22.3.13

Comecei a ver: Code Geass - Hangyaku no Lelouch

Code Geass é daquelas séries que estava no topo da lista de espera há algum tempo. Ando a tentar alternar entre séries vintage e actuais para me manter minimamente actualizada e Code Geass não podia passar em branco.

Na verdade, ao fim de cerca de 10 episódios, estou agradavelmente supreendida. Code Geass mistura vingança, guerra e intriga política com honra, amizade e, quiçá, amor (ainda não avancei o suficiente para saber), uma mistura simples, de conceitos básicos, mas que podem constituir uma boa narrativa se bem equilibrados. Até agora não tenho razão de queixa.

O character design, como é sabido, ficou ao cargo das CLAMP (excepto os mechas e armas) o que resulta em rapazinhos lânguidos e num guarda-roupa sumptuoso. Como a maioria das personagens é realeza, venha o sumptuoso! De resto é uma série visualmente interessante, não se sente diferença entre os dois character designs e a animação é bastante boa.

Gosto das personagens em geral, Lelouch é um misto de bom coração e vingador, o que lhe dá uma personalidade forte e interessante, Suzaku é doce mas não é fraco, gosto da CC, da sua indiferença e sarcasmo, os alunos do colégio têm personalidades desenvolvidas e são um bom veículo para expôr certos conceitos sociais pertinentes para a série, os rebeldes não são totalmente cegos pela revolta, os militares mais que paus-mandados e a realeza de Britannia uns déspotas com um sentido de justiça maior que o esperado. Até Euphemia, a princesinha (literalmente) consegue não ser aborrecida.

A intriga, e é muita, avança bastante depressa e não há muitos mistérios insondáveis que possam mudar o mundo para descobrir. Depois de Penguindrum é de certa forma refrescante... Apesar de a grande maioria dos episódios até agora se concentrar na narrativa principal, bastante dramática e cheia de acção, o 9º episódio brinda-nos com um pouco de comédia que alivia o ambiente. Espero que nos voltem a brindar pontualmente com episódios semelhantes. Code Geass é uma série épica de batalhas e intriga palaciana, é boa para entreter e passar o tempo e vê-se bem sem ser cansativa.

Só não ligo muito à banda-sonora, o tipo de genéricos de Code Geass não me entusiasma e até salto passados poucos episódios, portanto, fora a música de fundo, que tem uma função específica, o resto é paisagem.

コードギアス 反逆のルルーシュ

21.3.13

Comecei a ver: xxxHOLiC dorama

Como normalmente os doramas japoneses me surpreendem pela positiva, estava expectante quando à adaptação de xxxHOLiC, de que tanto gosto. Infelizmente acho que me decepcionei.

Para começar, não gosto dos actores. Anne, que interpreta Yuuko está mais ou menos, mas falta-lhe charme em doses maciças e maquilhagem, o Watanuki é completamente sem graça, Himawari pouco kawaii e só escapa Doumeki, que é o único que corresponde à personagem da manga (e anime) ~ e também é o mais giro XD.

E depois vem o guarda-roupa... Oh sim, um factor extremamente importante para qualquer obra das CLAMP mas em especial nesta. Na manga (e anime) Yuuko raramente repete uma peça de roupa e são todas bem originais e deslumbrantes. Na série há por vezes uma ou outra peça mais interessantes, mas já todas foram repetidas pelo menos uma vez só em 4 episódios. Escapam o vestido em brocado vermelho com gola de pêlo (da cintura para cima) ou a reinterpretação do vestido de Feiticeira das Dimensões em renda, mas no geral as roupas de Yuuko parecem reinterpretações por um aspirante a estilista, que adapta peças existentes a algo vagamente parecido com os desenhos das CLAMP, mas não parece alta costura ou um novo modo de vestir kimonos vintage. Não, nem um kimono (verdadeiro) à vista até agora! O guarda-roupa de Yuuko É luxuoso e o da série devia pelo menos parecê-lo. E era tão fácil! Bastava irem buscar uns kimonos de séries de época, que com certeza têm em acervo, e fazerem o que a Yuuko muitas vezes faz: atarem-nos com um corpete Ocidental e enfeitarem com rendas, acessórios e um penteado extravagante.

Mas o pior nem são os fatos de Yuuko, é a interpretação deles, dos produtores e directores artísticos da série, e estão no seu direito. O pior são os uniformes escolares. O uniforme feminino (de Himawari) parece um saco de batatas preto com gola e punhos brancos, apertado com um cinto. Lembra-me o uniforme com um ar severo do colégio (católico e feminino) que vestiam as minhas vizinhas do lado quando era miúda. O masculino (Watanuki e Doumeki) parece que transformaram uns casacos à pressa e coseram umas fitinhas brancas para os destinguir dos outros... já vi cosplays manhosos mais bem feitos que aquilo! No caso do uniforme feminino, como o das CLAMP é bastante original, até compreendo que fossem por outro caminho, mas aquele vestido?!! Não podiam ter optado simplesmente por um clássico bleiser e saia plissada? O dos rapazes então, não se justifica mesmo, há casacos semelhantes no mercado (de uniformes escolares japoneses) aos desenhados pelas CLAMP, era só preciso mudar os botões e pouco mais. Sim, porque tenho a noção que são precisos pelo menos uns 10 a 20 uniformes para filmar a série, e mesmo assim evitando cenas de multidão. Se o orçamento era baixo, há outras maneiras de contornar estes detalhes de forma a manter uma certa coesão com o original.

Depois de uma interpretação tão boa dos serafuku em Sailormoon, com a experiência que os japoneses têm em fatos "estranhos" com os sentai, estava à espera de muito mais! Eu sei que não é a mesma produtora, mas se iam adaptar xxxHOLiC, cuja componente visual e de direcção artística é tão forte, aumentem o orçamento, por favor! Naoko Takeuchi foi quase militante ao defender a sua criação na adaptação a dorama, não compreendo como as CLAMP, que sempre fizeram isso, desenhando muitas vezes Mokona o guarda-roupa ou character design das próprias séries ou Nanase Ohkawa ser a argumentista principal, deixaram escapar isto, que ainda por cima tomou um rumo que tem pouco a ver com todo o histórico da sua obra: é mais lamechas e menos profundo e dramático.

Os produtores/autores da série quiseram fazer um produto sério e tiraram todo o humor tonto de xxxHOLiC e todos os elementos mais fora, como Mokona, os espíritos antropomórficos e dramatizaram mais, a dar ares de filme de terror, os casos que vão ter à loja de Yuuko. Por outro lado, os efeitos especiais, fora o fumo e as setas de Doumeki, que estão excelentes, são do mais manhoso que há. Engolia muito melhor uma Mokona em peluche, como a Luna em Sailormoon, que umas mãos atrás de uma árvore. Foleiro! O contraste entre o lado negro sobrenatural e as patetices engraçadas do dia-a-dia das personagens é que tornam xxxHOLiC numa manga e anime que me atraem e acentuam o dramatismo da história de fundo de Watanuki e depois Yuuko. Ao tirarem tudo isso da série estão a tirar-lhe todo o charme e fica um resultado seco, desinteressante, artificialmente sério, pois a produção não consegue estar à altura.

Os doramas japoneses têm sempre uma componenete um bocado pirosa, overacting dos actores e bastante exagero em certas cenas, mas essa é uma linguagem própria dos doramas, que aprendi a gostar e que os tornam num produto curioso e original. Esta grande preocupação em querer fazer uma série mais séria com os mesmos meios, sem os utilizar no seu maior potencial, resulta num desastre sem graça e que, sinceramente, vou continuar a ver só porque é xxxHOLiC.

CLAMPドラマ ホリック xxxHOLiC

RAW

18.3.13

Terminei de ver: Mawaru Penguindrum

 
A cerca de metade da série, mais ou menos depois do meu último post sobre Mawaru Penguindrum, comecei a perder um pouco o entusiasmo. Já se tinha percebido mais ou menos a motivação da história, apesar de muita informação continuar nublada, e de repente parece que estagnou um pouco. Mas o final foi satisfatório e se tenho algo a apontar isso dirige-se à série como um todo e não ao final.

A minha maior crítica negativa é Mawaru Penguindrum ir progressivamente entrando cada vez mais num universo de conceitos metafóricos e surreais onde se perde o vínculo com a realidade e também com o espectador. É um fenómeno que também acontece em Kare-Kano (Kareshi Kanojo no Jijou), mas aí de forma bem mais atabalhoada. Em Penguindrum isso foi claramente planeado, mas talvez tenha sido feito de uma forma demasiado rebuscada. Pessoalmente prefiro uma abordagem mais directa ou mais clara. Talvez a tendência de haver cada vez mais diálogos nas séries de anime devesse mudar, grande parte da informação poderia ser transmitida visualmente, mas nisso Kunihiko Ikuhara exagera um bocado. Penguindrum, apesar de ser visualmente lindíssimo, com um character design delicado, de Lily Hoshino, uma paleta de cores apetecível, bom guarda-roupa, tem demasiada informação e é humanamente impossível apanhar tudo à primeira, principalmente para quem é estrangeiro e está a tentar concentrar-se no texto. Mas esse é um problema que à partida os japoneses não têm, mas tenho andado a achar os animes demasiado verbosos, principalmente quando tratam de assuntos mais profundos, e Penguindrum não é excepção.

Os (não) irmãos Takakura cumprem o seu destino, chegam ao fim da linha, literalmente, e o final é comovente. Reafirmo que Mawaru Penguindrum é uma excelente série, não para todos os gostos, mas excelente. A banda-sonora é de louvar e A-M-E-I as WH (Double H ou Triple H, se contarmos com Himari). Ninguém faz uns gifs animados dos banners delas do metro???

輪るピングドラム

CLAMP Festival 2011

Quando soube do CLAMP Festival, acho que no Verão de 2011, quando soube do lançamento da Neo Blythe B2-HOLiC (a minha Yuuko-san) senti um misto de curiosidade e desconfiança: mas que raio se vê num Festival das CLAMP? As quatro no palco a falar do seu trabalho? Isso constitui um festival?

Hoje, quando devia estar a fazer coisas mais sérias, esbarrei com o link para o video do Festival de 2011 (Veoh - procurar "CLAMP Festival") e acabei por vê-lo. São duas horas e meia, não é pouco, e pus-me a fazer as ditas coisas sérias e a ouvir o vídeo. De vez em quando dava uma olhadela. A grande maioria foram canções das diversas séries das CLAMP, com grande enfoque em Card Captor Sakura, Tsubasa -RESERVoir CHRoNiCLE-, Chobits e Magic Knight Rayearth, cujas cantoras/actrizes de voz foram as estrelas do espectáculo. Mas antes da "cantoria" houve um sketch, com a história de Shiritsu Horitsuba, criada para o Festival pelas CLAMP, interpretado por todos os convidados. O sketch permitiu ver como a maioria dos actores são excelentes, mesmo que as mulheres falem quase todas em falsete, e perceber porque o dorama de xxxHOLiC não me anda a encher as medidas (mas disso falarei noutro post). Mesmo sem prestar muita atenção reconheci logo a voz de Yuuko quando a actriz Sayaka Ohara me deixou a rir à gargalhada a gozar com as típicas frases de coincidência e destino de Yuuko. Ohara-san também envergava um kimono pintado pelas CLAMP para o livro Okimono Kimono, prezo a minha cópia como um tesouro pois é o que é! Para quem tem o livro ou os scans, é o beije das borboletas. Ah, e Mika Kikuchi, a actriz de voz de ambas as Mokonas (Soel e Larg) de xxxHOLiC/Tsubasa, é ultra-kawaii!

 

Mas o espantoso foi quando dei por mim a ficar emocionada ao ouvir as canções de Card Captor Sakura, mas o que me derreteu foi mesmo a canção Yuzurenai Negai, de Magic Knight Rayearth, que me fez lembrar dos tempos de uma internet primitiva, de canções arduamente sacadas da net com modems de 33 ou 56, que arruinavam a conta telefónica (o mIRC também) e que eu ouvia, às vezes em loop, no Walkman a cantar no meio da rua. Card Captor Sakura é um excelente anime e manga e, fora xxxHOLiC, tenho algumas saudades dos velhos tempos em que as CLAMP não eram tão notórias. Sou fã das CLAMP desde mais ou menos 1995, já nem sei qual foi a primeira manga delas com a qual tomei contacto, acho que foi Rayearth, ou então X e já li a grande maioria do que elas produziram, mas ainda me lembro dos tempos em que os fãs de anime (assumidos) escasseavam e de esconder o volume 9 de X, quando o lia no Metro, por causa da violência gráfica. É uma pena elas nunca mais terem podido pegar em X para terminar a história, ainda é a minha manga preferida delas. E se eu, que não sou a maior fã do J-Pop-anime do mundo, que duvidei do propósito de um CLAMP Festival desde o início (excepto o negócio colateral de vender merchandise novo) acabei por divertir-me com o vídeo, afinal até valeu a pena e compreende-se que se tenha repetido em 2012 (não sei se houve em 2010 — se houve, não sei).

E nem ares das CLAMP em lado nenhum!

CLAMP.net

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