16.1.06

Ando a ver: Galaxy Express 999, Space Symphony Maetel

Juntei as duas séries porque o fio narrativo é o mesmo. Apesar de Galaxy Express 999 ser uma série bem mais antiga e Space Symphony Maetel ser muito recente, a história de Space Symphony antecede a de Galaxy Express e, supostamente, explica alguns dos mistérios de Maetel.

Sempre tive muita curiosidade em todos estes anime e manga de Leiji Matsumoto, uma das razões foi porque sabia que as histórias se interligam e que muitas personagens são em comum. Em suma, o universo (narrativo) é o mesmo. Apesar de por vezes as figuras serem um pouco mal desenhadas, também sempre gostei das mulheres longilíneas e lânguidas, com longos cabelos de Leiji Matsumoto, que também desenhou o filme/videoclips de Daft Punk, Interstella 5555. As imagens, um tanto românticas, de um velho comboio a vapor pelo espaço são muito marcantes e, sem dúvida, que as naves espaciais de Matsumoto são muito bem concebidas.

Galaxy Express 999
Esta série é antiga, do final dos anos 70, e isso nota-se, principalmente na animação um bocado crua. Apesar de ter envelhecido um pouco, no lado tecnológico, a história é deveras interessante.

O primeiro episódio dá-nos a permissa, do sonho dourado que é ter um corpo mecânico. Mas será que é mesmo? Também ficamos a conhecer as duas personagens que acompanhamos na viagem pelas estrelas: Tetsurou, um miúdo, pobre e orfão, que sonha com o desejado corpo mecânico e que vai crescendo e aprendendo com a viagem. Maetel, uma mulher misteriosa, sempre vestida de preto, supostamente humana (será?) que toma conta de Tetsurou e lhe oferece, entre outros, o almejado passe para o 999 (three-nine), o comboio expresso até Andromeda, onde oferecem um corpo mecânico a quem o quiser.

Cada episódio seguinte é uma paragem (de um ciclo solar) em cada um dos planetas e um passo na aprendizagem de Tetsurou. Como a série é longa, as peripécias serão muitas e, suponho, Tetsurou há de vir a perceber que afinal um corpo de carne e osso é bem mais valioso.

Cada história individual que eles conhecem na viagem costuma ser bastante trágica e, normalmente, o arrependimento pela escolha da mecanização é evidente. Pelo meio transparecem outros valores importantes numa aprendizagem e para uma vida em sociedade. É uma espécie de pedagogia em anime.

O caso mais dramático dos pouquinhos episódios que vi é o de Claire, uma lindíssima andróide totalmente feita de vidro que trabalha no 999 para pagar a reversão a um corpo de carne e osso. Trágicamente ela sacrifica-se e fica feita em pedacinhos para salvar Tetsurou de uma fantasma vampiresco num túnel (sim túneis no espaço) através da cadeia de asteróides do nosso sistema solar.

As leis da física e a correcção científica não são muito levadas em conta, mas quando o erro é demasiado evidente a própria série encontra uma explicação lógica dentro da sua organização. O facto mais fantástico é o Galaxy Express ser uma réplica de um comboio a vapor do séc.XIX cuja explicação para o seu aspecto é que as pessoas têm de ter algo com que se identificar e podem se assomar à janela devido a um campo de forças, heheheeee!

Pena que só consegui arranjar os primeiros 7 episódios e o 999 acabou de sair do Sistema Solar... pode ser que um dia continue e acabe de ver a série!

Space Symphony Maetel
Tecnológicamente esta série é realmente bem melhor, mas a narrativa já se desenvolve através dos episódios e não em histórias individuais. Algumas explicações para o passado de Maetel, já surgiram: ela é filha de Promethium, a rainha do planeta vagueante e totalmente mecanizado La Metal, que é responsável pela mecanização dos seres humanos. Maetel deveria ser a herdeira e futura rainha de La Metal, mas é contra a escravidão a que Promethium e Laurela (a anterior rainha) submeteram a raça humana. Emeraldas, uma pirata, antagonista ao sistema, é sua irmã e como amigo e cúmplice tem o protagonista de outra série de Matsumoto: Captain Harlock. Ambos também aparecem em Galaxy Express.

Por enquanto estou no grosso da acção e ainda há muito para acontecer e as ligações à história do Galaxy Express se estabelecerem. No geral, apesar de satisfazer a curiosidade, desvendando os mistérios, em 7 episódios preferi o Galaxy Express 999, onde a narrativa é mais económica, mas também mais eficaz. Às vezes o excesso de efeitos não passa disso, excesso.

Para além destas duas séries, ligadas a esta linhagem de La Metal há: 1000 Nen no Jo-ou (Rainha dos 1000 anos), que trata da história de Promethium, e Maetel Legend, que nos mostra Maetel mais nova. As duas são cronológicamente anteriores a estas duas. Há ainda os filmes de Galaxy Express 999, que são uma espécie de histórias alternativas á série de TV e a série ou filme (não sei bem) Queen Emeraldas que é sobre Emeraldas, a irmã pirata de Maetel.

http://www.leiji-matsumoto.ne.jp/ [JP]

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho o DvD do G.E. 999 que supostamente resume toda a série. Só por aí já gostei muito do anime. Embora se note que é um anime antigo, não deixa de emanar uma espécie de nostalgia e misticismo que aliado à história faz uma espécie de bollicao do antigamente, saborosos como já não se fazem.

Misato disse...

Deve ser um dos 3 filmes aos quais me refiro num outro post: Terminei de ver: Galaxy Express 999 - os filmes. Em relação aos filmes tenho sentimentos mistos: de um gostei, de outro gostei mais-ou-menos e o último detestei.
Mas o melhor é vermos com os nossos próprios olhos.

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