito filme em fundo preto com traços a branco e pontualmente outras cores vivas, onde uma miúda é atraída pela gravidade da Lua para o espaço.
Maze (Labirinto) é um filme feito a partir de fotografias ligadas por fades e morphing que nos mostra um pequeno labirinto de ruas estreitas japonesas.
Real é um interessante filme que usa imagens reais e as fragmenta.
Platform (Plataforma) é um divertido filme que mostra, através de animação de plasticina, o que se passa numa dada plataforma do metro quando os comboios páram e os salarymen saem e se encontram, cada um com o seu jornal.
Chalkdust (Pó de giz) é um filme melancólico que mostra um homem que desenha diversas figuras no chão enquanto que as restantes pessoas passam como sombras.
Vamos almoçar juntos (não consegui apanhar o título original) é um colorido filme que conta sobre um miúdo que não quer comer. Apesar do grafismo com cores muito vivas os pratos de comida vão parecendo cada vez mais deliciosos. A não ver de estômago vazio.
Papillon Yoshiko (Borboleta Yoshiko) é um filme com uma animação infantil e rudimentar mas algo erótica sobre o corpo de uma rapariga.
Fancy (Distinto) sobre imagens de uma mulher a preto e branco e com uma música desconstruída ao inverso, vemos formas florais surgir.
Kougan é um engraçado filme de animação de plasticina cuja história faz lembrar a original do Planeta dos Macacos.

http://www.open-art.tv/theater/movielist.html

Agora vamos provávelmente ao melhor filme do festival! Os documentários têm desapontado bastante mas Yutaka Tsuchiya não desapontou! Na primeira edição do Nippon Koma, em 2003, tive a sorte de, entre os filmes que pude ver, estar incluído um outro filme dele, The New God, de que até hoje me lembro como um excelente retrato de uma parcela da sociedade japonesa. Também era muito divertido. O filme de hoje, Peep "TV" Show, mostra mais um pouco desses nichos da sociedade que continuam a passar pela falta de objectivos e de identificação sentida pela juventude japonesa. Yutaka mostra-nos isso através de um voyeur e de uma Goth-Loli com um excelente sentido de humor e um realismo de fazer inveja ao prórpio site www.peeptvshow.net (que ainda existe!!!) do voyeur. Desta vez Tsuchiya já contou com a colaboração da sua antiga vítima em The New God, Karin Amamiya, cuja amizade vimos surgir no filme. É difícil escolher um momento no filme, mas talvez o meu preferido seja a cena em que os dois protagonistas, Moe e Hasegawa, correm pelo cruzamento de Shibuya, antes de irem para uma casa de banho pública feminina filmar.

http://www1.cts.ne.jp/~w-tv/pts_index_e.html
http://www.asahi-net.or.jp/~kn5t-szk/index.htm

1.12.05

Nippon Koma: dia 4

Não sei o que se passa com a programação dos documentários deste ano mas eu estou a achar todos uma seca. Se calhar não atinjo o propósito destes filmes. O de hoje, Tegami (Carta), tem uma excelente ideia mas muitíssimo mal desenvolvida e técnicamente muito má. A ideia, mostrar o diálogo (quase de surdos) por mensagem de telemóvel de um adolescente com os seus correspondentes, é, na minha opinião excelente e daria pano para mangas em linguagem cinematográfica. Pena que o resultado é um filme chato em que os picos de interesse se focam quase no toque do telemóvel de mensagem nova, isto tudo porque os tempos de espera vão sendo progressivamente maiores até à seca final. Acredito que esta cadência tenha sido propositada, mas que é uma grande seca, é! Mas o pior mesmo não foi isso. Se a imagem era de má qualidade pela fraca iluminação e falta de compreensão que provocava o pior era um som, muito degradado, quem sabe na pós produção, que parecia que estava a ser ouvido num sistema sonoro de péssima qualidade, com demasiados ruídos de linha, má calibração do sistema e desgaste do original. Isso, mais que tudo irritava imenso o que não ajuda num filme de difícil digestão.

http://www.imdb.com/title/tt0383006/

A sessão da noite, pelo contrário, foi provávelmente uma das melhores até agora. Os filmes, em 3D, da distribuidora Onedotzero continuam a ser prestigiantes e muito bons! Os filmes são muitos, vou tentar comentar cada um deles.
Acidman (Homem ácido) é um videoclip, um pouco delirante, de imagens coloridas de natureza. Achei lindíssimo e a música também era bastante interessante.
Triple Jump (Salto triplo) é uma publicidade para as companhias ANA (aviões), JR (comboios) e JAL (aviões) para levar as pessoas a fazer ski. O divertido é um 3D excelente de três avestruzes radicais a esquiar.
Hybrids (Híbridos) é também uma publicidade, desta vez para a Nike, que parodia as séries tipo Transformers ou os sentai (Power Rangers) com personagens kawaii (giras) que se acopulam para se tornarem mais fortes. A ironia é que, quando se acopulam, em vez de ficarem um mecha gigante, ficam de um tamanho diminuto.
Akanegumo (Nuvens Akane) é um clip bem engraçado que retrata, através do som de Taiko, em vez do coração, as emoções por que passa um miúdo para entregar uma carta de amor à menina bonita da turma (Akane). Típicamente não consegue, mas recebe o certificado de tocador de taiko. Excelente!
Trainsurfer (Surfista de comboio) são dois episódios hilariantes, do que pressuponho seja uma série para a MTV Japan (tinham nº de episódio - 69 e 88), de uma espécie de anti-heróis que surfam, literalmente, em cima dos tejadilhos dos comboios citadinos. A fazer download se possível!
Catwalk (Passarela) é um filmezinho muito engraçado que nos mostra uma miúda que anda em cima de um muro préviamente ocupado por um gato. Muito bonitinho.
Mobile Suit Gundam MS Igloo é uma publicidade a um produto subsidiário da muito conhecida série de anime Mobile Suit Gundam. Confesso que percebo pouco de Gundam e não percebi exactamente do que se tratava, talvez um jogo para consola ou computador. O 3D era do estilo realista, como nos jogos de computador ou no filme Final Fantasy.
Afra: Dance (Dança) é um videoclip do grupo Afra muito psicadélico que foi buscar os efeitos de vídeo muito usados nos anos 80 (Baboushka de Kate Bush, por exemplo) e os transpôs para um 3D colorido. A música do grupo é muito vocal. Interessante.
3-Men (3-Homens) é mais um clip em 3D que usa as cores primárias para a caracterização das personagens.
Loop Pool (Piscina em Loop) é uma representação da cadeia alimentar num 3D muito bonito e bem conseguido cujo final tem um twist engraçado.
Tope con Giro é um clip onde salarymen saltam em camas elásticas criando ritmos de samplig acumulativos. Irónico.
Afra: Digital Breath (Respiração digital) é um clip do mesmo grupo (músico?) Afra mas que desta vez o resultado é bem mais interessante. Partindo da música, que são vocalizações quase suspiradas, vai se criando um universo 3D em redor do músico. Gostei imenso (da música e do clip).
YKK AP Evolution (Evolução YKK AP) uma publicidade para a firma de construcção YKK AP que combina de forma espectacular imagem real com formas escultóricas em 3D que pairam no ar. Excelente!
TV Zamurai é mais um clip que usa os ritmos de um DJ sobre os pratos de disco para criar texturas e ambientes.
Life no Color (Cor da vida) mostra um universo num futuro próximo em que, por baixo de viadutos circulam adolescentes, de escola em escola, em cadeiras tipo teleférico de esqui. A paisagem é de um urbanismo Nova Iorquino com pátios, grafittis e redes de galinheiro. No meio disto tudo percebemos o fragmento de uma história da relação entre um rapaz e uma rapariga que apenas se conhecem de se cruzar nas cadeiras/teleférico.
Nitro Microphone Underground é mais um videoclip. É mais uma prova de que os japoneses são definitivamente bons no hip-hop!
Moment of Love (Momento de amor) diversas formas num 3D muito geométrico, carros, edifícios, helicópteros, etc. são desmontadas ao ritmo da música. Um excelente uso do 3D no seu melhor.
Ex-fat Girl (Rapariga ex-gorda) é uma sátira aos videos de exercício físico onde a rapariga ex-gorda nos mostra, à frente de uma turma de poodles barbeados, vários métodos para sermos como ela. Um vídeo surrealista e muito engraçado.
Bloodthirsty Butchers: Jack Nicholson é um videoclip que me lembro de ter visto muito recentemente, acho que na SIC-Radical, não me lembro bem onde. A música é boa e o vídeo muito bom na sua ironia à vida cinzenta do dia-a-dia.

http://www.onedotzero.com/home.php

Kakurenbo (Jogo de escondidas) não é um videoclip nem publicidade, mas sim uma curta de animação. Oito miúdos reúnem-se para jogar um sinistro jogo de escondidas chamado O-To-Ko-Yo (uma variante da frase que os miúdos cantam quando jogam às escondidas: Mou ii yo! Mada da yo!). A zona onde o jogo se passa é uma variante em altura de arquitectura tradicional japonesa com bastante iconografia das histórias de terror tradicionais e da mitologia shinto. Digamos que esta história é uma variante moderna da atmosfera dos contos tradicionais misturada com uma dose de mito urbano. O facto de nunca vermos as caras de nenhum dos miúdos (eles têm de usar máscaras de raposa para jogarem) e de se brincar no character design de cada máscara para caracterizar cada um (gostei muito dos gémeos) reforça o ambiente sinistro da história. Os oni (demónios) e, mais tarde, a resolução da história ajudam mais ainda. É um filme a ver e rever, mesmo que os outros filmes da sessão não fossem bons, só por este tinha valido a pena!

http://centralparkmedia.com/kakurenbo/main.html

Nippon Koma: dia 3

Hoje a sessão da tarde valeu a pena, não fora o "pequeno" problema técnico de os filmes não virem legendados. Pelo menos desta vez houve um embaraçoso pedido de desculpas público.

Kawamoto Kihachiro, o realizador das curtas-metragens de animação, Oni (Demónio), Tabi (Viagem), Shinjin no Shogai (Vida de um poeta), Dojoji (Templo Dojoji), Kataku (Casa de chamas), é bastante conhecido no meio principalmente pelas suas animações de marionetas, graças a um encontro, e posterior aprendizagem, com o criador e mentor dos estúdios de animação de marionetas checo Jiri Trnka. Oni, Dojoji e Kataku são exemplos da sua lindíssima animação de marionetas os três com um visual muito tradicional japonês. Oni tem uma estética que lembra muito as caixas de laca negra com motivos a dourado, Dojoji os biombos pintados com paisagens e Kataku lembra mais as aguarelas ou pintura tradicional. As histórias são baseadas em lendas e contos tradicionais, num universo fantástico de oni (demónios), yuurei (espíritos) e outras criaturas mágicas num tom sinistro, até um bocado arrepiante para olhos ocidentais. Foi este tipo de histórias que primeiro me atraiu à narrativa japonesa e isso reflecte-se muito noutros contextos, principalmente em anime.

Quem tenha nascido antes de 1980, e se prestou atenção, muito provávelmente assistiu a algum destes filmes no programa de Vasco Granja.

Os outros dois filmes são uma incursão pela animação de recortes, formato menos habitual do autor, mas com resultados bem interessantes. Tabi é uma viagem onírica por um museu virtual, muito surrealista, onde se atravessam os universos de Dali, Magritte e Chirico, entre outros. Shinjin no Shogai é bastante mais soturno, com um grafismo a sépia que contrasta com o casaco vermelho do final que eu interpretei como um raio de esperança.

http://www.kihachiro.com/
http://www.midnighteye.com/interviews/kihachiro_kawamoto.shtml

Os dois documentários da noite deixaram uma sensação estranha. Pertencem ambos àquela categoria de documentários que mencionei ontem, mas de certa forma não convenceram... O primeiro filme, Kyakarabaa, é uma espécie de relato, na primeira pessoa, da frustração de ter sido criada pela avó e de nunca ter vivido com os verdadeiros pais. Apesar das sensações fortes não percebi bem o interesse do filme. O segundo, Kage (Sombra), quando acabou, ainda pareceu mais inútil. Um homem filma uma mulher, mais nova, e diz-lhe que é o seu verdadeiro pai. A rapariga é bastante convincente nas suas reacções, apesar de contida é muito expressiva, mas no fim ficou uma sensação desagradável de desconfiança de que tudo aquilo foi encenado, de que andaram a aldrabar o público. Não gosto dessa sensação...

http://www3.kcn.ne.jp/~kumie/
http://www.imdb.com/title/tt0331543/

29.11.05

Nippon Koma: dia 2

Hoje a sessão da tarde não foi anime, mas vou comentar na mesma os documentários.

Desde a primeira edição do Nippon Koma que acho que a grande maioria dos documentários que passam têm como característica a crueza e despojamento de serem feitos por quase amadores com banais câmeras de vídeo 8 ou digitais, estes dois documentários não fugiram à regra.

No primeiro, Now, Where, To? (Tsugi-doko-iku?), o realizador partiu de uma visita a um complexo de apartamentos sociais abandonado para interrogar os próprios pais, a viver num complexo semelhante, acerca do que pensam da própria vida, da sua vivência no apartamento e do que esperam para o futuro. Como bons japoneses as respostas são lacónicas. Ambos sentem que já contribuiram para a sociedade, com filhos e trabalho, conformaram-se, não ambicionam nada em particular.

O segundo filme, Grainy Days (não consegui fixar o título original - que não vem mencionado no programa) mostra-nos o dia-a-dia monótono de uma rapariga que trabalha numa fábrica de Nattou, a sua curiosidade por aviões dada a proximidade ao aeroporto de Narita, o seu reencontro com uma ex-colega de escola, agora prostituta e a concretização da curiosidade, voando num avião.

À noite tivemos a exibição de um clássico: Memories. Não sou grande fã de Katsuhiro Otomo, mas como ainda não tinha visto este filme (ou conjunto de três filmes) fui vê-lo.
O primeiro filmezinho, Magnetic Rose de Koji Morimoto, mostra-nos uma equipe de limpeza de detritos espaciais que é transportada para um universo surreal guiada ao som de Madama Butterfly para salões barrocos de mármore e talha, palcos de ópera, jardins idílicos até às memórias electrónicas de uma suposta diva da ópera vestida à séc.XVIII. Tudo é uma espécie de armadilha para atrair naves espaciais distraídas e engoli-las como se de uma rosa carnívora a engolir um insecto se tratasse.
O segundo filme (e o mais divertido, sem dúvida), Stink Bomb de Tensai Okamura, é uma sátira ao exército japonês com um dedinho do exército americano e a experiências de guerra química ultra-secretas. Toda esta organização metódica e muito séria é posta em causa e mesmo frustrada por um simples funcionário gripado e com excesso de zelo, numa progressão cómica muito bem engendrada.
O terceiro e último filmezinho, Cannon Fodder do famosérrimo Katsuhiro Otomo, mostra-nos um dia na vida de uma sociedade em constante guerra sem propósito e os pequenos sonhos idealizados de um miúdo comum. Este filme tem uma estética bem invulgar para um anime e é muito interessante, mas a mim não me cativou em particular.

Os três filmes são fruto de uma produção muito cuidada que deixa muito além as vulgares produções para televisão. As histórias são originais, com estruturas fora da norma e com um trabalho técnico coerente e muito bem conseguido. De certa forma podem ser considerados filmes de autor comerciais, se é que tal coisa existe (?).

http://www.imdb.com/title/tt0113799/

NOTA: infelizmente outra informação acerca dos primeiros filmes não foi fácil de achar na net, não faço a mínima ideia onde foram desencantá-los

Nippon Koma: dia 1

Nippon Koma é um ciclo de cinema japonês, centrado sobretudo em animação de autor ou alternativa e em documentários, que vai já na 3ª edição, na Culturgest em Lisboa. Desde a primeira edição que deu para perceber que o grande mérito deste ciclo é se poder ver coisas a que difícilmente se teria acesso de outra forma.

O programa das duas sessões de hoje foi a projecção integral da série de anime Paranoia Agent do muito conhecido Satoshi Kon. O bom de ver uma série inteira de seguida é ter-se uma visão do conjunto e a resolução sem a ansiedade de esperar uma semana por cada episódio. A série é curtinha, tem 7 episódios e foi produzida para passar no canal de cabo Wowowow, que tem feito uma aposta séria em anime.

A história desenvolve-se de uma forma bastante surrealista e é contada sob dois pontos de vista: primeiro o das vítimas do 'Shounen Bat' e depois pelo ponto de vista dos investigadores e da investigação. O interessante é que as personagens, mais ou menos desequilibradas, são todas muito ricas e muito realistas, apesar de a história nem sempre ser realista no modo como é contada. Através delas vemos diversos estratos, nem sempre agradáveis e políticamente correctos, da sociedade japonesa, como por exemplo a velhota sem-abrigo que vive (como todos os sem-abrigo no Japão) numa tenda de linóleo azul num jardim público, ou o pai que fotografa a filha adolescente na sua privacidade e vai a prostitutas pedir-lhes que lhe chamem de "paizinho".

Esta foi talvez a sessão comercial do ciclo, se bem que, amanhã também vai dar o muitíssimo famoso Memories de Katsuhiro Otomo, famoso pelo Akira.

Pena foi a primeira sessão (das 18h30), onde passaram os primeiros 4 episódios ter sido dobrada em inglês com legendas em inglês e, pior, com a imagem, originalmente a 16:9 (letterbox), a 3:4 (écran de televisão), portanto distorcida. Como dei por isso fui chamar a atenção ao projeccionista e, felizmente, na sessão seguinte os erros foram ambos corrigidos. Num ciclo com a qualidade que costuma ter o Nippon Koma, não se pode admitir que o anime seja menosprezado como num qualquer canal de televisão, sómente porque o japonês é uma língua estranha e incompreensível para a grande maioria.

http://www.culturgest.pt/actual/nippon_koma.html
http://www.paranoiaagent.com/

17.11.05

Re: Cutie Honey

Finalmente vi os 3 OAVs de Re: Cutie Honey que são divertidíssimos!!!

Re: Cutie Honey pertence a um projecto da Gainax de reedição da velhinha e muito adaptada manga, dos anos 70, de Go Nagai, Cutie Honey que também incluiu um também muito divertido filme live action. A última adapatação que tinha sido feita, Cutey Honey F, era engraçada mas estava mais para Sailormoon que para o original de Go Nagai. Apesar de eu só ter visto os anime adaptados da manga (não vi tudo, tudo) e nunca ter lido a manga, como há mais que uma adaptação acho que dá para perceber que esta versão se volta a aproximar do espírito ecchi (pervertido-atrevido) mas cheio de humor de Go Nagai.

Os OAVs seguem mais ou menos a mesma história do filme live action e, ao mesmo tempo complementam-se. São ambos tão divertidos que é quase impossível vê-los com olhos maliciosos. Ambos, mas o anime em particular, partilham do mesmo humor perverso em que as mulheres difícilmente ficam muito tempo vestidas. Eu costumo dizer que a permissa do filme Barbarella é despir a Jane Fonda e, por mais que mostrem que o tema é a amizade, em Re: Cutie Honey, acho que a permissa é a mesma.

Mas a importância dos sexos e o modo como são trabalhados é mesmo engraçada:
As mulheres são todas poderosas e não vacilam nas suas decisões. Em contrapartida a grande maioria dos homens são uns bananas, onde os mais engraçados são os polícias-figurantes, sempre em forma caricaturada, que riem e guincham com vozes de mulher, que não fazem mais nada senão fugir do perigo e encher o cenário. A excepção é Seiji, que nos serve mais de narrador ou explicador dos porquês das nanomáquinas e como elas funcionam em Honey e nos Panther Claw e o, já morto, professoar Kisaragi, criador de Cutie Honey.

As mulheres, como já disse, são poderosas, rés-vés dominatrix, cujo exemplo máximo é Cobalt Claw, uma das generais da arqui-inimiga dos humanos e de Honey, Sister Jill, vestida com um fato bondage de vinyl azul cobalto. E todas as mulheres mais novas são despidas mais cedo ou mais tarde na história, incluindo as colegas de escritório de Honey.

Ainda temos a carne para canhão dos Panther Claw que são os (homens) androides vestidos de preto com uma rosa vermelha ao peito, que não fazem mais nada a não ser atirar com metralhadoras.

Por toda a história há piscadelas de olho, bastante típicas da Gainax, como, sempre que Cutie Honey aparece as pessoas menosprezarem o seu poder e chamarem-lhe de "cosplay onna" (a mulher em cosplay). O gag mais engraçado acontece quando, no primeiro OAV, a confusão da luta vai parar bem no meio do COMIKET (Comic Market, uma das maiores feiras de banda-desenhada no Japão, onde vão imensos cosplayers) e Honey consegue fugir.

Outra piscadela de olho aconteceu na promoção do filme e do projecto quando, Hideaki Anno, um dos grandes da Gainax, apareceu vestido de Panther Claw!

http://www.re-cutiehoney.com [JP]
http://www.gainax.co.jp/anime/re_cutie/index.html [JP]
http://www.toei-anim.co.jp/shop/dvd_recutie/ [JP]

10.11.05

Jigoku Shoujo

Atraída pelo visual das publicidades que vi (na net e em revistas), comecei a ver um anime, também muito recente, Jigoku Shoujo (Rapariga do Inferno).

Ainda só vi dois episódios, mas o que vi agradou-me. Há muito que não via um anime de terror intimista, as poucas coisas que vi vagamente próximas a este anime foram Vampire Princess Miyu, na mitologia, um pouco no visual e na estrutura da narrativa e Lain, no ambiente. Este anime é uma mistura de adolescência deprimida/oprimida, mitologia shintoísta e terror gráfico, muito ao estilo de Dario Argento.

As duas primeiras histórias são casos clássicos de adolescentes oprimidas nas escolas secundárias japonesas. A primeira é uma menina simples e bem comportada que é diáriamente chantageada e roubada pela colega bonita e popular e seu grupo de acólitas, até que tenta o suicídio (a propósito: já não é a primeira vez que reparo que, quando um japonês se suicida, atirando-se de um prédio, descalça os sapatos, deve ser para poder pisar os tatami do além). A segunda é uma rapariga constantemente assediada por um psicopata que vem a ser o inspector da polícia encarregue de resolver o seu caso, que se prolonga há um ano. Para vingar estes casos de desespero há um site na net onde elas (ou eles) podem pedir vingança em seu lugar. Ao aceitar, recebem um SMS da Jigoku Shoujo a dizer que o assunto está a ser tratado.

Cada episódio é um caso independente que despoleta o mecanismo da vingança e nos mostra as personagens principais do anime. Enma Ai é a Jigoku Shoujo (Rapariga do Inferno), com um ar de colegial japonesa mórbida. Depois há Ichimoku Ren, um rapaz com um ar normal, Hone Onna uma mulher de ar sedutor que se veste de kimono mas como uma prostituta e Wanyuu Dou que é um senhor mais velho que se veste de kimono com um fedora na cabeça e é a voz que ouvimos quando a vingança é posta em curso. Estes quatro são os agentes que explicam e encaminham os "clientes". Ao aceitar serem vingados, o seu alvo é enviado directamente para o inferno, mas há contrapartidas, a alma dos vingados não poderá ir para o céu, quando morrerem, estará condenada a vaguear eternamente e ficam com uma marca ou selo no esterno, como comprovativo do acordo que fizeram.

Enfim, trata-se simplesmente do tema da venda da alma ao diabo, mas passado para um universo shitoísta. É nestas alturas que tenho mesmo pena de não perceber nada de shintoísmo, de apenas reconhecer alguma da sua simbologia. Se dá excelentes histórias de terror, só pode ser uma mitologia interessante.

Quanto ao anime em si, gosto bastante do character design, principalmente o das personagens principais, mas por vezes as feições dos mortais parece que se distorcem, talvez seja propositado, pois o efeito é, sem dúvida inquietante, mas é também muito esquisito. A animação é bastante boa, mas sem nada de surpreendente excepto o efeito no kimono de Enma Ai, efeito esse que tem sido bastante utilizado desde o seu aparecimento, mas que aqui é eficaz sem exageros. Os cenários são bastante bons, muito realistas mas também sem nada de novo. Condizem com a história e a sua situação. Não gosto particularmente das músicas dos genéricos, mas também não me chateiam. A banda-sonora dos episódios já é mais elaborada, com alguns sons que fazem a ligação ao universo shintoísta, como os guizos e que arrepiam.

O ambiente é bastante sinistro e algo angustiante, só não chega a assustar verdadeiramente porque, em 25-30 minutos, não há tempo!

http://www.jigokushoujo.com [JP]

7.11.05

Ando a ver: Para Kiss

Desde que estreou no Japão (e começou a estar disponível na net) tenho acompanhado Paradise Kiss. Como não li a manga não posso comparar, mas desde já deu para perceber que a história é tão emocionalmente envolvente como as outras que conheço da mesma autora.

Já me tinha manifestado quanto ao character design, de que não gostei muito, continuo a não gostar. Descobri recentemente que é de um character designer de que não gosto particularmente, Nobuteru Yuuki, que ficou famoso com Escaflowne e Record of Lodoss War (onde, excepcionalmente, gosto bastante do trabalho dele). Ele é bom, mas há algo no traço dele que me desagrada e que, convenhamos, não tem absolutamente nada a ver com os traços do original de Ai Yazawa.

A história é bem mais adulta e atrevida que o shoujo anime comum, é nítidamente uma aposta num público bem mais crescidinho, nada ver com os públicos-alvo de 12-14 anos de Sailormoon ou mais novos ainda se pensarmos em Doremi ou Nadja. Aliás este anime foi programado pela Fuji-TV como uma aposta num público diferente, mais adulto e com novo horário (à noite) no bloco NOITAMINA (experimentem ler ao contrário). E, estou COMPLETAMENTE apaixonada pela escolha das músicas da banda-sonora, acho que sai lá para o fim do mês, mal posso esperar!

O tema tem a ver com tomar conta ou não da própria vida e da escolha que Yukari/Caroline terá de fazer entre uma vida programada e aborrecida de estudo e boas notas, porque os pais querem e a nova vida que se lhe propõe através de um um grupo muito pouco convencional de novos amigos, com hábitos sociais muito pouco convencionais, principalmente para o Japão. Ainda só vi 3 episódios, parece que a série não vai ser longa (12 episódios apenas), mas já houve decisões tomadas, cenas de marmelanço e Yukari já beijou George de livre vontade. Não foi um beijo roubado após 10 ou 12 episódios, como costuma ser habitual. Até agora a história está condensada o suficiente para haver bastantes mudanças de guarda-roupa (dado o anime que é TEM DE SER), para haver decisões importantes e a história avançar sempre a cada episódio. Já deu para perceber, com tão poucos episódios, certo tipo de acontecimentos ou situações que podem vir a surgir.

A série promete bastante e promete, principalmente, não fazer render demasiado o peixe que é uma coisa que me irrita um bocado quando as séries de anime se prolongam por mais de uma season que tem, habitualmente, 26 episódios (cerca de 6 meses de emissão a um por semana).

http://parakiss.tv [JP]

Ando a ver: Beru Bara

Desde que Nadja já acabou (e reiniciou) no Panda e que Last Exile acabou que não tenho prestado grande atenção aos anime que têm passado nas TVs, excepto Astro Boy. Em parte isso acontece porque tenho visto também os originais, sem censura.

Há já cerca de um mês fiquei chocadíssima por ter visto um episódio de Beru Bara (Berusaiu no Bara = A Rosa de Versailles) no Panda e ter me apercebido que estava grosseiramente censurado e pior, muito provávelmente pelos mesmos franceses que forneceram a série ao canal e lhe mudaram a música do genérico por uma canção que não tem nada a ver.

Como já andava a tirar episódios da série da net (só tinha ainda visto os primeiros 4) ultimamente tenho andado a ver a série e a gostar bastante.

A realização, apesar de ligeiramente datada é muito boa usando muito, em situações de tensão, o recurso a tons contrastantes ou ao vermelho, quase monocromático e a elementos muito gráficos. Com o cada vez maior recurso aos computadores para fazer quase tudo nas séries actuais, certos códigos cinematográficos andam a perder-se e com eles talvez alguma eficácia no uso da linguagem.

O character design e a animação talvez sejam os factores que mais envelheceram. O character design agrada-me muito, sou fã de Shingo Araki, mas é realmente muito exemplificativo do típico character design de shoujos dos anos 70. A animação peca um pouco por ser um bocado estática e abusar um pouco dos ciclos (ou repetições), mas mesmo assim a realização é suficientemente boa para utilizar essas limitações em sua vantagem. A paleta de cores é também um pouco limitada, parece que comprámos uma caixa de lápis de cor Caran D'Ache e que não temos escolha para além das 40 cores disponíveis. Mas, em contrapartida os cenários são muito bons, provávelmente tirados de fotos do Palácio de Versailles e de outros locais que se vão vendo na série.

A banda-sonora, apesar de encaixar lindamente no clima de intriga de corte, é bastante datada (parece que o compositor dos anime naquela altura era sempre o mesmo) e não tem absolutamente inspiração nenhuma em música do séc. XVIII. Como é coerente com a concepção visual acaba por se diluir bem e a música do genérico, se bem que muito baseada em Enka (Enka é um estilo de música popular japonesa, dizem semelhante ao fado - eu não acho -, muito utilizada em cinema e anime nos anos 60 e 70) é dramática o suficiente.

Fora o guarda-roupa, onde, principalmente nas personagens principais, se tomam algumas liberdades históricas (os vestidos de Maria Antonieta foram estilizados para uma moda-anime anos 70 e os fatos militares de Oscar são inspirados em fatos posteriores do fim do séc. XVIII), há poucas incorrecções históricas fora a Ópera de Paris, que ainda não tinha sido construída. Eventualmente, lá mais para a frente, encontrarei outras incorrecções, mas não conheço assim tão bem esse período da história de França e, apesar disso, há uma grande preocupação com a correcção dos factos históricos e mesmo explicação de certos hábitos sociais estranhos a um público nipónico ignorante, em imensos aspectos, da história da Europa.

http://www.ladyoscar.com/

30.10.05

Cowboy 'Halloween' Bebop

Não vou falar de nenhuma série nova de Cowboy Bebop, nem de nehum filme, pus aqui esta imagem, um poster de promoção do filme Cowboy Bebop, Knockin' on Heaven's Door, para comemorar o Halloween por duas razões:

1. Acho a imagem fantástica e super-divertida,
2. Cowboy Bebop é, para mim, uma das melhores séries de anime dos últimos tempos, com uma boa estrutura, excelente história e personagens fantásticas.

Deve ter sido o primeiro anime que vi em que tive imensa dificuldade em escolher uma personagem favorita, dava por mim a dizer: "A Faye é excelente, mas a Ed é demais, amo o Spike, o Jet é muito carismático..." Com isto é impossível escolher, são todos muito bem construídos e muito cativantes, até o welsh corgi Ein é interessante por ser muito inteligente!

Mas não é só! O character design é mesmo muito bom, de Toshihiro Kawamoto, o mesmo desenhador do soft-ecchi Golden Boy, com um excelente grafismo, paleta de cores e acabamentos de primeira. Para culminar em grande, a banda-sonora é da genial Yoko Kanno e uma das melhores obras dela!



カウボーイビバップ 天国の扉 [JP]

17.10.05

Para Kiss

Já vi, entretanto, o primeiro episódio de Paradise Kiss e vou, definitivamente, acompanhar (como se houvesse dúvidas...).

É um anime concebido de forma bastante inteligente e com excelente qualidade técnica. Continuo a achar uma pena o character designer não seguir os desenhos originais de Ai Yazawa, mais ainda agora que já os vi a mexer. Onde ainda me faz mais pena é quando as personagens entram em 'modo caricatura' cujo desenho no anime é esquisito e na manga de Ai Yazawa é kawaii (giro). O Arashi então perde imenso, tem menos ar de miúdo punk para passar a ter um ar de arruaceiro.

Os cenários são, em grande parte fotografias ou desenhos muito realistas o que dá uma verosimilhança muito boa, principalmente porque a história se passa em locais reais e, apesar de ser ficção, poderia estar, neste momento, a acontecer. Encontram-se bastantes referências reais como a tabuleta da Takeshita Doori, os armazéns Laforet ou a revista de moda Zipper onde foi publicada a manga. O facto de misturar fotografias com o desenho das personagens também lhe dá, por vezes, um ar um pouco irreal, onírico. O uso das cores não é simplista e, aí sim, é bastante fiel às ilustrações da manga.

A banda-sonora.... É PARA COMPRAR!!! É excelente e muitíssimo bem escolhida para a história.

Desta vez faço um pequeníssimo resumo da história que é sobre uma rapariga, Yukari, que Miwako apelida imediatamente do mais ocidentalizado Caroline. Yukari é uma rapariga normal, que anda numa escola normal, que é "caçada" por Arashi, Miwako e os outros como musa e modelo da sua marca de roupa 'Paradise Kiss'. Ao princípio contrariada, Yukari encontra nos seus loucos e extravagantes novos amigos um escape à sua rígida vida quotidiana.

http://www.yazagaku.net/opere/parakiss/index.htm [IT]

14.10.05

5º turista espacial

Ouvi hoje na rádio que o 5º turista espacial poderá ser um japonês de 34 anos, Daisuke Enomoto. É milionário, claro, e ex-director da Livedoor Internet.

No que é que isto tem a ver com anime? É que o senhor quer ir em cosplay de Char Aznable, personagem do clássico anime Mobile Suit Gundam, inspirada no cantor francês Charles Aznavour. Quero ver isso!

Vendo a idade dele faz todo o sentido, Gundam, até hoje, é extremamente popular no Japão e, quando ele era criança, estava a passar na TV japonesa pela primeira vez. Gundam deu, inclusive origem ao nome da mais popular e conceituada revista de anime japonesa, a Newtype. A palavra newtype vem do anime Gundam e é o nome dado aos novos mecha que surgiram dentro da série. Com bastante regularidade a revista tem acompanhado a evolução e as diversas séries de Gundam que continuam a ser produzidas até hoje. É um dos maiores casos de longevidade de uma série de anime.

http://news.yahoo.com/ [EN]
http://www.public.iastate.edu/~rllew/gundam.html [EN]

Paradise Kiss

Definitivamente Ai Yazawa está na moda no Japão. Este mês começou a dar na Fuji TV a adaptação da manga Paradise Kiss que é uma espécie de Gokinjo Monogatari - próxima geração. Algumas personagens vêm inclusive de Gokinjo como Miwako, a irmã mais nova de Mikako, e Arashi, o "suposto" filho de Lisa.

Infelizmente não há dinheiro para tudo e ainda não li esta manga, portanto não sei a história como deve ser. Pelo menos sei que tem a ver com moda, modelos, Shibuya e outras temáticas comuns ao universo da autora. Também me parece que a história deve ser realista nas relações entre personagens.

Pelo que vi nos sites oficiais da série de anime, ao character design foi dada uma "lavagem" mais realista, o que pode agradar a mais público, mas que tenho imensa pena, pois uma das características de que gosto mais da manga de Ai Yazawa são os excelentes e originais desenhos. De qualquer forma, na manga, há uma clara evolução, para um traço mais sofisticado e adulto de Gokinjo para ParaKiss.

Mesmo com esse senão (para uma primeira impressão o character design conta muito), estou muito curiosa acerca deste anime, e já pude perceber pelo site oficial que, na banda-sonora, até tem música dos irreverentes Franz Ferdinand.

Todo este investimento que tem estado a ser feito numa mangaka, até à pouco tempo só conhecida entre as elites coloridas de Shibuya e Harajuku e num anime com tendências mais pop, modernas e ligadas à vivência de jovens adultos no Japão mas não só, mostra que os japoneses já não pensam mais só no próprio mercado, bastante fechado que se auto-consumia. Hoje-em dia há uma maior diversificação para grupos menores e mais underground de públicos-alvo e uma valorização das culturas pop subversivas japonesas que, inspiradas na cultura pop (e não só) ocidental, foram transformadas num universo muito próprio dos japoneses que, pelo seu exotismo, chamou bastante a atenção dos ocidentais.

http://www.shodensha.co.jp/parakisu/index.html [JP]
http://parakiss.tv/_pkiss/ [JP]
http://blog.excite.co.jp/parakisstv [JP]

11.10.05

Papá das pernas altas

Este era o título português da série Watashi no Ashinaga Ojisan, quando deu cá em Portugal, no início da TVI.

Na altura consegui gravar a série quase toda (falta-me 1 episódio e meio) e foi uma das séries que acompanhei, na altura, com muito prazer.

Watashi no Ashinaga Ojisan é uma adptação da Nippon Animation (para a Fuji TV em 1990) de um clássico da literatura juvenil americana, Daddy Longlegs de Jean Webster. Nunca li o livro, confesso que tenho curiosidade, mas já tinha visto em tempos (também tenho gravado) a adaptação para cinema do mesmo livro com Fred Astaire a fazer de "Daddy" e Leslie Caron a fazer de Judy.

O character design não é dos mais felizes, para um shoujo até que as personagens são demasiado caricaturizadas. Os japoneses, mais uma vez, confundiram-se um bocado com o inglês e devem ter trocado a palavra "longlegs" (=pernas longas) por "longstockings" (=meias altas) do clássico sueco Pippi Longstockings e deram a Judy, principalmente nos primeiros episódios, uma caracterização física de Pippi, com o cabelo ruivo em tranças espetadas e as ditas meias altas presas por ligas como na história de Astrid Lindgren.

Felizmente, não fora isso nem estaria a escrever aqui, a história é muito envolvente e as personagens principais, principalmente a Judy, são extremamente ricas e bem caracterizadas.

A história, em traços largos, é sobre uma orfã, Judy, que recebe uma bolsa para estudar na escola secundária de um misterioso benfeitor a quem ela apelida de "Papá das pernas altas" por causa da sombra projectada do senhor, o único aspecto físico que ela viu dele até quase ao fim da história. No novo colégio ela conhece as suas colegas de quarto e futuras melhores amigas a tímida e doce Sallie e a arrogante e mimada Julia. Elas convivem três anos juntas no colégio partilhando experiências de crescimento, férias, parentes e Judy aprende o que pode ser ter uma família tanto nos aspectos positivos como negativos. As três apaixonam-se, buscam a independência e liberdade de tomarem as próprias decisões e Judy, eventualmente descobre quem é o seu "Papá das pernas altas".

Escrevo aqui sobre a série porque encontrei os primeiros episódios na net (foi editada em DVD no Japão há cerca de um ano) e há algumas diferenças na versão que passou por cá, dobrada em italiano, e no original. Ambos os genéricos são um pouco maiores e a música do genérico inicial é diferente na versão japonesa. Na versão italiana também não havia cenas do próximo episódio e no original há. As vozes, até agora, são bastante semelhantes, mas as dobragens italianas costumam ser bastante fiéis, o que convém, em Itália passa imenso anime na televisão e foi o primeiro país da Europa a importar anime para emissão televisiva.

http://www.bandaivisual.co.jp/kidstop/meisaku/ashinaga/index.html [JP]

9.10.05

Gokinjo Monogatari

Foi lançada, dia 27 de Setembo, uma DVD-box com os 50 episódios de uma das séries anime que mais quero ver nos últimos anos. Chama-se Gokinjo Monogatari, ou seja, História de vizinhança.

Já sou fã desta série há bastante tempo, mais ou menos desde que vi um artigo na Newtype, em 1995, quando o character design me despertou a atenção por ser imensamente original e as personagens me pareceram muito interessantes.

Entretanto consegui comprar a manga de onde a série é baseada, da muitíssimo conhecida agora, Ai Yazawa, por causa do recente lançamento da adaptação ao cinema de uma outra manga, posterior, dela, Nana.

A história é simples, fala de uma rapariga, Mikako Kouda, e de um rapaz, Tsutomu Yamaguchi, que, desde crianças, sempre viveram a portas meias, no mesmo prédio. Os dois andam na escola secundária Yazagaku, segundo a autora, a escola onde ela gostaria de ter andado, que, na realidade, não existe no Japão. É uma escola de artes, um pouco à semelhança da António Arroio, em Lisboa, ou a Soares dos Reis, no Porto. Claro que, sendo a escola arrojada que é, a obrigatoriedade japonesa de usar uniforme não existe e a fauna que a habita, começando por Mikako e Tsutomu, acabando na directora da escola é bastante colorida "à japonesa" (ver os livros Fruits e Fresh Fruits da Phaidon).

Mikako, juntamente com as amigas, a punk Lisa e a abonecada Pi-chan, estuda estilismo e o sonho dela é ter a sua própria loja e marca de roupa, a Happy Berry. Tsutomu, na realidade, está na Yazagaku mais por causa de Mikako, mas é diariamente confundido, na escola e na rua, com a estrela do momento, Ken Nakagawa, vocalista dos Mambo. A história dos dois vai evoluindo, Tsutomu tem uns namoricos com algumas raparigas, Mikako morre de ciúmes, mas os dois gostam mesmo um do outro e, eventualmente acabam por começar a namorar.

À volta dos dois ainda circula um grupo grandinho de personagens. A mãe de Mikako que é mangaka (desenhadora de manga, muito à semelhança da própria Ai Yazawa), as duas amigas de Mikako, a madura Lisa que vive com o namorado e a infantil Pi-chan que faz bonecos de pano e peluche, a "gaja boa" de serviço, Mariko que de rival passa a amiga de Mikako, Toku-chan que é uma espécie de conselheiro/irmão mais velho dos dois, o frio e carismático Yusuke, o rock-a-billy Jiro, Ayumi, uma rapariga doce e inteligente que se junta mais tarde ao grupo, o rasta Shintarou, irmão mais novo de Mariko e ainda, claro, os gatos Kuro (Preto) de Mikako e Shiro (Branco) do pai dela.

O grupo de colegas junta-se para vender os seus artefactos na feira da ladra lá do sítio baptizando o stand de Akindo. Mikako vende roupa, Lisa roupa de criança, Pi-chan bonecos de pano, Tsutomu objectos (é ele também que faz a escultura da Berry-chan, a mascote da marca de Mikako), Yusuke desenha retratos, Jiro faz joguinhos de computador e Shintarou vende ídolos/totens 'Haniwa' de barro.

A história, acompanhando o evoluir da relação de Mikako e Tsutomu, também foca os amores e desamores do resto do grupo, o reatar da relação dos pais separados de Mikako (e gravidez da mãe da irmã de Mikako, Miwako), a evolução da carreira de Mikako que acaba por ir estudar estilismo em Londres.

As roupas, claro está, são um desfilar de fazer inveja a qualquer fashion victim, passando por todos os estilos. É um regalo para os olhos, um anime e manga muito invulgares, muito interessantes e divertidos!

http://www.toei-anim.co.jp/shop/dvd_gokinjo/

8.10.05

Anime nos canais Portugueses

Resolvi criar este blog como uma espécie de filho do meu 1º blog, o TV-child, pois ultimamente andava a escrever demasiado sobre anime por lá. A partir de agora, tudo relacionado com anime vai estar aqui.
Vou tentar pôr sempre o título original e o título português (quando há) ou uma tradução (quando é possível traduzir).

Começo por publicar uma lista (que provavelmente há de estar muito em breve desactualizada) dos anime a passar nos canais nacionais. Agora optei por pôr os nomes que os canais de TV lhes deram.

RTP1
Medabots - sab./dom.: 07:00~08:00

2:Doremi - 2ª-6ª: 07:30~14:00

SIC
Vandread - 3ª, 5ª, 6ª: 06:25~08:55
Yu-Gi-Oh - 2ª-6ª: 06:25~08:55
Megaman - 2ª-6ª: 06:25~08:55
Let's Go Quintuplets - 3ª, 5ª, 6ª: 06:25; 4ª: 07:00
Digimon - sab. dom.: 06:45~09:00
Pokemon - sab. dom.: 06:45~09:00

TVI
Beyblade II - sab.: 08:15
Astro Boy - sab. dom.: 08:50

SIC-RadicalDragon Ball GT - 2ª-4ª: 02:00, 13:00, 18:30; dom.: 09:30
Last Exile - 2ª: 02:30, 13:30, 19:00; sab.: 09:30; dom.: 03:00
Chrno Cruzade - 3ª: 02:30, 13:30, 19:00; sab.: 09:30~11:30; dom.: 03:00~05:00
Burst Angel - 4ª: 02:30, 13:30, 19:00; sab.: 09:30~11:30; dom.: 03:00~05:00
Kiddy Grade - 5ª: 02:30, 13:30, 19:00; sab.: 09:30~11:30; dom.: 03:00~05:00
Soul Taker - 6ª: 02:30, 13:30, 19:00; sab.: 09:30~11:30; dom.: 03:00~05:00
Dragon Ball - 5ª-6ª: 02:00, 13:00, 18:30; dom.: 04:15

Panda
Voltron - 2ª-6ª: 05:00, 00:30; sab. dom.: 05:00
Doraemon - diáriamente: 07:00, 12:30, 19:30
Beyblade V Force - 2ª-6ª: 07:30, 13:30, 21:30; sab. dom.: 13:00, 21:30
Nadja - 2ª-6ª: 08:00, 12:00, 18:30; sab. dom.: 09:00, 12:00, 18:30
Doremi - 2ª-6ª: 09:00, 15:00, 20:00; sab. dom.: 09:30, 16:30, 20:00
Digimon II - 2ª-6ª: 13:00, 20:30; sab. dom.: 13:30, 20:30
Monster Rancher - diáriamente: 14:00
Medabots II - 2ª-6ª: 19:00, 23:30; sab. dom.: 23:30
Lady Oscar - diaáriamente: 22:30
Louca Academia de Polícia - diáriamente: 23:00

Como se poder ver, há um bocadinho de tudo, desde clássicos a hi-tech, lógicamente com alguma predominância de anime mais infantis (com um canal infantil como o Panda, que passa bastante anime, não há hipótese!).

Ando a ver:
Doremi, muito de vez em quando, mas parece que vai estrear no Panda a 2ª série (não sei bem quando). A dobragem da 2: está mais correcta nos nomes e pronúncias e também um pouco mais bem feita que a do Panda. Algumas vozes são as mesmas.
Quando raramente estou acordada de madrugada também vejo Digimon e os Quintuplets.
O Astro Boy (definitivamente!).
Last Exile, que está no finzinho, mas que foi o único, dos que passam agora na SIC-Radical que pegou comigo. É muito bom, apesar de ter, por vezes, excesso de conteúdo.
Doraemon quando calha, é sempre engraçado e não me chateia a dobragem espanhola, até gosto da voz do Doraemon.
Nadja, é o meu preferido no momento, pena as vozes estridentes da dobragem e não acertarem com a pronúncia correcta nem de 'Applefield' nem de 'Dandelion'.
Lady Oscar deixei de ver quando me apercebi que estava (bastante!) censurada. É assim que se incentiva a pirataria na net!
Louca Academia de Polícia é bastante engraçado, mas vi pouquinhos episódios, felizmente a história não tem muita continuidade.

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