19.1.06

Terminei de ver: Paradise Kiss

Finalmente vi o ansiosamente esperado episódio 12 de Para Kiss.

Definitivamente as histórias de Ai Yazawa são invulgares no panorama narrativo tanto do anime como da manga. São mais realistas. No meio daquele cenário e guarda-roupa de encher o olho, as pessoas são pessoas, com frustrações, sonhos e precalços semelhantes aos de qualquer um de nós. Os sentimentos, senão os acontecimentos, também, são, de certo modo universais.

Em Para Kiss temos os artistas vistos como párias pelo seu aspecto e opções mais liberais de vida, a frustração de Yukari confinada aos desejos da mãe para ela e sua consequente falta de individualismo e a tolerância de Toku-chan que, apesar de aparentemente conservador, sempre conviveu com ambos os universos e aprendeu a respeitá-los.

De certa forma todas as personagens principais se mantiveram fiéis a si próprias e evoluíram de algum modo, muitas vezes derivadas pelas circunstâncias. Apesar da personalidade forte de George, que conseguiu levar o grupo a trabalhar quase exclusivamente para ele, no fim ele está prestes a desistir de si próprio, cede, como qualquer um de nós às exigências da vida em sociedade. Felizmente que, apesar de o final não ser própriamente feliz (ou típico de uma história romântica), George tem amigos e pessoas que acreditam nele e acaba por viajar (luxuosamente num paquete, só ele!) face ao seu futuro na Haute Couture em Paris. Do mesmo modo Yukari não desiste do seu novo sonho onde se empenha mais ainda do que se empenhava antes em agradar à mãe. Apesar de gostar de George, escolhe-se a si própria e não a depender de alguém.

No fundo está aqui mais uma vez o tema, recorrente a Yazawa, da independência e do individualismo que, acredito, devem ser conceitos muito complicados de lidar na sociedade japonesa. Se já o são na nossa que incentiva o individualismo, como não será por lá!?

http://parakiss.tv

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