22.8.23

Bishoujo Senshi Sailor Moon Eternal Movies I e II

Ver Sailor Moon Crystal tem sido cá uma saga! Comecei bem e em cima do acontecimento, a ver os episódios da primeira temporada pouco tempo depois de saírem, com regularidade, mas depois começou a engasgar e não fiquei com memória de ter visto quase nada depois do episódio 12 ou 13, o que é mais ou menos metade da série.

Nas últimas semanas, derivado a uma reorganização da minha vida pessoal, resolvi voltar a ver anime regularmente e então decidi rever Sailor Moon Crystal do início e depois o que garantidamente não vi, os dois filmes Sailor Moon Eternal e os dois filmes Sailor Moon Cosmos.

Desta vez gostei muito mais de ver o primeiro arco, Dark Kingdom, e dei por mim a ver dois ou três episódios de uma assentada, por não conseguir largar a série especialmente em momentos chave, isto é, os últimos 4 ou 5 episódios.

Definitivamente, a narrativa ser muito mais próxima da manga é um ponto positivo e eesta vez agarrou-me muito melhor, apesar de acontecertudo um bocado em catadupa.

Quando chegamos ao arco Black Moon, o character design e a animação 3D manhosa melhoraram, não muito mas melhoraram. Este arco, apesar de me agarrar melhor que da primeira vez, pareceu muito resumido e realmente falta densidade psicológica à Black Lady. Mas gostei bastante de certos aspectos, como a relação da Usagi com o Mamoru, bastante mais adulta e menos pueril que na série dos anos 90. O Mamoru também parece muito mais presente e carinhoso e faz mais jus ao seu nome (mamoru em japonês significa proteger).

No arco Death Busters, depois de um hiato na produção, vêm-se alterações significativas e para melhor. O character design passou a um híbrido, algures entre a manga e o character design da série dos anos 90, não as há 3D manhoso nas transformações ou nos genéricos, as músicas melhoraram, adoro o estilo mais retro da canção da Haruka e da Michiru, a lembrar anime dos anos 80 ou 90, o genérico do Mamoru/Tuxedo Kamen é épico e no geral melhorou tudo. Neste arco também gostei de ser mais fiel à manga, focando-se em Hotaru e sem os vilões da semana engraçados, mas forçados, dos anos 90. Assumirem a relação da Haruka e da Michiru às claras também é positivo, mas preferia um pouco da ambiguidade tanto da manga (onde as coisas são mais claras) como da série antiga. Apimenta mais a narrativa. A tradução inglesa não ajuda, mas já falo nisso.

Eis que finalmente chego ao arco Dead Moon Circus, que constitui os dois filmes Sailor Moon Eternal. Acabei por vê-los de seguida, pois funcionam quase como uma compilação de episódios. Como no arco anterior, a narrativa é quase como na manga e bem mais negra. Na série dos anos 90, a SuperS sempre foi a temporada de que gostei menos, em parte por ser a que mais desvia da manga e por ser mais infantil, com demasiado foco na pespineta e irritante Chibi-Usa. Ela é a protagonista deste arco, não há dúvidas quanto a isso, mas nestes filmes não lhe dão tanto tempo de antena é não é irritante, especialmente não há episódios de encher chouriços, o que é um enorme alívio. Para além disso, também respeitam a manga, fazendo regressar as Outer Senshi, Haruka, Michiru, Setsuna e Hotaru. A introdução dessa parte da narrativa, ausente na série antiga, ajuda a contextualizar melhor o papel das Outers e como os da Pluto e da Saturn mudaram.

Ambos os filmes fluem bem e não cansam, mas por vezes parece que a história foi escrita originalmente para ser dividida em capítulos, mas pode ser por ser bastante fiel à manga, onde realmente está dividida em capítulos. Mas noto isso talvez por conhecer demasiado bem a história. Não sei. Gostei da banda sonora e gostei mais ainda por incluírem nos genéricos finais uma nova versão da canção dos anos 90, Rashiku ni Ikimashou.

As traduções. Normalmente costumo ver anime sem legendas, para treinar o japonês, mas ultimamente, em parte porque não quero ligar essa parte do cérebro, pensar em japonês é muito cansativo e neste momento quero ver anime para relaxar, ando a ver com as legendagens inglesas/americanas. Não gostei da tradução de toda a Sailor Moon Crystal. O inglês, embora correcto, é muito pobrezinho, várias vezes podiam ter seguido caminhos mais criativos, que também deixariam a tradução mais fiel ao sentido em japonês e, o crime dos crimes e um dos meus pet peeves em tradução em geral e infelizmente um erro de tradução, deixaram os honoríficos. O pior é quando em japonês eles usam honoríficos duplos (Ikuko-mama-san, por exemplo) e optam pelo mais básico. Nenhum honorífico em japonês deve ser incluído,  mas sim substituidos pelo seu melhor equivalente na língua de destino. O ~san  deve passar a Mr., Mrs. ou Miss, o ~chan deve ser convertido para um diminutivo ou para "little"-qualquer-coisa. Os ~sama, neste caso para a Princesa Serenity e o Príncipe Endymion, das duas uma, ou incluem "majesty" ou "highness" no discurso, ou não adicionam nada.Os honoríficos em japonês, nunca. Depois há a romanização de alguns nomes, o que fizeram à Nehelenia? Ficou algo estilo Nahelenia... porquê, se em japonês é fácil, escreve-se, em katakana ネヘレニア (ne-he-re-ni-a), não há nada que enganar. Ah, e acho que quando a Michiru apresenta a Haruka como sendo meio homem, meio mulher, tenho quase a certeza que não é bem isso que está a ser dito em japonês, mas algo mais ambíguo, mais subtil e mais interessante, algo estilo que a Haruka é uma mulher, mas que tem uma alma masculina. Não me apeteceu interromper o visionamento para ouvir melhor o que ela diz em japonês. Porquê uma tradução tão básica e amadora? Em fansubs, não comento, mas num serviço pago? A Netflix não quer pagar a tradutores decentes? Forretas!

Após rever Sailor Moon Crystal, ainda faltam os dois filmes Cosmos, mas verei em breve, quando os arranjar com qualidade, gostei muito mais e diverti-me e empolguei-me bastante com as Guerreiras/Guardiãs. Gostei muito mais do Mamoru agora, que não é apenas um figurante masculino e tem mais agência que na série dos anos 90. Veremos como vai ser resolvida a sua ausência no arco Three Lights/Galaxia. Eu estou empolgada por finalmente ver a Sailor Kakyuu, cruelmente eliminada da Sailor Stars

美少女戦士セーラームーン•エタナール



5.8.23

Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru

Fui parar a este anime por causa do cosplay. Mas ao contrário do que é costume, não foi porque visse imensas pessoas a fazer cosplays da série, mas porque esta série tem como tema principal o cosplay! Não sei se é a primeira série a fazê-lo, não me apetece ir investigar isso, mas se não foi, não há-de haver muitas mais.
Mas Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru é sobretudo um slice-of-life romântico com o cosplay como pano de fundo.

Ando desactualizadíssima, tenho visto pouco anime, e a maioria são coisas bastante familiares, como Sailor Koon Crystal ou Card Captor Sakura - Clear Card e já não sei o que está na berra nos dias de hoje.
Um pouco como Bamboo Blade (kendo), foi o tema e não o estilo que me levou a este anime, que, de outro modo, provavelmente não teria curiosidade de ver. Normalmente gosto bastante dos slice-of-life, mas este estilo, descaradamente uma comédia romântica, com algum fanservice, não costumam estar no topo da minha lista de animes para ver. Não é que não goste, mas preciso daquele "bocadinho assim".

Marin quer fazer cosplay, mas é uma naba na costura. Mais ou menos por acaso descobre que o seu colega de turma, Gojo, costura kimonos para as bonecas Hina tradicionais e pede-lhe para a ajudar a fazer o fato da sua personagem preferida do momento: Shizuku Kuroe, a protagonista de um jogo a raiar o SBDM. Assim começa a amizade entre o tímido Gojo e a descarada e atrevida Marin, um clássico neste estilo de anime. A relação dos dois passa por vários momentos constrangedores, graças à falta de noção de Marin do efeito do seu corpo e descaramento no coitado do Gojo, que basicamente vive para o trabalho na oficina de honecas Hina do avô e não tem vida social até conhecê-la. Mas Marin é bem mais inocente do que aparenta, apesar da tendência para fazer cosplay de personagens bastante sexy, e a amizade evolui para uma atracção física e uma paixoneta adolescente. Enquanto que Gojo tenta ser discreto e bem educado (coitado, às vezes é quase impossível), Marin reage como a adolescente que é, mas não confessa a sua paixão. Estes elementos fazem de Sono Bisque Doll... uma comédia de circunstâncias muito engraçada que me fez dar umas boas gargalhadas sonoras.

Este é um anime divertido, com um character design apelativo e cheio de detalhes e texturas (os benefícios da pintura digital), que se vê lindamente. O cosplay, apesar de acessório para mover a narrativa, está super bem representado e comenta cada detalhe do processo e das fases por que a maioria dos cosplayers passa: sentir-se desconfortável no fato, combinar sessões de fotos, cair na armadilha de fazer um fato pelo design e esquecer-se de que não se sente à vontade para o vestir em público, noitadas a terminar os fatos, noitadas a ver séries de onde se planeia fazer fatos, fazer amigos através do cosplay, etc.

Por outro lado, Gojo é o cosmaker que todo o cosplayer deseja ser ou ter por perto. Tem uma atenção ao detalhe excepcional, pensa em tudo, até na maquilhagem, faz pesquisas exaustivas, aprende depressa e é muito crítico dos próprios erros.
Marin é entusiasta, sincera, alegre mas empenhada, o que os torna um par ideal no cosplay.

Nesta série o lado negro do cosplay só é ligeiramente vislumbrado, o lidar com um corpo real, as questões da imagem, as rivalidades tóxicas ou os desastres que por vezes nos levam a questionar porque nos metemos nestes trabalhos complicados e caros. Mas como é uma comédia, se estes problemas forem abordados mais profundamente, serão muito provavelmente aliados à narrativa e também a algum dilema na relação entre Marin e Gojo. Veremos.

À medida que fui avançando na série, reparei num pormenor curioso: grande parte do guarda roupa civil das personagens é colorido. Até os uniformes escolares de Marin e Gojo têm calças e saias num tartan azul claro. A escola deles aparentemente é bastante permissiva com o traje escolar, pois, para além de Marin ter o cabelo pintado (loiro com pontas rosadas), ela usa lentes de contacto rosadas e muitos acessórios e outras colegas dela também. Mas os cosplays são maioritariamente monocromáticos, com muito preto, algum branco e apenas detalhes dourados ou noutros tons pouco espampanantes. É curioso pois, no mundo real, costuma acontecer o oposto, o guarda roupa das pessoas tende para o neutro ou tons escuros e é nos cosplays que se vê muita cor, a começar pelas perucas de todas as cores.

As canções dos genéricos são orelhudas e alegres, sem serem irritantes, o que é sempre positivo.

Adorei ver esta representação tão detalhada e fiel à realidade do cosplay e fico satisfeita que em breve haverá mais Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru.





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