30.11.09

Yatterman

Pensar em Takashi Miike e Yatterman juntos é, no mínimo, uma ideia estranha. Estranha porque ao pensarmos em Miike é inevitável não nos virem à ideia baldes de sangue e ao pensarmos em Yatterman, pensamos em super-heróis, em psicadelismo dos anos 70, muita cor, muito pop, muito alegre, muito kitsch. O certo é que Takashi Miike é o realizador da adaptação da popular série da Tatsunoko dos anos 70 Yatterman para cinema, em formato live-action, mas tanto poderia ter sido Miike como qualquer outra pessoa a realizar este filme dado que o que tem mais força são os cânones da série de anime e não alguma visão pessoal da mesma. De facto pouco ou nenhum traço de qualquer outra obra de Miike é evidente e nem sequer vale a pena tentar encontrá-lo no meio de tanto super-herói, mega vilão e mecha.

Não vi a série Yatterman, apesar de o desejar há alguns anos, juntamente com as outras séries da Tatsunoko, como Time Bokan, mas vi (mesmo que na sua adaptação norte-americana) e sou fã de Gatchaman! Em suma, gosto de anime de super-heróis!

Mesmo não tendo visto o anime Yatterman, logo na introdução percebe-se que tipo de filme é este: um filme de super-heróis, muito kitsch e pop, onde não há lugar para realismo ou ficção científica séria, grave e soturna, mas sim para a comédia, vilões desconexos, que fazem coreografias quando estão satisfeitos, e para mechas completamente loucos. Não sendo tão hilariante como Cutie Honey, trata-se de um filme do mesmo género, até um pouco infantil com uma ou outra piada ecchi pelo meio.

Yatterman é um filme bem divertido, cheio de efeitos especiais psicadélicos do princípio ao fim, com uma intriga bem básica onde os Doronbo, os vilões, querem roubar as 4 partes de uma caveira sagrada que satisfaz o maior desejo de quem a juntar e os Yatterman, duo de super-heróis com vida dupla, querem impedi-los para manter a justiça no mundo. Pelo meio temos o Yatterwan, e outros mechas bem espevitados, explosões cujo cogumelo nuclear tem a forma de caveirinha, vilões trapalhões, uma gaja-boa-má, Donronjo, e um vilão-mor megalómano, Dokurobei, cujo objectivo secreto e final é acabar com o mundo. E, é claro, o amor pervalece!

Gostei das variantes descaradas "Tokyoko", "Shibuyama", o "107", "Narway", "Ogypt" e outros que tais, claramente Tóquio, Shibuya, o 109, a Noruega e o Egipto (respectivamente) e assim sucessivamente. Digamos que à falta de mais referências e não tendo crescido com estas séries nos anos 70, é sempre bom "reconhecer" os locais onde se passa a acção, perceber alguns trocadilhos básicos, mesmo que os disfarces sejam o mais transparentes possível!

Não é um filme ambicioso, foi produzido para ser um entretenimento familiar de Verão, excepto nos efeitos especiais que são incríveis e tecnicamente perfeitos, utilizando da melhor forma possível os recursos à disposição, apesar de tudo menos realistas. A grande vantagem acaba sendo que as novas tecnologias acabam por encorajar o surgimento de adaptações em live-action das séries de maior culto dos anos 70, criando um género de cinema 100% lúdico mas muito, muito engraçado. A grande excepção talvez seja feita à campanha gigante que precedeu a estreia do filme, que deu azo a inúmeros eventos, os típicos roadshows e até (lá vou eu puxar a brasa à minha sardinha) uma boneca Blythe da Doronjo, uma colaboração rara e neste caso completamente bem sucedida!



2009.3.7 公開:映画「ヤッターマン」公式サイト

9.11.09

Cosplay@FIBDA 09


Finalmente volto cá, dizem que o bom filho à casa torna e aqui estou eu! Não tenho consumido muito anime e daí a minha ausência deste blog, mas ultimamente a minha vida tem estado bem preenchida de anime se bem que de outras formas.

Antes de mais fui novamente à apresentação anual da Professora Suyama e da Tokyo Kogei, chamada "Beyond Kawaii" este ano, que nos trouxe para além de curtas-metragens de ex-alunos ou de alunos finalistas alguns dos próprios autores que apresentaram os seus filmes. Foi muito interessante ver os autores cara a cara e renovou a vontade de voltar para o ano!

Mas intensa foi a BD Amadora deste ano que teve diversos eventos relacionados com o anime: uma versão reduzida da apresentação do "Beyond Kawaii", uma mesa redonda com diversos autores de manga europeus, incluindo três portuguesas e uma luso-descendente sueca (uau, isto soa bem!), exposição de trabalhos dos mesmos (alguns mesmo muito bons), o lançamento do filme Evangelion 1.01 - You are (not) alone (farei um post exclusivo mais tarde), pela NCreatures e ainda 2, sim dois dias de cosplay.

O primeiro dia de cosplay foi o costumeiro Cosplay@FIBDA, em que a razão de fatos bons para fatos maus aumentou consideravelmente para meu gáudio e satisfação. É maravilhoso ver que o cosplay em Portugal está saudável e a crescer bem e dou os meus maiores parabéns à organização que tem mantido com grande esforço e apoio limitado da organização da BD Amadora este evento. O segundo dia foi dedicado à eliminatória nacional para o Euro Cosplay, que teve poucos mas muito bons participantes.

Desta vez não me esqueci da máquina em casa e tirei uma bela dose de fotos! Para ilustrar este post coloquei um retrato do meu cosplay preferido deste ano: Himawari a partir de uma ilustração da manga xxxHOLiC. Foi o meu preferido porque estava extremamente bem executado, nada de colado a cuspo ou atalhos para apressar o trabalho, e também porque gosto bastante da série e da personagem e já me tinha babado toda para o fato na ilustração de onde foi baseado. Só acho que um bocadinho de maquilhagem ajudava a abrilhantar mais o cosplay, está um pouco pálida demais a rapariga. Apesar de não ter sido a grande vencedora, todos os outros vencedores estão de parabéns e mereceram os respectivos prémios!

O segundo dia foi preenchido por cosplays no geral espectaculares, onde a tarefa da escolha era bem difícil, pois não havia um único fato mau ou mais ou menos. O meu preferido foi o de Medusa de Petshop of Horrors, um anime de que não gostei mas onde realmente o trabalho visual é muito interessante. Pena é que não passa daí. Pelo meio havia uma boa dose de anime mais "old school", incluindo um Eva-02 e uma Saori/Athena de Saint Seiya. O grande e merecido vencedor foi o Sephiroth, de Final Fantasy 7, que teve a infelicidade de não ter a logística do lado dele, o fato é enorme e a entrada para o auditório tinha uma altura de cerca de 2m, que já é baixa à partida...

Disponibilizei as minhas fotos numa galeria do Picasa, agradecia que os leitores mais dedicados me possam ajudar a completar os nomes das séries, personagens e cosplayers, comentando as respectivas fotos, visto que ninguém nasce ensinado. Escusado será pedir que mencionem a origem das mesmas caso as queiram utilizar.




BD Amadora
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