30.9.08

Comecei a ver: Bamboo Blade

Comecei a ver este anime, atípico no género de anime que costumo ver, essencialmente por causa do kendo e por se tratarem de praticantes femininas. Apesar de ser uma "infiltrada", esta é uma série agradável , se bem que não forçosamente genial.

Bamboo Blade é uma comédia simpática que conta a "saga" de um professor de kendo pobretanas numa escola secundária, que já fora campeão mas que se desleixou completamente. O professor, Toraji, fez uma aposta com o seu senpai, e tenta reunir cinco raparigas para bater a equipa dele. Mas quase todas as pessoas envolvidas nesta aposta têm segundas intenções, a começar por Toraji, cujo único interesse é obter comida grátis.

Esta é uma comédia de referências, se não se estiver minimamente dentro do contexto do kendo e dos fãs de anime e sentai, dificilmente se achará alguma piada ao anime. A verdadeira piada está no subtexto, nas alcunhas sentai de cores que Toraji dá às raparigas, em Miya Miya passar com demasiada frequência de "Pink" a "Black", na obsessão de Tama-chan por anime e na sua excessiva timidez que desaparece quando pratica kendo, no chazinho que elas tomam após o treino, e assim sucessivamente.

Em relação ao kendo é refrescante vê-lo com tanto protagonismo numa série. Pessoalmente torço pelas raparigas e os combates e treinos estão extremamente bem orquestrados. O melhor de tudo são as bocas acerca do cheiro e outras desvantagens do kendo, as bolhas nas mãos e pés dos principiantes e todos os pequenos mas divertidos detalhes por que um praticante de kendo tem de passar, que são aproveitados ao mínimo detalhe. Já me ia esquecendo do figurante principal, o gato gordo branco, uma espécie de oposto físico do gato de Trigun, que simplesmente entra em campo em alturas completamente disparatadas. A melhor de todas foi vê-lo desmaiar quando cheirou um men acabado de tirar.

Portanto Bamboo Blade não é um anime a descartar, mesmo que não seja o mais marcante ou interessante à face da Terra.

TVアニメーション バンブーブレード
テレビ東京・あにてれ バンブーブレード

28.9.08

Cinqueccento de Lupin volta à FIAT

A FIAT anunciou que vai lançar, para o ano (2009), uma nova versão, em edição limitada, do seu Fiat Nuova 500, inspirado no Fiat 500 (cinqueccento) de 1957, que Lupin conduz com frequência, com uma imagem da personagem.

Os mais nostálgicos, têm de se contentar em arranjar um cinqueccento antigo, restaurá-lo e pintá-lo daquele amarelo (aliás É a cor do cinqueccento para mim!). Os mais modernos, vão poder conduzir esta versão.

Isto é o que se chama merchandise de anime à séria!

26.9.08

Ando a ver: Naruto


Ou mais ou menos... sim, porque a moda dos resets em anime parece que está a pegar nas TVs portuguesas. Primeiro foi InuYasha no AXN e agora Naruto na SIC-Radical...

É verdade que já tinha lido algures que a SIC não tinha comprado os episódios todos da 1ª série de Naruto, mas em vez de andarem a inventar tangas que "o que é bom é para repetir" (sic), bem podiam ser honestos e fazerem umas "férias" até terem os episódios restantes. A não ser que não os planeiem comprar, o que infelizmente é bem provável.

Bem aparentemente de futuro, o que vai a contecer com Naruto é o mesmo que aconteceu com Dragon Ball: vão repetir a série tantas vezes que ninguém a vai querer mais ver à frente! E o pior de tudo é que enquanto que de Dragon Ball têm a totalidade dos 200 e mais episódios, em Naruto têm cerca de metade, ou até menos (não me dei ao trabalho de ir ver em que episódio pararam, nem me vou dar...).

A única, e mesmo a única, coisa boa que retiro disto é poder ouvir de novo a canção Wind, mas, fora os primeiros episódios, que não tinha visto da primeira vez, Naruto não é daquelas séries que queira ver de novo tão cedo! Nem por sombras!!!

NARUTO-ナルト-

23.9.08

CONFERÊNCIA: Anime Japão!

Não fui cheia de expectativas, mas mesmo assim a conferência de ontem foi agradável e uma boa oportunidade de ter uma preview in loco dos filmes que irão ficar na boca de muita gente no próximo ano, pelo menos foi isso que aconteceu com os três do ano passado: Toki o Kakeru Shoujo, Paprika, Tekkonkinkreet. Os três filmes comerciais apresentados este ano pela professora Kei Suyama foram, Kappa no Coo to Natsuyasumi, Gake no Ue no Ponyo e Sky Crawlers. Do primeiro filme já tinha vislumbrado algures uma imagem e era um exemplo do uso da mitologia japonesa para fazer passar uma mensagem pedagógica, realizado por um dos realizadores do divertido e corrosivo Crayon Shin-chan. De Ponyo, que tem um ar ultra-kawaii, não vou falar muito porque é o filme que certamente mais cedo nos chegará às salas, mas com este último Miyazaki estou bastante entusiasmada, depois da desilusão de Howl. Mesmo assim, tudo o que vi e li acerca do filme até agora, me faz lembrar mesmo muito o livro A menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andersen, cuja história é bem semelhante. Sky Crawlers foi uma clara demonstração do uso do 3D em imagens de combate aéreo, e é o filme acerca do qual estou mais céptica. Céptica pois nunca gostei de um único filme de Mamoru Oshii, parece-me tudo um enorme show off e acho que o senhor não tem sentido de humor, mas a Sr.ª. Suyama disse que este filme é bastante diferente dos anteriores, a ver vamos.

De seguida falou mais um convidado, Taku Furukawa, que nos mostrou um fantástico e psicadélico filme dele dos anos 70, Coffee Break, um outro filme de um grupo de animadores "geriátricos", os G9+1, ao qual pertence, que era uma espécie de showreel do trabalho deles em que cada um animou 45 segundos ao som da versão electrónica de músicas tradicionais, que tinha segmentos muito interessantes. E, por fim, a selecção de filmes dos alunos finalistas do Curso de Animação da Universidade Tokyo Kogei, de que em geral gostei mais a nível da qualidade e técnica da animação que dos do ano passado. Eles são mesmo muito bons!

A Livraria Byblos mostrou que o auditório está extremamente bem equipado e, apesar da ausência de portas, que fez com que o choro lancinante de uma criança irrompesse pela sala a dada altura, é um exemplo a seguir. É uma pena que não tenha sido a mesma pessoa a desenhar a sala do Museu do Oriente, que infelizmente tem imensos problemas técnicos.

Gostava de notar, apesar de achar um pouco despropositado, a Goth-Loli que apareceu por lá, impecavelmente vestida de branco da cabeça aos pés! Isto era uma conferência, não uma convenção, mas ela estava muito bonita.

11.9.08

Comecei a re-ver: Sailormoon R

Mais ou menos pelas mesmas razões que Sailormoon S, recomecei a ver Sailormoon R, a 2ª série de Sailormoon e anterior à S. Infelizmente Sailormoon R começa com a pior fase de Sailormoon, no total da obra, e o único troço no anime que não está na manga. Nesta fase da 'Makaiju', ou 'Eil e Ann', prova-se que, apesar de Naoko Takeuchi nunca mais ter tido um êxito, pelo menos em Sailormoon ela acertou em cheio e os argumentistas do anime nunca deveriam ter tido tanta rédea solta. A única coisa boa que resultou desta fase foi o filme de Sailormoon R, cuja narrativa e especialmente a arte gráfica se inspiram nesta pequena fase, claramente o melhor filme dos 3 feitos a partir da série.

Mas Sailormoon R é a série que começou a beber do êxito inesperado que Sailormoon obteve, que originou toneladas de merchandising, introduziu a intriga de Neo-Tokyo, o futuro longínquo de Usagi, Mamoru, ou seja Neo-Queen Serenity e King Endymion, e a sua filha Small Lady Serenity, ou seja Chibi-Usa. Chibi-Usa é um dos ódios de estimação de muitos fãs de Sailormoon, mas, apesar de a achar uma pestinha insuportável, não é um dos meus (acho que não tenho ódios de estimação em Sailormoon) e nesta série dá origem a uma das minhas vilãs preferidas: Black Lady. Aqui ainda aparece a primeira e carismática outer senshi, Sailorpluto, a única que hoje em dia talvez não existisse, pois oficialmente Plutão não é mais considerado planeta.

Como Sailormoon S, vou apreciar a R devagarinho e apanhar pormenores que o tempo me fez esquecer.

セーラームーンチャンネル

7.9.08

Ando a ver: Galaxy Express 999

Sendo a série comprida, neste momento ainda só vi cerca de 10%. Nestes 10% já foram estabelecidas as personagens principais, as suas motivações e os mistérios da série.

Por mais que Tetsuro diga à boca cheia que quer um corpo mecânico para poder viver para sempre, está constantemente a contradizer-se à medida que vai encontrando seres que ou estimam o seu corpo de carne e osso ou se arrependem por terem abdicado dele.

Já Maetel é outra história: até agora não percebemos bem qual o seu motivo para embarcar no 999, apenas sabemos que conhece e está à vontade em quase todos os planetas, parece que já fez outras vezes esta viagem e que está na viagem para chegar à estação final. Ela está bem equipada e preparada para todas as intempéries que possam a vir cruzar os seus caminhos e é bastante protectora de Tetsuro, mas permanece sempre um lado misterioso onde não percebemos as suas verdadeiras motivações.

Porque será que ela faz subtilmente de tudo para desencorajar Tetsuro de se decidir por um corpo mecânico? Porque será que, apesar de tudo, Maetel quer que Tetsuro leve a sua viagem até ao fim? Estará Maetel verdadeiramente contra a mecanização? Estas perguntas e muitas outras são um simples mas inteligente estratagema narrativo que faz com que se acompanhe inúmeras histórias individuais para descobrir o que o destino reserva a Tetsuro e quem será verdadeiramente Maetel.

Cada novo planeta é uma nova história num cenário ingenuamente exótico. Quando as histórias são trágicas, em geral os protagonistas são humanoides belos, mas que perderam os seus objectivos mais altruístas algures pelo meio. A beleza exótica do espaço é sempre realçada, através dos olhos inexperientes de Tetsuro. Mas tanta beleza em geral esconde sempre um lado sombrio. Por mais que as histórias individuais se assemelhem grandemente, e já sabermos como termina cada episódio, no decorrer da história, nas peripécias e nas pequenas diferenças é que acaba por estar a magia de Galaxy Express 999.

銀河鉄道999

2.9.08

Neko no Ongaeshi

Neko no Ongaeshi (O Reino dos Gatos) é daqueles filmes de que tomei conhecimento mesmo antes de existir. Já nem sequer me lembro bem onde é que vi a primeira imagem do Baron, que imediatamente me fascinou e quis ver o anime onde ele entrava. Nessa altura Baron e Muta, as duas únicas personagens que transitaram para este filme, entravam numa outra produção dos Estúdios Ghibli, Mimi o Sumaseba (Se ouvires com atenção), que até hoje nunca vi. O Barão e Muta foram criados como personagens de um parque temático que acabou por não ser construído e acabou por dar origem a uma manga, Neko no Danshaku, Baron (O Barão Gato, Baron). Gostando das personagens e da História, Hayao Miyazaki apoiou o projecto que daria origem a este Neko no Ongaeshi, realizado por Hiroyuki Morita. Comprei o DVD há que tempos mas na altura não tive oportunidade de o ver e acabou por ficar na estante à espera do dia de hoje.

Neko no Ongaeshi é uma deliciosa fantasia com gatos. Haru é uma rapariga banal que um dia salva a vida de um gato que lhe agradece verbal e educadamente e lhe faz uma vénia. Ao contrário do que seria de esperar, a recompensa da boa acção de Haru é um incómodo e não uma bênção. Haru tenta escapar mas é levada à força para o Reino dos Gatos e tem de escapar de lá quanto antes.

A permissa, é fascinante personagem do Barão e todo o universo fantástico deste filme são fascinantes, mas o "objectivo" de Haru de auto-descoberta é um tanto confuso. Primeiro não é posto claramente como um problema, quando Haru entra em contacto com o universo dos gatos não se tinha percebido que ela tinha algum tipo de falta de auto-estima, era apenas uma adolescente trapalhona que gosta do rapaz mais giro da turma. Quem coloca primeiro o dedo na ferida é o Barão, é a partir desta ideia, enfiada um bocado à força na história, que a auto-descoberta passa a ser o objectivo de fundo de Haru, para além da fuga do Reino dos Gatos.

Quem lê estas linhas até pensa que não gostei do filme, mas pelo contrário. Existem realmente algumas falhas de argumento, mas o filme continua sendo muito engraçado, interessante e vale a pena vê-lo. Começando pelos cenários, onde tanto a paisagem real, das ruas de uma metróple japonesa é retratada na perfeição: nas avenidas e ruelas, na sinalética, nas avenidas ladeadas de arbustos e gradeamentos com o desenho das folhas de gingko, nas pontes de peões elevadas, no buliço, etc. A repartição do gato e o Reino dos Gatos continuam algo realistas mantendo imensos elementos do nosso mundo mas alterando-os um pouco. A praça onde é a repartição podia ser uma praça numa cidade europeia, com a grande diferença que tudo é numa escala menor, à escala de um gato. No Reino dos Gatos temos maioritariamente campo com espigas e erva-gateira e poucas construções. O lado irreal é nos dado por alguns elementos, as casotas dos gatos civis, a comida, as vestes dos gatos e, claro, o Palácio Real. Apesar de Haru ser uma personagem interessante, o verdadeiro fascínio neste filme está no Barão, uma estátua de um gato elegantemente vestido que ganhou alma. O Barão é um galã romântico que deixaria qualquer uma de coração a palpitar. É pena que se destaca em demasia das outras personagens e nos dá vontade de ver mais histórias com ele. (tenho mesmo de ver Mimi o Sumaseba!). É uma aventura leve e divertida, com um pequeno toque de romantismo e amadurecimento.

Infelizmente a edição portuguesa do DVD é demasiado fraca. Como se já não bastasse apenas ter o filme, ainda por cima as legendas não se podem tirar! Eu sei que pertenço a uma minoria que percebe minimamente o japonês, mas sempre que posso gosto de ver os filmes sem a perturbação das legendas. A tradução não está má, mas é claramente feita a partir do inglês. Isso nota-se em dois aspectos, no trocadilho com o nome de Muta e na troca de sexo de Natoru. A dada altura Haru engana-se e chama Buta a Muta. Buta em japonês quer dizer porco e por isso Muta ofende-se, pensando que ela lhe está a chamar gordo. Natoru, a arauto do Rei dos Gatos foi erradamente tornada macho por causa da dobragem americana que colocou um homem a fazer a sua voz, mas ela é uma gata (como se já não bastasse a Luna de Sailormoon)! Alguns timings das legendas também estão mal feitos, aparecem antes dos diálogos certos, antecipando a mensagem.

The Cat Returns // Nausicaa.net
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