24.4.06

~Ayakashi~ Tenshu Monogatari


Acabei de ver o segundo segmento de ~Ayakashi~.

Tenshu Monogatari trata-se da história do amor entre um humano, um falcoeiro, Zussho-no-zuke, e uma wasuregami (deusa esquecida), Tomi-hime. Por serem de dois mundos incompatíveis e diferentes (os wasuregami alimentam-se de humanos para sobreviver), o amor de ambos é logo amaldiçoado. Os dois tentam separar-se, Tomi-hime expulsa Zussho-no-zuke do castelo e ele casa-se com a sua noiva humana, Oshizu, mas não conseguem evitar voltar a ficar juntos.

A reaproximação de Zussho-no-zuke e Tomi-hime provoca uma guerra entre humanos e wasuregami que resulta num massacre do qual apenas sobrevivem os dois amantes que tomam a forma de dois falcões para permanecerem juntos.

Mesmo sendo uma história interessante, mais romântica e fantástica que a anterior, gostei mais de Yotsuya Kaidan. O character design e direcção de arte mudaram, as cores ficaram menos sombrias adoptando mais tons pastel e as personagens, mantendo um traço realista, foram suavizadas. Não sei se foi por isso ou não, mas achei a história menos empolgante e atraente, se bem que não é própriamente má ou aborrecida. Talvez seja menor conhecimento da época desta história, anterior a Yotsuya Kaidan, e das suas mitologias, mas o certo é que ficou aquém das minhas expectativas, senti falta de ter tido um ou dois arrepios a mais.

怪~ayakashi~

22.4.06

CINE-ASIA: Cutie Honey

Já aqui falei de Re: Cutie Honey, a minha última contribuição para o Cine-Asia é sobre o filme que também fez parte do mesmo projecto.



Japão, 2004, 94min

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Cutie Honey não é uma rapariga, mas sim uma androide com superpoderes. Mas os seus poderes esgotam-se e para recarregar energias Honey tem de comer (e como!). À margem da lei, ela age como uma justiceira, para grande irritação de Natsuko, provávelmente a única detective da polícia com competência. As duas, com a ajuda de Seiji, um jornalista metediço, acabam envolvidas numa trama dos Panther Claw para dominar o mundo e salvam-no com... amor!

Crítica: Este é daqueles filmes que se uma pessoa não está devidamente mentalizada para o factor “humor do disparate” é melhor não ver. Nada aqui faz verdadeiramente sentido, mas, o que é que isso interessa verdadeiramente? O filme é super-divertido, alucinado, com efeitos especiais assumidos e uma estética altamente colorida (preparar para doses industriais de cor-de-rosa).

Cutie Honey fez parte de um projecto comemorativo da série de manga, anime e OAVs de autoria de Go Nagai, que também assina o argumento deste filme. Este projecto, com produção dos famosos estúdios da Gainax (Evangelion) e realização de Hideaki Anno, co-autor de Evangelion, além de lançar em DVD todo o material existente até agora de Cutie Honey, produziu este filme e, em paralelo, uma série de 3 novos OAVs de animação, Re: Cutie Honey, que funcionam como uma espécie de complemento do filme.

Como já disse, o grande mérito do filme é ser divertido, mas, analisando um bocadinho mais profundamente, é mais que isso. Todo este universo já é à partida um bocado alucinado e estranho, a heroína, para além de muito pouco convencional, não tem práticamente pudor algum, acaba sendo um exemplo exagerado de como os japoneses encaram a sexualidade, um misto de atrevimento e ingenuidade. Os vilões (melhor dito: vilãs) são completamente narcisistas e nunca vêm para além do próprio umbigo, nem mesmo os companheiros de conquista do mundo.

Os capangas, ou seja, carne-para-canhão, são isso mesmo: carne-para-canhão. O suposto “galã”, Seiji, em vez de proteger Honey (claramente bem mais forte que ele), flirta com ela e Natsuko o tempo todo. E a força policial é do mais incompetente que se possa imaginar, fora a esforçada Natsuko que, por falta de apoio, raramente consegue prender alguma das vilãs.

À primeira até pode parecer um filme extremamente sexista, no modo como as mulheres estão constantemente a ser despidas, mas, dentro do contexto, é tudo tão hilariante que não há feminista que resista (às mais fundamentalistas o melhor é não verem o filme de todo). No fim das contas, neste filme, são as mulheres que dão as cartas: são mulheres que querem conquistar o mundo, são as mulheres as únicas que mostram algum tipo de inteligência e são as mulheres que salvam o mundo.

Fiquei agradávelmente surpreendida com a actriz Eriko Sato, que desconhecia, pois não acompanho as carreiras das idols japonesas, mas que encaixa na perfeição na atrevida, mas totalmente naïf Kisaragi Honey. Também todos os outros actores nos papéis principais foram bem escolhidos e têm uma óptima performance dentro deste universo.

Tecnicamente o filme mostra por vezes as costuras, mas também acho que melhor não pode ser exigido, pois, apesar de ser um live action, este filme poderia ser muitíssimo bem um anime, sem tirar nem por. Tanto que, se se vir Re: Cutie Honey logo a seguir, as diferenças são poucas, só se muda de meio (bem... há mais nudez).

Mas os efeitos especiais são exageradamente engraçados (e muito gráficos), as caracterizações das vilãs excelentes (não há fechos éclair “à lá Godzilla” visíveis) e os cenários e guarda-roupa coloridos, mas a respeitar na totalidade este universo. A acção é de tal forma rápida que é difícil, num primeiro visionamento, apanhar todos os pormenores, mas a realização é fluida, de forma que o espectador é litralmente engolido pelas aventuras de Honey.

Classificação: 7/10

16.4.06

CINE-ASIA

Fui convidada para colaborar regularmente noutro blog, o Cine-Asia, com críticas a filmes japoneses (eles abrangem todo o cinema asiático, mas vou me limitar a filmes japoneses), com preferência para o anime.

Por aqui vou publicar as críticas que forem de filmes em anime ou directamente ligados a anime e/ou manga. A formatação do texto vai ser a do Cine-Asia mas sou capaz de fazer algumas pequenas alterações que fazem mais sentido neste blog.

Se fizer crítica a outros filmes, farei apenas um link directo ao artigo.

CINE-ASIA: Cowboy Bebop: Tengoku no Tobira

Cowboy Bebop: Knockin' on Heaven's Door

Japão, 2001, 120min

Página Oficial - Trailer

Sinopse: Num futuro não muito diferente do nosso, com a excepção de que a tecnologia permite a utilização do espaço sideral ao comum mortal, um camião TIR explode numa auto-estrada matando vários civis. Faye Valentine, membro involuntário do grupo de bounty hunters, caçadores de prémios, que tripulam a Bebop é, provávelmente a única testemunha que sobrevive. Na explosão foi espalhado um vírus que, lentamente, aniquilou as outras testemunhas...

Crítica: Apesar de este filme ter sido produzido no seguimento do sucesso da série de televisão homónima (passou no primeiro bloco de anime da SIC Radical), qualquer um o pode ver sem estar familiarizado com as personagens.

Este foi o primeiro filme anime que vi a que pude, com toda a segurança, chamar de FILME. A história é complexa, toda a produção visual, desde o character design (do excelente Toshihiro Kawamoto) à animação, passando pelos cenários, é sublime, extremamente bem feita e complexa. A realização é da melhor qualidade que se pode encontrar em qualquer filme de acção. Tal como na série o tom varia bastante entre o drama de acção e a comédia sarcástica (ver o isqueiro do contacto marroquino de Spike) que lhe dão um ritmo bem interessante e despoletam algumas gargalhadas bem honestas. Ao rever agora o filme, tentei imaginá-lo não em animação mas com actores de carne-e-osso e é bem fácil de o conceber.

No fundo, apesar das ligações óbvias à série (personagens principais, universo ficcional) esta história funciona como um episódio à parte, mas realizado com uma qualidade de cinema. Claro que, se se vir a série antes de ver o filme, é sempre uma mais-valia, no sentido que as personagens principais, Spike, Jet, Faye, Ed e Ein, lá estão mais desenvolvidas, conhece-se o seu passado e outras características impossíveis de “entalar” em duas horas de filme.

É curioso reparar como os acontecimentos do 11 de Setembro, mesmo tendo acontecido uns dias após o lançamento do filme (01.09.2001), têm citações aqui. Aliás as referências, para além do terrorismo, bairro marroquino, etc. são bastante claras, principalmente nas duas torres gémeas desta cidade que, inclusive, são mais uma vez filmadas, à semelhança de como as Twin Towers originais muitas vezes o foram, como um recorte ao pôr-do-sol. Parece que adivinharam!

A nível visual este filme é de um detalhe impressionante, desde os reflexos das “abóboras alegóricas” nos prédios em redor, à magnífica encenação da luta final entre Spike e Vincent, quase toda ela em contra-luz com os fogos de artifício a iluminar o cenário. Numa cena em que Jet se encontra com um ex-colega, detective da polícia, num cinema, o filme a passar no écran é claramente um “western” de Hollywood dos anos 40, com John Wayne. Não tenho dados suficientes para dizer qual é o “western”, mas acredito que o filme exista. Isto para não falar das cenas de acção, lindamente coreografadas, a fazer lembrar filmes de James Cameron ou mesmo os Matrixes e afins.

A banda-sonora, assinada mais uma vez por Yoko Kanno, é símbolo do seu enorme talento. Já a banda-sonora da série de televisão era invulgarmente extraordinária, talvez até uma das melhores da sua autoria. A do filme continua no mesmo estilo, variando entre o country e rock para o jazz, com algumas variantes de world music (especialidade de Yoko Kanno), com a desculpa de que parte do filme se passa no bairro marroquino. A música neste filme, como o título indica, é muito importante e enriquece enormemente o ambiente, sem perturbar a acção ou ser excessiva.

CLASSIFICAÇÃO: 8/10

13.4.06

Terminei de ver: Kaitou St. Tail


A série desenvolveu-se, como previsto e sem surpresas: Asuka Jr. apanha St. Tail.

Gostei bastante dos dois últimos episódios em que a habitual situação com St. Tail muda e ela tem de agir, pela primeira vez, em proveito próprio. Mas como se trata de salvar a vida do amor dela, não é grave. Os dois episódios estão estruturados numa história em duas partes, as duas vilãs, Maju e Rosemary, apesar de poderem ter aparecido um pouco mais cedo na narrativa, são convincentes dentro do contexto e todos os dilemas da série (Meimi revelar a Asuka Jr. que é St. Tail e Asuka Jr. apanhar St. Tail) são resolvidos de modo emocionante e simultâneamente.

Só não gostei do finalzinho do último episódio, depois da acção bastante pormenorizada da última aventura de St. Tail, o estratagema dos "6 anos mais tarde", foi um bocado acelerado e fora do ritmo da série, especialmente destes dois últimos episódios. Mas, alguma conclusão teria de haver e, sendo esta uma série levezinha para adolescentes, um final mais vanguardista com algumas coisas em suspenso, seria demasiado extremo.

Entretanto já vi o primeiro episódio, mas não explica a origem dos poderes de St. Tail, do medalhão etc. Será que ela tem mesmo poderes ou é tudo ilusionismo unido a uma extrema agilidade física? Talvez a manga explique, no anime estas questões ficam no ar...

怪盗セイント・テール:配信作品:東京ムービー

11.4.06

Tommy february6


Tommy February6 - Lonely In Gorgeous


Ao ouvir o tema de abertura de Paradise Kiss, Lonely In Gorgeous, fiquei fascinada com a cantora, Tommy february6.

Além de Tommy february6, Tomoko Kawase tem outros alter-egos/projectos musicais, todos com características muito próprias.

Tommy february6 tem um estilo muito pop anos 80 e algo irritante, mas Lonely In Gorgeous é, sózinha, uma canção engraçada que se ouve bem e até é algo viciante. Se se tentar ouvir os outros albuns, acaba por cansar, ser tudo um pouco repetitivo.

O videoclip desta música é muito engraçado, se bem que, para quem já a conhecia também não é novidade nenhuma. O microfone de karaoke, o playback mal-feito, as cheerleaders, os óculos e roupa dela, também se vão repetindo. O que acho piada nisto é o ar displicente com que ela faz tudo isto, assumidamente mal, e muito japonês na estética e na dualidade da ingenuidade/artificialismo.

O video é estruturado em três parcelas que se entrecruzam. A caixa cor-de-rosa às riscas que é suposto ser o interior da caixa da Tommy february6 Blythe Doll, lançada na mesma altura que o single. O palco onde ela canta com o microfone de karaoke e o coro de cheerleaders coreografadas e, por último, uma espécie de remake de Sabotage dos Beastie Boys.
No todo estas conjugações têm um resultado estranho e peculiar, mas que não desagrada. Dá-me sempre a sensação de que ela está sempre no gozo e a divertir-se com isso. Ela sabe o que anda a fazer e as influências, apesar de obscuras, são fácilmente reconhecíveis.

Os outros projectos/alter-egos de Tomoko são Tommy heavenly6, com um som mais rock e, a meu ver, mais fácil de ouvir e ainda o seu primeiro projecto, The Brilliant Green em que há mais doses cavalares de cheerleaders e a música ainda é mais pop de plástico dos anos 80. No YouTube há vários exemplos dos vídeos dela.

Tommy february6

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