19.9.11

European Cosplay Gathering @ Anipop

Há muito que não ia a uma Anipop, a falta de disponibilidade e o facto de pagar entrada, confesso que me demovem com frequência. Mas neste ano fui convidada a fazer um painel sobre as bonecas Blythe (ver Dolls with ATTITUDE) e logo de seguida a ser jurada da eliminatória portuguesa para o European Cosplay Gathering, que aceitei com prazer. Foi a minha primeira experiência do género, já que nunca pensei em participar em concursos (o palco/performance são o meu calcanhar de aquiles) e foi muito interessante.

Havia poucas participantes divididas em categorias de individual e grupo - sim, eram só raparigas. Tínhamos vários critérios de avaliação, eles também divididos pela concepção do fato e skit (50/50), o que ajuda a tomar decisões em casos de impasse. Infelizmente houve uma concorrente que teve de desistir, pois não se sentia suficientemente segura para concorrer. Acho que foi uma decisão sensata da parte dela, já que sofreu uma série de azares com o fato e não teria sido justo para ela. Mas espero que não desista de acabar o seu cosplay e concorra numa próxima oportunidade. O cosplay é para ser acima de tudo divertido!

Um concurso destes passa por duas fases: a apreciação dos fatos e adereços, com a condição de terem sido feitos pelos próprios, e depois o skit, em palco e em público. No geral posso afirmar que os fatos ou eram muito bons ou muito maus, não houve meio-termo. A concepção dos adereços de algumas participantes revela um investimento acima da média das cosplayers, que é de louvar e valoriza o cosplay português. Todas souberam defender muito bem as suas criações e quero ver mais destas cosplayers que conheci melhor neste evento. Os skits foram todos bastante bons, mas infelizmente houve algumas falhas técnicas que acabaram por prejudicar as cosplayers. Isso revela que ainda existe por parte das instituições alguma falta de profissionalismo em relação a eventos com esta natureza mais pop. Gostava que fossem encarados com a mesma seriedade com que se encaram um concerto de música clássica ou um bailado. Disponibilizar o palco para um ensaio geral como deve ser, sem stresses e histerias (para isso já basta o nervosismo das concorrentes - não esqueçamos que quem faz isto são amadores), seria um dos factores que teria melhorado a performance de todas as cosplayers envolvidas.

Tanto para os fatos como para o skit a escolha da série/jogo e personagens é definitivamente fundamental. Se nos fatos pesam a sua complexidade, execução e adereços vistosos, no skit pesa haver um tipo de narrativa e um bom apoio em vídeo/áudio (neste concurso os individuais têm 1 minuto e os grupos 2,5 minutos) que proporcione espectáculo para o público. Portanto a escolha de séries ou jogos que tenham bom potencial para um espectáculo simples, mas fácil e acessível, são muito importantes. Não precisam ser forçosamente séries muito populares, mas há que haver uma boa capacidade de síntese da parte dos cosplayers para pensar no seu skit como um mini-espectáculo de entretenimento e talvez por vezes abdicar de personagens ou séries favoritas por não darem muitas possibilidades para tal.

Gostei imenso da experiência, gostei de trocar ideias com outras cosplayers e acho realmente admirável o seu esforço e investimento. O cosplay é um passatempo incrível que de mau só tem o facto de ser dispendioso.




Museu do Oriente

3.9.11

Comecei a ver: Macross Frontier

Nos anos 90 vi o filme Macross: Ai wo Oboeteimasu Ka? (Macross: Do You Remember Love) e mais tarde a série de OAVs Macross Plus, mas confesso que o que me despertou a curiosidade para Macross Frontier foi a quantidade enorme de cosplayers a fazer de Sheryl Nome.

Ao fim de 5 episódios, Macross Frontier é uma agradável surpresa e bem melhor do que estava à espera. Confesso que não achei grande graça ao filme de Macross, talvez por embirrar com o character design de Haruhiko Mikimoto e não apreciar as canções nem a personagem de Lynn Minmay. Mas com Macross Plus a conversa foi outra, um character design sofisticado, história simples mas empolgante e que posso eu dizer da fabulosa banda-sonora de Yoko Kanno? Ainda são dos CDs mais tocados cá de casa. E nessa série gosto muito da idol Sharon Apple, com os seus espectáculos complexos e sofisticados.

Macross Frontier vai beber a ambos, o universo continua o mesmo, mas no futuro, e a permissa é a mesma, lutas de humanos contra ameaças extraterrestres, com o complemento de uma idol intergaláctica. Talvez a grande diferença em Frontier seja focar-se mais nas personagens, nomeadamente no triângulo amoroso (?) Sheryl-Alto-Ranka. Sheryl Nome é a grande vedeta internacional, ídolo das raparigas e paixão dos rapazes, Alto é o piloto principiante mas genial das Valkyrie e Ranka, a novidade, a aspirante a ídolo da canção. Ranka Irrita-me, acho que ela tem demasiado de Lynn Minmay, aquela "coisinha" enervante que os japoneses parecem adorar, mas Sheryl está mais próxima de Sharon Apple, apesar de não ter o génio musical de Yoko Kanno por trás, tem a sua sofisticação. — Ups, asneira! A banda-sonora de Macross Frontier, incluindo as canções de Sheryl e Ranka, é da autoria de Yoko Kanno. Eu encontrei alguma "inspiração" na música, mas como não tem a subtileza e deslumbre de Macross Plus (provavelmente a melhor banda-sonora de Yoko Kanno), acabei por partir do princípio que se tratava de outra pessoa, inspirada em Yoko Kanno. My mistake! — Alto cumpre bem o papel de piloto enfant-terrible e as Valkyrie continuam a ser das naves espaciais/mechas mais fascinantes da história do anime!

Macross Frontier parece ser uma boa série, bem estruturada, com uma produção sofisticada e maravilhosas cenas de acção. Foi bom as personagens terem tanto destaque, traz a série para um contexto mais concreto e para além de isso apelar a mais público, dá mais intriga à narrativa e equilibra as cenas de acção. Por outro lado traz-me sempre à memória uma outra época, em que estava a descobrir o anime como tal, em que já não eram apenas desenhos animados japoneses que davam nos espaços infantis na TV. Não é por nada que me engano com frequência e chamo Macross Plus a Macross Frontier. Sabe bem ver uma série destas actualmente, quando a maioria das séries me parecem muito iguais entre si.

Estou bastante entusiasmada, devo terminar de ver a série dentro de pouco tempo.

マクロスFRONTIER


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