22.12.14

Blade


Na altura do Halloween a SIC despejou a série do Blade, adaptação dos comics com o mesmo nome, de uma só assentada. Por acaso dei por isso e gravei-a na minha box para ir vendo aos poucos.

Antes desta série apenas tinha visto o Blade II, de Guillermo del Toro, e os comics apenas tinha folheado. Gostei bastante do filme de del Toro, mas acredito que o mérito seja principalmente dele, pois consta-me que os outros filmes não são nada de extraordinário.

A série é bastante bem produzida, nota-se que há dinheiro, e curta, apenas 12 episódios. Segue a busca de Blade por Deacon Frost, o vampiro de quatro presas que transformou e matou a sua mãe. Tipicamente das adaptações de anime, a história é mais centrada nas personagens e no seu lado "humano", incluindo uma caçadora de vampiros, Makoto, determinada em vingar o pai, assassinado enquanto vampiro por Blade, mas ao qual acaba por se afeiçoar e ajudar. Também aparecem mais amigos humanos e ainda um cão, Razor, que ajudam a essa humanização da história.

O character design bastante bonito, sem péssimos cortes de cabelo como em Wolverine (se bem que ele aparece, HA!), realista q.b., mas estilizado. A maioria das personagens está fiel à sua etnia, incluindo o próprio Blade e são todas fáceis de identificar. A animação é boa, sem muitas repetições ou distorções estranhas. Os cenários e o ambiente geral parece que se vive num crepúsculo permanente, havendo menos cenas nocturnas que o esperado. A história flui naturalmente, sem engonhanço ou grandes secas, alternando bem as cenas mais dramáticas com as de acção e desperta curiosidade suficiente para querer ver o desfecho.

ブレイド|ANIMAX アニメ見るならアニマックス

SIC

31.10.14

Happii Harouiin


Não ia fazer um post de Halloween este ano, de facto não ando com paciência, mas eis que encontrei esta imagem giríssima do Watanuki, Doumeki, as duas Mokonas e outras personagens sobrenaturais de xxxHOLiC.

Uma Noite das Bruxas Assustadora!

16.8.14

Ando a ver: Pretty Guardian Sailor Moon Crystal

Na série original e também na manga, o episódio 22, o episódio do baile, é o meu preferido dos 200, portanto, ao ver a previsão desse episódio há 15 dias, não pude deixar de ficar empolgada.

Este episódio é talvez o primeiro episódio chave de toda a série e, da primeira fase é sem dúvida um episódio decisivo: é a primeira vez que Usagi e Mamoru estão juntos, num reflexo do que terá sido a sua relação como Princess Serenity e Prince Endymion, o objectivo das guerreiras torna-se claro, a busca pelo Cristal Prateado e os Shi Tennou, os Quatro Generais, apresentam-se às raparigas. Mesmo que Mako, Minako e Artemis ainda não se tenham junto ao grupo, a partir deste episódio os objectivos ficam bastante claros.

Neste 4º episódio de Sailor Moon Crystal já dá para resumir o que estou a gostar e o que não estou a gostar nesta série.
Gosto: da proximidade com a manga, do lado mais soturno, de não haver desperdícios de narrativa e tudo fluir mais rapidamente, da paleta de cores, dos cenários mais elaborados e do character design.
Não gosto: às vezes parece que o character design "desliza", da quase total ausência de suspense, parece que os autores estão demasiado confiantes de o espectador já conhecer a série, mas com isso tiram-lhe interesse, ritmo e tensão, de uma realização menos interessante e apressada e a revelação precoce de detalhes da história não criando uma tensão e ainda umas transformações simultaneamente bonitas mas com um 3D duvidoso, acho que preferia se as tivessem feito à mão. E nós precisamos de cliff hangers!

Certamente não irá substituir a série original, apesar de ela merecer uma produção com a qualidade desta. Mas Sailor Moon Crystal tem um lugar neste colosso criado por Naoko Takeuchi e no geral está a dar-me um gozo tremendo voltar estar em contacto com este universo.

アニメ:美少女戦士セーラームーン20周年プロジェクト公式サイト


15.7.14

Comecei a ver: Shin Taketori Monogatari: 1000 Nen Joou

Poucos dias antes de estrear o meu cosplay de Andromeda Promethium, a protagonista desta série, consegui finalmente encontrar 1000 Nen Joou! Infelizmente como muitas séries mais antigas e menos famosas, não foi tarefa fácil. A manga então... nem cheirá-la!

Pelo que dá para perceber pelos primeiros episódios, conta mais ou menos a mesma história que o filme, mas com muito mais detalhe, eventos que nem são mencionados no filme, e algumas diferenças, principalmente acerca dos protagonistas Hajime, e a vida dupla (tripla?) de Yukino Yayoi, que vai sendo desvendada aos poucos. Por isso também os planos dos vilões vão sendo revelados aos poucos e as suas intenções não são as mais claras.

Tal como foi planeado, 1000 Nen Joou é um claro substituto para o bem-sucedido Galaxy Express 999, tendo passado logo depois e no mesmo horário e sendo as personagens de Hajime e Yayoi uma espécie de recriação de Tetsuro e Maetel. Vem a ser que Yayoi/Andromeda é na realidade a mãe de Maetel, aliás o planeta La Metal aparece em ambas as séries e trata-se de mais uma série dos múltiplos universos cruzados de Leiji Matsumoto.

Muito provavelmente utilizando os mesmos meios de Galaxy Express, 1000 Nen Joou é uma série bem animada, e com muito boa produção para a época. A história parece intrigante q.b. e como inclui mais eventos que o filme a experiência de vê-la consegue ser fresca e empolgante. Ao contrário de Galaxy Express, a acção desta série passa-se (até agora) sempre na Terra e a ameaça, a proximidade extrordinariamente perigosa de La Metal, é sobre a Terra.

Ir passando a informação fulcral aos poucos é uma boa forma de manter o espectador ligado à série, vamos ver como se desenvolve.

Queen Millenia (TV) - ANN

RAW

7.7.14

Comecei a ver: Gankutsuou


Na realidade comecei a ver Gankutsuou muito antes de Sailor Moon Crystal, mas queria ver alguns episódios antes de me pronunciar aqui. Simultaneamente também comecei a ler, é caso para dizer finalmente, O Conde de Monte Cristo, o que se tem tornado fulcral no visionamento desta série. Gankutsuou é simplesmente uma adaptação do conhecido romance de Alexandre Dumas. Mas de simples esta adaptação não tem nada e daqui resultou uma das séries anime mais originais que já vi.

Comecemos pelos gráficos. Gankutsuou apareceu numa época em que se experimentava muito com as novas tecnologias em 3D, em especial na fase da transição da pintura das imagens em acetato uma a uma à mão, para virem a ser quase exclusivamente coloridas em computador, um método mais rápido e eficaz, que permite a introdução de padrões e texturas mais fáceis de gerir. Já falei aqui nalgumas séries onde isso era evidente, ~ Ayakashi ~, ou Le Chevalier D'Éon, mas Gankutsuou é talvez o expoente máximo dessa fase de experimentação. Os cenários, um pouco à semelhança de Le Chevalier D'Éon mas menos realistas, são uma espécie de colagem de talhas, mármores, damascos, engrenagens rocambolescas e detalhes e objectos arquitectónicos reais, que lembram as pinturas de Gustav Klimt ou vitrais de catedrais góticas, e dão uma atmosfera onírica e surreal a todos os episódios, independentemente de onde a acção se passa, se no espaço ou num prosaico jardim. Esta conjugação que facilmente poderia falhar, é um regalo para os olhos e marca de uma forma muito original a conhecida narrativa de vingança. As personagens, com um traço relativamente reconhecível e simples, são pintadas com todo o tipo de texturas que se movem com elas e com alguma indiferença às mudanças de escala. No início custa um pouco a habituar o olhar nesta nova "gramática" de pintura animada, mas logo nos habituamos, pois a história é suficientemente cativante para que o trabalho artístico não se lhe sobreponha. Creio que se a história não fosse forte e bem estruturada, eu perdesse a vontade de continuar a ver, apesar de cada plano ser deslumbrante.

Se o aspecto gráfico de Gankutsuou é original, a equipa que produziu a série não se ficou por aí e em vez de fazer uma adaptação linear da história do Conde de Monte Cristo, como aliás muitas que já vi e gostei, resolveram mudar radicalmente o ponto de vista, retirá-lo ao Conde/Edmond e passá-lo para o filho do seu arqui-inimigo, Albert de Moncerf. Assim vamos descobrindo o plano de vingança do Conde através das suas potenciais vítimas e o Conde passa de vítima vingativa a vilão carismático. É sem dúvida uma reviravolta extremamente interessante que, tal como os gráficos, podia facilmente falhar, mas os argumentistas de Gankutsuou agarraram na sua decisão com punho firme e, para além de a narrativa correr rapidamente episódio a episódio, sem tempos mortos, têm sido coerentes e sólidos na mudança de ponto de vista. Mas não é apenas isso. Mantendo os nomes e locais (excepto um ou outro menos importantes) a acção passa-se num futuro incerto, num planeta que poderá ser a Terra com seres humanos e não-humanos. O espaço-tempo passa-se numa espécie de cruzamento de ficção científica com fantasia, que aliás justificam os cenários, as novas texturas e a paleta de cores invulgar.

Ambas as canções dos genéricos são insolitamente cantadas em inglês por um senhor com nome francês, Jean-Jacques Burnel. A voz dele lembra vagamente a de Damon Albarn dos Blur e as canções facilmente poderiam ser baladas da banda anglo-saxónica. É estranho, mas a melodia cola-se bem ao tom melancólico da história, os genéricos são bonitos e elaborados e de todo o conjunto é talvez o elemento mais banal.

Mal posso esperar para ver como se desenvolve a história, mas também quero ir novamente buscar O Conde de Monte Cristo à biblioteca, pois tive de o devolver quando ia a meio (é um calhamaço, um calhamaço que se lê bem, mas um calhamaço!). Estava a correr bem fazer as duas coisas ao mesmo tempo e o livro ajuda-me a manter-me a par de um leque enorme de personagens e de uma intriga bem rebuscada.

巌窟王

5.7.14

Comecei a Ver: Pretty Guardian Sailor Moon Crystal



Sendo toda a série de Sailor Moon (manga, anime, live-action) uma das que mais me marcou no meu percurso como fã de anime e manga, não podia perder a estreia da Sailor Moon Crystal, a mais recente adaptação da manga para anime.

Felizmente tenho conseguido manter-me longe de spoilers, acho que pouco passou para o público e, com o primeiro episódio acabadinho de ver, vou deixar as minhas primeiras impressões. Afinal termo de comparação não me falta!

Ao ver os primeiros segundos, a primeira coisa que pensei foi: "sofisticado". Sofisticada é a palavra perfeita para descrever o tipo de produção que esta 6ª série de Sailor Moon recebeu. Apesar de adorar as séries antigas, havia muitos episódios de encher e a animação às vezes era muito trôpega. Actualmente, em que há mais séries bonitinhas, que com conteúdo, isso não se justifica, portanto tais erros seriam imperdoáveis. Não me parece que isso venha a acontecer. A segunda coisa que me chamou a atenção foi a banda sonora. As canções não são nada más e relembram bastante as antigas. A banda sonora propriamente dita é também mais sofisticada, menos música electrónica barata (mesmo que bonita, continua a ser barata) como nas séries antigas, e com coro e orquestra!

O ambiente lembra simultaneamente a manga e a 1ª série, mas puxa mais para a manga, assim como o character design. O character design parece quase directamente tirado dos desenhos de Naoko Takeuchi, mas mais limpo e a cores. Os cenários têm cores um pouco mais vivas que na série original, mas também não fogem à paleta de cores da manga.

Quanto à história do primeiro episódio, é tal e qual a manga, até inclui os sonhos do Moon Kingdom e o Mamoru aparece a primeira vez de smoking, exactamente como na manga.

Até agora parece que a minha expectativa de ser mais próxima da manga se concretizou nesta série e se se mantiver assim tenho a certeza que vou gostar, pois sempre gostei mais da narrativa da manga. Sailor Moon Crystal nunca vai ocupar o lugar das outras séries, mas não tenho dúvidas que irei acarinhá-la como acarinhei Pretty Guardian Sailormoon.

アニメ:美少女戦士セーラームーン20周年プロジェクト公式サイト

23.6.14

Non Gou & Andromeda Promethium

Non Gou, Majokko Meg-chan | La Andromeda Promethium, 1000 Nen Joou
Há algum tempo que não fazia aqui um post sobre cosplay, mas desde então tenho ido a alguns eventos e dois fatos novos. Continuo a seguir a política de 1 fato por ano, pois a carteira não permite mais.

O ano passado no Verão fiz a 2ª versão do fato de Non Gou (Nádia), de Majokko Meg-chan (Bia, a Pequena Feiticeira), cuja 1º versão foi o meu maior falhanço em termos de cosplay. As razões foram muitas, mas resumindo a época em que o fiz, anos 90, foi errada: perucas, ainda por cima azuis, nem imaginá-las e eu tive a ideia macarrónica de fazê-la novamente em lã (a de Black Lady resultou pois tinha os totós e eu fiz uma touca) e devo ter parecido uma Non de trapos. Também houve outros precalços, que aliás até desta vez tive dificuldade em ultrapassar alguns, um deles a pintura facial branca, que para mim é um sacrifício. Como insisto em estar o mais confortável possível, o fato da Non, pelas razões menos óbvias, acaba por ser um dos meus fatos mais desconfortáveis.

Por outro lado, o meu mais recente fato, Andromeda Promethium, de 1000 Nen Joou, de Leiji Matsumoto, é um dos meus fatos mais confortáveis, também pelas razões menos óbvias. Apesar da peruca de 1,5m e 660g de peso, como fui aprendendo a prender bem as perucas (= maior conforto), consegui fazer a coroa bastante leve e que permanecesse segura um dia inteiro na minha cabeça, como o vestido é comprido e de malha, pude usar os sapatos que me apeteceu (no caso as minhas sandalechas, estilo Birkenstock, todo-o-terreno) e chegar ao fim do dia com um cansaço mínimo.

Sim, fazer cosplay não é confortável, basicamente passam-se muitas horas em pé, nem sempre com os sapatos mais confortáveis ou com roupa constrangedora ou pouco adequada à temperatura local. Já para não falar nas perucas, que às vezes podemos estar um dia inteiro com uma peruca de 1,5m e não nos sentir muito incomodados, ou outras vezes passarmos umas horas com uma peruca curtinha e só sentir comichão e calor na cabeça... Mas a diversão de enfiar uma fatiota fora do vulgar, que saiu das nossas mãos e olhar-mo-nos de relance numa vitrine ou espelho e reconhecermos a personagem é do mais recompensador que há!

Aos eventos, vamos por partes.

Asian Culture Party
Em Julho do ano passado fui a este evento convidada como jurada de dois concursos de skits de cosplay, um individual e outro de grupo, e também porque foi num local que tinha curiosidade em ver, num pavilhão na Cidade Universitária. No primeiro dia levei o cosplay de Tsukikage-sensei, que como o tempo estava chocho provou ser uma boa opção (mas fui de ténis - a vantagem dos vestidos compridos), mas no segundo não levei o da Non, que estava praticamente pronto, fui à civil, pois a peruca chegou, Lei de Murphy, na segunda-feira seguinte. Típico.
O evento tinha boas condições mas foi chocho. A entrada não era cara, mas desiludiu um pouco quem ia lá atrás do título, pois basicamente foi um evento de anime (Japão) modesto com Gangnam Style (Coreia) aos berros nos altifalantes. A organização era esforçada e simpática, mas talvez tenha sido demasiado ambiciosa.
Soube há pouco que este ano é mesmo perto de minha casa, mas no mesmo dia do AniFest... que já foi anunciado há meses. Sem comentários.

AniFest
Em Setembro foi a primeira edição do AniFest em que fui mais uma vez jurada do concurso de cosplay ECG. Estreei o cosplay de Non, mas a temperatura ainda estava demasiado alta para tanta roupa e a cara branca. Resultado: apesar de ter adorado toda a experiência, partilhado a mesa do júri com a Asheria, excelente cosplayer portuguesa, e a Shappi, uma cosplayer incrível da Polónia, que para além de talentosa é amorosa, acabei por passar grande parte do dia fechada nos camarins com o ar condicionado no fresquinho e não ter usufruído de grande parte do evento.
Mas no dia seguinte fui à civil e aproveitei vários workshops, um genérico sobre cosplay da Ana Isabela e um muito esclarecedor sobre armaduras da Shappi.
O ambiente no evento, cheio de actividades e com a adicional de convidados estrangeiros, era muito bom e animado e achei tudo bastante bem organizado. Este ano há mais e mal posso esperar!

Winter Cosplay Ball
Em Dezembro finalmente foi organizado um "baile" de cosplay, coisa que desejava há algum tempo. A APC, Associação Portuguesa de Cosplay, junto com um "salão de jogos", a X-treme games, organizou o que era mais uma festa com traje obrigatório cosplay ou formal. Levei o meu fato de Yuuko, pois como é bastante natalício e por ser de veludo, achei adequado para uma festa assim.
O espaço, apesar de pequeno e lhe faltar qualquer tipo de charme digno da palavra "baile", é mais estilo garagem, foi perfeitamente adequado ao tipo de festa que resultou e foi uma excelente oportunidade para conviver com outros cosplayers sem mais elementos que pudessem distrair. Fora a escolha musical, para mim pouco interessante, a festa foi um sucesso, conheci imensa gente simpática nova, convivi com mais gente simpática que já conhecia e diverti-me muito. Este evento ainda teve a vantagem de ser suficientemente perto da minha casa para ir a pé. Espero que haja nova edição este ano.

Cosplay Photoshoot #11
Novamente em sábado de Carnaval fui ao Parque das Nações ao Photoshoot. Levei o cosplay de Non, já com alguns alívios, graças a muita pesquisa e algumas ££, e soube lindamente tentar encarnar uma personagem que tem poses e não precisa estar com um ar demasiado sério ou zangado.
O que faz a diferença neste evento todos os anos, para além de um fato diferente, são os cosplayers com quem calha acabarmos por conviver. Mais uma vez conheci gente nova, na maior parte das vezes são as personagens ou alguma característica dos fatos que servem para quebrar o gelo. Nesse aspecto o cosplay gera um convívio fácil, calculo eu, até para a pessoa mais tímida.
Este ano repetiu-se a after-party, desta vez uma espécie de reprise mais descontraída do baile de Inverno na X-treme Games. Foi bom, mas uma bela canseira!

Festa do Japão
Acho que não mencionei antes, há quatro anos que se organiza em Lisboa, no jardim das Sakuras em Belém a Festa do Japão. No primeiro ano não fui, nem sei porquê, mas a partir do segundo ano, e porque percebi que havia algum destaque ao cosplay, fui sempre até agora. Estreei lá o fato dos corações da Hokuto Sumeragi (Tokyo Babylon), o ano passado fui de Tsukikage-sensei e este ano estreei a Andromeda.
A Festa do Japão é mais multicultural, tem vários espectáculos em palco, dança, música, artes marciais, cosplay, e ainda bancas, cuja minha preferida é a dos livros em 2ª mão. Já lá achei uns tesourinhos! Também há bancas de comida, o meu tirar a barriga de misérias anual de takoyaki.
Este ano foi especial por reencontrar um velho amigo destas andanças do anime, o Tetsuo Ogata, do Club Otaku. Também foi especial por o test-drive da minha coroa, que tanto trabalho deu, ter sido um sucesso, até quando me abaixava ela não saiu do lugar. Só não experimentei fazer headbanging ou andar aos pulos, mas convenhamos... seria off-character!

Podem ver as fotos que fui tirando nesses eventos nas minhas galerias do Google (Asian Culture Party, AniFest, Cosplay Photoshoot #11, Festa do Japão 2014).


Cidade Universitária, ETIC, X-treme Games, Parque das Nações, Belém

24.2.14

Andersen Dowa Ningyo Hime

Encontro sempre nos animes dos anos 70 um charme que já desapareceu. Nem é por uma questão de nostalgia que os vejo, simplesmente aprecio mais a sua estética e linguagem cinematográfica mais directa. A sua produção era abordada simplesmente como um entretenimento e não como uma obra de valor artístico ou monetário, o que lhes dá uma simplicidade muito cativante.

Andersen Dowa Ningyo Hime, ou seja a Contos de Andersen, A Pequena Sereia, de 1975, é, dentro das adaptações de contos ocidentais dos anos 70 que já vi, das obras mais conseguidas. Os outros que vi são Hakuchou no Mizuumi (O Lago dos Cisnes) e Sekai Meisaku Dōwa: Oyayubi Hime (A Polegarzinha - que nunca comentei aqui). Primeiro o filme não desvia muito do conto original (de que sou fã desde pequena), coisa realmente desnecessária - em equipa ganha não se mexe - os contos de Hans Christian Andersen já são extremamente dramáticos e visuais por si só, não precisam de glitter. Apesar disso não desgostei do final feliz da versão da Disney e a Pequena Sereia ainda é o meu filme Disney preferido da era moderna.

Voltando ao Japão, a estética clássica da Toei pelas mãos mais que talentosas de Shingo Araki (eu sabia, eu sabia!) alia-se a uma animação impecável para a época, num filme onde não há a estranheza de uma animação muitas vezes arcaica ou "parada" das séries para TV. Não é só o character design que é lindíssimo, a animação, como já disse, é muito boa e os cenários deslumbrantes. O fundo do mar é escuro e algo lúgubre, o que nos ajuda a reforçar a ânsia de Marina (Ariel é invenção da Disney, no conto de Andersen a sereia não tem nome) em ver o céu e a superfície da terra, cheio de navios naufragados ou construções de búzios espiralados. Por seu lado, a terra é solarenga e parece tirada das ilustrações de um livro de contos ocidental. Mesmo assim, nenhuma das construções, submarina ou terrestre é monumental ou avassaladora, são suficientemente luxuosas e acolhedoras para espicaçar a curiosidade do espectador comum e deslumbrar uma criança japonesa dos anos 70, para quem qualquer coisinha ocidental teria parecido exótica.
Quando Marina vem à superfície pela primeira vez.
A história em si desenrola-se rapidamente mas de modo equilibrado, afinal o filme tem apenas uma hora, sem desperdiçar tempo em subterfúgios ou sentimentalismos lamechas. Quem fez a adaptação do conto respeitou-o no seu dramatismo algo cruel, que aliás caracteriza quase todos os contos de Andersen. Gostei da presença quase constante da Bruxa, como uma sombra, enquanto que apenas tem duas cenas curtas em que participa activamente, brrr, é sinistro. Apenas dispensava o "golfinho amiguinho", mas optando por excluir a narração em off, Marina precisava de "alguém" para interagir, portanto é um mal necessário e os japoneses adoooram uma mascote!

Ao ver este filme tive uma vaga sensação de familiaridade, portanto é provável que o tenha visto quando era miúda, mas não tenho memórias concretas e a adaptação que mais me lembro da Pequena Sereia era um filme de um país de leste, talvez checo, que passou no Vasco Granja e que tem semelhanças estéticas com este. Sou parcial na minha leitura deste filme pois é o meu conto de Andersen, o meu escritor de contos infantis preferido, favorito e Shingo Araki é um dos meus heróis. Digo "é", pois apesar de já ter morrido, estou longe de ter visto toda a sua obra. Ah, as sereias deste filme não usam soutien! Eu sei que é por uma questão de classificação etária, etc., etc., mas sempre achei que soutiens em sereias são um anacronismo. O mais engraçado é que apesar de não ser frequente, não houve uma preocupação exagerada em tapar as maminhas de Marina e temos o ocasional mamilo à vista. Quando pensamos nos tempos passados como épocas pudicas e depois vejo um filme destes, que mostra maminhas sem as sexualizar, pergunto-me se os tempos pudicos não serão agora.

Andersen Dowa - Ningyo Hime - ANN

9.1.14

Kirarin Revolution

Mais um post acerca de um anime a passar no Panda, mas prometo que o próximo é bem diferente.

Não apanhei a "primeira" série de Kirarin Revolution no Panda, o que na realidade significa que não apanhei os primeiros 40 e tal episódios, pois trata-se de uma só série. O Panda costuma dividir as séries mais longas, provavelmente por questões comerciais e de programação, fazem-no com One Piece, etc., só não o fizeram com Sailormoon, que na realidade está mesmo dividida em 5 séries...

Kirarin Revolution é um anime shoujo, para raparigas pré-adolescentes que aborda o algo raro tema das idols. É estranho, num país onde a cultura pop depende quase exclusivamente das idols, haver tão poucas séries de anime dedicadas a este tema. Como tal, Kirarin Revolution está cheia de canções em estilo J-Pop puro, levezinho e cujas letras têm a densidade do ar. Mas as canções, apesar de tudo, são engraçadinhas e conseguem evitar ser irritantes.

A história é quase tão densa como as letras das canções, conta uma história básica de uma adolescente despistada que se apaixona por um ídolo e quer tornar-se ela também ídolo para poder estar com ele. Apesar do potencial para uma daquelas séries clássicas shoujo onde a protagonista está constantemente a ultrapassar os seus limites, chegando a capacidades quase sobrenaturais que envolvem um grau elevado de sacrifício, principalmente pessoal, Kirarin falha nisso tudo e a série é tão fútil como a motivação da protagonista, que passa os 150 e tal episódios dividida entre os dois cantores do duo Ships. Se fosse só isso em 20 a 40 episódios, tudo bem, mas para o esticarem por 150 e tal, o que significa cerca de 3 anos no ar (no Japão), é demasiado e resulta em imensos episódios de encher, sem conteúdo e pouco interesse para a narrativa principal, já de si fraca.

O character design e o artwork não são dos meus preferidos, os olhos ocupam 80% da face, cabelos com demasiadas linhas e pouco movimento e cabeças desproporcionalmente grandes. Mas não é mau e consegue ser consistente durante quase toda a série. Digo quase pois aqui está o grande motivo deste post. A dois terços da série o acabamento muda da tradicional animação com acetatos (apesar de certamente pintados digitalmente) para um 3D mal acabado. Aplicado a 95% da animação.Este 3D faz lembrar o software dos Vocaloids e mostra o esforço de o anime mais comercial utilizar as novas tecnologias que embaratecem a produção. Não desgosto da ideia, mas acho que no exemplo de Kirarin ainda tem muito que evoluir, criando por vezes imagens distorcidas e na maioria dos casos pouco interessantes. Os character designers têm primeiro que se adaptar às condicionantes do software e limpar aspectos que são, para todos os efeitos, erros técnicos. A animação, principalmente das coreografias resulta muito bem e nota-se que houve mais cuidado nela que no restante. Se a história fosse melhorzinha este experimentalismo passava, pode ser que em breve vejamos estas novas técnicas aplicadas com mais cuidado.

Curioso o papel das mascotes, em geral gatos que são só orelhas mas têm cursos universitários, que comunicam com as personagens humanas e até chegam a ter elas prórpias mascotes!

Kirarin Revolution é uma série de anime que se vê como quem folheia uma revista cor-de-rosa num dentista ou cabeleireiro, é um anime para ver e jogar fora. É pena, gostava de ver mais séries com este tema das idols musicais e do J-Pop.

きらりん☆レボリューション

Canal Panda
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