13.11.07

NANA 2

Já comecei a ver este filme um pouco desiludida, pois as mudanças no casting desde o primeiro filme foram, no mínimo, controversas. Falou-se bastante na desistência de Aoi Miyazaki, a meu ver uma Nana Komatsu (Hachi) bastante convincente, com as doses certas de kawaii (querida), de beleza física e infantilidade, por causa de alegadas cenas de nudez e sexo que esta fase da história implicaria. Onde é que estão elas? Os decotes de Yui Ichikawa ficavam-lhe pelo pescoço e as cenas entre Hachi e Takumi e Hachi e Nobu eram, no mínimo, insípidas.

Aliás todo o filme é bastante insípido o que, tendo em conta a fase da história que conta, a relação de Hachi com Takumi e Nobu, o seu afastamento de Nana, a gravidez, o escândalo Nana/Ren, o debut dos Black Stones, é esquisito. Mika Nakashima, que convenceu no primeiro filme como uma Nana forte e sensível, precisa de bons parceiros, quiçá de uma boa direcção de actores para brilhar. Sentiu-se e mesmo muito a falta de Ryuhei Matsuda como Ren, Nobuo Kyô, para além de ser feio, de não ter a presença carismática que Ren precisa, era quase invisível. Todos, sem excepção têm preformances aquém do desejado, exceptuando, talvez, Hiroki Narimiya como Nobu, que, mesmo assim, deixa muito a desejar, comparando com o que já demonstrou noutros filmes. A única boa troca de actores foi de Kenichi Matsuyama por Kanata Hongô. Visualmente tem mais a ver com o ar doce, miúdo e efeminado de Shin que o seu antecessor e não desiludiu na sua maior prestação nesta fase da história, tendo em conta a fraca prestação geral.

O filme, apesar da sua duração de duas horas, é demasiado superficial, nenhuma das personagens é aprofundada, conta demasiados factos sem convicção, não tem uma única cena forte, nem sequer se sente uma ligeira trepidação de emoção ao longo de todo o filme. Nem a cena em que Takumi tortura psicológicamente Hachi ao saber da gravidez, faz a mínima mossa nas emoções de quem a vê. A cena em que Nana parte os copos dos morangos é fraquíssima, não se percebe a extrema importância destes como metáforas da relação das duas e o que eles se partirem provoca em Nana. Nunca é estabelecida uma empatia com as personagens, parece o tempo todo que estão a debitar texto. Nem os videoclips dos Trapnest impressionam na monumentalidade ou nos efeitos especiais. Já agora, também senti falta da relação Shin/Leila, mas talvez seja demasiado pesado num filme comercial o facto de ele se prostituir com 15 anos. Também não se percebe o que fazem, de repente, as personagens Jun e Kyosuke, no meio do filme. Com tanto acontecimento a mais, um leque de personagens alargado e se cortaram algumas narrativas paralelas para economizar, quem não fazia definitivamente falta eram estes dois! Preferia que introduzissem a personagem de Misato, a groupie de serviço, mas mesmo assim seria desajustado.

Ao menos o primeiro filme, NANA, em si já nada de extraordinário, tinha a cena do concerto e da reconciliação de Nana e Ren, que estava excelente, agora este, nem isso.

Até o guarda-roupa de Nana, as peças Vivienne Westwood parecem construídas, falsificadas, e não genuínas. A música é menos potente e chamativa apesar de eu ter gostado de 'Eyes For the Moon', que apesar de mais suave é mais punk, na sua composição, que as músicas do primeiro filme. Sente-se também a ausência de Hyde na composição das canções para Mika.

É uma pena, o anime é bem mais comovente e emocionante, ao contar a mesma fase da história, as personagens desenhadas têm uma prestação bem melhor e mais humana que os actores. Pensava, quando via o filme, que afinal uma boa história não salva um filme, mas é mais uma boa história pode até não salvar um filme se o argumento feito a partir dela for mau.

Volta Aoi Miyazaki que estás perdoada! Volta Ryuhei Matsuda que estás perdoado!

NANA 2

11.11.07

CONFERÊNCIA “A Animação no Japão – Nova Geração de Artistas Japoneses de ANIME” II

Consegui ir à conferência acima mencionada, esforço feito dada a exclusividade de um tal evento em Portugal (o horário não era generoso para quem trabalha).

A prof. Kei Suyama, professora de história, teoria e técnicas de produção de anime na Faculdade de Belas Artes – Departamento de Anime – da Universidade de Tokyo Kogei, falou resumidamente da indústria do anime, dos seus elementos mais vanguardistas ou que marcam actualmente a diferença e também do "Inter College Animation Festival" de que é membro da organização.

É claro que a conferência foi muitíssimo interessante, soube foi a pouco. Mas para aprofundar mais o que uma pessoa como a prof. Kei Suyama nos pode trazer, nunca poderia ser feito em cerca de duas horas. O ideal (talvez um dia isso possa acontecer) seria um seminário de, no mínimo 3 dias, onde, para além de se falar, pela rama, de artistas proeminentes, tendências e novos valores, se aprofundariam melhor estes temas e haveria a possibilidade de dialogar e falar de outros. Mesmo assim tenho a certeza de que saberá a pouco.

Destacaria, entre os vários filmes e trailers mostrados, Mind Game, um filme com mistura de técnicas e muito irreverente, que a prof. Suyama mostrou como sendo exemplos de animação original, de qualidade e com personalidade. Nos filmes do ICAF gostei mais de Birthday, uma interpretação deliciosa da Teoria da Evolução das Espécies de Darwin.

Foi pena, mas não de todo grave, o tradutor ser um japonês que tem formação em português do Brasil (o que levou a uma escolha de palavras um pouco invulgar) e que trocou o tempo todo a palavra kantoku (que quer dizer realizador) por produtor. A diferença pode parecer pequena, mas não é. Um produtor encarrega-se de toda a prate financeira e logística de um filme, enquanto que o realizador se encarrega da parte de criação e coordenação artística de um filme. Essa função engloba também partes mais técnicas, mas sempre ligadas à criação do todo de uma obra de cinema ou, neste caso, cinema de animação.

Foi pena também que parte do público que participou na conferência em Lisboa, numa sala já por si complicada a nível de som, pois todo o mobiliário é de madeira, portanto range e faz barulho, não se tenha calado, mantendo um burburinho de fundo irritante e mal educado e rindo à gargalhada sempre que percebia algo em língua japonesa.

7.11.07

2 anos + Halloween

Ups, este blog já fez dois anos e esqueci-me de comemorar... fica aqui esta imagem para dar também um cheirinho de Halloween (atrasado) através de uma das minhas bruxinhas do anime preferidas a Meg (Bia na versão portuguesa), pois ambas as datas foram em Outubro.
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