29.12.12

Comecei a ver: Mawaru Penguindrum

Oh sim, Kunihiko Ikuhara volta a atacar! Mawaru Penguindrum é uma série intrigante, aliás como tudo onde Kunihiko mete o dedo: Sailormoon, Shoujo Kakumei Utena. Descobri Kunihiko Ikuhara graças a Utena (apesar de já ter visto Sailormoon naquela altura), que descobri nas páginas da revista Newtype, muito por causa do character design invulgar. Desde então Ikuhara tem andado muuuito sossegado, apenas revelando um estranho fetiche por pinguins no seu blog. Naturalmente quando percebi que Mawaru Penguindrum foi criado por ele e que envolvia pinguins, a série foi imediatamente acrescentada à lista.

Penguindrum nasce da estranhíssima combinação de pinguins com o ataque com gás sarin, na linha Marunouchi do metro de Tóquio, pela seita Aum Shinrikyo, a 20 de Março de 1995. Como é que daí sai uma série anime shoujo, sobrenatural e com algum drama do quotidiano, só mesmo Ikuhara para dar uma eventual explicação. Mas a mencionada linha de metro e a data 20 de Março de 1995 têm um papel fundamental na história e isso percebe-se rapidamente. Mais não sei e não digo.

Os protagonistas são uma família de três irmãos adolescentes, Himari, Shouma e Kanba Takakura, órfãos e a viver sozinhos. Himari está gravemente doente e os irmãos mais velhos fazem tudo para permanecer juntos e cuidar da irmã. A nossa história começa com uma ida dos irmãos ao aquário onde compram um gorro em forma de pinguim real a Himari. A partir daí, sem querer fazer spoilers, a vida deles entra numa espiral surrealista de acontecimentos sobrenaturais, que os leva a conhecer a sociopata Ringo Oginome. Sociopata, pois Ringo não regula definitivamente bem da carola, vive em função de um plano louco elaborado num diário da sua irmã morta, Momoko, que envolve também Keiju Tabuki, o professor dos irmãos Takakura.

Ainda só vi 6 episódios e ainda há muito para esclarecer nesta fase, mas, se esta série não for como a maioria das séries mais recentes que tenho visto, não o parece e ainda tem o selo de garantia de Kunihiko Ikuhara, de prometer mas não cumprir, acho que vou gostar, muito. Gosto das personagens, até mesmo de Himari, a mais sonsinha, gosto do character design e dos gráficos, gosto dos genéricos algo depurados, gosto da música, gosto da história intrigante e algo surrealista. Também gosto muito de os figurantes serem representados como figurinhas da sinalética das casas de banho e afins. Já em xxxHOLiC tinha gostado de serem apenas silhuetas, faz com que as personagens se destaquem e reforça a ideia que estão lá só para encher.


Seizon Senryaku ROCK OVER JAPAN - Triple H
*O clip começa aos 32 segundos e é de um episódio mais adiantado. Para não haver spoilers, sugiro começar nessa altura e parar quando o clip termina. Não consegui encontrar o clip sozinho. 

Tenho de falar na banda-sonora. Para variar adoro ambas as canções do genérico (até ao episódio 6) e a transformação de Himari é um verdadeiro videoclip, levando o conceito das transformações de mahou shoujos a outro nível. Videoclip esse, nada mau, com uma canção engraçada e que apetece ver sempre. Já tinha havido uma tentativa semelhante em Utena, com a sua "escalada" à arena dos duelos, mas na época notavam-se em demasia as costuras da junção de CGI com animação tradicional e o videoclip tornava-se algo limitado. A música em Utena apesar de boa era demasiado pesada e ao fim de alguns episódios tornou-se cansativa. O uso de CGI e animação 3D em Penguindrum é uma mais-valia que foi muito bem aproveitada, pois faz-nos querer saber a importância de cada elemento que o integra. Voltando à banda-sonora, não sei se é o mesmo compositor de Utena, mas reconheço a mesma percussão em cenas de tensão e alguma semelhança no geral. Como Kunihiko Ikuhara parece ser a versão moderna do génio produtor/ditador para o anime, não me admira nada que até tenha o dedinho dele nisso.

Há mais um factor que intriga, na série há muitas cenas passadas no metro, onde aparecem sempre duas personagens, Double H, em sinalética ou pequenas animações informativas com roupa semelhante à de Himari quando se transforma e ao primeiro genérico final. Estou a roer-me de curiosidade para saber a ligação com o resto da história!

輪るピングドラム

26.11.12

1000 Nen Joou

Finalmente encontrei o filme 1000 Nen Joou e pude vê-lo. Encontrar anime mais antigo pode por vezes ser uma busca complicada, mas com paciência e perseverança chega-se lá! Como fã acérrima de Leiji Matsumoto, na minha longa lista de anime a ver estão todas as suas obras. Até agora não tem desapontado.

1000 Nen Joou é um filme que reconta a história de Andromeda Promethium, a dita Rainha dos 1000 Anos, originalmente uma série com 42 episódios, que estreou após Galaxy Express 999. Andromeda Promethium, ou Yukino Yayoi, o seu nome na Terra, reina em segredo a Terra durante 1000 anos, milénio esse que chega ao fim e a rainha será substituída por uma nova. Mas os planos mudam e La Metal, o planeta de Promethium, aproxima-se perigosamente da Terra.

Leiji Matsumoto varia pouco a caracterização das personagens, Promethium, na realidade a mãe de Maetel e Esmeraldas, de Galaxy Express 999 e Captain Harlock, faz as vezes de Maetel e Hajime, o rapazinho órfão, as vezes de Tetsuro. Talvez isso seja por 1000 Nen Joou ter sido produzida na sequência do sucesso de Galaxy Express 999, mas para mim não importa, o que interessa é o resto. A série aparentemente não teve o sucesso desejado, ficando com menos 10 episódios que o planeado, mas o filme, se não o teve foi por ignorância, pois é um deslumbre do princípio ao fim!

A animação é de primeira, nota-se um cuidado geral maior que o costume na época, a banda-sonora magnífica e completamente adequada à história e ambiência geral e a narrativa uma história de ficção-ciêntífica sólida e empolgante. Ao contrário de Galaxy Express, aqui não se explora um mistério, Hajime fica cedo a saber quem é a sua professora Yayoi e o que importa é salvar a Terra, os humanos e, se for possível, La Metal e os "metalianos". A narrativa está suficientemente bem construída para quem conhece perceber os laços que a unem a outras séries de Matsumoto, mas sem deixar quem não conhece atrapalhado com conceitos mal explicados. O filme funciona sozinho, por si só, sem depender das histórias paralelas e as duas horas de duração passam espantosamente num ápice. É raro um filme de anime durar mais que uma hora e meia, e em 1000 Nen Joou não há um momento inútil ou enfiado à força. Todas as sequências são importantes e o ritmo é acelerado.

Gostei mesmo muito de ver este filme, surpreendeu-me pois é bem melhor do que estava à espera. Promethium tem maior densidade que esperava, Hajime, um pouco como Tetsuro, serve de elo de ligação e elemento explicativo, há um cientista limitado na sua humanidade, mas brilhante e que ajuda a encontrar a solução, naves espaciais espectaculares, conflito de interesses, um love interest, até dois e uma vilã sinistra como convém. Tenho de ver a série e comparar, pois gostava de saber até que ponto as diferenças entre ambos se aproximam das diferenças entre GE 999, a série e os filmes.

Ver filmes como este dá-me cada vez mais vontade de ver anime vintage e cada vez menos ver o mais recente. A maioria do que tenho visto de recente, salvo algumas excepções, ainda bem que as há, tem sido desapontante. Muitas das séries modernas são um desperdício de excelentes recursos técnicos que se vendem a conceitos fáceis ou comerciais que mais não fazem senão vender merchandising. As histórias prometem muito e não cumprem, parecem vazias de conteúdo... será que os fãs estão cada vez menos exigentes?

松本零士オフィシャルホームページ


RAW

3.9.12

Ando a Re-Ver: Majokko Meg-chan


Meg-chan é VIOLENTO!

Poucos dias antes de recomeçar a ver esta série, li algures que a versão italiana, a mesma que passou cá (dobrada em português), teve 3 ou 4 episódios excluídos por causa dessa mesma violência. De todos os episódios que já revi, lembrei-me sempre de alguns detalhes ou imagens, quando não cenas inteiras. O episódio 22 foi muito provavelmente um desses episódios censurados, pois para além de não me lembrar rigorosamente de nada do episódio o tema principal é, no mínimo, polémico: o suicídio. Fiquei curiosa acerca dos outros, pois este, por mais que eu seja contra a censura, até faz sentido ter sido retirado.

Há uns dias, ao trocar ideias com uma amiga, ela disse-me, e com razão, que essa violência faz falta, pois faz parte do dia-a-dia. As séries infantis dos dias de hoje são tão "limpas" de toda uma violência que está presente nas vidas de todos, é tudo tão cor-de-rosa, tão perfeito, que até se tornam pouco credíveis. Se as crianças não têm contacto com essa violência através da ficção, mais tarde quando tiverem na realidade isso pode resultar num choque com consequências imprevisíveis. Nem eu nem a minha amiga somos psicólogas, nem me vou alargar muito mais nesta análise, mas é, para mim, uma questão de bom-senso. E basicamente não foi por a minha geração ter sido exposta a mais violência que as crianças de hoje se tornou numa geração violenta por norma. Até acho o contrário, que somos uma geração extremamente pacífica ou melhor, com falta de iniciativa. Para além disso, sem conflito uma história é simplesmente CHATA!

Uma coisa é certa: para mim, que gosto de filmes de terror e distingo a realidade da ficção, é revigorante ter, numa série para miúdas pré-adolescentes e adolescentes, uma tal crueza e honestidade narrativa. Também presente é um lado extremamente atrevido, a raiar o perverso, sexual (desse lembrava-me bem), onde temos constantemente Chou-san a tentar despir Meg e se calhar, por acréscimo, Non. A cena de Meg na banheira a atravessar a cidade é épica!

魔女っこメグちゃん

DVD R

21.8.12

Kuroshitsuji II

Surpreendentemente, e apesar da permissa pouco interessante de uma pseudo-rivalidade entre iguais, Ciel-Sebastian contra Alois-Claude, a segunda série de Kuroshitsuji é bem mais satisfatória! Ciel aparenta mais carácter, Alois consegue ser um vilão irritante, Claude um rival à altura de Sebastian, que mantém parte do sarcasmo, aliado a um pouco de emoção, e as personagens que achava irritantes ou desapareceram ou tornaram-se elementos de comédia, Grell.

Os episódios são menos chatos e a história avança bem sem se tornar pesada, cada episódio está estruturado de forma equilibrada incluindo as qualidades da primeira série e a narrativa principal, sendo mais simples, acaba por tornar-se mais interessante no todo. Até o final é satisfatório!

Resumindo, a equipa aprendeu com os erros e soube dar a volta a uma série que tinha tudo para descambar à grande. Contudo a primeira série estragou o que havia a estragar e Kuroshitsuji acabará sendo uma série anime de que vou me lembrar por causa do guarda-roupa. É pena!

Ainda vou ver os OAVs, já vi dois, mas depois faço um post sobre todos.

黒執事Ⅱ

12.8.12

Comecei a Re-ver: Majokko Meg-chan

Já tinha tido uma falsa partida há tempos e o facto de ainda ter pendurada a Candy Candy fizeram com que só tivesse revisto, desta vez na versão original, 2 ou 3 episódios de Majokko Meg-chan (Bia, a Pequena Feiticeira). Mas, tal como foi para a Candy e para Glass Mask, esta é a altura certa, está-me a apetecer imenso rever a Meg-chan. Lembro-me bem da série, mas quero ver especialmente com o meu olhar de hoje, por onde já passaram imensos mahou shoujos.

Meg-chan dificilmente deixará de ser uma das minhas séries preferidas, logo o primeiro episódio dá o tom, Meg não é uma menina bonitinha, tal como mais tarde perceberemos que também Non não é propriamente uma vilã. O lado atrevido muito presente também torna esta numa série assaz invulgar, mesmo aos olhos de hoje. Mas ao contrário de muitas séries actuais, o fanservice quase sempre presente funciona como elemento de comédia e não parece forçado, apesar de muitas vezes ser exagerado.

Graficamente a série é um espanto. O character design e a animação têm um traço tão pessoal que é inevitável reparar neles e os cenários, muito evocativos de uma Europa mediterrânica do imaginário japonês, são deliciosos. Não há uma rua plana, há imensa cor, imenso verde e os telhados são sempre vermelhos. A casa da família Kanzaki (de Meg) parece uma casa dos Estrunfes e a de Non saída das páginas da revista de arquitectura mais vanguardista dos anos 60. Do mesmo modo o guarda-roupa das duas rivais é um tratado de moda anos 60-70, até nas cores escolhidas. Esta foi provavelmente uma das primeiras séries que introduziu o "código de cores" do mahou shoujo, em que Meg usa cores quentes e Non cores frias, que reflectem ambas as personalidades. Meg é mais menina (mas raramente vemos o excesso de cor-de-rosa actual) e Non mais elegante e madura. Ah, Non anda de mota! Basicamente Meg é divertida e kawaii e Non é uma tsundere  cool.

Os genéricos são ambos uma delícia, bem animados e representam bem a série. As músicas japonesas são completamente diferentes das que passaram cá. Como adoro o ♪Bie-aa, bie-e ba-be, bie-o ba-be-bi-bo♪, custou-me a adaptar-me a duas canções fortes mas com uma sonoridade muito mais anos 60. O certo é que a canção original, cantada pela mesma cantora de Cutie Honey (produzida na mesma época), entranhou-se e já não identifico a Meg-chan com a canção italiana/portuguesa.

魔女っこメグちゃん

DVD R

30.7.12

Terminei de ver: Kuroshitsuji

 
Esta série foi daquelas que prometeu e não cumpriu. Realmente, como disse no post anterior, parecia uma série bem feita e a história prometia mistério sobrenatural. Infelizmente ao 5º episódio... fartei-me!

Já não há séries mal animadas e que não encham o olho, e nesse aspecto Kuroshitsuji é um doce tão apetecível como as sobremesas retratadas na série, mas a história tem pouco conteúdo, demasiadas personagens irritantes e não desperta o interesse. O mistério de Ciel e Sebastian é rapidamente explicado, de forma a parecer que ainda há mais qualquer coisa até ao fim da série, mas não passa de um simples pacto com o diabo (demónio?) e vingança. Ciel, Greil Sutcliffe, Undertaker e Madame Red, personagens com imenso potencial, irritam-me. O Undertaker então, não suporto personagens masculinas que falam daquela forma lenta e afectada, parece que só lá estão para enfeitar. O que no caso do Undertaker é isso mesmo, pois durante a série ele serve de muito pouco. As únicas personagens de que gosto são Sebastian, fiel ao seu sarcasmo até ao final, e os outros empregados da casa, que apesar de parecerem apenas um elemento de descompressão ao início, são quem surpreendentemente tem realmente uma função a cumprir nesta série.

A história desenvolve muito pouco, repartindo-se em pequenos casos detetivescos pouco interessantes com um fundo de mistério e sobrenatural que de algum modo os liga a Ciel Phantomhive. Os anjos demoníacos, são uma subversão demasiado óbvia das características angelicais, já muito vista e repetida. Mais ainda pois toda esta atenção dada à mitologia dos anjos e demónios não faz muito sentido numa Inglaterra Vitoriana, onde o Príncipe Albert, marido da Rainha Vitória, vem de um contexto Luterano e a própria Vitória do contexto Protestante. Este tipo de intriga só faria sentido num país Católico, pois choca com os seus valores mitológicos mais sagrados. Vejam/leiam Constantine, um comic e filme norte-americano onde este tipo de ideia é desenvolvido de forma mais interessante.

 

Em termos visuais Kuroshitsuji cumpre, e até vai buscar no 2º genérico final um quadro que aprecio muito, A Ilha dos Mortos, de Arnold Böcklin, como inspiração, uma citação inesperada! De notar que conhecem-se pelo menos quatro versões da Ilha dos Mortos pelo mesmo autor. As mesmas estão expostas em vários museus pelo mundo fora.

Só recomendo Kuroshitsuji a quem sinta apelo pelo lado estético, pois como história é pobre e um bocado aborrecida, tal como o Ciel. Vou encher-me de forças para ver a segunda série e os OVAs, mas a vontade não é das maiores. Muito provavelmente vou intercalar com outra série que tenha tido que interromper, como Galaxy Express 999 ou Ace wo Nerae!.

黒執事

24.7.12

Terminei de ver: Glass no Kamen (2005)


Há muito que não terminava uma série de anime com esta sensação, uma sensação de leveza e de ressaca de emoções fortes... Acho que a última vez que me senti assim foi ao ver as quatro primeiras séries modernas de Doctor Who. Ah Russel T Davies, és definitivamente um dos meus heróis! Se Glass no Kamen já era uma série excelente na versão um pouco datada de 1984, a versão de 2005, retrabalhada de forma a destacar mais as personagens e limpa de maneirismos ou clichés, demonstra que é possível fazer remakes, melhor, segundas versões de histórias sem estragar mas sim melhorando actualizando-as. Depois de ver estas duas séries compreendo o clássico que Glass no Kamen é para a manga shoujo e definitivamente é uma prioridade na minha lista de mangas a ler.

Tive de fazer uma pausa forçada no visionamento desta série, computador pifado, trabalho, vida e a dificuldade em encontrar a segunda metade dos episódios, mas ultimamente andava mesmo com vontade de ver o resto e a altura não podia ser mais propícia. Apesar de a primeira metade da série se concentrar mais na aprendizagem no sentido académico de Maya e a segunda no amadurecimento como actriz e mulher, o que as destingue, a sensação que tive há quatro anos quando vi a primeira metade é a mesma mas mais intensa pois as emoções vão crescendo e intensificando-se.

Glass no Kamen de 2005 é uma série extremamente rica, com personagens muito humanas, mesmo que façam sacrifícios sobrehumanos, que nos levam numa montanha russa de sensações bastante rara na ficção moderna. Talvez o mérito esteja todo em Miuchi Suzue, a autora da longa e inacabada manga, mas também passa e muito pelos argumentistas da série, que raramente terminam um episódio sem ser em cliffhanger e que me fizeram ver vários episódios em catadupa, coisa que raramente faço. Nesta segunda metade sentimos Maya à altura da rival Ayumi, competindo de forma justa. O segundo genérico representa muitíssimo bem a sua história, de miúda talentosa que tem de lutar por um lugar ao Sol e de Ayumi, para sempre apaparicada mas determinada em encontrar a sua própria voz. De modos opostos as duas chegam ao mesmo objectivo, representar "Kurenai Tenyo" [A Deusa Escarlate], a mítica peça escrita para a mestra Chigusa Tsukikage. O esforço de ambas é igualmente válido e intenso e isso é reconhecido tanto pelas duas raparigas como rivais, como pelos colegas e Chigusa. Cabe a cada um escolher a versão que lhe assenta melhor.

Não deixa de ser interessante observar como as peças de teatro, sejam elas reais, Helen Keller, Sonho de uma Noite de Verão, ou fictícias, As Duas Rainhas, são instrumentos para fazer avançar a protagonista e de modo algum se tornam chatas por serem exploradas com bastante pormenor, em média 3 episódios por peça. Em cada peça coloca-se um novo desafio a Maya e por consequência a Ayumi, rival, e Hayami, interesse amoroso. A relação de Ayumi e Maya também não é a clássica relação menina-rica-e-cabra contra menina-pobre-e-boazinha, as duas respeitam-se e aprendem uma com a outra. Na fase das Duas Princesas até se ajudam mutuamente.

O modo como a relação de Maya e Hayami se desenrola é uma peça importantíssima da história e adiciona-lhe uma intensidade do shoujo clássico dos anos 70, sem o lado piroso e sentimentalão que foi eliminado nesta versão. O modo como a verdadeira identidade de Hayami é revelada, para além de ser um dos maiores cliffhangers da série, é inteligente e muito credível, sem recorrer a subterfúgios narrativos gratuitos e leva Maya a tomar decisões fulcrais na sua vida. Maya cresce incrivelmente nesta segunda metade em muito devido à sua relação com ele.

Glass no Kamen é uma série que não se compreende como passou tão despercebida, pois não há série moe ou afins que lhe chegue aos calcanhares. Hoje em dia já não se podem comparar as séries em termos técnicos, pois os computadores vieram facilitar uma boa execução e raramente se vêm séries mal produzidas ou baratas, porque o orçamento não chegou. O que valoriza uma série é a sua história, personagens bem construídas e eventualmente se a estética visual e sonora agrada ao espectador. Isto comprova que o que tem verdadeirmente valor é universal e não vai em modas. É pena que por vezes passe despercebido.

Continua a ser um mistério para mim como é que os japoneses conseguem emocionar-me desta forma que a ficção Ocidental raramente consegue. Talvez deva permanecer um mistério para eu continuar a ter esta sensação. Felizmente Glass no Kamen não acaba por aqui, há os OAVs dos anos 80, de que já vi pelo menos um, e a série live-action. Por fim há os 48 volumes da manga que seguramente vão saber a pouco, nem que seja porque é uma incógnita se Miuchi Suzue algum dia a terminará.

ガラスの仮面

RAW

15.7.12

Comecei a ver: Kuroshitsuji

Quando esta série foi lançada, chamou-me a atenção nas páginas da Newtype, mas como a lista é sempre longa, logo a descartei. Tenho de confessar que esta é mais uma série que foi o cosplay que me levou a vê-la, a sucessão de bons cosplays, apesar de um bocado góticos para o meu gosto, despertou a minha curiosidade.

Apenas vi alguns episódios e tenho uma certa dificuldade em classificar Kuroshitsuji. Claramente não é um shounen, mas também não é o típico shoujo, ainda por cima porque os protagonistas são um rapaz e um demónio (o que também não é significativo). Está, definitivamente, inserida no género fantástico e sobrenatural, essa parte é clara, mas conjunto do estilo de narrativa e a estética são de certa forma novidade. Será que podemos criar o género "lolita"? Digo isto pois, tal como Rozen Maiden, é claramente uma série criada a apelar às lolitas ou às lolitas-cosplayers.

Kuroshitsuji é um misto de série de mistério/policial com comédia e fantástico à mistura. Passa-se na Londres Vitoriana, mas vai mais além, onde o tom do fantástico é muito mais nipónico que britânico, com direito a shinigamis (que aparentemente andam muito na moda - já conto três séries recentes com shinigamis: Death Note, Bleach e Kuroshitsuji) e jardins japoneses. No dia-a-dia Kuroshitsuji parece ser um manual de hábitos Vitorianos, principalmente no que toca ao chá. O rigor histórico é irritantemente alto e estou mesmo a ver as lolitas a tomar notas a cada episódio. Não é que não goste, mas é um traço típico da comédia à japonesa. Claro que, sendo uma série do fantástico há muitas concessões, mas ao contrário das séries dos anos 70-80, essas concessões, sejam a nível do guarda-roupa ou cenários ou de determinadas acções/atitudes, são claramente derivadas de uma pesquisa exaustiva. O resultado é um gótico-barroco, cheio de detalhes que dá a Kuroshitsuji um aspecto luxuoso e cuidado.

Como ainda só vou no início e cada episódio apenas desvenda um pouquinho do mistério da morte dos pais de Ciel e do seu pacto com Sebastian, ando a saborear essa descoberta. A relação de Ciel, sombrio e aborrecido, com o mordomo Sebastian, ultra-competente e sarcástico, é muito engraçada. Acho estranho o protagonista aparentemente ser uma personagem tão pouco apelativa, o que de facto é compensado por Sebastian, mas com os japoneses nunca se sabe... Os outros elementos que habitam a mansão são a criada trapalhona, o cozinheiro que queima constantemente a comida, o jardineiro que se engana nos adubos e o velho mordomo/valete que passa o tempo quase todo na forma chibi a beber sencha. Resumindo, os outros empregados são de fachada e é Sebastian quem realmente toma conta da casa e de Ciel. Como ele mesmo diz: "Akumade no shitsuji", em que as palavras "akumade" são um trocadilho entre um mordomo extremoso (aku made) e um mordomo demónio (akuma de). Aliás, há mais trocadilhos do género na série, que infelizmente são difícieis de transpor numa tradução.

Apesar de não me ter encantado, Kuroshitsuji parece-me ser uma boa série que vale a pena ver, e tenho uma certa curiosidade em saber mais. Como cereja no topo do bolo fica o delicioso genérico final, que retrata em versão chibi o dia-a-dia de Ciel com Sebastian. Não sou grande fã da canção, apesar de não me chatear.

Becca - I'm Alive



13.7.12

Terminei de ver: Candy Candy

É-me impossível escrever este post sem fazer SPOILERS, portanto deixo o aviso à navegação, se não querem saber detalhes acerca do final da Candy Candy, leiam apenas quando o virem/lerem.


É caso para dizer: FINALMENTE! Pois levei 14 anos para saber a segunda metade e o final da história de Candy Candy e quase 30 para ver a série até ao fim! Há uma explicação, Candy Candy foi cancelada a meio na RTP, quando deu a única vez em 1983-84, e só nos anos 90 tive a possibilidade de adquirir e ler a manga de Candy Candy em japonês, onde finalmente foi satisfeita essa curiosidade imensa. Entretanto deu-se o processo de direitos de autor entre as duas autoras, que resultou num embargo geral à Candy Candy, o que impossibilitou o acesso à série de forma legal. Sendo uma série antiga não foi das mais fáceis de encontrar pelas "internetes", demorei a conseguir a série completa e só recentemente tive finalmente a disponibilidade de voltar a pegar na Candy.

Bom, como disse no post anterior, a segunda metade da Candy está cheia de fillers o que é uma grandecíssima seca. Até parece que o director/produtor geral da série mudou e resolveram esvaziar Candy Candy de romance e fazer da série um pseudo-western. Comparativamente à primeira metade, quase metade dos episódios são fillers e mesmo quando têm a possibilidade de esticar a narrativa através dos acontecimentos originais da manga, que não são poucos, resolvem inventar novas intrigas, com novas personagens, que pouco ou nada têm a ver com a restante série, excepto serem protagonizadas por Candy. Até o rigor histórico, que já era pitoresco e pouco correcto, foi parar às urtigas. A dada altura perguntei-me porque de repente parecia que estava a ver um shounen infantil em vez de um shoujo adolescente. Mas as partes que são adaptadas da manga são bastante fiéis apesar de deixarem o romance ao mínimo. É romance que nós queremos! São lagriminhas impossiveis de controlar que queremos!

O pior mesmo é o final, que apesar de um pouco condensado e precipitado estava a correr bem até Candy voltar à Colina da Pony. O momento fulcral da série, o fechar do círculo, a explicação de tudo, as emoções ao rubro, no que deveria ser um momento privado entre Candy e Albert, torna-se uma experiência colectiva, com a adição de Annie, Archie e os membros do Lar da Pony, com uma necessidade pouco interessante de deixar tudo explicadinho sem a mínima alusão a um futuro, muito menos a um possível romance entre eles. Nem um plano dos dois sozinhos nos dão! Várias vezes ao longo da série, de certa forma até mais que na manga, foram dadas sugestões de que o Príncipe da Colina é que era o homem para Candy para depois nos deixarem a chupar no dedo... enfim, o final na manga é mais satisfatório apesar de deixar as coisas em suspense. 
"Ficas mais bonita a sorrir!"


E, para quem se pergunte, eu sou fã de Terry para sempre, era ele quem eu gostaria que ficasse com Candy. Mas também acho que depois dos acontecimentos com Susanna, da decisão de Candy de se afastar, seguidos da aproximação e empatia dela com Albert, numa relação de amor e companheirismo, é com Albert que ela fica melhor. São decisões realistas que muitas vezes as pessoas têm de tomar. A relação de Candy com Albert é mais madura e praticamente um casamento sem sexo. Mas ninguém estava à espera de ver sexo em Candy, portanto... é um bocado como as metáforas de sexo nos filmes de Hollywood após o estabelecimento do Código Hayes.

No geral Candy Candy continua a minha série favorita, mas nunca dissociando da manga onde a história está muito mais bem escrita. Era uma série, que se a situação das autoras não fosse a que é, merecia um remake à altura, sem fillers nem "caubóiadas"! Apesar de Shingo Araki, o character designer ideal para Candy, ter morrido, se fizessem uma produção como a de 2005 de Glass no Kamen, sem a necessidade de tantos episódios, Candy Candy teria a adaptação perfeita a série anime. Só sentiria falta daqueles genéricos maravilhosos!!!

15.4.12

Ando a ver: Candy Candy


Voltei à Candy Candy, desta vez determinada em acabar de ver a série, pois já tenho todos os episódios. Volta e meia eu regresso à Candy, uma presença constante na minha vida desde que vi *aquele* genérico pela primeira vez.

Numa série tão longa, mesmo para os anos 70 em que as séries costumavam durar normalmente 1 ano, a Candy durou mais de 2, é natural haver fillers, mas é uma pena, numa história tão cheia de reviravoltas, tantos fillers, principalmente no Lar da Pony. Ao contrário dos fillers em casa dos Logans, dos Andrews, no Colégio e pressuponho que na escola de enfermagem e no hospital, os fillers no Lar da Pony são aborrecidos pois não há intriga, simplesmente são fracos reforços às decisões seguintes de Candy. Basicamente o que me faz ver estes episódios é a noção de que muito há para vir e que a fase seguinte é mais empolgante.

Calculo que se a Candy Candy fosse produzida após se ter a noção do sucesso que viria a adquirir, e talvez se as autoras tivessem mais mão nas liberdades criativas tomadas na adaptação, a série anime Candy Candy tivesse uma produção mais cuidada e um argumento mais bem escrito.

ADENDA [19.06.2012]
Como se não bastassem os fillers no Lar da Pony já existentes na manga, após meia-dúzia de episódios na Escola de Enfermagem Mary Jane e com a desculpa de levar Mina para o Lar, vá de pespegar mais TRÊS episódios completamente inúteis em contexto campestre. Na manga Candy limita-se a levar Mina, sem casamentos, fugas ou reencontros com personagens fora do baralho. Argh! Quando é que chega o Mr. Albert para as coisas começarem a aquecer??

7.3.12

Terminei de ver: Super GALS! Kotobuki Ran


Aaaah, finalmente! A culpa de ter levado tanto tempo a terminar de ver Super GALS! não é da série, é minha. Entre precalços da vida, cosplays para fazer que não foram sequer começados, Blythes, trabalho e afins, tenho tido pouca disponibilidade para me sentar e ver anime.

Super GALS! Kotobuki Ran foi uma série que gostei muito de ver. É divertida, supreendentemente bem feita (bem animada, boa realização, bons gráficos) e é menos fútil do que aparenta.

Ran, uma gal de Shibuya, uma rapariga aparentemente fútil que só se interessa por compras e por moda, é também uma justiceira do bairro de Shibuya e dá imenso valor à honestidade e à amizade. Entre um temperamento fogoso e destrambelhado, Ran cultiva amizades com facilidade, amolece o coração das rivais e fomenta a paz na sua família, escola e no seu amado bairro de Shibuya.

Super GALS! Kotobuki Ran mostra um lado da tribo de moda que são as gals que quem está de fora não costuma ver. É uma série que transmite uma ideia muito positiva e construtiva dos adolescentes de Tóquio, que até pode ser algo idealista mas que deixa um sorriso na cara de quem vê.

No meio disto tudo, as citações de séries de anime clássicas, o ataque boomerangue com botas de Ran, a série de culto "Odaiba Cop", que emula as séries policiais japonesas dos anos 70, as relações hierárquicas e de idade entre as diversas gerações e bons momentos de humor, fazem de Super GALS! uma série a ver até para quem não costuma ver shoujo mas gosta de comédia e de slice-of-life.

Super GALS! termina mesmo como um slice-of-life, com uma festa de despedida da gal veterana, com Ran e os amigos a fazerem planos para o futuro próximo. Ran, fiel a si própria, vive um dia de cada vez. Assim é que é miúda!

超GALS!寿蘭

14.2.12

Happy Barentain Day

Nunca liguei ao dia de S. Valentim, apenas me lembro do dia pois um amigo faz anos e por vezes vêm-me à cabeça algumas imagens de animes ou mangas que gosto. É o caso desta, originalmente no artbook de Tokyo Babylon, Photographs, onde as CLAMP mostram talvez pela primeira vez a sua arte em toda a sua glória. Não que não houvesse já artbooks maravilhosos com ilustrações delas e que outras mangas sejam inferiores a Tokyo Babylon. O artbook de Tokyo Babylon é que é um dos mais deslumbrantes e bem conseguidos do grupo. Nesta fase as ilustrações são de Mokona (então Apapa) mas a arte final e acabamentos passaram pelas mãos de Mick Nekoi e Satsuki Igarashi. Naturalmente a coordenação geral é de Nanase Ohkawa, mas no caso de um artbook a participação dela fica em segundo plano.

Uso os nomes antigos delas por duas razões, eram os que usavam na altura da concepção de Tokyo Babylon e também porque à excepção de Mokona, que simplesmente abandonou um nome, e de Satsuki Igarashi, que manteve a fonética mas mudou os kanjis, esqueço-me sempre dos novos pseudónimos de Mick Nekoi e de Nanase Ohkawa.

Um dia faço este cosplay ^__^

Clamp-net.com

Tokyo Babylon Photographs

5.1.12

Terminei de ver: Gokinjo Monogatari

Comecei o ano com os últimos episódios e o filme de Gokinjo Monogatari, um anime adaptado de uma das minhas mangas preferidas.

Gokinjo tem umensas qualidades que a diferenciam da série de anime shoujo comum, as mais óbvias são o character design invulgar, de personagens compridas e magras, que mais parecem feitas de esparguete, algo caricaturais mas muito giras! Nos cenários optou-se por contornar todos os volumes e objectos, quase como nas gravuras tradicionais (ukiyo-e) e, contrastando com o guarda-roupa de cores vivas das personagens, as cores são predominantemente pastéis. Por outro lado as sombras, seja nas personagens ou nos cenários são a preto, criando uma coerência fora do comum entre cenários e partes em movimento e um efeito gráfico forte.

A animação é bastante boa e cuidada, ao contrário do que ainda era comum na época quase não se distinguem os diferentes desenhadores principais e no geral não tem um ar barato ou feito à pressa, aspecto surpreendente pois Ai Yazawa era então uma desconhecida e séries shoujo ligadas à moda uma tendência a explorar.

O que mais me surpreendeu foi a banda-sonora! Já conhecia e gostava bastante das canções do genérico, todas cantadas pela actriz de voz que faz de Mikako, Rumi Shishido, umas  canções divertidas e que poderiam perfeitamente integrar a playlist pessoal de Mikako. As outras músicas e canções que nos conduzem durante a série são um pouco jazzy e muito engraçadas e é de louvar uma banda-sonora inteiramente original, sem recorrer a música incidental banal reciclada de outras séries.

Só tenho uma crítica negativa a dar, com uma série de 50 episódios nas mãos, cortaram a 2ª fase da história, mais ou menos 1/3 da manga, após a reconciliação dos pais de Mikako. Para mim Gokinjo não é apenas sobre os dilemas das relações pessoais de Mikako, com Tsutomu (amorosa) e com os pais (familiar) mas também acerca do seu crescimento e amadurecimento pessoal e profissional. No anime o crescimento profissional ficou em segundo plano em detrimento das relações pessoais. Também tenho alguma pena de o esforço em reproduzir o fabuloso guarda-roupa de Ai Yazawa tenha ficado um pouco pelo caminho e se tenha cingido a 4 ou 5 peças, no caso específico de Mikako. Um dos grandes valores das mangas de Ai Yazawa são a ligação muito íntima à moda, mas creio que para uma primeira série do género e dos anos 90 não está nada mau!

O filme, diria mais episódio especial pois tem 30 minutos, é um recontar de parte da história em que Mikako anda indecisa em relação aos seus sentimentos por Tsutomu. É engraçado de ver mas não sobrevive fora do contexto e é algo confuso de ver após esses dilemas estarem resolvidos.

Apesar de não ser uma série muito popular, uma das razões que me levou bastante tempo a vê-la foi mesmo a dificuldade em arranjá-la, ver Gokinjo Monogatari não é tempo perdido, é um pouco de arqueologia do anime, pois tem de se ter em conta que foi provavelmente a primeira série do género e que Ai Yazawa era uma ilustre desconhecida com um estilo incomum. Apesar de gostar muitíssimo mais da manga, por ser menos superficial e mais intimista, para além de brilhar em toda a sua glória visual, Gokinjo continua a ser, até à data, a minha história preferida de Ai Yazawa, pois é mais simples e directa, sem demasiados meandros e situações contraditórias, mantendo uma empatia fora do vulgar em relação às personagens. Talvez também por ser mais optimista que as outras que conheço (NANA, Paradise Kiss, Kagen no Tsuki). Provavelmente sinto essa empatia por ter tido parte das angústias de Mikako antes de ir para o 10º ano, de entrar numa escola onde me pudesse revelar artisticamente à minha vontade, vestir-me como me apetecia, sem restrições e por depois ter andado numa escola semelhante. Apesar de não ter optado pelo estilismo e moda, passei mais ou menos pela mesma experiência.

ご近所物語 - TOEI ANIMATION

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