24.2.11

Comecei a ver: Nodame Cantabile

Nodame Cantabile é provavelmente a última série a estrear no Animax, mas uma série para fechar o canal com chave de ouro. Tal como Hachi-Kuro, Nodame Cantabile é mais um anime do projecto Noitamina que há muito quero ver. E queria ver principalmente pela temática original, que até à altura era pouco abordada em séries de anime: a música clássica♪.

Mas não se iludam os mais cépticos, esta é uma série de anime acerca de uma rapariga trapalhona e de um rapaz bonito e inteligente, cujo pano de fundo é a música clássica. Na realidade esta é a história de Nodame (Noda Megumi), uma rapariga trapalhona, desleixada com um ouvido musical excepcional e de Chiaki Shinichi um génio musical sobre-dotado, bonito e demasiado egoísta para seu próprio bem. Ao cruzar-se com Nodame, Chiaki treme até às fundações no seu carácter e na sua abordagem à música. Por mais improvável que o par seja, Chiaki fica impressionado com a espontaneidade com que Nodame toca o piano, por oposição à sua rigidez e exigência técnica. Nodame nem sequer sabe ler pautas, aliás característica dos "naturais" nesta série, e toca de ouvido. Ela não precisa de ouvir uma música mais que uma vez para a reproduzir extraordinariamente mas em versões muito pessoais que quase levam Chiaki à loucura. É na música que ambos encontram a sintonia, como aliás o demonstra a imagem — a primeira vez que tocam em dueto ao piano —, a rigidez e técnica de Chiaki compensam o improviso e emoção de Nodame e vice-versa, aproximando-os cada vez mais.

Como todas as séries saídas do Noitamina, Nodame Cantabile tem um cuidado técnico acima da média, mas no que Nodame é diferente é no uso da modelagem 3D e do rotoscópio para um maior rigor na representação e animação dos instrumentos musicais e das respectivas interpretações. Os instrumentos musicais são modelados em 3D e a animação das mãos do intérprete é feitas através de uma técnica chamada rotoscópio. Trata-se de filmar a cena em imagem real, por exemplo mãos a tocar piano, e depois redesenhar essa filmagem, fotograma a fotograma, em animação. Esta técnica dá um efeito realista ao movimento e torna-o também mais fluido. Os japoneses não fazem maravilhas com o 3D mas no caso de Nodame Cantabile aproveitam lindamente o que o 3D lhes pode oferecer de melhor para a animação dos instrumentos. Este cuidado com o rigor técnico musical inclui também, sempre que é tocada uma peça de música, uma legenda com o nome da peça e o autor da mesma, tornando-a também pedagógica.

Só é pena, mesmo muita pena, que a tradução continue a ser considerada um aspecto menor e seja muito aquém da série traduzida.
Erro nº 1: a tradutora deixou os honoríficos japoneses (os ~san, ~kun, ~chan, ~sama, etc.). Os honoríficos devem ser traduzidos sempre que isso for possível, no caso de ~san é utilizar Sr., Sra., etc. se for caso disso. Nunca esquecer que é normal que amigos ou colegas se tratem por ~san, portanto a palavra não implica forçosamente um tratamento formal. Portanto os honoríficos japoneses têm uma função ligeiramente diferente dos portugueses, servem para estabelecer o grau de formalidade da relação entre dois indivíduos. A razão é muito simples: um português que nunca tenha ouvido uma palavra de japonês não faz a mínima ideia do que seja ~san ou ~chan, portanto, como essas palavras têm uma razão de ser, têm de ser traduzidas. Mas já me estou a alargar, pois a série deve ter sido traduzida do inglês ou do francês, portanto o erro já deve vir de trás.
Erro nº 2: deram uma série, cujo tema principal é a música clássica, a traduzir a alguém que para além de não perceber patavina do assunto foi preguiçosa na pesquisa, cingindo-se apenas à Wikipédia em português, que já TODA a gente sabe que é 90% preenchida por brasileiros. Naturalmente os termos não vão coincidir e temos incoerências na tradução ao longo da série, como o uso de mais de que uma palavra para o mesmo conceito. Estudei música, já soube em tempos todos os elementos de uma orquestra (tinha de o saber), entretanto já estou muito esquecida, mas de uma coisa me lembro: apesar de ambos os termos estarem correctos no dicionário, em Portugal timbales (os "tambores" gigantes em cobre que costumam ficar na parte de trás de uma orquestra) são timbales e não tímpanos (aliás, se a memória não me falha, tímpano é a pele dos timbales propriamente dita), e o primeiro violino é primeiro violino e não concertino (até ver Nodame nunca tinha ouvido o termo referido a uma orquestra). O primeiro violino é a 2ª mais importante posição numa orquestra, sendo a 1ª ocupada pelo maestro. A palavra concertino faz sentido, mas o termo correcto em Portugal é primeiro violino. E nem me vou aprofundar mais nestas questões musicais, senão até fico mal-disposta... já para não falar em certas "traduções" de títulos de peças musicais... Nunca mais aprendem...

テレビアニメ「のだめカンタービレ」公式サイト

Animax

23.2.11

Animax: a metamorfose


Já é sabido que o Animax em Maio irá oficialmente dar lugar a outra coisa, outra coisa essa que se tem vindo a infiltrar na programação de anime... É a hora da metamorfose!!

Não tive o canal Animax desde que começou em Portugal (o meu provedor de TV por cabo não o tinha - e era o mais popular na altura!), só desde há mais ou menos um ano é que pude comprovar do que o canal se tratava. Mas desde o início, através da pequena previsão que nos deu o AXN e depois olhando para a grelha de programação, deu para perceber que o canal não começou da melhor forma.

O Animax e a SONY Portugal deveriam ter prestado mais atenção ao produto que tinham em mãos e às pessoas a quem ele se destinava. A escolha de séries foi realmente equilibrada, passando por séries como Super GALS!, Death Note, Inu Yasha, Crayon Shin-chan, Paradise Kiss, Le Chevalier D'Éon, Saiyuki, Detective Conan, Honey and Clover, Kinniku-man, Yakitate! Ja-pan, Saint Seiya, Lupin III, Blood + e tantas outras. Olhando para trás, pode-se ver que é uma boa selecção, feita com algum critério, tentando atingir uma gama maior de fãs, incluindo o sempre excluído público feminino e apostando na qualidade. Só é pena o tratamento que as séries levam depois, com um total desrespeito das mesmas em traduções medíocres, com mau português, português espanholado, horários esquizofrénicos, falta de respeito pela ordem dos episódios ou séries e total falta de comunicação com o público.

Com uma postura distante e elitista, falta de investimento na divulgação por onde mais se encontram fãs de anime, a internet, a não colaboração utilizando as ferramentas sociais à disposição (site oficial, blogs, fóruns, FaceBook, Twitter, MySpace e afins), anunciaram um fim prematuro a um canal com enorme potencial mas menosprezado logo à partida por quem o criou ou administrou.

Lamento o final do Animax mas na realidade não fico assim com tanta pena. Tantas vezes que, ao ver o tratamento dado às séries que emitiam, não pensei que estavam a empurrar o público para procurar as séries que queria ver pelos meios menos próprios que tanto condenam? Eu sou a primeira a querer ver as séries de modo correcto e legal, através da televisão (mais barato) ou, sempre que possível, pela compra de DVDs (mais caro), mas quando quem tem esses meios de distribuição nas mãos trata tão mal o seu produto, só me resta uma alternativa: a internet! Portanto só posso fazer um belo manguito ao Animax e à SONY Portugal! Vão morrer longe!!

Por outro lado, é com TODO o prazer que anuncio (se bem que também já é mais que sabido) o regresso de Sailormoon no mês de Março ao Canal Panda (deve começar logo dia 1 como é habitual no canal)! Infelizmente a série regressa com a dobragem original, onde, entre outras liberdades "criativas", Luna e Artemis fizeram operações de troca de sexo e a Luna tem a voz do Topo Gigio (ewwwww!).

Animax Portugal
Panda TV

Animax/Canal Panda

19.2.11

Ando a ver: Honey and Clover


Há uma coisa que me agrada IMENSO em Hachi-Kuro, para além de ser uma excelente série, naturalmente, a sua imprevisibilidade. Nos primeiros episódios damos por nós a torcer por dois casais, Takemoto + Hagu e Mayama + Yamada. Mas... rigorosamente NADA nos garante que eles fiquem juntos e, ao contrário das estruturas narrativas de praticamente todas as soaps no mundo, que nos apresentam os casais principais logo nos primeiros episódios, para depois passarmos 100 e tal a sofrer para que fiquem juntos, coisa que acontece apenas no final, Hachi-Kuro não nos indica nada disso. Mas pode surpreender! É claro que ainda não cheguei ao fim, existe ainda a segunda série, mas mesmo assim, para já, tudo me leva a acreditar que no final ninguém será o mesmo. Nem as personagens da série, que já estão a evoluir a olhos vistos, nem nós que fomos surpreendidos com uma série de anime excepcionalmente bem escrita.

Agora só espero que o fim anunciado do canal Animax não me faça recorrer a meios menos próprios para terminar de ver esta série...

ハチミツとクローバー
Honey and Clover (J.C. Staff)

Animax
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