
E porque é não há meio de me habituar a pelo menos verificar a programação do
Canal Panda a cada fim do mês??? Já me tinha apercebido há que tempos que é comum começarem a emissão de uma série de anime a cada dia 1 e mesmo assim esqueço-me!
Pois, a razão do protesto é que a estreia deste mês foi uma série que sempre quis ver, cuja manga já li há que tempos e que só tinha tido oportunidade de ver alguns episódios...
Magic Knight Rayearth.
Magic Knight Rayearth foi o primeiro projecto
mainstream das CLAMP, com o objectivo inicial da criação de uma manga e um anime, produzido pela
Tokyo Movie Shinsha, em resposta ao sucesso de Sailormoon, da concorrente
Toei. O resultado foi uma qualidade acima da média, mas um sucesso algo limitado, que só seria atingido em grande, mais tarde com
Card Captor Sakura.
Em
Rayearth as CLAMP partem das mesmas motivações estéticas e narrativas de
Sailormoon, com uma clara inspiração nas séries de sentai, cores básicas, transformações, mechas, poderes mágicos, romance e, claro, adolescentes colegiais. A grande diferença está no local onde se passa a acção, no universo paralelo de Cefiro, onde as personagens têm nomes de modelos japoneses de automóveis (Primera, Lantis, etc.) e onde as nossas três protagonistas, detentoras de um poder mais bélico que em
Sailormoon, lutam pelo equilíbrio de ambos os universos, através dos seus poderes mágicos com que foram marcadas pelo destino.
O destino é um tema recorrente em toda a obra das CLAMP, portanto não é de estranhar a sua introdução nesta série. As três raparigas têm personalidades tão distintas como as cores dos seus uniformes, sendo Hikaru (vermelho) a mais desastrada, fogosa e de enorme coração, praticante de kendo (esgrima japonesa), Umi (azul) a mais elegante, fria e pragmática, praticante de esgrima, e Fuu (verde) a mais intelectual, tímida e caseira, praticante de kyudo (tiro ao arco). A sua evolução na história acaba por ser um caminho de auto-descoberta, culminando na difícil decisão de ficar em Cefiro e viver um mundo de fantasias ou regressar ao mundo real. Apesar do seu sucesso moderado, acabou por ser produzida uma segunda parte, onde as raparigas regressam a um Cefiro transformado, um pouco mais maduras, e onde encontram o amor o que as conduz a novas tomadas de decisão difícieis.
Com o tempo
Magic Knight Rayearth acabou por se transformar num clássico, é uma das séries, dentro do género magic shoujo, a ver, que ajudou a elevar os padrões de qualidade e os orçamentos para este tipo de público. Graças a
Rayearth outras séries (tais como
St. Tail,
Fushigi Yuugi,
Card Captor Sakura e muitas outras) puderam crescer e evoluir, reavivando género magic shoujo.
ADENDA: Porquê, mas porquêêê!!!! Porque é que raio tenho de apanhar com dobragens em inglês???? Se tenho de apanhar com um anime dobrado, ao menos que seja em português. E se temos de ler legendas, ao menos que a dobragem seja a original em japonês. E, já agora, que
Magic Knight Rayearth mantenha as canções originais e não uma versão-qualquer-pop-em-inglês... Ah sim, e que os nomes estejam correctos: é Ceres e não Selene. Infelizmente tenho a certeza de haver mais americanizações onde não eram necessárias... pelo menos parece que não há cortes nesta versão exibida pelo
Canal Panda. São estas as razões que levam uma pessoa a acabar por fazer download das séries da net... Se ao menos o anime fosse tratado com o respeito que merece...
魔法騎士レイアース
Magic Knight Rayearth TMS