31.12.23

Pretty Guardian Sailor Moon Cosmos - the Movie

A semana entre o Natal e o Fim de Ano é a semana em que faço umas mini maratonas de séries ou filmes que tenho em atraso. Há muito que não incluía anime nessas mini maratonas, mas como o mais recente filme de Sailor Moon, que na realidade são dois, foi lançado recentemente em DVD no Japão, calculei que já houvesse cópias por aí e não me enganei.

Estes filmes contam o último arco da manga de Sailormoon, o arco da Shadow Galactica. Tal como as séries Crystal, a história nos filmes é mais colada à manga que a série dos anos 90. Apesar de Sailor Stars ser uma das minhas temporadas preferidas da série original, sempre me irritou focarem-se num pseudo romance entre Usagi e Seiya e não haver uma explicação satisfatória para a existência das Sailors de outros sistemas solares, constelações ou galáxias. Cosmos corrigiu isso e com um argumento bastante coerente e empolgante.

Novamente o character design, cenários e etc. levaram um upgrade, ficando algures entre o character design da manga e do anime dos anos 90. Os cenários levaram uma "lavagem" em tons pastel, muito semelhantes aos cenários antigos. A animação, como seria de esperar num filme produzido para ser visto em sala, está impecável. Aliás, como existem várias situações que requerem uma transformação, não nos massacraram com elas repetidamente, mas na primeira vez mostram as transformações completas (ou uma montagem, no caso dos três grupos (Inner, Outer e Starlights), para depois mostrarem versões remontadas e reduzidas das mesmas.

A grande, chamemos-lhe, homenagem foi recriarem o genérico inicial com Moonlight Densetsu no primeiro filme e o genérico inicial de Sailor Stars com a Sailor Star Song. Confesso que me caiu uma lagriminha nostálgica e sim, cantei ambas.

Os filmes estão divididos entre o estabelecimento da situação e o início da resolução, como se tratasse de dois episódios alargados. Mas ambos os filmes fluem bem, sem a sensação barata de uma série anime longa, com uma boa realização e atenção ao detalhe tanto na montagem como na parte visual.

Chibi-Chibi está ainda mais kawaii e finalmente a Princesa Kakyuu tem o tempo de antena merecido. De parte ficaram alguns gags geniais da série antiga, como a Eternal Sailormoon a partir a loiça com as asas dentro de casa, ou a revelação das identidades a bordo do Boeing 747.

Na narrativa, tentando não fazer spoilers, como disse acima, explica melhor toda a situação, as ligações entre personagens, planetas, constelações e fecha a narrativa de Usagi/Serenity, Mamoru/Endymion e das Guardiãs. Até temos como brinde um vislumbre de Luna, Artemis e Diana nas suas formas humanas. Não eliminaram as Sailors finais, como Sailor Lethe, Mnemosyne, Phi, Chi e Heavy Metal Papillon, como na série anterior. Também gostei muito mais deste Mamoru, que na série antiga pouco passava de um figurante especial. Aqui ele é muito mais carinhoso e presente e temos a cena de sexo (nada explícito) final e a concepção de Chibi-Usa fora do casamento, hehee!

Agora resta saber: será que já vimos tudo o que podia ser feito de Sailormoon? Será que vamos continuar nestas celebrações de aniversários, que aumentam o número redondo a cada 5 anos? Por mim, como fã de Sailormoon que sou, que venha mais! Não, ao fim de 30 anos ainda não me fartei e gostei muito de regressar a este universo, mesmo que este regresso não tenha sido o mais consistente. Ainda prefiro a série dos anos 90, com todos os seus defeitos, pois é extremamente empolgante e viciante, mas apesardo iníciomeio engasgado da drystal, da falta de consistênciadas séries entre si, a partir do arco da Black Moon, redimiram-se e corrigiram os problemas. Um dia destes ponho-me a reler a manga... Ah, e nunca vi os musicais, nenhum deles! Até lá, vou retomar o cosplan de uma das vilãs, que tinha ficado na gaveta há uns 10-15 anos.

美少女戦士セーラームーンCosmos



25.11.23

Ace o Nerae!

Ace o Nerae! é um anime outonal. Até pode passar-se na Primavera, Verão ou Inverno, mas é cheio de cores quentes, laranjas, vermelhos, castanhos. Quase todas as cenas exteriores passam-se ao pôr do sol, o que também contribui para o ambiente outonal.


Mas vamos ao que interessa, uma das minhas introduções ao sports anime, junto com Captain Tsubasa e Attacker You!, e talvez a minha preferida das três. O que gosto nos sports anime é a saga de esforço por que os protagonistas passam, constantemente a tentar ultrapassar os seus limites ao ponto de quase ganharem poderes sobrenaturais. Em Ace o Nerae! os serviços têm nomes como "bullet serve" ou "tornado ball", etc. Tipicamente, sempre que surge uma adversária com uma dessas técnicas muito gráficas, já sabemos que primeiro, Hiromi, a nossa protagonista, vai pensar em desistir, por duvidar das próprias capacidades, depois vai treinar sozinha, fora de horas, para ter algum encontro imediato, amigo ou inimigo, que a faz chegar ao jogo determinada, ganhando alguma vantagem com essa determinação, mas logo a seguir é arrasada ao ponto da exaustão quando, de um olhar do treinador ou outro incentivo para nós insignificante, reúne forças do nada e arrasa o oponente. Naturalmente, cada rival que se segue é mais poderoso e intimidador que o anterior, mas assim Hiromi vai superando cada obstáculo, tornando-se ela uma tenista feroz, capaz de intimidar também o rival mais assustador.

Sim, Ace o Nerae! segue uma fórmula, mas tem mais densidade que isso. Hiromi é uma rapariga simples, por quem ninguém dá nada, que vive um dia a dia banal. Apaixona-se pelo ténis ao ver a elegante Reika Ryuuzaki, a Ochoufujin, ou Madame Butterfly, a jogar. Só quando o recém-chegado treinador Jin Munakata, com uma metodologia singular, a coloca em destaque, é que Hiromi se revela uma tenista com valor próprio. Ao longo da série e ao defrontar as rivais com honestidade, vai fazendo mais amigos que inimigos, mesmo que pelo meio tenha pisado alguns calos.

Para além do percurso emocional intenso de Hiromi e das outras tenistas, cada uma com algum tipo de drama por trás, o que me chamou para esta série, quando a vi a primeira vez, foi o estilo de realização do lendário Osamu Dezaki. Na realidade, não foi Ace o Nerae! que vi há uns anos na RTP 2 ou no Canal Panda ou equivalente. Foi numa época do início da TV Cabo, quando, para além do Panda, havia uma série de canais da América Latina, que passavam muito anime, sobretudo dos anos 70 e 80. O que presumo que vi foi Ace o Nerae! 2, pois lembro-me da mudança de treinador. Mas sobre Ace o Nerae! 2 falarei em breve. Até tenho um post sobre uma tentativa de rever ou ver a série neste blog, mas ficou, como muitas, pendurada por alguma razão. Bom foi desta!

Osamu Dezaki. Um dos grandes realizadores de anime dos anos 70 e 80, que colaborou com frequência com o meu herói Shingo Araki, como character designer, que infelizmente não colaborou nesta série. Mesmo assim, dentro de um estilo muito simplificado e nem sempre o mais consistente, gosto imenso do character design adoptado, bastante próximo da manga. Dezaki é o criador daqueles planos "congelados", cheios de raios à volta, onde o desenho passa a um "estado" mais elaborado, com acabamentos a lápis de cor ou aguarela,  para reforçar algum momento chave do episódio ou da série. Li algures há muitos anos que Dezaki inventou este método por via da necessidade, já que animar um plano ou cena completa de forma mais dramática levava muito tempo e saía mais caro. Assim destaca-se esse momento, por exemplo a primeira vez que vemos Ochoufujin, onde é destacada a sua beleza e elegância no tratamento manual e texturado do seu plano congelado. Também gosto como o desenho é reduzido ao mais importante, representando o público ou os figurantes por um contorno pintado a aguarela, às vezes sem face, ou apenas os olhos vazados. Os olhos vazados são outra característica estética do anime shoujo dos anos 70 que adoro, apetece fazer print screens e imprimir em t-shirts!

Como disse acima, a série segue as provações de Hiromi para progredir no ténis, nas mãos do seu Oni Coach (Treinador Demónio), durante o ensino secundário. É uma série empolgante, sobre um desporto interessante e apelativo, com uma protagonista que faz a ligação ao espectador na sua simplicidade banal. Fora Hiromi e Jin Munakata, um homem de vinte e tal anos, rígido e enigmático, pouco ficamos a saber das outras personagens, fora a sua respectiva paixão pelo ténis e, no caso de Todo, por Hiromi também. Mesmo assim, nunca vemos nem ouvimos os pais de Hiromi e o máximo que vemos da sua casa é o quarto e o ofuro (banheira). Até vemos mais da casa de Reika. Hiromi tem um gato preto, Goemon, que parece um cão e que é muito mal tratado, como se fosse um boneco de peluche, coitadinho! É curioso perceber que Hiromi, um bocado maria-rapaz, desperta a inveja das raparigas, mas atrai os rapazes. Todo é o que mais se aproxima dela, mas Chiba, outro tenista, e Kimura, o repórter da escola, também ficam logo fascinados por Hiromi.

Há pelo menos mais 3 séries, fiquei um bocado confusa, pois pelos vistos há uma que não tenho, Shin Ace o Nerae!, que é um remake, depois Ace o Nerae! 2 e Ace o Nerae! Final Stage, um filme curto, que saiu após o remake, e ainda a série live-action, de que já falei aqui e que adorei. Já estou a ver Ace o Nerae! 2, pelo que haverá um post em breve.

「エースをねらえ」「新 エースをねらえ」

 


9.11.23

Kurage Hime

Era uma vez, há muito, muito tempo, provavelmente quando Kurage Hime foi lançada, e nos primórdios deste blogue, um conhecido, na altura novato destas andanças do anime, falou-me entusiasmado desta série.

Como ainda era uma época em que arranjar certas séries online não era fácil, e porque a minha lista de séries a ver já era longa, ficou o título e a premissa, mas não fiz grande coisa para a arranjar e ver.

Entretanto comecei a ler a scanlation da manga (que quero adquirir porque estou a adorar! - mas já lá vamos) e arranjei a série, com o compromisso de só ver depois de terminar a manga. Bom, não terminei de ler a manga, mas estou bem mais adiantada na narrativa que o anime, e decidi vê-la finalmente agora que voltei a ver anime com regularidade.

Não percebendo bem porquê, tenho sentido o shoujo a entrar em decadência e, salvo umas poucas excepções, como Card Captor Sakura, quase tudo que aparece novo é mais do mesmo. É uma pena, é a minha demografia de eleição na manga e anime, embora também goste de shounen e de outras demografias que já li e vi. No fundo, no fundo, ainda sou uma adolescente na alma e quero que ma alimentem! Esta tendência não é nova, mas Kurage Hime é um verdadeiro shoujo, à antiga! E ainda por cima comédia.

Inclui todos os clichés de uma boa historia de Pigmalião, uma rapariga interessante, mas a precisar de uma recauchutagem, um rapaz sem grande coisa que fazer, que se apaixona e quer recauchutar a rapariga (e outras coisas também, calculo), milionários contra pessoas de classe média, pessoas fashion contra pessoas que mal saem de casa, a tradição contra o progresso, o social contra o antisocial e... alforrecas!

Sempre gostei de alforrecas, embora saiba muito pouco acerca deste animal muito exótico e belo. Tinha todos os ingredientes para me chamar a atenção.

Em cima disto tudo, o character design e gráficos são muito bonitos e detalhados, e ligeiramente fora da norma anónima do costume. A autora tem um estilo muito próprio.


Como disse acima, na manga a história vai muito além do anime. Sem fazer spoilers, como coleccionadora de bonecas Blythe não posso deixar de mencionar que há uma personagem em Kurage Hime que não só tem uma boa colecção de Blythes, como lhes faz o guarda-roupa! Como se não bastasse Kurage Hime ser um shoujo à séria, comédia e com um design super apelativo, ainda tem uma personagem que basicamente sou eu!

Kurage Hime tem dois protagonistas muito apelativos, cheios de qualidades e defeitos, que são muito bem explorados para a comédia. O ritmo é perfeito e as outras personagens complementam muito bem a narrativa no seu exagero.
Com as habitantes da Amamizukan e a família de Kuranosuke, vemos um pouco do lado "otaku" e mais íntimo da política do Japão, satirizado no seu melhor através dos contrastes. É raro ver este tipo de autocrítica ou de satirizar da sociedade moderna japonesa, incluindo o que normalmente é varrido para debaixo do tapete, como pessoas socialmente desajustadas ou segregadas e a corrupção política.
E depois ficamos imediatamente do lado de Kuranosuke e de Tsukimi, queremos salvar a Amamizukan e vê-los a ter sucesso no mundo da moda.
Mas isso terá de ficar para a manga e eventualmente para o dorama, que soube há pouco existir. Tenho de ver!

14.9.23

Terminei de ver: Michiko to Hatchin


Custou, mas foi! Comecei a ver Michiko to Hatchin em 2008, mas interrompi cerca do 8° episódio. Algures durante a pandemia tentei retomar, mas acho que não vi mais que um episódio. Desta vez, nesta tentativa de voltar a ver anime com regularidade, fiz o mesmo que com Sailor Moon Crystal, recomecei do primeiro episódio. 

Tudo o que escrevi no post quando comecei a ver ainda é válido. Michiko to Hatchin é super bem produzido, tem uns gráficos muito bonitos, um character design muito bom, é muito bem animado, tem sequências de acção memoráveis e uma banda sonora meio jazzy, meio bossa nova excelente. E ainda ganha pontos na originalidade de ir buscar um universo inspirado no Brasil, tanto na paisagem como nas personagens, o que torna esta série única no panorama dos animes em geral. Mas, apesar das personagens bem desenvolvidas, com muito sumo e personalidade, cuja história vai sendo contada ao longo da série, a narrativa principal é um bocado confusa e bastante fraca.

O objectivo é Michiko levar Hatchin a Hiroshi Morenos, o pai de Hatchin e antiga paixão de Michiko, supostamente dado como morto antes de Hatchin nascer. Mas as semelhanças entre pai e filha são mais que evidentes e o instinto de Michiko diz-lhe que Hiroshi está vivo, mas fugitivo. Elas próprias fugitivas, do passado e do presente, numa rede de polícias bandidos e agentes duplos, vão sofrendo vários revezes para cumprir o objectivo.
Parece tudo muito simples e directo, excepto que em quase todos os episódios a série perde-se no estilo e acrescenta peripécias que vão se tornando repetitivas e que adiantam pouco à história. Só nos ultimos episódios, quando Hatchin resolve usar a sua agência e esperteza para encontrar Hiroshi, não para encontrar um pai desaparecido, mas porque Michiko ainda gosta muito dele, é que a história finalmente avança para chegar ao final.
O final fecha todas as narrativas em aberto, todas as questões do passado são resolvidas, mesmo que Michiko tenha de deixar Hatchin nas mãos do impassivo Hiroshi.
No último episódio há uma elipse onde vemos uma Hatchin mais velha, mais resolvida, que teve de desenrascar-se sozinha, pois Hiroshi, como pai, apenas o foi no sentido biológico. Hatchin finalmente reencontra Michiko e, juntamente com o seu filho bebé, seguem os três em direcção ao pôr do sol na fabulosa mota.

Piaggio MP5 "Paperino"

Falando em mota, a mota de Michiko não é uma Vespa, mas tem grande inspiração no protótipo da Vespa, a Piaggio Paperino. Até o logótipo tem o mesmo tipo de letra cursiva e a cor é igual! Como pessoa louca por Vespas, naturalmente apaixonei-me por esta mota!

Mesmo um pouco desiludida com a narrativa, Michiko to Hatchin é um regalo para os olhos e ouvidos! Não é o melhor que saiu da Manglobe, mas vale a pena ver na mesma.




22.8.23

Bishoujo Senshi Sailor Moon Eternal Movies I e II

Ver Sailor Moon Crystal tem sido cá uma saga! Comecei bem e em cima do acontecimento, a ver os episódios da primeira temporada pouco tempo depois de saírem, com regularidade, mas depois começou a engasgar e não fiquei com memória de ter visto quase nada depois do episódio 12 ou 13, o que é mais ou menos metade da série.

Nas últimas semanas, derivado a uma reorganização da minha vida pessoal, resolvi voltar a ver anime regularmente e então decidi rever Sailor Moon Crystal do início e depois o que garantidamente não vi, os dois filmes Sailor Moon Eternal e os dois filmes Sailor Moon Cosmos.

Desta vez gostei muito mais de ver o primeiro arco, Dark Kingdom, e dei por mim a ver dois ou três episódios de uma assentada, por não conseguir largar a série especialmente em momentos chave, isto é, os últimos 4 ou 5 episódios.

Definitivamente, a narrativa ser muito mais próxima da manga é um ponto positivo e eesta vez agarrou-me muito melhor, apesar de acontecertudo um bocado em catadupa.

Quando chegamos ao arco Black Moon, o character design e a animação 3D manhosa melhoraram, não muito mas melhoraram. Este arco, apesar de me agarrar melhor que da primeira vez, pareceu muito resumido e realmente falta densidade psicológica à Black Lady. Mas gostei bastante de certos aspectos, como a relação da Usagi com o Mamoru, bastante mais adulta e menos pueril que na série dos anos 90. O Mamoru também parece muito mais presente e carinhoso e faz mais jus ao seu nome (mamoru em japonês significa proteger).

No arco Death Busters, depois de um hiato na produção, vêm-se alterações significativas e para melhor. O character design passou a um híbrido, algures entre a manga e o character design da série dos anos 90, não as há 3D manhoso nas transformações ou nos genéricos, as músicas melhoraram, adoro o estilo mais retro da canção da Haruka e da Michiru, a lembrar anime dos anos 80 ou 90, o genérico do Mamoru/Tuxedo Kamen é épico e no geral melhorou tudo. Neste arco também gostei de ser mais fiel à manga, focando-se em Hotaru e sem os vilões da semana engraçados, mas forçados, dos anos 90. Assumirem a relação da Haruka e da Michiru às claras também é positivo, mas preferia um pouco da ambiguidade tanto da manga (onde as coisas são mais claras) como da série antiga. Apimenta mais a narrativa. A tradução inglesa não ajuda, mas já falo nisso.

Eis que finalmente chego ao arco Dead Moon Circus, que constitui os dois filmes Sailor Moon Eternal. Acabei por vê-los de seguida, pois funcionam quase como uma compilação de episódios. Como no arco anterior, a narrativa é quase como na manga e bem mais negra. Na série dos anos 90, a SuperS sempre foi a temporada de que gostei menos, em parte por ser a que mais desvia da manga e por ser mais infantil, com demasiado foco na pespineta e irritante Chibi-Usa. Ela é a protagonista deste arco, não há dúvidas quanto a isso, mas nestes filmes não lhe dão tanto tempo de antena é não é irritante, especialmente não há episódios de encher chouriços, o que é um enorme alívio. Para além disso, também respeitam a manga, fazendo regressar as Outer Senshi, Haruka, Michiru, Setsuna e Hotaru. A introdução dessa parte da narrativa, ausente na série antiga, ajuda a contextualizar melhor o papel das Outers e como os da Pluto e da Saturn mudaram.

Ambos os filmes fluem bem e não cansam, mas por vezes parece que a história foi escrita originalmente para ser dividida em capítulos, mas pode ser por ser bastante fiel à manga, onde realmente está dividida em capítulos. Mas noto isso talvez por conhecer demasiado bem a história. Não sei. Gostei da banda sonora e gostei mais ainda por incluírem nos genéricos finais uma nova versão da canção dos anos 90, Rashiku ni Ikimashou.

As traduções. Normalmente costumo ver anime sem legendas, para treinar o japonês, mas ultimamente, em parte porque não quero ligar essa parte do cérebro, pensar em japonês é muito cansativo e neste momento quero ver anime para relaxar, ando a ver com as legendagens inglesas/americanas. Não gostei da tradução de toda a Sailor Moon Crystal. O inglês, embora correcto, é muito pobrezinho, várias vezes podiam ter seguido caminhos mais criativos, que também deixariam a tradução mais fiel ao sentido em japonês e, o crime dos crimes e um dos meus pet peeves em tradução em geral e infelizmente um erro de tradução, deixaram os honoríficos. O pior é quando em japonês eles usam honoríficos duplos (Ikuko-mama-san, por exemplo) e optam pelo mais básico. Nenhum honorífico em japonês deve ser incluído,  mas sim substituidos pelo seu melhor equivalente na língua de destino. O ~san  deve passar a Mr., Mrs. ou Miss, o ~chan deve ser convertido para um diminutivo ou para "little"-qualquer-coisa. Os ~sama, neste caso para a Princesa Serenity e o Príncipe Endymion, das duas uma, ou incluem "majesty" ou "highness" no discurso, ou não adicionam nada.Os honoríficos em japonês, nunca. Depois há a romanização de alguns nomes, o que fizeram à Nehelenia? Ficou algo estilo Nahelenia... porquê, se em japonês é fácil, escreve-se, em katakana ネヘレニア (ne-he-re-ni-a), não há nada que enganar. Ah, e acho que quando a Michiru apresenta a Haruka como sendo meio homem, meio mulher, tenho quase a certeza que não é bem isso que está a ser dito em japonês, mas algo mais ambíguo, mais subtil e mais interessante, algo estilo que a Haruka é uma mulher, mas que tem uma alma masculina. Não me apeteceu interromper o visionamento para ouvir melhor o que ela diz em japonês. Porquê uma tradução tão básica e amadora? Em fansubs, não comento, mas num serviço pago? A Netflix não quer pagar a tradutores decentes? Forretas!

Após rever Sailor Moon Crystal, ainda faltam os dois filmes Cosmos, mas verei em breve, quando os arranjar com qualidade, gostei muito mais e diverti-me e empolguei-me bastante com as Guerreiras/Guardiãs. Gostei muito mais do Mamoru agora, que não é apenas um figurante masculino e tem mais agência que na série dos anos 90. Veremos como vai ser resolvida a sua ausência no arco Three Lights/Galaxia. Eu estou empolgada por finalmente ver a Sailor Kakyuu, cruelmente eliminada da Sailor Stars

美少女戦士セーラームーン•エタナール



5.8.23

Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru

Fui parar a este anime por causa do cosplay. Mas ao contrário do que é costume, não foi porque visse imensas pessoas a fazer cosplays da série, mas porque esta série tem como tema principal o cosplay! Não sei se é a primeira série a fazê-lo, não me apetece ir investigar isso, mas se não foi, não há-de haver muitas mais.
Mas Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru é sobretudo um slice-of-life romântico com o cosplay como pano de fundo.

Ando desactualizadíssima, tenho visto pouco anime, e a maioria são coisas bastante familiares, como Sailor Koon Crystal ou Card Captor Sakura - Clear Card e já não sei o que está na berra nos dias de hoje.
Um pouco como Bamboo Blade (kendo), foi o tema e não o estilo que me levou a este anime, que, de outro modo, provavelmente não teria curiosidade de ver. Normalmente gosto bastante dos slice-of-life, mas este estilo, descaradamente uma comédia romântica, com algum fanservice, não costumam estar no topo da minha lista de animes para ver. Não é que não goste, mas preciso daquele "bocadinho assim".

Marin quer fazer cosplay, mas é uma naba na costura. Mais ou menos por acaso descobre que o seu colega de turma, Gojo, costura kimonos para as bonecas Hina tradicionais e pede-lhe para a ajudar a fazer o fato da sua personagem preferida do momento: Shizuku Kuroe, a protagonista de um jogo a raiar o SBDM. Assim começa a amizade entre o tímido Gojo e a descarada e atrevida Marin, um clássico neste estilo de anime. A relação dos dois passa por vários momentos constrangedores, graças à falta de noção de Marin do efeito do seu corpo e descaramento no coitado do Gojo, que basicamente vive para o trabalho na oficina de honecas Hina do avô e não tem vida social até conhecê-la. Mas Marin é bem mais inocente do que aparenta, apesar da tendência para fazer cosplay de personagens bastante sexy, e a amizade evolui para uma atracção física e uma paixoneta adolescente. Enquanto que Gojo tenta ser discreto e bem educado (coitado, às vezes é quase impossível), Marin reage como a adolescente que é, mas não confessa a sua paixão. Estes elementos fazem de Sono Bisque Doll... uma comédia de circunstâncias muito engraçada que me fez dar umas boas gargalhadas sonoras.

Este é um anime divertido, com um character design apelativo e cheio de detalhes e texturas (os benefícios da pintura digital), que se vê lindamente. O cosplay, apesar de acessório para mover a narrativa, está super bem representado e comenta cada detalhe do processo e das fases por que a maioria dos cosplayers passa: sentir-se desconfortável no fato, combinar sessões de fotos, cair na armadilha de fazer um fato pelo design e esquecer-se de que não se sente à vontade para o vestir em público, noitadas a terminar os fatos, noitadas a ver séries de onde se planeia fazer fatos, fazer amigos através do cosplay, etc.

Por outro lado, Gojo é o cosmaker que todo o cosplayer deseja ser ou ter por perto. Tem uma atenção ao detalhe excepcional, pensa em tudo, até na maquilhagem, faz pesquisas exaustivas, aprende depressa e é muito crítico dos próprios erros.
Marin é entusiasta, sincera, alegre mas empenhada, o que os torna um par ideal no cosplay.

Nesta série o lado negro do cosplay só é ligeiramente vislumbrado, o lidar com um corpo real, as questões da imagem, as rivalidades tóxicas ou os desastres que por vezes nos levam a questionar porque nos metemos nestes trabalhos complicados e caros. Mas como é uma comédia, se estes problemas forem abordados mais profundamente, serão muito provavelmente aliados à narrativa e também a algum dilema na relação entre Marin e Gojo. Veremos.

À medida que fui avançando na série, reparei num pormenor curioso: grande parte do guarda roupa civil das personagens é colorido. Até os uniformes escolares de Marin e Gojo têm calças e saias num tartan azul claro. A escola deles aparentemente é bastante permissiva com o traje escolar, pois, para além de Marin ter o cabelo pintado (loiro com pontas rosadas), ela usa lentes de contacto rosadas e muitos acessórios e outras colegas dela também. Mas os cosplays são maioritariamente monocromáticos, com muito preto, algum branco e apenas detalhes dourados ou noutros tons pouco espampanantes. É curioso pois, no mundo real, costuma acontecer o oposto, o guarda roupa das pessoas tende para o neutro ou tons escuros e é nos cosplays que se vê muita cor, a começar pelas perucas de todas as cores.

As canções dos genéricos são orelhudas e alegres, sem serem irritantes, o que é sempre positivo.

Adorei ver esta representação tão detalhada e fiel à realidade do cosplay e fico satisfeita que em breve haverá mais Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru.





20.2.23

Sayonara Matsumoto-sensei

 

Soube mesmo agora que Leiji Matsumoto, mangaka, entre outros, de Ginga Tetsudou 999, Captain Harlock ou 1000 Nen Joou, apanhou o Galaxy Express 999 em direcção às estrelas, para nunca mais voltar.

É um dos meus heróis, ao ponto de fazer os cosplays de duas das suas personagens, Maetel e La Andromeda Promethium.

Ainda tinha a esperança de um dia me cruzar com ele ao vivo, mas infelizmente já não é possível. 












気をつけて、松見先生 ✨️🚂🚃🚃🚃✨️ 



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