21.2.06

~Ayakashi~ Yotsuya Kaidan


Neste interregno percebi a estrutura da série: São três histórias clássicas de terror Japonesas em blocos de quatro episódios cada. Com isto tudo, já terminei de ver o primeiro bloco: Yotsuya Kaidan.

Outra informação importante, para a qual me chamaram a atenção, é que o desenho de personagens original é do brilhante Yoshitaka Amano. Quem seja fã de jogos de computador há de conhecer, com certeza (eu não sou, nem de longe, especialista). Apesar de não estar à vontade no mundo dos jogos, já conhecia o trabalho de ilustrador de Amano, através de um fantástico livro de ilustrações que pude folhear com bastante atenção. O mesmo livro também esteve disponível nas livrarias portuguesas especializadas, na sua edição, se não me engano, francesa, um pouco mais barata que a original japonesa, mas com idêntica qualidade.

Quanto a Yotsuya Kaidan, no geral gostei bastante do resultado, se bem que, para quem não seja fluente em língua japonesa (i.e. a quem o japonês não seja a língua materna) é complicado seguir, com legendas, uma história tão complexa na sua intriga, numerosas e idênticas personagens e minuciosos detalhes de época. Mas, fora o facto de ser anime para ver mais que uma vez com atenção, é sinistro e arrepiante o suficiente, muito bem realizado e com uma direcção artística e banda-sonora para ninguém por defeito (apesar da estranheza do hip-hop inicial).

Estou expectante em relação às duas histórias que se seguem.

http://www.toei-anim.co.jp/tv/ayakashi/yotsuya/index.html

13.2.06

Terminei de ver: Galaxy Express 999 - os filmes

Não estava forçosamente à espera de nada de especial, mas os filmes de Galaxy Express 999 foram, no conjunto, uma pequena desilusão.

O primeiro filme, Galaxy Express 999, é uma espécie de resenha da série de TV um bocado mal feito e usa mesmo pedaços de animação da série. Para quem, como eu, não viu a série toda, é prático, sabemos como termina a história (pelo menos suponho que sim). Apesar de fraquinho, achei este o melhor filme dos três e foi o único que não desapontou verdadeiramente pois a história é boa.

O segundo filme, Adieu Galaxy Express 999, retoma a história do primeiro filme e da série de TV e, de certa forma, repete-a com uma lavagem de cara. Foi, dos três, o que mais detestei. O filme é uma grande seca, nunca mais acaba e todas as cenas mais dramáticas competem, no fazer render o peixe, com todo o conjunto das óperas românticas do séc.XIX! Sempre que alguém sofre ou algo de intenso acontece, toda a emoção se esvai com a duração das cenas que são demasiado longas. É estranho, os japoneses costumam ser mais económicos.
Ao ver este filme lembrei-me de outra seca que apanhei com um filme de anime: Urusei Yatsura, Beautiful Dreamer (atenção: eu AMO Urusei Yatsura) e percebi que o realizador é o mesmo: Rin Taro. Digam o que disserem, o homem é famoso, principalmente porque a grande maioria dos filmes dele foi lançada comercialmente nos Estados Unidos, mas, até hoje, ainda não gostei de nenhum filme dele que tenha visto (e até já foram alguns).

O terceiro filme corresponde ao título: Galaxy Express 999, Eternal Fantasy. É mesmo uma fantasia sobre o tema e as personagens de Galaxy Express. A história não faz muito sentido, talvez nem seja suposto fazer. A grande qualidade deste filme é que, tal como Space Symphony Maetel, por ser bem mais recente, dá a este universo a qualidade que ele merece através de excelente animação, algum 3D bem feitinho e gráficos mais limpos.

Pena estes filmes tresandarem a comércio e não transporem para o grande écran uma boa história, baseada numa boa série, feitos com qualidade merecida para uma sala de cinema.

http://www.toei-anim.co.jp/movie/999/index.html
http://www.toei-anim.co.jp/movie/999/eternal.html

9.2.06

Ando a ver: Candy Candy

Encontrei, quase que milagrosamente, a série da Candy Candy numa cópia de VHS francesa com péssima qualidade. Como é virtualmente impossível encontrar a série (legalmente é mesmo impossível) já é muito bom tê-la encontrado mesmo num estado miserável, com cores saturadas, imagem esborratada, sem os lindíssimos genéricos e em francês!

Candy Candy é a minha série de anime preferida de todo o sempre. Foi Candy Candy que introduziu verdadeiramente o anime na minha vida. Conto a história da passagem fugaz de Candy Candy em Portugal e mais detalhes neste mini-site: Candy Candy.

Rever a série, podendo ver os episódios que vi a preto e branco ou em péssimas condições ou até mesmo ver os episódios que perdi é um consolo. A série revela bem a sua idade, é claramente uma produção baratinha dos anos 70 em que a animação é por vezes trôpega ou repetitiva e o character design nem sempre é muito constante. A banda-sonora é o que mais revela a idade da série transitando entre musiquinhas mais ou menos melosas com uma enorme inspiração em música italiana ou mediterrânica (devia estar na moda no Japão nos anos 70) e a restante inspiração em música americana com banjo, harmónica, guitarra e afins. No meio das musiquinhas datadas há uma música bem estranha que acompanha as cenas de acção, mais ou menos cómicas, que tem um ritmo mais latino-americano com o som de cuícas! Estranhíssimo!

Na narrativa a série é um tanto desequilibrada, na grande maioria dos episódios a história evolui com alguma rapidez para ter pelo meio conjuntos de três ou quatro episódios "para fazer render o peixe" em que não acontece rigorosamente nada de interessante a não ser mais uma aventura com Candy.
Há uma clara influência de um universo americano, de cowboys e da "Casa na pradaria", inexistente na manga, e que mostra como os japoneses viam a América. A manga é mais rigorosa e segue o universo da família Andrew, descendente da nobreza escocesa, apesar de a grande maioria da história se passar nos Estados Unidos. É curioso ver como é engraçada a visão que os japoneses tinham, nos anos 70, do ocidente e dos Estados Unidos em particular. Nas mansões retratadas na série, sejam de cidade ou campo, seja num quarto, sala ou salão, há sempre algures, pendurada numa parede, uma cabeça de veado ou alce, até num quarto (espaçoso demais para um navio) no Mauritania, quando Candy viaja para Londres! Do mesmo modo, nas coisas que os japoneses ignoravam, transparecem pequenos hábitos japoneses como o modo como fecham envelopes, alguns alimentos e pequenos objectos, existentes em ambas as partes do mundo, mas com aspectos um pouco diferentes.

Quanto à minha paixão pela série, ela continua plenamente justificada apesar de já ter visto anime bem melhor, no geral. A história é envolvente e empolgante, as personagens não são totalmente más nem totalmente boas, apesar de a vilã Elisa, estar muito perto de não ter qualidades nenhumas a não ser ser bonita. O trabalho de arte, cenários, character design, arquitectura e guarda-roupa são muito interessantes apesar de limitados aos meios existentes.
E, claro, o Terry. Terry é definitivamente o galã anti-herói rebelde mais exemplificativo do shoujo anime. É bonito, charmoso, carismático, perturbado, rebelde, contra o sistema, com um passado algo misterioso e ainda por cima tem o cabelo comprido! Liga lindamente com Candy, que por si só já é uma rebelde por ser uma simples orfã que vive honestamente entre as afectadas e arrogantes classes altas sem se vergar a convenções sem sentido mantendo-se fiel aos próprios valores.
Candy é uma rapariga determinada e forte que, apesar de passar as passinhas do Algarve, não desiste de lutar pela sua felicidade e até a encontra!

Apesar de eu não os estar a ver agora, os genéricos de Candy Candy ainda são, para mim, os genéricos de anime mais bonitos que vi, sejam eles shoujo ou shounen!

http://www.candycandy.net/ [site de Igarashi Yumiko, a desenhadora da manga]
http://www.k-nagi.com/ [site de Keiko Nagita, a autora da história]

5.2.06

Terminei de ver: Space Symphony Maetel

Definitivamente esta é uma série, para fazer render o peixe, mas que ao menos explica alguns mistérios do passado de Maetel.

No fundo esta série é um produto moderno, com tecnologia moderna e uma construção sólida que reflecte um investimento nem sempre existente nos exemplos passados. Quem a criou teve a preocupação de que não houvesse falhas. Pena que lhe falte algum coração.

Serviu. Serviu para satisfazer a minha curiosidade, para ter mais um pedacinho deste universo (desta vez bem produzido) e para perceber alguns porquês da personalidade de Maetel. Não explica tudo, talvez seja para arranjar mais uma desculpa, no futuro, para fazer render mais um bocadinho o peixe.
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