23.12.07

Ando a ver: InuYasha

De todas as séries correntemente a passar no Animax do AXN, InuYasha é a que estou a seguir com maior entusiasmo.

A esse entusiasmo deve-se a InuYasha ser uma série à antiga: com uma narrativa com um objectivo muito claro, recuperar a esfera dos espíritos, dois protagonistas, uma humana e um semi-demónio, cuja a acção vai se desenrolando em episódios semi-independentes com novos antagonistas a cada um e por vezes novos aliados na busca.

Dentro desta fórmula bem experimentada e muito simples, temos imenso espaço para conhecer os nossos protagonistas, ver a sua relação pessoal se desenvolver, intercalado de cenas de acção q.b., momentos de humor, dramatismo e algum romantismo. Depois temos ingredientes que agradam a rapazes e raparigas, os protagonistas são um quase-rapaz e uma rapariga, há magia, há armas, temos cenas de época e actuais, e acção e romantismo em equilíbrio.

Por alguma razão que Rumiko Takahashi tem a importância que tem na história mais recente do anime e manga, não há dúvida que sabe criar um enredo, sabe os ingredientes obrigatórios e conjugá-los de modo a obter um 'bolo' saboroso e de fácil digestão. InuYasha entusiasma a cada episódio, mantém-nos na espectativa suficiente para aguentarmos uma semana até ver o próximo episódio (no nosso caso a cada dois) e, mesmo não sendo, a meu ver, a sua obra mais brilhante, ainda mantém um nível equilibrado de popularidade e seriedade, sem ferir susceptibilidades ou provocar em demasia.

A imagem acima é invernosa para tentar dar algum espírito natalício a este blog, enfim, foi o de mais próximo que se arranjou.


犬夜叉 Avex
犬夜叉 YTV

16.12.07

Magic Knight Rayearth

E porque é não há meio de me habituar a pelo menos verificar a programação do Canal Panda a cada fim do mês??? Já me tinha apercebido há que tempos que é comum começarem a emissão de uma série de anime a cada dia 1 e mesmo assim esqueço-me!

Pois, a razão do protesto é que a estreia deste mês foi uma série que sempre quis ver, cuja manga já li há que tempos e que só tinha tido oportunidade de ver alguns episódios... Magic Knight Rayearth.

Magic Knight Rayearth foi o primeiro projecto mainstream das CLAMP, com o objectivo inicial da criação de uma manga e um anime, produzido pela Tokyo Movie Shinsha, em resposta ao sucesso de Sailormoon, da concorrente Toei. O resultado foi uma qualidade acima da média, mas um sucesso algo limitado, que só seria atingido em grande, mais tarde com Card Captor Sakura.

Em Rayearth as CLAMP partem das mesmas motivações estéticas e narrativas de Sailormoon, com uma clara inspiração nas séries de sentai, cores básicas, transformações, mechas, poderes mágicos, romance e, claro, adolescentes colegiais. A grande diferença está no local onde se passa a acção, no universo paralelo de Cefiro, onde as personagens têm nomes de modelos japoneses de automóveis (Primera, Lantis, etc.) e onde as nossas três protagonistas, detentoras de um poder mais bélico que em Sailormoon, lutam pelo equilíbrio de ambos os universos, através dos seus poderes mágicos com que foram marcadas pelo destino.

O destino é um tema recorrente em toda a obra das CLAMP, portanto não é de estranhar a sua introdução nesta série. As três raparigas têm personalidades tão distintas como as cores dos seus uniformes, sendo Hikaru (vermelho) a mais desastrada, fogosa e de enorme coração, praticante de kendo (esgrima japonesa), Umi (azul) a mais elegante, fria e pragmática, praticante de esgrima, e Fuu (verde) a mais intelectual, tímida e caseira, praticante de kyudo (tiro ao arco). A sua evolução na história acaba por ser um caminho de auto-descoberta, culminando na difícil decisão de ficar em Cefiro e viver um mundo de fantasias ou regressar ao mundo real. Apesar do seu sucesso moderado, acabou por ser produzida uma segunda parte, onde as raparigas regressam a um Cefiro transformado, um pouco mais maduras, e onde encontram o amor o que as conduz a novas tomadas de decisão difícieis.

Com o tempo Magic Knight Rayearth acabou por se transformar num clássico, é uma das séries, dentro do género magic shoujo, a ver, que ajudou a elevar os padrões de qualidade e os orçamentos para este tipo de público. Graças a Rayearth outras séries (tais como St. Tail, Fushigi Yuugi, Card Captor Sakura e muitas outras) puderam crescer e evoluir, reavivando género magic shoujo.

ADENDA: Porquê, mas porquêêê!!!! Porque é que raio tenho de apanhar com dobragens em inglês???? Se tenho de apanhar com um anime dobrado, ao menos que seja em português. E se temos de ler legendas, ao menos que a dobragem seja a original em japonês. E, já agora, que Magic Knight Rayearth mantenha as canções originais e não uma versão-qualquer-pop-em-inglês... Ah sim, e que os nomes estejam correctos: é Ceres e não Selene. Infelizmente tenho a certeza de haver mais americanizações onde não eram necessárias... pelo menos parece que não há cortes nesta versão exibida pelo Canal Panda. São estas as razões que levam uma pessoa a acabar por fazer download das séries da net... Se ao menos o anime fosse tratado com o respeito que merece...

魔法騎士レイアース
Magic Knight Rayearth TMS

Acabei de ver: Romeo x Juliet

Após uma pausa, finalmente terminei de ver este anime. De certo modo passei a ver o conjunto com um olhar refrescado, menos influenciado pelas estratégias narrativas que nos colam ao écran e à expectativa de continuar a história.

Achei a segunda metade deste anime mais fraca e um pouco mais mal feita do ponto de vista técnico. A fraca qualidade técnica dos episódios 14 e 15 teve uma grande influência nisso. O facto de nalguns destes episódios do meio a história se arrastar um pouco também não ajudou.

Mas, a curiosidade de saber como se iria resolver a conclusão da história e se afinal Romeo e Juliet morreriam, foram motivo suficiente para ultrapassar um meio um pouco perro. A segunda metade desta série leva uma reviravolta grande, onde a grande motivação de Juliet passa a ser o seu "dever" de proteger e salvar os habitantes de Neo Verona, em detrimento do seu grande amor, Romeo. De facto a grande motivação da série também passa a ser essa, com a excepção de Romeo que, apesar de preocupado com a população, luta até ao fim pela sua Juliet.

Mesmo sendo bem escrita esta conclusão, com cenas de acção e românticas muitíssimo bem feitas que não ficam nada aquém do início da série, tenho bastante pena do desvio da motivação da peça original, pois Romeo e Juliet deixam de ser os 'star crossed lovers' de Shakespeare, a grande força da história deixa de ser o seu amor, para passar a ser salvar aquele 'mundo que ambos partilharam'. Mesmo ficando essa falha presente, há duas ou três cenas, lá para o fim, entre Romeo e Juliet que nos preenchem e fazem com que a série mantenha os padrões de qualidade a que nos habituou. A minha favorita é a cena do duelo entre Romeo e Juliet, ambos com armaduras muito semelhantes, claramente não são inimigos, apenas se trata de uma luta entre o dever e o amor onde só um dos dois pode vencer. A seguinte despedida dos dois é lindíssima e fica para sempre marcada como uma das melhores cenas entre os dois, em toda a série.

Como conclusão, esta é uma série marcante, extremamente bem executada, que vale, definitivamente, a pena ver.


ロミオ×ジュリエット

9.12.07

Nippon Koma 07: dia 6

A primeira sensação que tive ao ver os filmes de Kurosaka Keita é de que são muito pessoais. Há qualquer coisa nos filmes muito experimentais que tende a torná-los demasiado desequilibrados e densos. Os de Kurosaka Keita mostram-nos técnicas de animação com fotografias e manipulação de imagem real muito interessantes e complexas, com imagens fortes e marcantes, mas são demasiado longos e imprevisíveis. Foi interessante ver os filmes por ordem cronológica de produção, felizmente ao contrário da ordem proposta no programa, pois nota-se uma interessante evolução em todos os aspectos formais, sendo para mim o último, Idade da Caixa, o mais interessante.

Tekkonkinkreet é surpreendente! Ao ver o trailer há cerca de um mês interessei-me, mas nunca pensei que fosse tão bom. É um filme com uma produção excelente, muitíssimo equilibrada, onde cenários exuberantes e muito detalhados, um character design invulgar e muito expressivo convivem equilibradamente com uma excelente e ágil realização, uma história poderosa, dois protagonistas, e outras personagens fortes e cativantes onde nada é gratuito. Este é um filme de pormenores, para rever, onde a cada visionamento se encontram aspectos diferentes, pequenas piscadelas de olho que adicionam corpo à história.
Só achei um pouco forçada a introdução do arqui-vilão, Hebi, a meio da história, com o propósito simplista de conquistar o bairro Takara (que, a propósito, quer dizer tesouro). Numa história destas só há espaço para um vilão e a força que ele poderia ter dilui-se desta forma. Felizmente que a história de Kuro e Shiro acaba por se sobrepor a todo o resto e essa falha deixa de ter importância.
Apesar de o realizador, Michael Arias, ser americano, não deixa de ser um filme muito japonês o que é curioso. Por vezes pensava nisso ao ver o filme mas nunca teve importância na sua apreciação.

Tekkonkinkreet
映画「鉄コン筋クリート」

Em resumo a edição deste ano deu um salto qualitativo apesar de a programação ter sido um pouco mais fraca, menos arrojada. O esforço de trazer a Srª. Hirano Kyoko foi extremamente positivo e as falhas técnicas não foram, nem por sombras tão graves como anteriormente. Já estão incluídos no programa os nomes dos realizadores, não houve trocas nas dobragens para inglês e, apesar de as traduções ainda dependerem essencialmente das cópias de origem e não estarem em português, as falhas de comunicação foram menores. Acabei por finalmente conhecer um dos programadores da mostra o que deu para perceber alguns dos porquês do Nippon Koma. A Srª. Hirano foi sempre disponível, estava sempre com atenção a quem vinha e porquê às sessões e abordava as pessoas para tentar compreender as motivações e talvez o que move os portugueses a interessar-se pelo Japão e, mais concretamente pelo cinema japonês.

8.12.07

Nippon Koma 07: dia 5

Hoje sim, pude ir à sessão da tarde!

New Hal & Bons teria sido excelente se se visse um episódio de cada vez (com pelo menos 12 horas pelo meio). Trata-se de uma pequena série de filmes em 3D, produzida para uma revista, a Grasshoppa!. Hal e Bons são dois cães que passam a vida, tranquilamente a beber cervejas no sofá. A série começa quando essa tranquilidade é interrompida pela chegada de Mochi-kun, um verdadeiro mochi (ver glossário), bastante histérico e que se diz entrevistador. É engraçado o contraste dos cães cool com o mochi histérico, passei a sessão toda a pensar que, no fim, os cães comiam o mochi de tanta saturação, mas isso foi um anti-clímax, não acontece. Os diálogos são muito bons, mas à velocidade Excel Saga, demasiado rápidos para as legendas acompanharem. O grande problema foi projectarem tudo junto, facto que satura o espectador e torna os filmes, que vivem muito de repetições de acções, a dada altura aborrecidos.

Rapsódia Rokkasho, o documentário da noite, tem um formato clássico abordando um tema muito forte. Recentemente tenho vindo a ver uma percentagem grande de documentários e quando vejo estes dois factores juntos, para que se torne num bom filme, sinto que é necessário dar espaço às pessoas, ao factor humano, para dar alma e textura aos filmes. Este filme tenta isso na analogia entre a senhora das túlipas e a luta desigual e inglória contra a implantação da central de extracção de plutónio, mas fica-se por aí, dispersa-se nas várias personagens sem se concentrar verdadeiramente numa. Mais uma vez é um documentário demasiado longo para o tipo de material que tem, e sem altos e baixos emocionais suficientes para que deixe de ser um bocado aborrecido. Mas é, no mínimo assustadoramente instrutivo acerca dos perigos do plutónio... kowai...

New Hal & Bons
The Rokkashomura Rapsody

7.12.07

Nippon Koma 07: dia 4

Finalmente o dia da falha técnica! Afinal já começa a ser tradição! Mas vamos por partes (como diz o homem do talho).

Mais uma vez não consegui ver o filme da tarde, Mary de Yokohama. Ainda por cima, pela sinopse, o documentário que mais queria ver... é a lei de Murphy em acção...

A sessão de cinco episódios da série Ghost In the Shell: STAND ALONE COMPLEX, que já deu na SIC-Radical e que vi com um olho aberto e outro fechado, pois aos sábados de manhã... só com a ajuda do meu fiel gravador de VHS.
Esta sessão foi grátis, mas mesmo assim a sala não encheu. Ou é impressão minha ou este ano o Nippon Koma anda menos populado. Mas também deu para perceber que a grande maioria das pessoas já tinham visto pelo menos parte desta série ou então um dos filmes. Ah, sim, a falha técnica... as legendas, que não eram as mais cuidadas, entravam bastante dessíncronas ao início da projecção e eu a pensar que este ano a falha era só esta, senão que (tcha-tcha-tcha-tchannn!) uma legenda fica engasgada, a imagem fica toda riscada e... sem legendas! Pára-se a projecção, rewind, recomeça, chega à mesma cena... volta a acontecer (o raio do pi****** não saiu!!), mas à segunda foi de vez e lá continuámos, felizes e contentes a ver o episódio...

Definitivamente Ghost In the Shell em versão animada só mesmo a série de TV. Os filmes são lindíssimos, isso é inquestionável, o primeiro foi marcante, isso também é inquestionável, é um bom filme? Sim. O segundo é só bonito... A série manteve o que sempre senti falta nos filmes: um character design mais próximo dos lindíssimos e tecnicamente rebuscados desenhos de Masamune Shirow e o seu humor extremamente sarcástico, mas mesmo assim muito japonês e por vezes denso. De resto a banda sonora continua a ser Yoko Kanno no seu melhor (ela não piora?) e nada bate os 'Tachikoma na hibi'...

Ghost In the Shell [STAND ALONE COMPLEX]
攻殻機動隊 STAND ALONE COMPLEX
攻殻機動隊 STAND ALONE COMPLEX The Laughing Man
STAND ALONE COMPLEX

6.12.07

Nippon Koma 07: dia 3

Com mesmo muita pena minha, mais uma vez foi-me impossível ver a sessão da tarde. Hoje fiquei particularmente triste pois tratava-se da sessão Loop de Tóquio, onde foram apresentadas diversas curtas de animação de várias épocas, uma espécie de resenha da história da animação japonesa. Duplamente pena pois a sessão das curtas de animação tem vindo, ao longo das várias edições do Nippon Koma, a ser sempre a minha favorita...

Por outro lado os variados documentários que tenho vindo a assistir nesta mostra têm sido um excelente modo de conhecer a sociedade japonesa no seu melhor e no seu pior. Campaign enquadra-se como uma luva nessa aprendizagem. É um filme onde se vê claramente a dualidade da sociedade japonesa, onde um enérgico político iniciante é obrigado a seguir protocolos extremamente rígidos, se calça luvas (brancas) ou não, se faz a vénia adequadamente, o que deve dizer, o tempo que demora a montar pormenores como o estandarte da campanha, o modo de distribuir folhetos, com quem e como deve ou não falar, etc... Por outro lado vemos as comadres que apoiam a campanha a fazer intriga dos vizinhos do bairro e a apontarem os defeitos do novo candidato, que ainda por cima não é da terra, ou então a fúria da mulher de Yamauchi (o candidato) por ser menosprezada por causa de conceitos retrógados e chauvinistas, que vão contra as convicções políticas do partido e do próprio marido.

No decorrer do filme passamos de ocidentais a rirmo-nos do ridículo de certas situações pouco naturais e demasiado japonesas para passarmos a simpatizar com a simplicidade, honestidade e ingenuidade de Yamauchi, pouco comuns a um político, seja qual for a sua nação. Como extra temos a aparição do ex-primeiro ministro Koizumi, o único em mangas de camisa (arregaçadas) o que contrapõe a formalidade imposta pelos seus co-partidários de hierarquia inferior. Aliás essa diferença no traje também se nota nos candidatos dos outros diferentes partidos, sendo o único que partilha essa formalidade, o grande opositor do Partido Democrata Liberal, o Partido Democrático.

Campaign

4.12.07

Nippon Koma 07: dia 2

Infelizmente por razões de trabalho não pude assistir à sessão da tarde, portanto, não dá para comentar.

Negadon é um divertido filme em 3D, comemorativo de um aniversário dos kaiju eiga, ou seja filmes de monstros, género popularizado pelos filmes da Gojira (Godzilla). O 3D hiperrealista é excelente excepto quando chega às figuras humanas, onde se espalha ao comprido, parecendo as personagens feitas de borracha (será que é uma homenagem aos fatos de monstro em borracha originais?). Mas a realização e a montagem resolvem bastante bem esse problema não fazendo muitos planos de pessoas, filmando quase toda a acção em planos bastante fechados ou distantes, que, para além de facilitar tecnicamente, dá uma sensação claustrofóbica muito interessante que valoriza muito o filme.

5cm por segundo é um bonito filme, muito romântico, em três partes, sobre a história de amor entre dois adolescentes que, devido a uma separação, a deixam por resolver. O character design e os cenários lembram e muito as produções da Gainax, em particular Kare-Kano e Eva. Este filme retrata com fidelidade o excesso de timidez e a dificuldade dos japoneses em demonstrar emoções, especialmente as amorosas. Como tudo nos é mostrado de forma bastante poética, e com a típica analogia entre as pétalas de cerejeira e a neve, o filme comove e não enjoa.
Ao ver o filme em sala cheguei à triste conclusão que o ser humano hoje-em-dia se sente constrangido com o romantismo e ri, como se não houvesse outra reacção possível. É pena, talvez esta experiência explique muita coisa...

Negadon-The Monster From Mars
秒速5センチメートル

Culturgest

Nippon Koma 07: dia 1

Este ano o Nippon Koma brindou-nos com um pouquíssimo anunciado extra, uma conferência por Hirano Kyoko, sobre as duas temáticas principais desta mostra, a animação e o documentário japoneses. Achei a conferência agradável, se bem que um pouco maçuda pois a conferencista apenas leu um texto e o seu engrish não ajudava à compreensão clara do mesmo. Mesmo assim a Sra. Hirano abordou de uma forma um tanto mais aprofundada o tema da animação, do que na recente conferência a que assisti na Faculdade de Letras de Lisboa. Achei o facto de ela se disponibilizar para falar com o público do Nippon Koma durante a sua duração, bem simpático e espero poder partilhar algum diálogo com ela.

Achei o já famoso Paprika de Kon Satoshi um filme excelente. Como se pode perceber pelo conteúdo deste blog não é o tipo de filmes mais apelativo para mim, mas aproveito as ocasiões como esta para vê-los em grande ecrã, e este ano sinto que valeu a pena. Paprika é tecnicamente e visualmente exuberante sem descurar de uma fantástica narrativa que nos faz pensar bastante após o seu visionamento. É um filme bastante equilibrado sem cair em clichés ou maniqueísmos limitadores, trata o público com respeito e como adultos que pensam e raciocinam. Para além disso aborda de forma subtil e engraçada temas por vezes politicamente incorrectos como a homossexualidade, a discriminação, a degradação, sem-abrigo, corrupção, etc. Justificam-se plenamente os prémios e os comentários positivos que tinha lido/ouvido até agora.

Acerca do documentário de Minamata, é o primeiro de uma série de documentários sobre o mesmo tema, realizados pelo mesmo realizador ao longo de vários anos. Esta série de documentários faz parte da história do documentário japonês, pertencendo a um género de documentários de confronto político com uma estrutura linear. Serve basicamente pelo seu conteúdo e como documento histórico. Foca-se demasiadamente sobre o tema mas mesmo assim não caindo no miserabiliosmo ou comiseração, o que acho positivo. Dentro do género, preferi o filme sobre a construção do aeroporto de Narita, que passou o ano passado, onde dos protestos a atenção passava com facilidade para as pessoas, as suas vidas, a sua riqueza pessoal.

Nippon Koma 2007

13.11.07

NANA 2

Já comecei a ver este filme um pouco desiludida, pois as mudanças no casting desde o primeiro filme foram, no mínimo, controversas. Falou-se bastante na desistência de Aoi Miyazaki, a meu ver uma Nana Komatsu (Hachi) bastante convincente, com as doses certas de kawaii (querida), de beleza física e infantilidade, por causa de alegadas cenas de nudez e sexo que esta fase da história implicaria. Onde é que estão elas? Os decotes de Yui Ichikawa ficavam-lhe pelo pescoço e as cenas entre Hachi e Takumi e Hachi e Nobu eram, no mínimo, insípidas.

Aliás todo o filme é bastante insípido o que, tendo em conta a fase da história que conta, a relação de Hachi com Takumi e Nobu, o seu afastamento de Nana, a gravidez, o escândalo Nana/Ren, o debut dos Black Stones, é esquisito. Mika Nakashima, que convenceu no primeiro filme como uma Nana forte e sensível, precisa de bons parceiros, quiçá de uma boa direcção de actores para brilhar. Sentiu-se e mesmo muito a falta de Ryuhei Matsuda como Ren, Nobuo Kyô, para além de ser feio, de não ter a presença carismática que Ren precisa, era quase invisível. Todos, sem excepção têm preformances aquém do desejado, exceptuando, talvez, Hiroki Narimiya como Nobu, que, mesmo assim, deixa muito a desejar, comparando com o que já demonstrou noutros filmes. A única boa troca de actores foi de Kenichi Matsuyama por Kanata Hongô. Visualmente tem mais a ver com o ar doce, miúdo e efeminado de Shin que o seu antecessor e não desiludiu na sua maior prestação nesta fase da história, tendo em conta a fraca prestação geral.

O filme, apesar da sua duração de duas horas, é demasiado superficial, nenhuma das personagens é aprofundada, conta demasiados factos sem convicção, não tem uma única cena forte, nem sequer se sente uma ligeira trepidação de emoção ao longo de todo o filme. Nem a cena em que Takumi tortura psicológicamente Hachi ao saber da gravidez, faz a mínima mossa nas emoções de quem a vê. A cena em que Nana parte os copos dos morangos é fraquíssima, não se percebe a extrema importância destes como metáforas da relação das duas e o que eles se partirem provoca em Nana. Nunca é estabelecida uma empatia com as personagens, parece o tempo todo que estão a debitar texto. Nem os videoclips dos Trapnest impressionam na monumentalidade ou nos efeitos especiais. Já agora, também senti falta da relação Shin/Leila, mas talvez seja demasiado pesado num filme comercial o facto de ele se prostituir com 15 anos. Também não se percebe o que fazem, de repente, as personagens Jun e Kyosuke, no meio do filme. Com tanto acontecimento a mais, um leque de personagens alargado e se cortaram algumas narrativas paralelas para economizar, quem não fazia definitivamente falta eram estes dois! Preferia que introduzissem a personagem de Misato, a groupie de serviço, mas mesmo assim seria desajustado.

Ao menos o primeiro filme, NANA, em si já nada de extraordinário, tinha a cena do concerto e da reconciliação de Nana e Ren, que estava excelente, agora este, nem isso.

Até o guarda-roupa de Nana, as peças Vivienne Westwood parecem construídas, falsificadas, e não genuínas. A música é menos potente e chamativa apesar de eu ter gostado de 'Eyes For the Moon', que apesar de mais suave é mais punk, na sua composição, que as músicas do primeiro filme. Sente-se também a ausência de Hyde na composição das canções para Mika.

É uma pena, o anime é bem mais comovente e emocionante, ao contar a mesma fase da história, as personagens desenhadas têm uma prestação bem melhor e mais humana que os actores. Pensava, quando via o filme, que afinal uma boa história não salva um filme, mas é mais uma boa história pode até não salvar um filme se o argumento feito a partir dela for mau.

Volta Aoi Miyazaki que estás perdoada! Volta Ryuhei Matsuda que estás perdoado!

NANA 2

11.11.07

CONFERÊNCIA “A Animação no Japão – Nova Geração de Artistas Japoneses de ANIME” II

Consegui ir à conferência acima mencionada, esforço feito dada a exclusividade de um tal evento em Portugal (o horário não era generoso para quem trabalha).

A prof. Kei Suyama, professora de história, teoria e técnicas de produção de anime na Faculdade de Belas Artes – Departamento de Anime – da Universidade de Tokyo Kogei, falou resumidamente da indústria do anime, dos seus elementos mais vanguardistas ou que marcam actualmente a diferença e também do "Inter College Animation Festival" de que é membro da organização.

É claro que a conferência foi muitíssimo interessante, soube foi a pouco. Mas para aprofundar mais o que uma pessoa como a prof. Kei Suyama nos pode trazer, nunca poderia ser feito em cerca de duas horas. O ideal (talvez um dia isso possa acontecer) seria um seminário de, no mínimo 3 dias, onde, para além de se falar, pela rama, de artistas proeminentes, tendências e novos valores, se aprofundariam melhor estes temas e haveria a possibilidade de dialogar e falar de outros. Mesmo assim tenho a certeza de que saberá a pouco.

Destacaria, entre os vários filmes e trailers mostrados, Mind Game, um filme com mistura de técnicas e muito irreverente, que a prof. Suyama mostrou como sendo exemplos de animação original, de qualidade e com personalidade. Nos filmes do ICAF gostei mais de Birthday, uma interpretação deliciosa da Teoria da Evolução das Espécies de Darwin.

Foi pena, mas não de todo grave, o tradutor ser um japonês que tem formação em português do Brasil (o que levou a uma escolha de palavras um pouco invulgar) e que trocou o tempo todo a palavra kantoku (que quer dizer realizador) por produtor. A diferença pode parecer pequena, mas não é. Um produtor encarrega-se de toda a prate financeira e logística de um filme, enquanto que o realizador se encarrega da parte de criação e coordenação artística de um filme. Essa função engloba também partes mais técnicas, mas sempre ligadas à criação do todo de uma obra de cinema ou, neste caso, cinema de animação.

Foi pena também que parte do público que participou na conferência em Lisboa, numa sala já por si complicada a nível de som, pois todo o mobiliário é de madeira, portanto range e faz barulho, não se tenha calado, mantendo um burburinho de fundo irritante e mal educado e rindo à gargalhada sempre que percebia algo em língua japonesa.

7.11.07

2 anos + Halloween

Ups, este blog já fez dois anos e esqueci-me de comemorar... fica aqui esta imagem para dar também um cheirinho de Halloween (atrasado) através de uma das minhas bruxinhas do anime preferidas a Meg (Bia na versão portuguesa), pois ambas as datas foram em Outubro.

25.10.07

Já vi: Sakuran

Já vi o filme Sakuran há um tempo, mas só ontem é que me lembrei que ainda não o tinha comentado por aqui.

Sakuran é tudo o que Memoirs of a Geisha queria ser quando fosse grande: é historicamente correcto, apesar de tomar algumas liberdades criativas, tem um design de produção muitíssimo colorido e apelativo, é divertido, bem feito, tem uma boa história, é erótico q.b., a ligação romântica é bem mais resolvida e não é preconceituoso, uma vez que a visão é despretensiosa sem moralismos, lamechices e clichés americanos.

Tudo isto àparte, Anna Tsuchiya convence, encarna na perfeição o papel da oiran arrogante e rebelde e todo o filme é muitíssimo mais convincente, mais curto e menos chato que o Memoirs. Também gostei muito da metáfora, bastante óbvia, dos peixinhos dourados, que adornam, convenientemente o arco do portão de entrada para o bairro.

A quem se interessa por este universo aparentemente fútil e exótico, mesmo não se tratando de geishas, mas de oiran (prostitutas), que é o que os ocidentais, erradamente, costumam achar que são as geishas, recomendo vivamente.

Já agora um PS: apesar de geisha e oiran serem profissões bem diferentes, o universo laboral e social em que viviam era semelhante. Ambas as profissões eram executadas por mulheres, à noite, envolviam guarda-roupa, kimonos, exuberantes (os das oiran mais exuberantes e kitsch), os clientes eram homens, trabalhavam em bairros fechados (distintos) e a hierarquia e aprendizagem nas casas onde viviam era bem semelhante. Daí parte do mal-entendido que é gerado. Mas geisha são artistas e entertainers e oiran eram prostitutas.

さくらん

Animax

Infelizmente o tempo tem sido pouco para dedicar umas linhas à novíssima Zona Animax no canal AXN. Já era fã do AXN, mas quando soube que o excelente canal de cabo japonês Animax (também pertencente à Sony) iria ter um espaço no AXN, fiquei mais ainda.

Apesar do começo algo tímido (não em número, uma vez que são 6 séries de uma só vez, mas em estilo) há imenso espaço para explorar novos géneros e épocas de anime uma vez que o catálogo em potencial do Animax é virtualmente infinito.

Foi pena as promoções com horários, etc, terem sido feitas muito em cima da hora o que fez com que perdesse o primeiro episódio de Samurai Champloo e, ao que me parece, os 2ºs de todas as séries (deram ao domingo).

Inu Yasha
Não sendo fã incondicional de Rumiko Takahashi, mas gostando e sendo um dos meus anime preferidos, Urusei Yatsura, da sua autoria, é um daqueles anime que não me fazem mover montanhas para ver, mas que vou seguir com curiosidade e atenção pela TV.

Outlaw Star
Se não me falha a memória este é daqueles que já passou na SIC-Radical. Se ainda não passou é porque se trata do tipo de anime a que não costumo ligar. Mas como vem tudo em pacote, desta vou tentar seguir, nem que sejam os primeiros episódios para depois me aborrecer e fazer fast forward no vídeo. Mas isso não vai acontecer.

Trigun
Como não segui fielmente quando deu na SIC-Radical e gosto das desventuras do herói/anti-herói com mais fama e menos proveito do anime, esta é daquelas séries que diverte e é bastante original.

Orphen
Mais um daqueles anime a que não costumo ligar, mas prometo que vou fazer um esforço, apesar de o primeiro episódio ter sido o que menos me convenceu.

Excel Saga
Provavelmente o meu favorito do pacote. Acordei tarde e a más horas para este anime na SIC-Radical, portanto agora vou tentar não perder um episódio. Razões: Excel, Mitsuishi Kotono (a voz de Usagi em Sailormoon e Misato em Evangelion, entre outras), o cão(?), a música, Pedoro, os disparates, Il Palazzo, os disparates, a tuberculose da assistente de Excel (não me lembro do nome dela), os disparates, os disparates, os textos pelo meio que se têm de ver em pause (e perceber japonês), mais uma vez os disparates.

Samurai Champloo
A mais esperada por mim. Já tive várias vezes para a procurar na net e não o fiz. Infelizmente não estava em casa e pus a gravar, mas, sendo a última do pacote e não sabendo eu o horário certo, acabei por não ver o primeiro episódio ;_; Mesmo assim quero ver este anime de samurais com um character design tão invulgar.

AXN
sábado, a partir das 12:45h
e a partir das 6:45 (repetição)
domingo, a partir das 6:45h (repetição)
e às 12:45h

Zona Animax
Animax (JP)

2.9.07

Fushigi Yuugi

Está a dar no Canal Panda um anime que desperta em mim recordações... Há mais de 10 anos vi os primeiros episódios desta série, em pleno auge de Sailormoon, achei-a mais adulta, mas não muito mais.

Este é mais um anime que viveu do boom de anime com magia surgido, em grande parte, do sucesso de Sailormoon. Naquela época também foi produzido Magic Knight Rayearth (das CLAMP) que pode-se enfiar no mesmo saco que Fushigi Yuugi.

Já não me lembro muito bem da história, só me lembro que Miaka (a protagonista) e Yui, a sua melhor amiga, são transportadas para uma outra dimensão mágica em que ambas se transformam em sacerdotizas de um animal místico chinês e do seu respectivo grupo de acólitos. Miaka na sacerdotiza da fénix (Suzaku no miko) e Yui na sacerdotiza do dragão (Seiryuu no miko). Ambas tornam-se rivais, apaixonam-se, etc.

Do que me lembro melhor é que é um anime com uns gráficos bastante opulentes, directamente baseados na iconografia chinesa dos 4 deuses sagrados (fénix, dragão, tigre, tartaruga), com um character design muito típico de um shoujo.

Canal Panda
2ª-6ª: 22:30
sab.-dom.: 22:00

ふしぎ遊戯

29.8.07

Akage no Anne

Dentro da exploração que são algumas edições de séries de anime, começou agora a ser editada a série Akage no Anne, ou, no título português, Ana dos cabelos ruivos.

Pessoalmente sou uma fã da história, fiquei-o ao ver a série canadiana Anne of Green Gables, depois vi o anime e só por fim é que li os livros, que amei! É uma história muito engraçada do percurso de uma órfã que de peculiar tem muito mais que os cabelos ruivos.

Os livros acompanham praticamente toda a vida dela, a série televisiva, com algumas diferenças, quase tudo e o anime apenas até Anne se formar e regressar à sua terra natal. Mesmo assim, o anime está muitíssimo bem adaptado, com poucas alterações "criativas", mantendo intacto o espírito dos livros. Apesar de ser uma produção da Nippon, com o character design 'tipo Ghibli', um pouco simplificado, é, mesmo assim, um anime contagiante, daqueles de que se espera(va) ansiosamente uma semana para ver o episódio seguinte.

Infelizmente estas edições da Altaya têm o entrave de servirem para explorar os paizinhos que querem arranjar uns desenhos animados para entreter as crias... É sempre um roubo, ora vejamos:
São 25 DVDs, com 2 episódios cada (sem extras que mereçam menção) e se forem todos ao preço do primeiro (€2,50), que normalmente não o são, fica a colecção da série completa na módica quantia de €62,5, o que não é nada barato, principalmente se tivermos em conta que a caixa das 4 séries completas dos Monty Phython's Flying Circus, com 45 episódios de 25 minutos (em caixas fininhas de 6 episódios cada) custa €40. Para além de sair caro, 25 DVDs de caixas normais ocupam imenso espaço!

Mas enfim, remato como sempre, felizmente que andam a publicar estas coisas, só não percebo, da informação disponível no site da Altaya, se os DVDs, para além da óbvia dobragem portuguesa (que, espero bem seja a mesma que passou na TV, pois era muito boa) têm também a muito pouco provável versão original em japonês, com legendagens em português.

Planeta deAgostini - Ana dos cabelos ruivos

20.8.07

Kakurenbo

Foi com imensa satisfação que constatei, com a transmissão do excelente OAV Kakurenbo, que a programação do Onda Curta na RTP2 é aberta o suficiente para passar anime da melhor qualidade sem os complexos pseudo-intelectuais e elitistas do costume.

Kakurenbo é um excelente e lindíssimo filme que pude ver no Nippon Koma de 2005 e que foi comentado aqui neste blog.

Pena que apesar da abertura, a RTP2 e o Onda Curta permaneçam programas de público reduzido e que, como reflexo disso, a transmissão deste filme tenha tido pouca divulgação. Pena também a legendagem ter falhas, mas isso são preciosismos meus.

Kakurenbo
RTP2 - Kakurenbo

5.8.07

Séries TV

Fui desafiada pelo Ricardo do CineArte para nomear as minhas 5 séries de TV preferidas. Como dividi, tal como ele, as minhas séries em categorias e, sendo uma delas anime, passo a chamar a atenção ao dito post no TV-child.

8.7.07

Victorian Romance Emma - Second Act

Felizmente que pouco tempo depois de ter acabado de ver Victorian Romance Emma saiu a segunda série. Digo felizmente porque a primeira série acaba num impasse e, não tendo lido a respectiva manga, fiquei cheinha de curiosidade para saber se haveria um continuação e não tive de esperar muito.

Desta vez a série mostra-nos novos lados e ambientes da sociedade victoriana. Emma como mais um membro do exército de criadas e criados da mansão da família, de origem germânica, Mölders. Um novo love-interest para Emma, o valete Hans. A liberalidade da família Mölders, por comparação às outras famílias da nobreza e burguesia que já conhecíamos. Ainda Mrs. Trollope, a mãe de William, que se afastou da família por não se adaptar aos rigores da vida em sociedade e que vive rodeada de plantas e animais exóticos no seu jardim de inverno. E em William, que finalmente se impõe e luta pelo seu amor, versus convenções sociais, mesmo em detrimento próprio e da sua família.

É graças a Dorotea Mölders e Mrs. Trollope que se dá o reencontro de Emma e William e parcialmente graças à generosidade de ambas que esse reencontro é definitivo.

O final desta vez não fica em suspenso, é, aliás, um final feliz e de certa forma esperado. Por ser esperado e não surpreender, é algo decepcionante, mas essa dose de decepção acaba sendo eficaz na separação, como espectadora da série, não ficando tanto aquela sensação de pena de não haver mais.

Mais uma vez temos uma animação de excelente qualidade e rigor histórico e a história fecha o círculo deixado em aberto pela série anterior sem um final precipitado, mantendo a cadência e ritmo já estabelecidos.

英國戀物語エマ 第二幕

18.6.07

Ando a ver: Jigoku Shoujo Futakomori

Depois de Jigoku Shoujo, ando a ver a segunda série, Futakomori, mais lentamente e com um pouco menos de entusiasmo. Mas, não podia deixar de assinalar o episódio 10, principalmente pela excepção que constitui no tom de ambas as séries.

Primeiro a/o protagonista é Honee Onna sob a identidade de Sone Anna, depois o episódio é em tom de comédia, a vingança é algo leviana e nem sequer seguimos o percurso da "vítima" mas apenas do enviado ao inferno que é um típico falhado...

Enfim, apesar de não dar para umas gargalhadas (não chega a tanto) o episódio tem o seu quê de divertido e, principalmente, de insólito. É giro ver Honee Onna a agir como humana, entre os humanos, a personagem do realizador é caricata, vale pela variante.

地獄少女

17.6.07

errata

Pois... até com o cuidado que costumo ter, faço erros. Acabei de reparar que o título, romanizado, da série Detectives CLAMP, está errado:

1. É CLAMP Gakuen e não Gakuin,
- erro de leitura do ideograma

2. É Tantei e não Meitantei,
- erro de ler à pressa, acrescentei o "mei", que quer dizer famoso.

As minhas desculpas, todos os erros foram corrigidos.

16.6.07

Terminei de ver: Lady Georgie


Esta foi rápida... pela 3ª vez vi esta série, mas como desta vez se passou bastante tempo, posso dizer que vi com novos olhos.

No todo continuo a gostar de Lady Georgie, que é um bocado viciante, mas já não vi com a mesma emoção de quando a vi originalmente na RTP, nos anos 90. Aliás, após ter lido (e agora relido) a manga, acho a série ligeiramente decepcionante, principalmente porque foi suavizada e, nessa suavização foi-se o final que faz muitíssimo mais sentido e é BEM mais interessante na manga.

Outra coisa que não gosto (já não apreciava muito antes) é que a história é muito desequilibrada no modo como a narrativa está distribuída. Enquanto que na manga a infância de Georgie são apenas algumas páginas (acho que nem chega a um capítulo), no anime esta prolonga-se demasiado em pequenas aventuras que não servem para mais nada do que a definição de personagens, estratégia mais bem resolvida e de forma mais económica na manga. Percebo que se quisesse esticar a história para dar um anime com uma quantidade razoável de episódios que, à época, ficava bem com os 45 que esta tem, mas poderiam ter esticado outras partes mais interessantes, ou então o final que, para além de radicalmente alterado é demasiado apbruto, utilizando apenas 3 ou 4 episódios. Mesmo mantendo o mesmo final, poderiam ter esticado a parte do reencontro de Georgie com o pai, e a sua maturação após a separação de Lowell. Talvez esta série tenha sido planeada de outra forma, mas ao aperceberem-se do rumo que o final da história tomou na manga, podem ter esbarrado com um problema complicado e resolveram-no assim.

Parece-me que esta série viveu um pouco do sucesso, talvez algo inesperado, que Candy Candy teve, e os autores/produtores do anime tivessem esperança de prolongar a séries por cerca de 2 anos e 115 episódios, como aconteceu com a Candy.

Da parte técnica não tenho grandes críticas a fazer, continuo a gostar do character design, mesmo que, por vezes, a qualidade falhe, aspecto bastante comum nos anime mais comerciais, até há bem pouco tempo. Mas os cenários são de muito boa qualidade, os erros de engrish não são demasiado graves ou numerosos e os efeitos e cenas especiais bastante bem produzidos.

Como disse anteriormente, a versão que vi agora foi uma versão italiana. Em Itália, quando a série passou na televisão, infelizmente bastantes cenas foram censuradas (coisa que felizmente não aconteceu cá). A cópia que tenho não está censurada mas, pelo que percebi as cenas originalmente cortadas foram adicionadas de outra cópia, se não me engano da emissão alemã, que não têm, claro, o som. Felizmente lembrava-me bem destas cenas (bastante fortes) e no geral estão bastante coladas à manga, portanto algum diálogo que fizesse falta, deu para não ser muito sentida.

11.6.07

Comecei a ver: Romeo x Juliet

Sendo eu fanática por Shakespeare, seria natural que tivesse um mínimo de curiosidade por este novo anime da Gonzo. Quando o anime ainda não tinha saído, dei uma olhadela ao site oficial e entusiasmei-me com a direcção artística.

A acção passa-se num retro-futuro fantástico, numa cidade flutuante, que se ergue acima das nuvens, com um misto de arquitectura medieval romântica do norte de Itália e britânica. Os cenários, como se pode perceber pela minha primeira descrição, são lindíssimos, com um aproveitamento das tecnologias 3D tão bom que só agora, que escrevo este texto, é que me lembro que são em 3D. Para além disso o character design é discreto e simples, muito ao estilo Yoshiyuki Sadamoto, com uma paleta de cores ligeiramente desviadas das primárias sem serem cores pastel ou tonalidades demasiado escuras ou soturnas, interligando-se lindamente entre elas e com os cenários. Mesmo as cores que os protagonistas vestem quase na totalidade (vermelho - Juliet e azul - Romeo) não enjoam de tal forma a paleta foi bem pensada.

Mais ou menos do mesmo modo, a conhecidíssima história de Romeu e Julieta original foi invertida, fazendo aqui Romeo parte da família governante e Juliet da família ostracizada e exilada ao esquecimento. A situação social e política foi extremada, complicando mais a trama, fornecendo elementos para esticá-la por vários episódios. Para complicar ainda mais, Juliet tem como passatempo (à Alexandre Dumas) de se travestir de 'Tufão Escarlate'/Odin, um anti-herói justiceiro que defende os fracos e oprimidos. As personagens secundárias são um misto das personagens da peça original (Benvolio, Mercutio, a Ama) com outras, claramente piscares de olho ao contexto da história. A mais evidente é um dramaturgo chamado Will, em cujo teatro vive Juliet que se aconselha sobre as questões amorosas com ele.

Do lado fantástico, para além dos cenários, Romeo monta num cavalo alado, há um elemento de ligação entre os dois, o lírio branco, parte do brazão dos Montague. Creio que mais virá. Na cidade de Neo-Verona, como seria de esperar, todos os escritos estão em italiano que, para mim, é uma variante deliciosa e bem mais interessante que o cansativo engrish dos anos 80-90.

Até ao que vi, já Romeo e Juliet se apaixonaram e estão próximos de começar a lutar pelo seu amor, e têm muito mais que enfrentar que na história original, os japoneses deram-lhes luta! Como esta Juliet é menos pacífica e subserviente que a original, mais maria-rapaz, a história promete e espero que não saiba a pouco, pois não me parece que seja uma série das longas.


ロミオ×ジュリエット

9.6.07

Basilisk

Mais um que estreia na SIC-Radical, que hoje vi pela primeira vez. Ao ver este episódio percebi porque antes nunca me entusiasmara por este anime bastante popular.

À primeira vista, o character design é interessante mas demasiado exagerado. Dentro do leque de personagens há, a meu ver, demasiados "monstros". Eu sei que este é um anime shounen e fantástico, num universo tradicional japonês, mas, para mim, Rurou ni Kenshin é o limite para personagens monstruosas e a raiar o limite do não-credível.

Apesar de não ter visto o primeiro episódio, este que vi era o terceiro, só através dos genéricos me apercebi, mais ou menos, de quem são os protagonistas da história. Neste episódio apenas percebi a existência de dois grupos de viandantes, onde o grupo que mais agiu assassinava de modo sangrento um terceiro grupo com que se cruzou e, pelo que percebi o líder desse grupo tem um fascínio ou curiosidade pelo líder do outro grupo, o protagonista desta história. Não percebi se são inimigos, amigos, rivais, parentes, totais desconhecidos, se têm alguma ambição ou objectivo em comum, etc...

Apesar de tudo ainda tenho alguma curiosidade em continuar a ver este anime tão diverso do que costumo ver, espero que entretanto a narrativa se torne mais explícita.

Basilisk
バジリスク~甲賀忍法帖~

 SIC-Radical

8.6.07

Premiere

Apesar de já ter comprado a revista Premiere há uns dias, só hoje reparei que, na pág.20, no correio do Criswell, está uma missiva do Sérgio Lopes, do blog Cine-Asia, para o qual colaboro com pouca assiduidade (sim, Sérgio, estou a dever-te umas críticas).

É bom ver um print-screen do blog dele, onde também se vê o banner do Anime-comic.

Espero que a resposta, altamente positiva, do Criswell dê bons frutos ao Cine-Asia e, claro está, aqui ao Anime-comic.

22.5.07

Comecei a ver: Lady Georgie

É mais uma maratona de Lady Georgie que outra coisa... ou seja, sou viciada nesta série. Mesmo já a tendo visto, INTEIRA, das duas vezes que passou na RTP, quando finalmente a encontrei (infelizmente não encontrei o original, mas a versão italiana), não consigo parar de ver...

Lady Georgie, da mesma desenhadora de Candy Candy, Yumiko Igarashi, e de Izawa Man (história) é uma das séries anime do meu top 10, mesmo não sendo a primeira da lista (Candy Candy). Comparando com a sua irmã mais velha, esta série tem uma produção muitíssimo mais cuidada e com outro tipo de investimento. Mas tanto a manga como a sua produção é posterior. Já apanha o início dos áureos anos 80 do anime e bebe do sucesso das outras séries shoujo semelhantes. A história é também mais madura e cruel que a de Candy Candy, mas na manga a diferença ainda é mais clara.

Apesar de a protagonista (Georgie) não me cativar do mesmo modo que Candy (que é mais maria-rapaz e menos subserviente) há, definitivamente, qualquer coisa de especial neste tipo de histórias e de anime que me vicia para todo o sempre. Claro que a qualidade gráfica da série é um factor que pesa imenso na minha preferência, mas também o tema do amadurecimento das relações amorosas apimentadas com dois quase-incestos, muito próximos do folhetim, cenas de ciúmes doentios, que aliados à diferenciação rígida de classes dos ingleses, intriga política e crime não transformam esta série numa xaropada de levar ao vómito, como seria de prever.

Estou a gostar imenso de rever esta série, exactamente porque arrisca mais em termos narrativos (gráficos também, pois há algumas cenas de nudez parcial, masculina e feminina), tanto que fiz uma pequena pausa no re-visionamento de Candy (que ando a ver com muita calma). O facto de saber o final da história na manga, que é mais intenso mas que apresenta uma resolução mais coerente que a do anime, ajuda a imaginar o que me intrigou imenso nos visionamentos anteriores.

Esta é uma série muito marcante, que é uma pena também ter sido arrastada para os intermináveis processos de direitos de autor que a desenhadora provocou.

6.5.07

CLAMP Gakuen Tantei Dan

Por esta altura o Canal-Panda está a ser tomado por anime. Um espectador distraído pode ver 3-4 séries seguidas sem dar por isso. E claro que isso é bom, mesmo com as limitações de um canal que tem um público bastante específico.

Hoje estreou CLAMP Gakuen Tantei Dan, ou seja O Clube de Detectives do Colégio CLAMP. Depois de Card Captor Sakura já cá faltava um anime das CLAMP, até porque todos eles foram bastante populares no Japão e são conhecidos no Ocidente, mas com uma grande falta de estreias em Portugal.

Este sempre foi um anime, e manga, das CLAMP pelo qual nunca me interessei muito, sei que temos 3 protagonistas, Nokoru, Akira e Suou, 3 rapazes de cerca de 11 anos, com um mundo de parafrenália e meios à disposição que decidem salvar donzelas em apuros. A intriga é algo fútil e pouco empenhada, mas promete bons momentos de diversão, num anime que une acção e aventura para pré-adolescentes e adolescentes com um humor muito japonês, muito próximo do disparate atrevido.

Esta deve ter sido uma das primeiras séries das CLAMP a unir alguns universos de outras histórias delas pelo meio do Colégio CLAMP. Colégio este que aparece em manga e anime anteriores, todos eles dentro do género fantástico, mas com públicos-alvo diferentes:
Magic Knight Rayearth, manga e anime que surgiram na cauda do sucesso que foi Sailormoon dentro do género mahou shoujo, encomenda da editora Kodansha, mas muito claramente CLAMP;
X, uma manga e anime bastante mais sérios a raiar o terror, a história mais antiga destas 3 e já um clássico no panorama da manga shoujo. Aliás, na aparição do Colégio CLAMP em X também aparecem os 3 rapazes desta série, já adultos e directores do mesmo.

O nome da série também é muito significativo de uma maior afirmação comercial das 4 autoras, o grupo CLAMP, e foi a segunda série das mesmas a ser produzida comercialmente para TV (a primeira foi Rayearth). Até então já algumas das inúmeras manga das CLAMP tinham sido produzidas para anime, mas nada mais que OAV's (RG Veda, Tokyo Babylon, Miyuki-chan), pequenos filmes especiais (CLAMP in Wonderland) ou o filme para cinema de X, numa adaptação algo polémica, pois a história ainda nem sequer tinha chegado a meio na manga. Portanto CLAMP Gakuen marca uma maior transição comercial para as CLAMP, até então autoras mais underground, com um público fiel mas limitado (Rayearth teve um sucesso modesto). Este foi o seu grande primeiro sucesso comercial, seguido depois de um maior ainda, Card Captor Sakura, que lhes possibilitou uma gigantesca proliferação e uma afirmação bem sólida no mercado.

Esta também foi a primeira série das CLAMP a ter um grande investimento a nível de merchandising, que, até então se tinha limitado a art books, anime comics e cartas de colecção e shitajiki (placas em plástico estampadas para colocar debaixo das folhas dos cadernos e evitar que a tinta repasse). Uma vez esbarrei, no Japão, com um livro de culinária de Akira e lembro-me de haver jogos, todo o tipo de bonecos (PVC, UFO Catcher, etc.), posters, todo o tipo de artigos de papelaria, artigos para a casa, etc.

Se a conseguir acompanhar, assim o espero, pois sempre foi o tipo de séries que, se um dia desse na TV gostaria de ver, logo me pronunciarei mais sobre o seu conteúdo e menos sobre o seu contexto de criação.

Canal-Panda
2ª-6ª: ?
sáb., dom.: 08:30, 14:00, 22:00

CLAMP学園探偵団

7.4.07

Captain Herlock

Infelizmente perdi o primeiro episódio (que deu na semana passada), mas, no Canal Panda, está a dar mais um mega-clássico, Space Pirate Captain Herlock: Outside Legend, The Endless Odyssey (antigamente realmente era Harlock, mas recentemente a tradução oficial passou a ser Herlock). Só não é tão clássico assim porque não se trata da série de televisão original (de 1978), mas sim de uma série de 13 OAVs, já produzidos em 2002/2003.

O bom dos remakes das séries de Leiji Matsumoto é que são supervisionados pelo próprio e a qualidade do character design, dos cenários, efeitos especiais e da animação é francamente melhor, permanecendo as histórias com a excelente qualidade que fez dos originais preciosidades que deram a Matsumoto o estatuto de um dos melhores autores de anime ainda vivos no Japão, a par com Hayao Miyazaki, se bem que com menos popularidade no ocidente.
Adicionalmente a realização ainda é de outro "monstro sagrado do anime", Rin Taro, que realizou, entre muitas outras obras primas, episódios da série original de Tetuwan Atom (1963), também episódios da série original de Captain Harlock (1978), Galaxy Express 999 (1979), o filme X (1996) e o filme Metropolis (2001).

Nunca vi a série original, por isso pouco sei acerca dela, só sei que a sua narrativa se cruza com as várias outras séries de Matsumoto, nomeadamente a que ando a ver (lentamente) Galaxy Express 999. Claro que também sei que Herlock é uma espécie de anti-herói, um rebelde que cortou laços com uma sociedade humana corrupta para fazer justiça pelas próprias mãos e qualquer coisa como salvar o Planeta Terra.

De Leiji Matsumoto gosto da sua fama de iconoclasta, veste-se como se se tratasse de uma personagem dentro das suas narrativas e vai pontuando, a la Hitchcock, figurações especiais nas suas séries. É só tentar encontrar as diferenças nestas imagens.

Como a série tem apenas 13 episódios (tratando-se de OAVs, é comum) parece que o Canal Panda, contrariando o hábito de exibir as séries diariamente, está a passá-la apenas aos sábados, às 12:00h e às 21:30h.

SPACE PIRATE CAPTAIN HERLOCK

Canal Panda

2.4.07

Sakuran

Mais uma vez o excelente site Midnighteye levou-me a mais um filme curioso: Sakuran.

Sakuran é adaptado de uma manga seinen, da autoria de ninguém mais do que, Moyoco Anno, mulher de Hideaki Anno da Gainax, um dos criadores de Evangelion. Sakuran é um misto de tradição com o pós-modernismo colorido japonês, e fala de uma oiran de outros tempos, vestida de modo extremamente exuberante, cheia de cores vivas. Essa mistura, tal como na manga Osen, é tiro e queda para me despertar a curiosidade e as imagens que já vi do filme cativaram-me seriamente.

Este filme é protagonizado por Anna Tsuchiya, onde alia a sua imagem de rockeira e as suas feições mestiças de forma muito interessante e, quem sabe engraçada, a uma imagem muitíssimo perto da do original da manga. Aparentemente é também um filme cheio de convidados especiais, sabe-se que Hideaki Anno faz lá uma perninha, entre outras personalidades pop japonesas.

Fico ansiosamente à espera deste filme, que espero que preencha as minhas expectativas do mesmo modo que Shimotsuma Monogatari (Kamikaze Girls) me surpreendeu pela positiva.

O site oficial está muito bonito, com uns loadings excelentes. Vale uma olhadela.

映画『さくらん』

26.3.07

EVA at Work

Fui fazer uma das minhas visitas regulares ao site da Gainax quando me deparo com a maior loucura, que são algumas peças de arte executadas sob o tema de Evangelion, EVA at Work, mais uma comemoração dos 10 anos da série.

De todas as obras feitas, e são bem variadas, desde arte digital até uma tatuagem, passando por uma performance num estilo muito teatro Noh, a mais estranha e "fora" de todas elas é este prato-Lilith, chamado de Eva course e os respectivos garfo e faca, directamente inspirados na lança de Longines (Longin, no original), onde se come na "barriga" de Lilith. É muito interessante, mas eu é que não comia naquele prato (ew)! Bem, o comentário do autor sobre a peça é quaquer coisa como: "Será que consegues comer neste prato?" (eu não). Os talheres ainda vá lá, apesar de não parecerem lá muito práticos, mas para quem come 90% das vezes com pauzinhos, não me parece que isso tenha grande importância.

Para cada obra há um videozinho disponível em flash, podcast, pda e psp. Nada como dar lá um pulinho e ver com os próprios olhos.

8.3.07

CINE-ASIA: Malice@Doll

Há algum tempo, por falta de disponibilidade, que não fazia nenhuma crítica para o Cine-Asia. Aqui fica uma crítica a um conjunto de 3 OAV's, que funcionam como um único filme, bastante invulgares em animação 3D, Malice@Doll, que descobri através do fantástico site sobre cinema japonês, Midnight Eye.

19.2.07

Ando a ver: Tsubasa -RESERVoir CHRoNiCLE-

Comecei a ver este anime já há algum tempo (e muito lentamente) por uma única razão, ser mais uma obra das CLAMP. Sou fã das CLAMP há muitos anos mas ainda não me tinha pronunciado sobre este anime simplesmente porque me desiludiu.

Tsubasa CHRoNiCLE é um anime cuja história se arrasta infindávelmente e cuja premissa não é suficientemente forte para agarrar tanta seca. Parece que as CLAMP ficaram sem ideias e resolveram criar uma manga/anime que reúna todas as suas personagens, criadas até então, adicionando mais algumas novas, juntando tudo num mesmo pote com a "desculpa" dos mundos alternativos e viagens interdimensionais. O problema é que com tanta "alternativa" o carisma de certas personagens, algumas das minhas favoritas, tais como Arashi e Sorata, da manga X, fica de tal forma diluído que perdem o interesse que outrora tiveram nos seus verdadeiros contextos.

Para além disso o grande motivo porque a história se arrasta é o facto de as personagens principais de Tsubasa CHRoNiCLE ficarem 2, 3 ou 4 episódios no mesmo mundo/dimensão, com a resolução a ficar progressivamente mais longe.

De tudo, a única coisa de que gostei verdadeiramente é da banda-sonora, excepto talvez as duas canções dos genéricos, essas não acho nada de especial. A banda-sonora até parece descoordenada com este anime, em que nem a qualidade da animação se tem safado, de tão boa que é. Tem uma sonoridade algo world music, com influências várias, mas essencialmente asiáticas, fazendo lembrar alguns outros trabalhos no género como as bandas-sonoras de Macross Plus, pela fantástica Yoko Kanno, ou de Last Exile.

Neste momento vou a meio da série, insisto para ver até ao fim porque ainda me resta alguma curiosidade para ver como as coisas se desenrolam e para dar uma última oportunidade a este anime. Também quero ver até ao fim pois não sou pessoa de deixar coisas a meio.

A esperança é pouca, mas, quando vir a série até ao fim, cá me manifestarei.

ツバサ・クロニクル

13.2.07

Anime na Fnac

A maré sempre me levou à Fnac no domingo. Foi interessante, ouviu-se e falou-se bastante, o que acho que é raro, pelo menos do modo como foi feito.

Foi produtivo! Parabéns!

NCREATURES

6.2.07

Escândalo ou oportunismo?

Soube há pouco da escandaleira que foi terem sido aprovadas classificações "maiores de 6 anos" para dois DVD's de anime porno (hentai), pelo IGAC, e até terem sido colocados no mercado.

Bem... os tipos da distribuidora é que souberam, como deve ser, aproveitar uma janela que se lhes proporcionou. É mais que sabido que quem classifica os desenhos animados, na grande maioria das vezes nem se preocupa em vê-los, "rotulando-os" directamente de "se são desenhos animados, são para crianças.".

Por mais que seja escandaloso (e é), foram apenas uns tipos espertalhões, que se aproveitaram do preconceito e funcionarismo público para tentarem fazer uns trocos a mais. O mal está no facto que situações destas não servem para mais nada a não ser aumentar o preconceito: se antes o anime eram apenas "meninas de olhos grandes", depois passou a ser "demasiado violento" para agora ser (e apenas) pornográfico? Se os funcionários do IGAC e afins fizessem sempre bem o seu papel, mais difícil seria situações destas surgirem... é triste.

5.2.07

Comecei a ver: Jigoku Shoujo Futakomori

Ao fim de ver cerca de seis episódios da segunda série de Jigoku Shoujo, já dá para tirar algumas conclusões.

No geral ando a achar a série mais fraquinha que a primeira, não sei se foi o impacto da novidade ou se é mesmo uma questão de ser melhor ou pior, mas a sensação de estranheza e arrepios que me deu a primeira série, na segunda não tive.

A história introduz uma nova personagem e consideravelmente menos tempo em começar a mostrá-la. Por outro lado de Tsugumi e Hajime desapareceram do mapa (pode ser que voltem, ou não). As histórias individuais de cada episódio já não são tão repetitivas, quase nenhuma segue a mesma fórmula fixa e rígida que prevalecia na primeira série. O guarda-roupa das meninas do Inferno (Enma Ai e Honee Onna) foi renovado, andam as duas mais coloridas, e, claro, temos uma abertura e fecho novos com músicas novas.

Das mudanças mais óbvias, sem dúvida que o avançar mais rápido da narrativa principal é uma mudança positiva, ninguém aguenta bem esperar tanto que alguma coisa aconteça. Como a repetição, na primeira série, tinha uma certa lógica de reforçar a frieza de sentimentos e criar, na rotina, a sensação de insólito, acaba por ser um dos elementos que tira as sensações fortes de antes. A falta da rotina em cada episódio sem uma justificação forte torna, a meu ver, a curiosidade para ver o próximo episódio um tanto fraca. Mesmo sendo mais simples, acho que gostava mais dos kimonos anteriores e também dos genéricos, mas isso é apenas uma questão de gosto.

地獄少女

2.2.07

Mais do mesmo? (acho que já perguntei isto noutro post)

Vai haver um evento, a Semana Anime, pelas palavras da organização "o primeiro no género a ocorrer num espaço comercial", de 5 a 11 de Fevereiro na FNAC do Chiado, em Lisboa.

Foi com satisfação que fiquei a saber do evento até me deparar com o programa: são as séries e os filmes de sempre, nada que não tenha já passado em Portugal, seja na televisão pública, cabo ou esteja editado em DVD e o pior é que a escolha, dentro do que já está editado é também sempre a mesma: Akira, Ghost In the Shell (vá lá que agora o testemunho foi passado ao Innocence), O Castelo Andante, Conan, o Rapaz do Futuro, etc. Até o único filme não-anime que vão passar é mais do mesmo!! Sim, é mais um Kurosawa e sim, é Os Sete Samurais!!! (falta de imaginação!).

Pergunto-me se, havendo um claro apoio comercial, seja da loja como de editoras, se não seria mais interessante mostrarem títulos menos óbvios ou até mesmo títulos em catálogo mas ainda não editados. Até seria uma boa oportunidade para as respectivas editoras fazerem um pequeno teste de mercado a ver se certo tipo de títulos, dentro de outros géneros e públicos-alvo pouco contemplados, funcionariam.

É bom haver este tipo de eventos, mas é muito pouco interessante nunca passarem da cepa torta, não se variar e não aproveitar a enorme variedade que o anime nos apresenta, para alargar os horizontes do público, na grande maioria, ainda mal informado.

Logo vejo se apareço para o debate no domingo, mas... tudo depende das marés.

NCREATURES

28.1.07

Acabei de re-ver: Daddy Longlegs

Depois de, pelo meio, ter lido (graças ao Project Gutenberg) o livro original, que curiosamente são apenas as cartas de Judy, ou melhor Jerusha, aos diversos interlocutores (Daddy, Jervis, etc.) e ainda Dear Enemy, o livro seguinte de Jean Webster do qual foram aproveitadas pequenas partes para a história do anime e cuja protagonista é nada menos que Sallie MacBride, mais ainda admiro esta série de anime.

Como disse anteriormente não sou particularmente fã do character design e menos ainda de alguns dos animadores principais que pontuaram os episódios e infelizmente o último. Mesmo assim, devido a uma narrativa extremamente envolvente e emocionante, este é um anime da minha lista dos melhores, do qual não abdico. Aqui fica a prova de que com um bom argumento quase tudo sobrevive e se torna interessante. É talvez uma das adaptações mais bem conseguidas de um livro, uma vez que o original é muito simples, depende apenas de um ponto de vista e todas as personagens secundárias são muito pouco desenvolvidas. No geral já existem todas no livro, Leonora Fenton, Carrie, Amasai mas não passam de nomes mencionados ao de leve pela autora das cartas, Judy. Desenvolvendo, como o fizeram, as histórias individuais destas personagens e também de Jervis, Sallie e Julia, os autores do argumento da série não fizeram nada mais do que enriquecer a história e a protagonista, de uma forma extremamente coerente sem terem de fazer render o peixe pelos 40 episódios que dura, não se valendo de expedientes fáceis como por vezes sucede até nos anime mais cuidados.

Judy Abbott é uma das minhas personagens favoritas na galeria dos meus anime preferidos, que já vi e revi muitas vezes mas que, de certeza voltarei a rever.

私のあしながおじさん

Kaleido Star

Já começou há cerca de um mês no Canal Panda Kaleido Star, um anime do qual apenas tinha visto o nome e cartazes de promoção. Em resumo: não sabia sequer do que se trata, fora as obvias conclusões que se tiram das imagens, de que é um shoujo.

Hoje finalmente vi um episódio e a primeira torcidela de nariz foi o facto de estar dobrado em brasilês... Não tenho rigorosamente nada contra os brasileiros e também é verdade que vemos muito anime dobrado noutras línguas que não são o português nos nossos canais. Mas independentemente disso faz-me alguma confusão e preferia, já que tem de ser dobrado, que fosse dobrado em português de Portugal.

O anime é engraçado mas não me entusiasmou. Sou capaz de tentar seguir a série, mas estou convencida que, com a falta de disponibilidade que tenho tido ultimamente, não o vou fazer. De qualquer modo é um anime bem feito técnicamente, com bons cenários, um character design agradável, boa animação, mas talvez algo insípido.

A história trata de uma rapariga, Sora (pelo menos mantiveram os nomes originais - 1 ponto para os brasileiros!), que pertence a uma trupe que faz espectáculos circences, a Kaleido Star. Aparentemente Sora é uma escolhida por um ser/duende, Fool de seu nome, cuja missão é encontrar os elementos perfeitos para um número especial dessa trupe, os quais e apenas eles o conseguem ver.

A história também não me deixou agarrada, vamos ver se, ao ver mais episódios, algo muda.

Kaleido Star - can you be a star?
カレイドスター: Kaleido Star

Canal Panda
2ª - 6ª: 07:00, 13:00, 21:00
sab, dom: 13:00, 21:00
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