17.11.11

Ojamajo Doremi DOKAAN!

Tenho andado a ver (com a ajuda da box) a 4ª série de Doremi (falhei a 3ª) e a relembrar-me que lá por as séries terem um público-alvo mais infantil e passarem num canal como o Panda, não significa que sejam más, e Doremi é definitivamente excelente!

Todos os episódios são engraçados, têm conteúdo e a Hana-chan é adorável, tão adorável que derrete o coração mais empedrenido! Até gosto, e muito, da voz dela na versão portuguesa!

Mas queria falar mais concretamente do episódio nº 40, どれみと魔女をやめた魔女 (Doremi e a bruxa que desistiu de ser bruxa - o título no Panda também era algo parecido), que é de uma beleza estonteante e muitíssimo invulgar! É um episódio que se desenrola a um ritmo mais compassado e lento que os outros e que tem um tom mais contemplativo e filosófico. Doremi, sem nada para fazer, resolve baldar-se ao trabalho na Loja Mágica e ir deambular pelas redondezas. Acaba por ir parar a uma casa tradicional japonesa onde uma mulher trabalha o vidro. Essa mulher é uma bruxa que não usa magia. Durante o resto do episódio Doremi visita repetidamente a bruxa e vai aprendendo a fazer peças em vidro soprado.

O invulgar neste episódio está principalmente no modo como a história é contada, em planos com poucos diálogos, uma banda-sonora algo melancólica a acompanhar e uma luz quase diáfana que dá sempre um ar irreal à situação, como se Doremi estivesse a sonhar e não a viver a situação. Sempre que Doremi se dirige à casa, ela hesita um pouco na bifurcação onde normalmente passa para ir para casa e opta, naquele dia, por ir na outra direcção. A repetição, a aprendizagem de Doremi, a luz, a música, a atmosfera conduzem a uma questão pertinente: ao converter-se em bruxa, Doremi não envelhecerá e viverá muitíssimo mais que os humanos, que as pessoas que sempre a rodearam... será que ela quer mesmo ser bruxa? O modo como esse dilema, que poderia estar presente desde o início da(s) série(s), ou que poderia ser abordado em catadupa nos últimos episódios, é abordado de forma bela e subtil, demonstra um cuidado e inteligência acima da média por parte de quem produz e dirige a série.

 
Se não valesse por mais nada, por uma história original, um desenho de personagens giro, uma animação de boa qualidade, Ojamajo Doremi DOKAAN! valeria apenas por este episódio!

おジャ魔女どれみドッカ~ン!

Canal Panda

12.11.11

Terminei de ver: Macross Frontier


Já está, Macross Frontier está visto. Os últimos episódios vi-os quase em catadupa, de tão empolgante se foi tornando a história. As minhas primeiras impressões estavam certas, Macross Frontier é uma bela série de anime, que conjuga as qualidade dos Macrosses anteriores, acrescentando maior dimensão às personagens.

Esse facto e não cairem na armadilha de simplesmente "salvar o mundo com uma canção", torna esta série de Macross mais apelativa a todos os públicos, principalmente introduzindo uma personagem tão forte como Sheryl Nome. Sheryl, ao contrário de Lynn Minmay e de Sharon Apple, não é apenas uma menina com voz bonita, por quem o piloto-herói se apaixona, mas uma personagem com densidade, dúvidas e defeitos. Naturalmente Ranka Lee também tem maior dimensão que as duas primeiras, mas, como já disse, é o tipo de personagem com quem embirro...

O triângulo amoroso Sheryl-Alto-Ranka é muito bem pensado, em termos de Macross já tudo tinha sido feito: uma cantora pop que salva o mundo, uma diva virtual que salva o mundo, agora precisavam de duas! Sheryl, com o seu egoísmo, caprichos e ambição, infelizmente não é suficientemente digna da admiração de um público masculino para o fazer sozinha. Ranka é uma tontinha carente e irresponsável, não tem determinação suficiente para ser a "diva" de Macross sozinha. É a rivalidade em conquistar Alto e pela popularidade quase perdida, da parte de Sheryl, e a necessidade, qual cachorrinho abandonado, de Ranka em ter alguém que lhe dê atenção e a paz mundial, que as motivam. Alto é uma personagem da qual me sinto em cima do muro. Sim, é galante, bonito (apesar de efeminado) e corajoso, mas ao mesmo tempo é demasiado indeciso quanto às raparigas e às políticas de defesa de Macross Forntier, o que demonstra imaturidade. Felizmente o seu sonho de voar é genuíno e ele consegue ter suficiente carácter para agradecer às pessoas que lhe proporcionaram isso.

O que nunca consigo compreender é o que apela às pessoas numa personagem como Ranka. Ser fofinha? Quiduxa? Isso é bom para um boneco de peluche ou animal de estimação, mas não numa rapariga! Bah, egoísta ou não, venha a Sheryl! Que para além disso tem muito melhor gosto no guarda-roupa!

Só a banda-sonora de Yoko Kanno me decepcionou um pouco. A nível de música de fundo o seu génio estava lá, mas as canções são normais e demasiado coladas à imagem de pop idol. Eu sei que são mais adequadas à permissa, que já era idiota nos tempos do Macross original, e que Macross Plus é demasiado electrónico/experimental para um grande público, mas ela já coneguiu surpreender tantas vezes, é pena ter "descansado" durante esta série.

Depois de ver a série percebi a popularidade dos cosplays de Sheryl, ela é carismática, poderosa, esperta, elegante e bonita. Deve ser uma personagem interessante de encarnar (não que eu o pretenda fazer). Agora pelo menos já reconheço os fatos, já posso perceber melhor o contexto e proporcionou-me bons momentos de anime!

マクロスFRONTIER

9.11.11

Paradise Kiss (filme)

Recentemente foi feita uma adaptação live-action da manga de Ai Yazawa Paradise Kiss. A minha primeira reacção foi entusiástica, mas ao ver as fotos de produção fiquei um pouco decepcionada por estar tudo muito atenuado. Vendo o filme cheguei a essa mesma conclusão, mas como já se passou algum tempo, de certa forma consegui ver o filme um pouco menos ligada a esse aspecto.

O filme Paradise Kiss concentra-se mais no romance Yukari/George que no resto, mas não são só as histórias que fazem a manga de Ai Yazawa, o lado visual, mais concretamente a moda, são peça fundamental. Portanto, por mais que me esforçasse, fico sempre com pena de Isabella não ser tão exuberante e parecer mais uma mulher e não um travesti de loja de roupa em 2ª mão, de Arashi não ser punk a sério e ter o cabelo loiro, de Miwako não ter o cabelo cor de rosa e ser menos soft-lolita, de George não ser um actor que para o trânsito e ter o cabelo curtinho e de Yukari vestir pouco as criações de Yazawa (para além de a franja postiça se notar imenso e me irritar o filme inteiro).

Fora isso, e de Mikako não aparecer (eu sei, não faz assim tanta falta, mas é a minha personagem favorita de Yazawa), é um filme simpático, romântico, muito próximo dos doramas televisivos, mas, apesar de tudo, com um desempenho dos actores mais aceitável, que se vê bem, mas que tem muito pouco de original ou de bom cinema a sério. Mesmo assim, a história está bem distribuída, não cortaram demasiadas coisas que os fãs sentissem falta e tem um bom ritmo, sem desequilíbrios, elipses em cima do joelho ou um final apbruto.

Quem gosta de Ai Yazawa e de Paradise Kiss, vai achar alguma piada ao filme, mas irá sempre preferir a série anime, com o seu ritmo mais alucinante. É estranho perceber que os japoneses conseguem fazer cenas com uma carga emocional e erótica muito forte numa série de animação e, quando transportam isso para pessoas reais, parecem tomados de uma vergonha súbita em que qualquer toque mais íntimo ou, pior, beijo, parece trapalhão e forçado. Não sei se a falha está nos actores ou na direcção de actores, ou mesmo na produção em geral que corta essa carga mais erótica para atingir um público mais alargado. Seja qual o motivo for, tira interesse às relações entre personagens e faz com que uma narrativa emocionante se torne... meh.

Quem quiser ver o filme, ele encontra-se com legendas em inglês, para ver em streaming aqui.

Paradise Kiss

Drama Crazy

7.11.11

Cosplay @ FIBDA 2011

Mais um post sobre cosplay, mas desta vez, infelizmente, a experiência não foi tão feliz.

Desde o ano passado que a organização do cosplay no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (Amadora BD) mudou de mãos e o cosplay ressentiu-se disso. Há 3 anos regressei à BD Amadora, para o 10º aniversário oficial do cosplay na BD Amadora (11º não-oficial) e deparei-me com o fenómeno de massas em que o cosplay se tornara, uma reunião caótica mas feliz de cosplayers no mais antigo festival de banda-desenhada do país. Entre tantos cosplayers, tal como no Photoshoot, encontra-se de tudo, mas sobretudo fãs de anime, bd e jogos contentes por encarnarem as suas personagens preferidas. Naturalmente a concurso foi uma parcela, mas as restantes pessoas rejubilavam.

O ano passado aparentemente as pessoas evaporaram-se... participaram poucos cosplayers do costume, o concurso teve pouquíssimos concorrentes, mas a qualidade geral dos fatos ainda era bastante boa e encontravam-se bastantes cosplayers a assistir. Este ano, o número de concorrentes foi semelhante, o público também, mas a organização do festival foi, no mínimo, cruel em localizar o palco, que não é utilizado apenas para o cosplay, na cave, que é um estacionamento e cujo pé direito é tão baixo que as luzes de palco faziam sombra umas nas outras... Como o estacionamento já é um local escuro, com o chão preto, as "paredes" da exposição pretas e uma iluminação geral muito fraca, nem fotografias minimamente decentes deu para tirar!

Mas infelizmente não foi só, o concurso, claramente organizado em cima do joelho, demonstrou uma falta de empenho e ignorância do formato, que felizmente parece que não se abateu muito no espírito dos concorrentes, que continuaram a divertir-se entre os amigos. No dia seguinte foi a final nacional do Concurso de Cosplay da Anipop, cujo júri era 33% o mesmo da véspera, onde uma concorrente foi penalizada pela falha técnica da organização na projecção do vídeo. Só quando a concorrente tinha o skit quase no fim, é que se lembraram de recomeçar e aparentemente isso penalizou-a injustamente na pontuação (já para não falar na sobrecarga no nervosismo que estas coisas implicam). No geral é uma pena que as coisas tenham decorrido como decorreram, todas as concorrentes foram altamente penalizadas pela falta de condições (nem bastidores o palco tinha!) e tenho a certeza que no final, sobrepondo-se à satisfação de ter concorrido, houve uma dose de frustração que ninguém merece!

Eu, que há 3 e 2 anos, me desfiz em elogios pelo cosplay português ter florescido de forma tão bonita e saudável, hoje só consigo esconder a cara de vergonha, pela péssima organização, tanto da parte da Anipop como da própria Amadora BD, que insiste em ignorar os cosplayers e um público mais jovem que não vê outro atractivo no festival a não ser o cosplay e as lojas. É uma falta de respeito para quem perde tanto tempo, faz um esforço acima da média e gasta bastante dinheiro nestes fatos, muitas vezes de qualidade quase profissional, apenas por amor à arte, ao anime e manga (e jogos, etc.) e a um passatempo extremamente criativo e positivo!

Resta-me deixar as galerias do ano passado e deste ano, não bloguei o ano passado por razões pessoais que me afastaram de muita coisa, mas cá estão elas!




Amadora BD - Fórum Luís Camões
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